Saude Mental Flashcards
(4 cards)
SAÚDE MENTAL NA ATENÇÃO PRIMÁRIA (1ª)
Show, Caio! Esse slide aqui abre o tema de saúde mental na Atenção Primária à Saúde (APS) — um dos temas mais cobrados em prova de SUS, PSF e saúde coletiva, e que exige olhar mais ampliado e humanizado da saúde mental. Vamos destrinchar ponto por ponto, incluindo conceitos e reflexões importantes:
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SAÚDE MENTAL NA ATENÇÃO PRIMÁRIA (1ª)
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“SAÚDE MENTAL: estado de bem-estar; vem de dentro; não tem a ver com dificuldades externas”
Essa definição carrega um sentido biopsicossocial essencial, que pode ser entendido assim:
• Saúde mental não significa ausência de sintomas, mas sim:
• Capacidade de lidar com as emoções
• Manutenção do funcionamento social
• Sentimento subjetivo de equilíbrio e propósito
Segundo a OMS, saúde mental é um “estado de bem-estar no qual o indivíduo:
• reconhece suas próprias habilidades, • consegue lidar com os estresses da vida, • trabalha de forma produtiva • e contribui para sua comunidade”.
Importante em prova e prática:
• Alguém pode estar em situação difícil, mas ainda assim ter saúde mental preservada
• E o contrário também: pode estar em “boa fase de vida” e mesmo assim estar em sofrimento psíquico
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“85% das pessoas terão episódios depressivos”
– Esse dado se refere à prevalência de episódios depressivos ao longo da vida (lifetime prevalence), o que inclui quadros leves, transitórios ou não sindrômicos.
– Ou seja:
• Nem todo episódio depressivo vira um Transtorno Depressivo Maior
• Muitos fazem parte da vivência humana normal diante de perdas, estresse ou adoecimentos
– Esse número reforça a importância da APS no acolhimento de:
• Tristezas profundas
• Quadros ansiosos e depressivos leves a moderados
• Situações de sofrimento psíquico inespecífico
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O papel da APS na saúde mental:
• Primeiro contato com o sistema de saúde → acolhimento, escuta qualificada
• Identificação precoce de sofrimento psíquico
• Encaminhamento só quando necessário (CAPS, psiquiatria, emergência)
• Promoção de saúde mental com grupos, oficinas, visitas domiciliares, escuta ampliada
• Redução do uso abusivo de psicofármacos
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Dica de prova:
• Saúde mental não é ausência de sofrimento
• Atenção primária não deve medicalizar a vida, mas acolher, escutar e promover autonomia
• 85% terão episódios depressivos → normalizar a tristeza quando fisiológica, tratar quando patológica
• Estratégia de Saúde da Família é a porta de entrada do SUS também para transtornos mentais leves a moderados
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Se quiser, já seguimos pra parte de depressão na APS, que é o próximo assunto e super cai. Só chamar!
ANSIEDADE – CONCEITO GERAL
Esse slide de ansiedade na atenção primária, Caio, tá excelente — ele mistura raciocínio clínico com condutas práticas que realmente caem em prova e aparecem no ambulatório do SUS. Vamos destrinchar tudo ponto por ponto, incluindo reforços conceituais e dicas de conduta com base no DSM-5, PCCU/SUS e diretrizes clínicas:
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ANSIEDADE – CONCEITO GERAL
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“Reação emocional não patológica, sinal de alarme”
– Normal e até adaptativa → prepara o organismo pra agir diante de um perigo real
– Sinal fisiológico de alerta → taquicardia, sudorese, tensão muscular, hipervigilância
“Se desregulada, causa sofrimento e prejuízo”
– Quando é exagerada, persistente e fora de contexto, se torna patológica
– Gera impacto na função social, ocupacional ou familiar
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ANSIEDADE PATOLÓGICA (TAG, pânico, TEPT, TOC)
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Corticoide pode causar insônia
– Importante para diagnóstico diferencial: uso de corticoide pode provocar ansiedade, irritabilidade e insônia
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TAG (Transtorno de Ansiedade Generalizada):
• Preocupações excessivas e incontroláveis
• Com duração mínima de 6 meses
• Associado a:
• tensão muscular, fadiga, insônia
• dificuldade de concentração
• irritabilidade
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Transtorno do Pânico:
• Ataques súbitos e recorrentes de pânico (crises agudas de ansiedade intensa)
• Sintomas autonômicos: taquicardia, dispneia, tontura, sudorese
• Medo de morrer, de enlouquecer, de perder o controle
• Critério: ≥2 crises no último mês + ansiedade antecipatória (medo de ter nova crise)
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TEPT (Transtorno de Estresse Pós-Traumático):
• Sintomas após trauma real com ameaça à vida ou à integridade (ex: violência, acidente, abuso)
• Aparece após pelo menos 1 mês
• Antes disso: diagnóstico é de transtorno de adaptação
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TOC (Transtorno Obsessivo-Compulsivo):
• Obsessões: pensamentos repetitivos, invasivos, angustiantes
• Compulsões: comportamentos ritualísticos para aliviar a ansiedade
• Não tem tempo mínimo no DSM-5, mas precisa de impacto funcional
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AVALIAÇÃO NA APS
Avaliar comorbidades, presença de:
• Sintomas físicos (cardiopulmonares, GI, neuro) • Uso de substâncias • Ideação suicida • História familiar • Diagnósticos diferenciais (hipertireoidismo, arritmias, hipoglicemia)
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TRATAMENTO
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1ª linha:
• Psicoterapia + ISRS → tratamento padrão para qualquer transtorno ansioso moderado a grave
ISRS mais usados:
• Sertralina (1ª escolha em TAG, pânico e TEPT)
• Escitalopram
• Fluoxetina
→ Não causam dependência e podem ser usados a longo prazo
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Venlafaxina:
• Inibidor de recaptação de serotonina e noradrenalina (IRSN)
• Boa opção se ISRS falha
• Muito sintoma de retirada → desmame sempre gradual!
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Zolpidem e Benzodiazepínicos:
• Uso restrito a crises agudas e por poucos dias
• Risco alto de:
• Dependência
• Efeito rebote
• Comprometimento cognitivo/demência, especialmente em idosos
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Quando ENCAMINHAR na APS:
• Quadro refratário: sem melhora após 8 semanas de ISRS + psicoterapia
• Uso abusivo de substâncias
• Presença de sintomas psicóticos
• Risco suicida
Encaminhar ao CAPS ou ambulatório especializado
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Dica de ouro pra prova:
• TAG = ≥6 meses de preocupação excessiva
• Pânico = crises agudas + medo da próxima
• TEPT = sintomas após ≥1 mês de trauma real
• TOC = obsessões + compulsões que impactam funcionalmente
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Se quiser, posso montar um quadro comparativo entre TAG, pânico, fobia, TOC e TEPT — ou seguimos pro próximo slide. Tamo firme!
DEPRESSÃO MAIOR – Diagnóstico (DSM-5)
Esse slide, Caio, fecha com chave de ouro a tríade essencial da saúde mental na APS: ansiedade, depressão e risco suicida. Aqui o foco está no diagnóstico e manejo da depressão maior — um dos quadros mais comuns na atenção primária e nas provas. Bora detalhar tudo:
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DEPRESSÃO MAIOR – Diagnóstico (DSM-5)
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“Em 15 dias dá pra diagnosticar”
– Diagnóstico clínico, baseado em sintomas por pelo menos 2 semanas (14 dias)
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“Mínimo de 5” sintomas, incluindo obrigatoriamente:
1. Humor deprimido (ou irritável em jovens)
2. Perda de interesse ou prazer (anedonia)
E mais 3 dos seguintes:
• Perda/ganho de peso
• Insônia ou hipersonia
• Agitação ou retardo psicomotor
• Fadiga
• Sentimento de inutilidade ou culpa
• Diminuição da concentração
• Pensamentos recorrentes de morte ou suicídio
Obs: Os sintomas devem causar prejuízo funcional e não ser atribuídos a outra condição médica ou substância
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TRATAMENTO NA APS
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“90% ficam na atenção primária”
– A maioria dos quadros leves a moderados podem ser tratados no PSF/UBS com:
• Escuta qualificada
• Psicoeducação
• Medicamentos se necessário
• Acompanhamento longitudinal
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“Recidivas são comuns antes e durante a remissão”
– A remissão completa leva tempo
– Pode haver flutuação dos sintomas → por isso o acompanhamento contínuo é essencial
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Objetivos do tratamento:
• Central: remissão completa
• Secundário: redução de sintomas
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Fases do tratamento (essencial pra prova):
1. Aguda: início do tratamento, foco em remissão (6–12 semanas)
2. Continuação: 4 a 9 meses → prevenir recaídas
3. Manutenção: ≥1 ano → indicada se:
• 3 ou mais episódios prévios
• episódio grave ou psicótico
• risco suicida
• comorbidades importantes
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CONDUTA FARMACOLÓGICA
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“Medicar a partir de quadro moderado a grave”
– Quadros leves: abordagem inicial é psicoterapia e suporte psicossocial
– Moderados a graves: associar ISRS ou outros antidepressivos
ISRS mais usados:
• Sertralina
• Escitalopram
• Fluoxetina
Acompanhamento semanal no início, com orientação sobre:
• Latência de efeito (2–4 semanas)
• Possíveis efeitos adversos
• Risco de piora transitória (monitorar suicídio!)
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“Gravidade tem mais a ver com a quantidade de sintomas”
– Mais sintomas = quadro mais grave
– Mas também considerar:
• Presença de ideação suicida
• Grau de prejuízo funcional
• Psicose
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Ajuste terapêutico (se não melhorar):
• Subir dose
• Trocar classe de antidepressivo
• Associação com:
• Lítio (potencializador e antissuicida)
• T3 (tri-iodotironina)
• Antipsicóticos atípicos
• Outro AD (ex: bupropiona + ISRS)
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Dicas de ouro pra prova:
• Depressão = ≥5 sintomas por ≥2 semanas com prejuízo funcional
• Tratar farmacologicamente se moderado ou grave
• Acompanhamento a longo prazo é essencial para evitar recaídas
• Pensamento suicida recorrente = indicação de urgência ou encaminhamento ao CAPS
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Se quiser, posso fazer agora um resumo visual de diferença entre depressão leve, moderada e grave, ou de fases do tratamento. Ou seguimos pra próxima! Tamo junto!
INSÔNIA – DEFINIÇÃO CLÍNICA (DSM-5)
Excelente, Caio! Esse slide sobre insônia resume muito bem o que é mais relevante para avaliação na atenção primária, além de ser conteúdo recorrente em provas de medicina de família, psiquiatria e clínica geral. Vamos detalhar cada item e reforçar conceitos e condutas que são cobrados:
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INSÔNIA – DEFINIÇÃO CLÍNICA (DSM-5)
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Queixa de dificuldade persistente para iniciar, manter ou consolidar o sono, apesar de condições adequadas para dormir, e com impacto no funcionamento diurno.
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CLASSIFICAÇÃO TEMPORAL
- Insônia Aguda (ou de ajuste):
• Duração < 3 meses
• Associada a estressores identificáveis (ex: luto, separação, prova, mudança)
• Pode melhorar espontaneamente
• Avaliar se os sintomas persistem mesmo após o estressor sumir → se sim, pode estar evoluindo para crônica
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- Insônia Crônica:
• Duração > 3 meses
• Acontece ≥3 vezes por semana
• Pode ter múltiplos fatores associados:
• Doenças médicas (dor crônica, refluxo, asma)
• Transtornos psiquiátricos (ansiedade, depressão, TEPT)
• Maus hábitos de sono (uso de telas, cafeína, irregularidade)
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CLASSIFICAÇÃO FUNCIONAL:
• Inicial: dificuldade para iniciar o sono (frequente em ansiedade)
• De manutenção: acorda várias vezes à noite
• Terminal: desperta precocemente e não consegue voltar a dormir (muito comum em depressão)
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CONSEQUÊNCIAS DIURNAS:
• Sonolência
• Fadiga
• Irritabilidade
• Redução da memória e concentração
• Piora de quadros psiquiátricos
• Risco aumentado de acidentes
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MEDICAMENTOS QUE PODEM CAUSAR INSÔNIA:
Usar de manhã para evitar insônia noturna:
• Bupropiona (estimulante dopaminérgico) • Ritalina (metilfenidato) – estimulante do SNC • Fluoxetina – tem ação mais “ativadora” entre os ISRS
Esses devem ser preferencialmente administrados pela manhã, especialmente em pacientes com tendência à insônia.
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CONDUTA NA APS:
- Medidas não farmacológicas (sempre 1ª linha):
• Higiene do sono (rotina, evitar telas, luz, estimulantes)
• Técnicas de relaxamento
• Psicoeducação e TCC para insônia (melhor terapia de longo prazo) - Medicação (uso pontual e criterioso):
• Zolpidem → curto prazo (máx. 4 semanas)
• Trazodona → opção off-label, sedativa, usada em quadros ansioso-depressivos leves
• Evitar benzodiazepínicos em idosos ou uso crônico
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Dica de prova:
• Insônia inicial → pensar em ansiedade
• Terminal → depressão
• Ritalina, bupropiona e fluoxetina causam insônia → prescrever pela manhã
• Sempre começar com higiene do sono + abordagem da causa subjacente
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Se quiser, posso montar um quadro comparativo com os tipos de insônia e sua relação com transtornos psiquiátricos e medicamentos. Ou já seguimos com o próximo tema! Só mandar.