Emergencias Flashcards

(5 cards)

1
Q

CLASSIFICAÇÃO DAS DEMANDAS PSIQUIÁTRICAS

A

Boa, Caio — aqui entramos num dos temas mais importantes da prática clínica e de prova prática: emergências psiquiátricas. Teu slide já traz a estrutura essencial de classificação e conduta, então vamos explicar item por item, com reforço de conceito, exemplos e o que costuma ser cobrado. Bora:

CLASSIFICAÇÃO DAS DEMANDAS PSIQUIÁTRICAS

  1. EMERGÊNCIA PSIQUIÁTRICA

Definição: risco imediato de vida, dano grave a si ou a outros, exige intervenção imediata

Exemplos:
• Agitação psicomotora intensa
• Tentativa de suicídio ou ameaça iminente
• Homicídio iminente
• Psicose aguda com comportamento violento ou bizarro
• Quadro confusional com risco de lesão (delirium)

Conduta: contenção física e/ou química + sedação + avaliação urgente + possível internação

  1. URGÊNCIA PSIQUIÁTRICA

Definição: não há risco de vida imediato, mas há necessidade de intervenção em curto prazo

Exemplos:
• Crise de ansiedade/pânico
• Comportamento impulsivo ou autolesivo sem intenção letal
• Descompensação de transtorno mental crônico
• Recusa alimentar em paciente com depressão ou psicose

Conduta: intervenção breve, acolhimento, ajuste medicamentoso, plano terapêutico

  1. SITUAÇÃO ELETIVA

O problema pode ser resolvido sem urgência; o tempo de atendimento não altera o risco imediato

Exemplos:
• Solicitação de receita
• Acompanhamento ambulatorial
• Ajuste de medicação em paciente estável
• Ansiedade leve

PERFIL DE PACIENTES COM EMERGÊNCIA PSIQUIÁTRICA
• Mais comuns: homens, solteiros, com transtorno mental crônico ou em uso de substâncias
• 10% são violentos
• 5% são idosos

Principais causas psiquiátricas das emergências:
• Transtornos do Humor (episódios maníacos, depressão grave com ideação suicida)
• Esquizofrenia (sobretudo com sintomas positivos intensos)
• Transtornos por uso de substâncias (principal causa de agitação, agressividade, confusão)

Perguntas-chave para avaliação rápida:
1. O paciente pode colaborar? (nível de consciência, crítica, insight)
2. Há fator precipitante? (uso de drogas, trauma, perda recente)
3. Quais as necessidades imediatas? (medicação, contenção, segurança, hidratação)
4. Está psicótico, suicida, sob efeito de droga, delirante ou com quadro orgânico?

Conduta geral nas emergências psiquiátricas:
• Avaliar risco de suicídio/homicídio
• Avaliar possibilidade de intoxicação ou delirium
• Avaliar necessidade de contenção (física ou medicamentosa)
• Decidir entre internação psiquiátrica, encaminhamento a CAPS, ou acompanhamento domiciliar
• Sempre priorizar a segurança do paciente e da equipe

Dica de ouro pra prova:
• Toda ideação suicida com plano e meios acessíveis = emergência
• Agitação + psicose + substância = emergência
• Paciente confuso ou desorientado = excluir causas orgânicas antes de chamar de “psiquiátrico”

Se quiser, posso montar agora um fluxograma clínico de abordagem das emergências psiquiátricas (ex: paciente agitado ou suicida). Ou seguimos com os próximos slides. Toca ficha!

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Q

AGITAÇÃO PSICOMOTORA – Definição e Conceito

A

Esse aqui, Caio, é fundamental pra emergência e costuma cair tanto em clínica quanto em psiquiatria: agitação psicomotora. Teu slide já tá ótimo e direto ao ponto. Vamos explicar cada item com reforço de abordagem diagnóstica, etiologias psiquiátricas x clínicas, e a linha de conduta imediata. Bora:

AGITAÇÃO PSICOMOTORA – Definição e Conceito

Atividade verbal e motora excessiva, desorganizada e sem propósito, geralmente acompanhada de:

•	Irritabilidade
•	Inquietação
•	Impulsividade
•	Agressividade verbal ou física

Pode ocorrer em múltiplos contextos, e pode sinalizar risco iminente à integridade do paciente ou de terceiros.

Importância clínica:
• Presente em até 10% dos atendimentos psiquiátricos de emergência
• Pode ter causas orgânicas ou psiquiátricas
• Pode evoluir para crises de agressividade, autoagressão, fuga ou violência

Pistas clínicas de causa orgânica:
• Início súbito
• Primeiro episódio em paciente > 45 anos
• Alucinações visuais (mais comuns em quadros orgânicos)
• Sinais vitais alterados: febre, taquicardia, sudorese
• Tremores, palidez, sudorese, pupilas dilatadas → pensar em intoxicação ou abstinência
• História de doença sistêmica ativa ou trauma recente

CAUSAS PSIQUIÁTRICAS (mais comuns):
1. Esquizofrenia
• Principal causa psiquiátrica
• Mais comum em homens jovens, com histórico de surtos
• Delírios persecutórios + alucinações + desorganização
2. Transtornos do Humor (≈15%)
• Mania (com impulsividade e expansividade)
• Episódios mistos (mania + ideação suicida + raiva)
3. Quadros demenciais avançados
• Confusão, desinibição, agitação noturna
4. Uso de substâncias psicoativas
• Estimulantes (cocaína, crack, anfetamina)
• Abstinência de álcool ou BZD

CAUSAS ORGÂNICAS (não psiquiátricas):
1. Delirium
• Agitação + flutuação de consciência + alteração de atenção
• Geralmente associado a infecção, hipoxemia, distúrbio metabólico ou trauma
2. Delirium tremens
• Abstinência grave de álcool (48–72h após última dose)
• Tremores, alucinações visuais, sudorese, febre, confusão → risco de morte
3. Epilepsia de lobo temporal
• Comportamento agressivo pós-ictal, confusão, automatismos

Conduta inicial (resumo clínico):

  1. Avaliação rápida:
    • Nível de consciência
    • Sinais vitais
    • História de uso de substância
    • Presença de febre ou sinais neurológicos
  2. Segurança primeiro:
    • Avaliar necessidade de contenção física ou química
    • Proteger paciente e equipe
  3. Medicação de emergência (se agitação grave):
    • Antipsicótico (haloperidol, risperidona, olanzapina, ziprasidona)
    • Benzodiazepínico (midazolam ou diazepam), especialmente se suspeita de abstinência
  4. Investigar e tratar a causa subjacente:
    • Se orgânica → exames complementares (TC, hemograma, eletrólitos, tóxicos, PCR)
    • Se psiquiátrica → abordagem específica após estabilização

Dica de prova:
• Alucinação visual + início súbito + >45 anos → sempre investigar causa orgânica
• Psicose com agressividade + jovem do sexo masculino → pensa em esquizofrenia
• Delirium tremens → risco vital, internação urgente
• Toda agitação grave = emergência psiquiátrica

Boa, Caio — essa parte complementa perfeitamente a abordagem da agitação psicomotora, entrando agora na parte mais prática e individualizada por grupo populacional (gestante, idoso). Vamos destrinchar cada item do slide, com reforço clínico de conduta, precauções e raciocínio de prova:

MANEJO INICIAL – Descalada verbal

Antes de qualquer medicação ou contenção, a 1ª linha é sempre verbal.

Estratégias de descalada:
• Comunicação calma e respeitosa (sem confronto)
• Frases curtas, tom baixo, postura aberta
• De preferência, um único interlocutor
• Verificar:
• Ambiente físico seguro (tirar objetos perigosos)
• Quem está no local (evitar aglomeração ou presença de agressores)

Objetivo: reduzir tensão, obter adesão voluntária, evitar contenção

CONTENÇÃO MECÂNICA

Indicada somente quando o manejo verbal falha e o paciente oferece risco imediato a si ou aos outros

Requisitos:
• Equipe treinada
• Registro do motivo e duração
• Monitoramento contínuo
• Sempre associar com contenção medicamentosa

GESTANTES

Grupo de maior risco: evitar BZDs sempre que possível (efeito teratogênico)

Conduta:
• Antipsicóticos típicos e atípicos seguros:
• Risperidona
• Haloperidol (muito usado em emergência)
• Benzodiazepínicos somente em caso agudo grave e sem outra alternativa
• Monitorar constantemente estado fetal

IDOSOS

População especialmente sensível a efeitos adversos, confusão e sedação

Dicas de ouro:
• Sempre suspeitar de causas orgânicas:
• Delirium hiperativo (infeção, hiponatremia, hipoglicemia, drogas)
• Demência em agudização

Evitar:
• Benzodiazepínicos: risco de queda, sedação excessiva, delirium
• Prometazina/Frenergan: anticolinérgico → piora confusão mental

Opções seguras:
• Baixas doses de risperidona ou haloperidol
• Ex: haloperidol 0,5–1 mg VO ou IM
• Usar a menor dose eficaz possível e monitorar ECG (risco de QT longo com haloperidol)

Resumo prático pro teu fichamento:

Situação Medicação preferida O que evitar?
Descalada Comunicação verbal passiva Confrontos, gritaria
Gestante Risperidona, Haloperidol BZDs (exceto caso extremo)
Idoso Risperidona, Haloperidol (baixa dose) BZDs, prometazina
Conteção Só se falhar verbal + risco Sempre com medicação associada

Se quiser, posso montar um quadro visual resumido com as condutas por perfil de paciente agitado (gestante, idoso, psicótico, abstinente etc.). Ou seguimos com os próximos slides. Tamo junto!

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Q

TRANSTORNO CONVERSIVO – CONDUTA EMERGENCIAL

A

Perfeito, Caio — esse aqui fecha o raciocínio com abordagem do Transtorno Conversivo (ou Transtorno de Sintomas Neurológicos Funcionais) em contexto de emergência, e traz exatamente o que costuma ser cobrado: conduta adequada para não reforçar o comportamento. Vamos explicar cada ponto com base nas diretrizes do DSM-5, na clínica e no que pode cair na prova:

TRANSTORNO CONVERSIVO – CONDUTA EMERGENCIAL

“Psicoeducação, não existe indicação formal de fármaco emergencial”

– Correto. A base do tratamento não é farmacológica, e o uso recorrente de medicação pode:
• Reforçar comportamento de adoecimento
• Induzir dependência de atendimento médico
• Validar erroneamente um quadro não-orgânico como neurológico grave

Psicoeducação é a principal intervenção!
• Explicar o transtorno de forma clara, empática e sem julgamento
• Reforçar que os sintomas são reais, mas não são causados por doença neurológica estrutural
• Normalizar e tranquilizar (evitando termos como “é só psicológico”)

“Medicar apenas em casos de ansiedade, depressão, TEPT ou quadros agudos”

Farmacoterapia só tem papel se houver comorbidades associadas:

•	Ansiedade intensa → ISRS (ex: sertralina)
•	Depressão maior associada → ISRS ou outros antidepressivos
•	TEPT → pode justificar medicação + psicoterapia
•	Quadros agudos com sofrimento extremo → benzodiazepínico apenas de forma muito pontual (ex: crise conversiva com pânico), sempre com cautela

Obs: BZDs nunca devem ser usados cronicamente, pois reforçam a ideia de “cura rápida via medicação” e aumentam risco de dependência

Ponto-chave de raciocínio clínico:
• O erro mais comum na emergência é:
• Exagerar na investigação, fazendo muitos exames desnecessários
• Ou medicar excessivamente, o que só reforça o quadro
• A melhor conduta envolve:
1. Tranquilizar o paciente
2. Oferecer explicação psicodinâmica funcional
3. Encaminhar para psicoterapia (preferência por TCC ou abordagem psicodinâmica, dependendo do perfil)

Dica de ouro pra prova:
• Paciente com sintomas neurológicos sem lesão estrutural e com exame neurológico inconsistente → Transtorno conversivo
• Evitar exames e medicações desnecessárias
• Foco: psicoeducação + manejo das comorbidades
• Se for um quadro agudo em emergência → manejo empático + evitar reforço negativo + avaliar risco psiquiátrico real

Se quiser, posso montar agora um resumo de abordagem completa dos transtornos conversivos (diagnóstico, diferenciais, manejo ambulatorial e emergencial) — ou já seguimos pros próximos. Tamo firme!

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CATATONIA

A

Perfeito, Caio — esse slide é sobre catatonia, uma síndrome psiquiátrica grave, muitas vezes subdiagnosticada, e que exige reconhecimento rápido em emergência. Vamos detalhar cada ponto do slide, adicionar critérios diagnósticos, conduta e o que mais cai em prova e na prática hospitalar. Bora:

CATATONIA – DEFINIÇÃO

Síndrome psicomotora caracterizada por alterações motoras, afetivas e comportamentais, podendo ocorrer em:

•	Transtornos psiquiátricos graves (ex: esquizofrenia, transtornos do humor)
•	Quadros clínicos orgânicos (ex: encefalites, epilepsia, LES, neoplasias)
•	Uso ou abstinência de medicamentos (ex: antipsicóticos)

Quadro clínico típico (DSM-5 exige ≥3 dos abaixo):
• Estupor: ausência de resposta motora, imobilidade
• Catalepsia: manutenção da postura imposta
• Flexibilidade cérea: resistência passiva a mudança de postura
• Mutismo: ausência de fala sem afasia
• Negativismo: resistência ativa ou passiva a ordens externas
• Posturas bizarras: manutenção de posturas inapropriadas
• Grimaces (caretas faciais)
• Ecolalia: repetição do que é falado
• Ecopraxia: imitação dos gestos dos outros

Conduta – O que fazer?

1ª linha: Benzodiazepínicos
• Lorazepam 1–2 mg VO ou IM
• Resposta rápida em até 10–30 minutos → diagnóstico terapêutico
• Se resposta parcial, repetir dose até 6 mg/dia

2ª linha (se refratário): Eletroconvulsoterapia (ECT)
• Muito eficaz, especialmente na catatonia associada a transtorno do humor ou esquizofrenia refratária
• Considerado tratamento de escolha se BZD falha ou em casos graves

Outros fármacos mencionados:
• GABAérgicos: porque o mecanismo envolve disfunção GABA-A
• Antiepilépticos (ex: valproato) têm uso adjuvante, mas não substituem BZDs nem ECT

Atenção clínica importante:
• NUNCA usar antipsicóticos em catatonia aguda!
→ risco de síndrome neuroléptica maligna, que pode ser letal

Dica de prova:
• Paciente com imobilidade, mutismo, catalepsia → catatonia
• Teste diagnóstico = lorazepam (melhora rápida = diagnóstico confirmado)
• Se refratário = ECT
• Se for psicótico e catatônico, tratar primeiro a catatonia com BZD, só depois considerar antipsicóticos

Se quiser, posso fazer agora uma síntese final com condutas em emergências psiquiátricas mais importantes (agitação, catatonia, suicídio, psicose, abstinência etc.) — ou seguimos com o restante dos slides. Só mandar!

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