Puerpério Normal Flashcards

(58 cards)

1
Q

O que é o puerpério e qual sua duração?

A

Período que se inicia logo após o parto (vaginal ou cesariana) e se estende por seis semanas, durante o qual os órgãos reprodutivos retornam ao estado pré-gravídico.

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2
Q

Como o útero se modifica imediatamente após o parto?

A

Diminui de 1.000 g para 500 g ao final da primeira semana. Encontra-se globoso e de consistência lenhosa, localizado entre a sínfise púbica e a cicatriz umbilical.

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3
Q

Qual a evolução do tamanho e peso do útero nas primeiras semanas de puerpério?

A

2 dias: diminui a consistência, fundo uterino palpado na cicatriz umbilical.
3-4 dias: redução acentua-se.
2 semanas: fundo uterino palpado na cavidade pélvica, pesa 200 g.
30 dias: pesa cerca de 100 g.

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4
Q

Como a cérvice uterina se modifica no puerpério?

A

Em 12 horas perde o aspecto dilatado e pregueado. Dois dias após, permite a passagem de um dedo ao toque. Em uma semana, o colo já está fechado. O orifício externo, antes circular, torna-se uma fenda transversal.

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5
Q

Defina lóquios.

A

Eliminação do conteúdo uterino que ocorre após o parto, constituídos pela decídua externa remanescente necrosada.

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6
Q

Quais são os tipos de lóquios e suas características?

A

Lochia rubra: Sangue vivo, primeiros dias pós-parto.
Lochia serosa: Eliminação descorada, 3 a 4 dias pós-parto.
Lochia alba: Eliminação esbranquiçada, em torno do 10º dia pós-parto.

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7
Q

O que lóquios abundantes ou fétidos, associados à subinvolução, podem sinalizar?

A

Retenção de restos placentários ou infecção pélvica.

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8
Q

Quais as modificações da vagina e vulva no puerpério imediato?

A

Involuem com rápida cicatrização de pequenas lacerações (em 4-5 dias). A mucosa vulvovaginal perde camadas externas, permanecendo atrofiada e avermelhada até o retorno dos níveis estrogênicos. Surgem as carúnculas mirtiformes nas pregas himenais remanescentes.

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9
Q

Como o sistema cardiovascular se comporta no puerpério imediato e sua evolução?

A

Débito cardíaco e volume plasmático aumentados em cerca de 10% devido à descompressão aortocava. Aumento significativo da resistência vascular periférica pela eliminação da circulação placentária. Retorna ao estado pré-gravídico em duas semanas.

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10
Q

O que ocorre com a pressão venosa nos membros inferiores e as varizes no puerpério?

A

A pressão venosa aumentada nos membros inferiores retorna ao normal com a involução uterina, melhorando varizes vulvares, varizes e edemas em membros e hemorroidas.

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11
Q

Quais os sintomas urinários comuns no puerpério e suas possíveis causas?

A

Superdistensão e sensação de esvaziamento vesical incompleto com resíduo. Associado a aumento da capacidade vesical com menor sensibilidade à pressão intravesical. Causas: anestesia condutiva, opioides, traumas vesicais, uso de sonda, dilatação de ureteres com refluxo (favorecendo infecções).

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12
Q

Quando geralmente retorna a ovulação em pacientes que não amamentam?

A

Em torno de 6 a 8 semanas.

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13
Q

Os primeiros ciclos menstruais pós-parto são geralmente ovulatórios ou anovulatórios? Qual a implicação disso para a anticoncepção?

A

Geralmente anovulatórios, mas a ovulação pode ser o primeiro fenômeno de retorno à fertilidade. Não se deve esperar o início da menstruação para iniciar a anticoncepção.

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14
Q

Por que a ovulação é menos frequente em pacientes que amamentam, mas ainda pode ocorrer?

A

A amamentação inibe a ovulação devido à prolactina, mas ela ainda pode ocorrer e resultar em gestação

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15
Q

Qual é o “quarto período do parto” e por que ele é importante?

A

A primeira hora pós-parto, também chamada de período de recuperação. É um importante período de vigilância devido ao risco de complicações, como hemorragias.
Cartão 16

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16
Q

Quais são os sinais vitais que devem ser observados na primeira hora pós-parto e com que frequência?

A

Sinais vitais a cada 15 minutos.

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17
Q

Qual a conduta para calafrios pós-parto?

A

Aquecer e observar. Geralmente autolimitado e sem repercussão clínica.

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18
Q

Como prevenir hemorragia pós-parto na primeira hora?

A

Observar sangramento vaginal e realizar palpação uterina. O útero deve estar com bom tônus (globo de segurança de Pinard) e, se não contraído, deve ser massageado.

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19
Q

O que fazer em caso de sangramento vaginal aumentado?

A

Realizar revisão do canal de parto e, se necessário, procedimentos para cessar o sangramento, como uso de medicações, curagem ou curetagem uterina.

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20
Q

Qual a frequência mínima de controle de sinais vitais no alojamento conjunto para puérperas sem comorbidades?

A

No mínimo duas vezes ao dia.

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21
Q

O que uma elevação de temperatura no puerpério pode indicar?

A

Início de infecção ou ingurgitamento mamário.

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22
Q

O que a palpação uterina rotineira busca identificar no alojamento conjunto?

A

Sinais de subinvolução, redução da consistência e mobilidade, e aumento de dor, que podem sugerir endometrite, especialmente se associada à febre

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23
Q

Como os lóquios devem ser examinados rotineiramente no alojamento conjunto e o que lóquios fétidos de cor achocolatada com febre indicam?

A

Devem ser examinados quanto à quantidade, cor e alterações do cheiro. Lóquios fétidos de cor achocolatada associados à febre indicam provável quadro de infecção puerperal.

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24
Q

Quando as cólicas puerperais são mais intensas e como podem ser tratadas?

A

Mais intensas durante a amamentação e podem ser medicadas se causarem muita dor.

24
Por que é importante examinar os membros inferiores diariamente no puerpério?
Para detectar edema ou dores, principalmente unilaterais, que sugerem comprometimento venoso como flebotromboses ou tromboflebites.
25
Qual a importância da deambulação precoce no puerpério?
Favorece a função vesical, o bom funcionamento intestinal, e reduz o risco de trombose venosa profunda e embolia pulmonar.
26
Quais pacientes estão em risco para eventos trombóticos no puerpério e que medida preventiva pode ser usada?
Pacientes acima de 35 anos, com síndrome antifosfolipídeo, parto operatório, multiparidade, obesidade importante, com válvulas cardíacas mecânicas e história prévia de trombose. Pode-se usar heparina.
26
Qual a analgesia recomendada para episiorrafia e outros cuidados locais?
Acetaminofeno 500 mg e/ou dipirona 600 mg, e codeína se necessário. Gelo no local nas primeiras horas para dor e edema. Higienização com água corrente e sabonete após eliminações.
27
Qual a incidência de infecção em episiorrafia e quais os patógenos mais frequentes?
Rara (0,1%), aumentando para 1-2% após lacerações de 3º e 4º graus. Patógenos: Streptococcus, Staphylococcus, Enterococcus, bacilos gram-negativos e anaeróbios.
27
O que se deve afastar ao examinar as episiorrafias?
Hematomas, infecções e deiscências.
28
Qual a conduta para infecção superficial de episiotomia?
Analgesia e observação da evolução.
29
Qual a conduta para fascite necrosante e mionecrose em episiotomia?
Fascite necrosante: Amplo desbridamento cirúrgico + antibioticoterapia de amplo espectro. Mionecrose: Amplo desbridamento cirúrgico + penicilina.
29
Qual a conduta para infecção de fáscia superficial em episiotomia e quando a exploração cirúrgica é indicada?
Antibiótico de amplo espectro (ampicilina + aminoglicosídeo + clindamicina) com cicatrização por segunda intenção. Exploração cirúrgica indicada se: eritema e edema que se estendem além da incisão com flutuação e/ou necrose; não melhora clínica após 24-48 horas de antibioticoterapia; ou paciente com manifestação sistêmica.
29
Quais sinais devem ser buscados no exame diário da ferida operatória após cesariana e qual a conduta em caso de seroma, hematoma ou infecção?
Sinais de seroma, hematoma e infecção. Em caso positivo, abertura dos pontos e drenagem da secreção (serosa ou purulenta), com observação rigorosa da área de eritema ou necrose. Curativos diários com soro fisiológico e gaze. Antibioticoterapia se houver celulite ou sinais de infecção.
29
Qual a incidência de infecção em ferida operatória após cesariana e como a profilaxia antimicrobiana afeta essa taxa?
3 a 15%. Diminui para menos de 2% com profilaxia antimicrobiana.
29
Quais pacientes têm maior risco de infecção em ferida operatória?
Obesas, diabéticas, imunossuprimidas, em uso de corticoterapia, anêmicas ou com alteração de hemostasia.
29
Quando e quem deve receber imunoglobulina anti-D no puerpério?
Paciente Rh-negativo, não sensibilizada (Coombs indireto negativo), cujo recém-nascido for Rh-positivo. Deve receber imunoglobulina anti-D na dose de 300 µg por via intramuscular em até 72 horas após o nascimento.
30
Qual o tratamento para cefaleia pós-punção de dura-máter?
Repouso no leito, hidratação e analgesia com cafeína. Em casos graves, injeção de sangue da própria paciente no espaço peridural (blood patch).
30
Descreva a cefaleia pós-punção de dura-máter.
Cefaleia frontal com irradiação occipital, piora na postura ortostática. Pode ser acompanhada de tonturas, náuseas, vômitos, distúrbios visuais, dor interescapular, rigidez de nuca e sintomas auditivos.
30
Em quais situações pode ser necessária a supressão da amamentação?
Natimorto, doença grave materna, mãe HIV-positivo, necessidade de medicação contraindicada para o recém-nascido, ou mães de bebês adotivos que não desejam amamentar.
31
Quais as recomendações para a supressão da amamentação?
Enfaixamento firme do tórax e mamas com atadura elástica por vários dias (sem causar dificuldades respiratórias) para evitar estímulo dos mamilos. Em caso de ingurgitamento e dor, evitar o esvaziamento das mamas, optando por analgesia adequada, compressas frias e restrição hídrica.
32
Qual a incidência da depressão pós-parto e sua causa geral?
Ocorre em 10 a 20% das mulheres. Geralmente autolimitada, ocorre por problemas na adaptação da mãe ao nascimento do bebê.
33
Quais são os fatores de risco para depressão pós-parto?
História de depressão em gestações ou puerpérios anteriores, gestação indesejada, eventos traumáticos na gestação e parto, baixo suporte social, baixo nível socioeconômico, adolescência, história de síndrome pré-menstrual com sintomas depressivos ou transtornos de humor/mentais prévios, tabagismo ou drogas ilícitas, hiperêmese gravídica.
34
Qual o tratamento para depressão pós-parto, incluindo casos graves?
Aconselhamento com terapeutas treinados, grupos de ajuda e/ou medicações antidepressivas seguras para o período da amamentação. Em casos graves com sintomas psicóticos, há risco para o recém-nascido e a paciente.
34
Qual anticoncepcional oral é uma boa escolha para pacientes que amamentam e por quê?
Minipílula (somente com progestágenos). Alta eficácia (quase 100% associada à amamentação) e sem risco de alterar a produção de leite. Pode ser iniciada no dia da alta ou 4 semanas após o parto.
35
Qual a desvantagem da minipílula se a frequência das mamadas diminui?
Sua eficácia é diminuída.
36
Qual a vantagem e desvantagem do preservativo como método contraceptivo no puerpério?
Vantagem: Eficaz, disponível, previne DSTs (indicado para soropositivas para HIV), evita contato de sêmen de pH elevado com mucosa vaginal atrofiada. Desvantagem: Taxa de falha de 3 a 15%.
37
Quando o DIU (T de cobre ou medicado) é geralmente inserido no puerpério e qual a taxa de expulsão em inserções imediatas após parto vaginal e cesariana (baseado em estudo do HCPA)?
Geralmente inserido 8 a 12 semanas após o nascimento, com a involução uterina. Estudo do HCPA: maior taxa de expulsão após parto vaginal (desencorajando seu uso imediato), e 0% de taxa de expulsão após cesariana (confirmando essa possibilidade).
38
Quando a ligadura tubária pode ser realizada no puerpério, de acordo com a legislação brasileira (Lei nº 9.263/1996)?
Não é permitido que a esterilização cirúrgica seja feita no período de parto ou aborto, exceto em casos de comprovada necessidade. O encaminhamento para realização ambulatorial pode ser dado.
39
Qual a analgesia recomendada para pacientes com episiorrafia e para partos mais laboriosos ou cesariana?
Episiorrafia: Acetaminofeno. Partos laboriosos/cesariana: Acetaminofeno em conjunto com anti-inflamatório não esteroide ou codeína (menor dose, período curto).
40
Qual o momento ideal para o retorno às relações sexuais no puerpério?
Não há momento definido. Recomenda-se após duas semanas de puerpério normal, com adequada cicatrização e desejo da paciente.
41
Quais fatores podem levar à diminuição do desejo sexual no puerpério?
Ajustes hormonais, mudanças dos papéis sociais, satisfação marital, humor, fadiga, necessidades físicas associadas ao nascimento e amamentação, e readaptação ao trabalho.
42
Por que é importante a prescrição de lubrificantes vaginais no retorno às relações sexuais no puerpério?
Para amenizar o desconforto e evitar a dor, já que a mucosa vaginal pode estar atrofiada.
42
Por que toda puérpera deve ser orientada a evitar automedicação?
Algumas drogas têm passagem pelo leite materno e podem causar alterações importantes nos bebês.
42
Quais drogas devem ser evitadas na amamentação devido a potenciais riscos para o recém-nascido?
Aminoglicosídeos, Nitrofurantoína, Cloranfenicol, Sulfonamidas, Anti-histamínicos, Antineoplásicos, Metimazol, Quinidina, Cimetidina, Ergotamina, Bromocriptina, Anticoncepcionais orais (podem reduzir leite), Laxativos (podem causar diarreia no RN), Tabaco, Sedativos, Cafeína, Cannabis.
43
Qual o comentário sobre o uso de Álcool na amamentação?
Sem prejuízo se ingerido em baixas doses. Pode estar associado à redução do crescimento e sedação.
44
Qual o comentário sobre o uso de Tetraciclina na amamentação?
Geralmente segura; os níveis excretados no leite materno são insuficientes para causarem alteração de coloração dos dentes.
45
Qual o comentário sobre o uso de Metronidazol na amamentação?
A amamentação pode ser reiniciada 48 horas após a última dose.