Transtornos De Personalidade Flashcards

(7 cards)

1
Q

Geral

A

Perfeito, Caio. Esse início sobre Transtornos de Personalidade traz pontos conceituais e clínicos que são fundamentais tanto pra prova quanto pra prática médica. Vamos destrinchar tudo linha por linha, com reforços conceituais do DSM-5-TR, Kaplan e prática clínica:

“Na psiquiatria, não há exame que faça diagnóstico”

– Isso vale especialmente para os transtornos de personalidade (TPs):
• O diagnóstico é clínico e fenomenológico
• Não existe exame de imagem, sangue ou teste neuropsicológico isolado que diagnostique TPs
• Exige observação prolongada, entrevistas estruturadas e interpretação do padrão de funcionamento do paciente ao longo do tempo

“Associação com trauma e abuso sexual na infância”

– Muitos TPs, especialmente os do grupo B (borderline, histriônico), têm histórico de traumas precoces, como:
• Negligência
• Abandono afetivo
• Abuso físico, emocional ou sexual

– Essas experiências modelam a forma como o indivíduo se relaciona, percebe o mundo e lida com as emoções
– Não é determinante, mas é um fator de risco significativo

“Alteração por condição médica ≠ consequência fisiopate”

– Aqui é uma distinção importante:
• Transtorno de personalidade não é causado por doença médica ou efeito de substância
• Se o quadro de mudança comportamental for súbito ou atípico, deve-se pensar em transtorno de personalidade secundário (ex: lesão de lobo frontal, epilepsia do lobo temporal)

– Os TPs têm início na adolescência ou início da vida adulta, são crônicos, e não explicados por outras condições médicas

“É difícil (e não útil) diferenciar de transtornos mentais persistentes”

– Muitas vezes o TP se sobrepõe a quadros como:
• Transtorno depressivo persistente
• Transtorno bipolar tipo II
• Transtornos de ansiedade crônicos

– Importante reconhecer que a estrutura da personalidade influencia a forma como os sintomas se manifestam, evoluem e respondem ao tratamento

“Comuns e crônicos (10–20% pop), dura décadas”

– Alta prevalência na população geral:
• Estima-se que até 1 em cada 5 pessoas tenha algum grau de TP
– São quadros duradouros, rígidos, egossintônicos (o paciente não reconhece que tem um problema), e que geram sofrimento interpessoal ou funcional

“50% dos pacientes psiquiátricos possuem”

– Altíssima comorbidade:
• Muitos pacientes com depressão, ansiedade, abuso de substâncias ou TEPT têm transtorno de personalidade de base
• Isso piora o prognóstico e dificulta o tratamento

“Fator predisponente para outros transtornos psiquiátricos”

– Um TP aumenta a chance de desenvolver:
• Transtornos de humor
• Ansiedade
• Transtornos alimentares
• Transtornos por uso de substâncias

– Exemplo: personalidade borderline é fator de risco para transtorno depressivo maior, automutilações e tentativas de suicídio

“Interferem no tratamento de outras síndromes”

– O TP pode dificultar:
• Adesão ao tratamento
• Relação médico-paciente (exigência excessiva, manipulação, desconfiança)
• Capacidade de insight
• Pode levar a reações contratransferenciais intensas nos profissionais

“Tratamento = espectro/sintomas → suicídio”

– O tratamento deve ser focado em aspectos pontuais e sintomáticos, não “curar” a personalidade
– Por exemplo:
• Reduzir impulsividade
• Aumentar estabilidade emocional
• Melhorar habilidades de relacionamento
– Transtornos de personalidade, especialmente borderline, estão associados a risco aumentado de suicídio

“Age como sequestrador + exigências”

– Essa frase expressa como o paciente com TP, especialmente do grupo B (ex: borderline), pode tomar controle da dinâmica terapêutica ou familiar:
• Usa ameaças de suicídio, crises intensas, exigências emocionais
• Isso causa exaustão na equipe e ambivalência nos cuidadores

– Essa “sequestração relacional” exige manejo clínico com limites bem definidos, apoio terapêutico contínuo e supervisão da equipe de saúde mental

Se quiser, já posso seguir com os critérios estruturais de diagnóstico, os grupos A, B e C (esquizoide, borderline, obsessivo-compulsivo etc.), ou aprofundar tratamento e manejo clínico. Manda o próximo pedaço quando quiser!

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Q

Grupo A — “Excêntricos ou Estranhos”

A

Perfeito, Caio! Agora entramos na divisão clássica dos Transtornos de Personalidade por grupos — um esquema que sempre aparece em provas, principalmente pra diferenciar os perfis e prever reações interpessoais e estratégias de manejo.

Vamos destrinchar esse primeiro grupo:

Grupo A — “Excêntricos ou Estranhos”

Esse grupo tem traços de isolamento, desconfiança e comportamento social estranho. Às vezes, são confundidos com transtornos do espectro esquizofrênico, mas sem ruptura clara com a realidade (sem psicose).

Paranoide

Frase-chave do slide: “Desconfiança, os outros são maus”

– Traço principal: suspiciousness (suspeita crônica e infundada).
– Vê más intenções em ações neutras ou ambíguas.
– Interpreta elogios como manipulação, críticas como ataque.
– Rígido, rancoroso, hipervigilante, com dificuldade em perdoar.
– Não tem delírios fixos, mas crenças exageradas de perseguição.

Exemplo prático: Acha que o médico quer prejudicá-lo, recusa tratamento, evita confiar nas pessoas.

Esquizoide

Frase-chave do slide: “Distância emocional e das relações”

– Indivíduo que prefere estar só, evita vínculos emocionais.
– Frio, apático, introspectivo.
– Não sente prazer em relacionamentos sociais ou sexuais.
– Pouca ou nenhuma expressão emocional.
– Não sente necessidade de intimidade — egossintônico (não se incomoda com isso).

Diferenciar de: depressão (no esquizoide, é padrão de personalidade estável, não uma mudança recente de humor).

Esquizotípico

Frase-chave do slide: “Desconforto social, age estranho, + leve”

– Tem pensamentos mágicos, comportamento excêntrico e fala esquisita, mas sem delírios ou alucinações claras.
– Crenças incomuns: superstição exagerada, “se eu pensar forte, algo acontece”.
– Falas vagas, estranhas ou metafóricas.
– Forte ansiedade social, não por medo de julgamento (como no fóbico), mas por sentir-se diferente ou “fora da sintonia”.

Diferencial: É o TP mais próximo da esquizofrenia. Pode evoluir para ela — por isso é chamado de pré-mórbido quando aparece antes de um episódio psicótico.

Observações importantes (prova gosta):

– Esses três TPs têm relação com o espectro da esquizofrenia, mas sem psicose franca (sem delírio ou alucinação sustentada).
– Têm pouca busca por tratamento — por desconfiança, isolamento ou falta de sofrimento percebido.
– Manejo envolve principalmente estrutura, limites claros e vínculo terapêutico estável, com ênfase em psicoterapia de apoio (evita confronto direto).

Se quiser, já sigo com o grupo B (os “dramáticos, imprevisíveis”), que costuma cair muito mais em prova, especialmente borderline e antissocial. Manda aí!

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3
Q

Grupo B – Dramáticos, Impulsivos, Emocionais

A

Boa, Caio! Esse é o famigerado Grupo B dos Transtornos de Personalidade — os que mais aparecem em provas, emergências psiquiátricas e também no consultório. São os “dramáticos, imprevisíveis”, com forte instabilidade emocional e interpessoal.

Vamos analisar cada um com profundidade, seguindo exatamente o que tá no teu slide e adicionando os reforços clínicos e diagnósticos mais importantes:

Grupo B – Dramáticos, Impulsivos, Emocionais

Esse grupo compartilha traços como:
• Emoções intensas e instáveis
• Busca de atenção ou validação externa
• Impulsividade
• Relações interpessoais caóticas ou manipulativas

Antissocial

Frase do slide: “Se f., não trata. ‘Psicopata’, ‘panasita’ → frieza”

– Desrespeito persistente pelos direitos dos outros.
– Mentem, manipulam, violam normas sociais, e não demonstram culpa ou remorso.
– Podem ser charmosos superficialmente, mas frios emocionalmente.

– DSM-5 exige:
• Idade ≥18 anos
• Histórico de Transtorno de Conduta antes dos 15 anos
• Comportamentos antissociais persistentes na vida adulta

– Psicopatia ≠ antissocial, mas se sobrepõem:
• Psicopata: traço frio, calculista, manipulador (mais uso em criminologia)
• Antissocial: diagnóstico clínico mais amplo, com foco em comportamento externo

Borderline

Frases do slide: “Instabilidade nas relações, autoimagem, vazio, afeto, impulsivo”

– É o TP mais carregado de sofrimento emocional.
– Instabilidade afetiva intensa, medo de abandono, impulsividade (drogas, sexo, gastos, automutilação).
– Autoimagem instável: ora se veem como bons, ora como desprezíveis.
– Sentimento de vazio crônico é central.

– Critérios do DSM-5 incluem:
• Padrão de relacionamentos intensos e instáveis
• Impulsividade em pelo menos dois contextos prejudiciais
• Automutilação ou tentativas de suicídio
• Instabilidade afetiva
• Raiva intensa e inadequada

– Terapia dialética-comportamental (DBT) é o tratamento de escolha.

Histriônica

Frase do slide: “↑ Emoção, quer atenção → belle indifférence”

– Comportamento teatral, sedutor, exagerado — busca constante por ser o centro das atenções.
– Pode usar aparência, dramatizações ou sexualidade para atrair olhares.
– Emoções superficiais e flutuantes.

– “Belle indifférence” = aparente despreocupação diante de sintomas físicos graves — também pode ocorrer no transtorno conversivo, mas é frequentemente associada a histriônicos.

– Muitas vezes confundido com borderline, mas:
• Histriônico: busca atenção;
• Borderline: teme abandono.

Narcisista

Frase do slide: “Grandiosidade, sem empatia → onipotência”

– Sentimento inflado de autoimportância, fantasias de sucesso ilimitado, necessidade constante de admiração.
– Exploram os outros para benefício próprio.
– Falta de empatia verdadeira é característica essencial.
– Reagem mal a críticas, com raiva ou desprezo.

– Embora se mostrem onipotentes, são frequentemente muito frágeis por dentro e podem reagir com depressão ou raiva intensa se sua autoimagem é ameaçada.

Dicas rápidas de prova:

– TP antissocial é o único TP com idade mínima obrigatória para diagnóstico (18 anos).
– Borderline: pensa em instabilidade + impulsividade + sofrimento.
– Histriônico: atenção, teatralidade e superficialidade.
– Narcisista: autoimagem grandiosa, falta de empatia e necessidade de ser admirado.

Quando quiser, sigo com o grupo C (ansiosos, retraídos). Manda o próximo pedaço que já sigo no mesmo ritmo!

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4
Q

Grupo C – Ansiosos, Recessivos

A

Fechou, Caio! Agora encerramos os Transtornos de Personalidade com o Grupo C — os ansiosos e retraídos, que são os mais evitativos, controladores ou submissos. Esses quadros tendem a gerar sofrimento interno maior que os outros grupos, mas com menor impacto externo visível.

Vamos destrinchar tudo que tá no teu slide e aprofundar com os critérios do DSM-5-TR e do Kaplan:

Grupo C – Ansiosos, Recessivos

São transtornos marcados por ansiedade intensa, rigidez comportamental, necessidade de aprovação e dificuldade em lidar com incerteza e autonomia.

Esquiva (ou Evitativo)

Frase do slide: “Inibição social, inadequação, sensível à avaliação negativa”

– São extremamente inseguros, tímidos, retraídos, e se percebem como socialmente inadequados.
– Desejam relacionamentos, mas evitam contato social por medo de rejeição ou humilhação.
– Sofrem bastante com isso — diferente do esquizoide, que prefere o isolamento.

– Foco principal: hipersensibilidade à crítica e rejeição.

– Pode parecer com fobia social (TAG social), mas aqui é estável ao longo da vida e se manifesta em diversas áreas.

Dependente

Frase do slide: “Submisso, necessita de cuidado”

– Perfil extremamente submisso e passivo: tem medo exagerado de ficar sozinho ou de perder apoio de pessoas próximas.
– Dificuldade em tomar decisões sem apoio alheio.
– Evita conflitos, suporta relacionamentos disfuncionais para não ser abandonado.
– Atribui pouco valor a si mesmo e se apega a figuras dominantes.

– Frequentemente está em relacionamentos abusivos, e tem medo paralisante de autonomia.

Obsessivo-Compulsivo (TP Obsessivo-compulsivo, não TOC!)

Frase do slide: “Ordem, perfeccionismo → isolamento”

– Pessoas com extremo perfeccionismo, rigidez, moralismo, controle e organização.
– São hiperpreocupadas com regras, listas, horários e produtividade.
– Diferente do TOC, aqui não há compulsões nem obsessões verdadeiras. O TPOC é egossintônico (o paciente acha que está certo).
– Podem negligenciar relações afetivas por priorizar trabalho ou padrões irreais.

– Isolamento vem da incapacidade de delegar, baixa tolerância à imperfeição e frustração com os outros.

Dicas de prova sobre o Grupo C:

– Esquiva quer se relacionar, mas evita por insegurança (≠ esquizoide que não quer).
– Dependente tem pânico de autonomia, se anula pra não ser abandonado.
– Obsessivo-compulsivo de personalidade: perfeccionismo que prejudica eficiência e relações sociais, com rigidez emocional.

Se quiser, posso agora montar uma revisão geral dos três grupos com foco em diferenciações e dicas pra decorar. Ou então seguimos pro próximo tema dos teus slides — só mandar!

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Q

Diagnóstico Estrutural — Borderline

A

Excelente, Caio — esse slide entra num nível mais profundo e estrutural do diagnóstico de transtorno de personalidade borderline, indo além do DSM-5 e mergulhando no olhar psicanalítico/psicodinâmico, principalmente baseado em Kernberg. Vamos explicar cada item do slide, um por um, com exemplos clínicos e didáticos:

Diagnóstico Estrutural — Borderline

Esse diagnóstico busca avaliar como o sujeito funciona internamente, em termos de estrutura de ego, mecanismos de defesa e percepção da realidade. No borderline, a estrutura psíquica é dita “limítrofe” (borderline) entre neurose e psicose.

Onipotência

– O paciente pode expressar fantasias inconscientes de controle absoluto ou invulnerabilidade.
– Ex: acredita que pode lidar com tudo sozinho, que nada vai dar errado, mesmo que a realidade diga o contrário.
– Serve como defesa contra sentimento de impotência ou abandono.

Teste de realidade frágil → psicose

– Embora o borderline não esteja psicótico, em momentos de crise emocional intensa, pode haver perda parcial e transitória do julgamento da realidade.
– Ex: acreditar por instantes que está sendo perseguido, ou que é odiado por todos, sem base real.
– Isso é chamado de “psicose transitória” — uma característica limítrofe entre neurose e psicose.

Egossintônicos → acha que tem razão

– Os sintomas e comportamentos são vivenciados como normais, justificados, coerentes com quem ele é.
– Por isso, o paciente não percebe que está distorcendo ou agindo de forma desadaptada.
– Ex: “Fiquei furiosa e mandei 20 mensagens porque ele me ignorou. Qualquer um faria isso.”

Não reconhece origem interna do problema

– Tende a projetar a causa dos seus sofrimentos nos outros (culpa o ambiente, as pessoas, a vida).
– Tem grande dificuldade de introspecção real ou responsabilização emocional.
– Ex: “Se eu sou instável, é culpa dos outros que me tratam mal.”

Naiva (defesa), negação

– Usa defesas primitivas e imaturas:
• Negação: “Não estou brava”, enquanto grita e destrói coisas.
• Idealização/Desvalorização: o outro é visto como perfeito ou desprezível, sem meio-termo.

Idealização / Desvalorização do outro

– Variação rápida e intensa entre:
• Idealização: “Ele é o melhor médico do mundo, me entende perfeitamente.”
• Desvalorização: “Esse médico é horrível, frio, não tá nem aí pra mim.”

– Isso é reflexo da incapacidade de integrar aspectos positivos e negativos numa mesma pessoa (divisão).

Processos de 1º ordem de pensamento → “não vai pra academia”

– Refere-se a pensamento mais concreto, impulsivo, imediato, sem lógica elaborada.
– Exemplo do slide (“paga a academia e acha que isso adianta”) mostra a dissociação entre intenção e ação — o agir não é guiado por plano consistente.

– Há baixa tolerância à frustração e pouca capacidade de planejar com constância.

Psicose transitória → “paga, acha que adianta”

– Aqui reforça que o borderline pode agir de forma desconectada da realidade emocional e comportamental, como se um gesto simbólico resolvesse um conflito mais profundo.
– Ex: pagar terapia e não ir; comprar caderno e não estudar — ações que parecem resolver, mas que na verdade mascaram o vazio ou a instabilidade interna.

Identificação projetiva → “vê o que é teu no outro”

– Mecanismo central no borderline:
• O paciente projeta em alguém sentimentos ou partes internas que não tolera em si, e faz o outro se sentir ou agir daquele jeito.
• Ex: se sente abandonado → age de forma acusatória → o outro se afasta → confirma o abandono.

– Isso cria dinâmicas intensas e desgastantes nas relações.

Resumo prático pra prova e clínica:

– Transtorno borderline tem estrutura limítrofe, com:
• Defesas primitivas (negação, projeção, idealização/desvalorização)
• Pensamento concreto e impulsivo
• Identidade instável
• Percepção de realidade preservada, mas frágil sob estresse
• Vínculos intensos, caóticos e instáveis

– Abordagem exige:
• Estabelecimento de limites firmes e claros
• Validação emocional sem reforçar disfunções
• Psicoterapia especializada (TCC, DBT, psicodinâmica estruturante)

Manda o próximo quando quiser, que seguimos nesse mesmo ritmo — profundidade, clareza e foco total na tua prova!

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6
Q

Manejo do Comportamento Suicida

A

Perfeito, Caio. Esse slide aborda o manejo clínico e diagnóstico do comportamento suicida, com ênfase no paciente borderline, mas também dá insights sobre como avaliar e diferenciar tipos de risco e estruturas psíquicas por trás das falas e atitudes suicidas. Vamos fazer uma leitura linha a linha, com aprofundamento prático e dicas de prova.

Manejo do Comportamento Suicida

Internação / Grupo / Psicoterapia de crise / Psicoterapia

– Internação psiquiátrica é indicada quando há:
• Risco iminente de suicídio
• Plano estruturado
• Acesso a meios letais
• Ausência de rede de apoio
• Impossibilidade de adesão ambulatorial

– Grupos terapêuticos e psicoterapia de crise são estratégias de médio prazo, especialmente úteis quando o paciente tem relação ambivalente com a morte, como nos quadros borderline.

– Psicoterapia contínua (ex: DBT, TCC, psicodinâmica) é essencial para evitar recaídas, melhorar adesão e trabalhar o padrão relacional disfuncional que costuma levar às crises.

Tipo de Comportamento

– Impulsividade: muitas tentativas de suicídio em borderlines têm esse componente. O paciente pode agir sem planejamento, movido por emoção intensa e imediata.
– Forma e hábitos de vida: pacientes cronicamente negligentes consigo mesmos (isolamento, automutilação, risco constante) também merecem atenção, mesmo sem planos explícitos.

– Tentativas vs. Ameaças:
• Tentativas reais: ações concretas, com planejamento ou meios letais.
• Ameaças: ainda que pareçam manipulativas, não devem ser desconsideradas — em borderline, a ameaça pode virar ato em segundos.

Nos pacientes borderline

Tipo de paciente: esquizoide, neurótico

– Essa classificação aqui tá indicando o nível de organização psíquica:
• Esquizoide: retraído, com risco mais silencioso e potencialmente mais letal (não compartilha intenção).
• Neurótico: mais estruturado, com sofrimento psíquico mais “elaborado”, menos impulsivo.
• No borderline, o perfil pode oscilar entre ambos — mas com acentuada impulsividade e reatividade interpessoal.

Ansiedade de separação

– É um dos gatilhos centrais do comportamento suicida no borderline.
– A simples ameaça de abandono ou rejeição (real ou imaginária) pode desencadear crises intensas e tentativas de autoextermínio.
– Por isso, é comum a frase: “se me deixar, eu me mato”.

Avaliação do risco – perguntas importantes para investigar:

“Nega conscientemente?”

– Se o paciente nega risco de suicídio de forma convicta e lógica, com argumentos coerentes, pode ter menor risco imediato.
– Mas atenção: em estruturas borderline ou psicóticas, pode haver negação como defesa inconsciente, e o risco permanece.

“Se preocupa com outros?”

– Avaliar empatia e vínculo social.
– Quem ainda pensa em como os outros seriam afetados costuma ter algum grau de proteção interna contra o ato.

“Vê origem interna de problema?”

– Indica nível de insight e capacidade de responsabilização.
– Se o paciente reconhece que está sofrendo por fatores internos, tende a responder melhor à psicoterapia.

“Cuidado: o suicida pede ajuda e diz que não tem ‘nada’”

– Clássico em borderline ou pacientes com sofrimento difuso:
• Procuram ajuda, mas dizem que “está tudo bem”.
• Sentem vazio, angústia e dor psíquica, mas não conseguem verbalizar o que sentem.
• Atenção total a essa apresentação “neutra” ou “minimizadora” — o risco ainda pode estar presente.

“Responde bem ao tratamento → não é THB II”

– THB II (transtorno bipolar tipo II) tende a apresentar:
• humor deprimido crônico, com menor reatividade emocional.
• resposta parcial ou lenta ao tratamento, e risco de suicídio mais ligado à fase depressiva persistente.

– Já no borderline, a resposta ao tratamento costuma ser mais rápida, especialmente se o vínculo terapêutico for bem conduzido.

Dicas de prova sobre risco suicida:

– Borderline = risco impulsivo, relacional, intenso e reativo.
– THB II = risco mais silencioso, anedônico, crônico, menos impulsivo.
– Toda ameaça suicida deve ser levada a sério, mesmo que pareça manipulação.
– A repetição de tentativas não reduz o risco — pode indicar cronicidade do sofrimento, e não “teatro”.

Se quiser, posso seguir com avaliação diagnóstica de transtornos de humor, mais sobre DBT, ou o próximo tema dos teus slides. Tô contigo!

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7
Q

Extra

A

Excelente parada estratégica, Caio. Te respondendo com total precisão: a gente cobriu praticamente tudo que importa pra tua prova sobre Transtornos de Personalidade, tanto em profundidade clínica quanto nos detalhes que costumam aparecer nas avaliações. Mas como tu sempre quer o material mais redondo e completo possível, aqui vão os últimos pontos importantes que ainda podem ser úteis pra revisão ou questão inesperada:

  1. Transtorno de Personalidade Mista ou Traços de TP

– O DSM-5-TR reconhece que muitos pacientes têm traços de mais de um TP, sem preencher todos os critérios de um só.
– O termo “TP não especificado” ou “TP mista” é usado para essas apresentações híbridas.
– Muito comum na prática: ex. borderline com traços histriônicos, ou obsessivo com traços paranoides.

  1. Diferenciação com Transtornos do Eixo I

– Importante saber quando o que tu tá vendo é:
• Um transtorno de personalidade crônico, egossintônico, com início precoce
• Ou um transtorno episódico (depressão, bipolar, psicose), egodistônico, com início mais abrupto
– A distinção muitas vezes está na linha do tempo e no sofrimento subjetivo percebido pelo paciente.

  1. Comorbidades importantes e manejo conjunto

– Transtornos de personalidade são altamente comórbidos com:
• Transtornos de humor (depressão, THB)
• Transtornos ansiosos
• Uso de substâncias
• TEPT e trauma complexo
– Em provas, às vezes cobram a sequência de tratamento:
• Ex: primeiro estabiliza o humor/psicose, depois trabalha a personalidade.

  1. Tratamento dos Transtornos de Personalidade (visão geral objetiva)

– Psicoterapia é o tratamento de escolha (nenhum TP tem “cura” medicamentosa)
• Borderline: Terapia Dialética-Comportamental (DBT)
• Obsessivo: TCC
• Paranoide, esquizoide, esquizotípico: psicoterapia de apoio, foco em vínculo
– Farmacoterapia pode ser usada para tratar sintomas comórbidos, como:
• Impulsividade (ISRS, estabilizadores)
• Ansiedade (ISRS, ansiolíticos com cuidado)
• Sintomas psicóticos transitórios (antipsicóticos atípicos, em doses baixas)

  1. Critérios gerais do DSM-5 para diagnóstico de Transtorno de Personalidade

(isso aqui pode cair como alternativa de questão direta)

Para ser considerado TP, o padrão de comportamento deve ser:
• Duradouro e inflexível
• Invasivo (afetando cognição, afeto, funcionamento interpessoal e controle de impulsos)
• Evidente desde o início da vida adulta
• Estável ao longo do tempo
• Causar sofrimento clínico ou prejuízo funcional
• Não explicado por outra condição médica, transtorno mental ou substância

  1. Mnemônicos úteis que caem em flashcards ou provas tipo ligas e residência:

– Grupo A (Excêntricos): “Pensam estranho”
– Grupo B (Dramáticos): “Sentem demais”
– Grupo C (Ansiosos): “Temem demais”

Se tu quiser, posso montar uma revisão em bullet points só com diferenciais entre os TPs mais parecidos (esquizoide vs esquiva, borderline vs histriônico, obsessivo-compulsivo vs TOC etc.) — ou a gente já segue com o próximo tema. Toca ficha!

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