Aula 5 Flashcards

(26 cards)

1
Q

O que é a novatio legis in mellius?

A
  • É a nova lei que, de qualquer modo, favorece o agente.
  • O crime continua existindo, mas a situação do agente é, de qualquer modo, melhorada.

CP, art. 2º, parágrafo único: “A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado.”

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
2
Q

Em caso de dúvidas, quem deve decidir qual é a lei mais favorável?

A

Posicionamento majoritário: o juiz, que tem jurisdição.

Posicionamento minoritário: réu deve ser ouvido para manifestar qual lei entende ser mais favorável.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
3
Q

É possível aplicar a lei penal benéfica durante a vacatio legis?

A

Não.

Se a lei não está em vigor, ela não está apta a produzir efeitos.

Tem-se o exemplo do CP de 1969, que ficou 8 anos em vacatio e foi revogado antes de entrar em vigor. Ele nunca produziu quaisquer efeitos.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
4
Q

A retroatividade benéfica depende de cláusula expressa? Ela pode ser aplicada de ofício?

A

Não depende de cláusula expressa, a retroatividade é automática.

A nova lei não precisa se declarar mais benéfica.

O juiz deve aplicá-la de ofício.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
5
Q

O trânsito em julgado da condenação impede a retroatividade benéfica?

A

Não.

Nesse caso, caberá ao juízo da execução a aplicação da lei penal benéfica.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
6
Q

Aponte quem deverá aplicar a lei penal benéfica nos quatro casos abaixo:

1) lei penal benéfica que entra em vigor durante o inquérito policial

2) lei penal benéfica que entra em vigor durante a tramitação da ação penal em primeira instância

3) lei penal benéfica que entra em vigor durante a tramitação da ação penal em tribunal

4) lei penal benéfica que entra em vigor após o trânsito em julgado da sentença condenatória

A

1) lei penal benéfica que entra em vigor durante o inquérito policial - JUIZ DAS GARANTIAS

2) lei penal benéfica que entra em vigor durante a tramitação da ação penal em primeira instância - JUIZ DA INSTRUÇÃO E JULGAMENTO

3) lei penal benéfica que entra em vigor durante a tramitação da ação penal em tribunal - O RESPECTIVO TRIBUNAL

4) lei penal benéfica que entra em vigor após o trânsito em julgado da sentença condenatória - O JUÍZO DA EXECUÇÃO PENAL

Súmula 611/STF - Transitada em julgado a sentença condenatória, compete ao juízo das execuções a aplicação de lei mais benigna.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
7
Q

O que é a novatio legis incriminadora (neocriminalização)?

A

Nova lei que cria um crime até então inexistente.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
8
Q

O que é a novatio legis in pejus (ou lex gravior)?

A

A novatio legis in pejus (ou lex gravior) é a nova lei que, de qualquer modo, prejudica situação do réu.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
9
Q

Há alguma situação em que a novatio legis incriminadora e/ou a lex gravior retroagem?

A

Não.

Incide o princípio da anterioridade penal.

A lei penal só retroage em benefício do agente/réu.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
10
Q

O que é a lei penal intermediária?

Ela pode ser aplicada em benefício do réu?

A

Suponha a existência, em momentos distintos, de três leis:

  • LEI A (a mais prejudicial ao réu entre as 3 leis) - vigente à época da conduta criminosa
  • LEI B (mais benéfica ao réu) - entra em vigor após a consumação do crime e antes da sentença condenatória
  • LEI C (mais prejudicial ao réu do que a LEI B) - vigente à época da prolação da sentença

A LEI B seria a lei intermediária.

Segundo o STF, se a lei intermediária for a mais benéfica ao réu, ela deverá ser aplicada.

STF - RE 418.876 - “Dada a garantia constitucional de retroatividade da lei penal mais benéfica ao réu, é consensual na doutrina que prevalece a norma mais favorável, que tenha tido vigência entre a data do fato e a da sentença: o contrário implicaria retroação da lei nova, mais severa, de modo a afastar a incidência da lei intermediária, cuja prevalência, sobre a do tempo do fato, o princípio da retroatividade in melius já determinara.”

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
11
Q

O que é a lex tertia? Ela é autorizada em nosso ordenamento?

A

A lex tertia é a combinação de leis penais pelo aplicador do direito.

Segundo o posicionamento do STF e do STJ, ela não é autorizada em nosso ordenamento.

O juiz não pode pegar as partes mais favoráveis ao réu de uma LEI X e outras partes mais favoráveis ao réu de uma LEI Y.

As leis devem ser aplicadas em sua integralidade.

Prevalecerá a lei cuja aplicação integral resulte em cenário mais benéfico ao réu/agente.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
12
Q

Explique no que consistem as seguintes teorias:

1) Teoria da ponderação unitária/global

2) Teoria da ponderação diferenciada

A

1) Teoria da ponderação unitária/global

Teoria adotada pelo nosso ordenamento, segundo o STF (RE nº 600.817).

Afirma que não pode haver a combinação de leis penais pelo juiz, sob pena de usurpação da função do legislador.

O juiz deve aplicar a lei (vigente à época da conduta criminosa ou posterior a ela) que for mais benéfica ao agente considerando-se a aplicação integral do diploma/dispositivo.

2) Teoria da ponderação diferenciada

Teoria não adotada por nosso ordenamento.

Afirma que a combinação de leis penais seria possível.

O argumento se sustenta na premissa de que a combinação não representaria usurpação, pelo Judiciário, de função do Legislativo, porque o juiz estaria transitando dentro dos limites impostos pelo legislador em cada diploma.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
13
Q

A antiga lei de drogas (Lei 6.368/76) previa pena de 2 a 15 anos (e multa) ao crime de tráfico.

A nova lei de drogas prevê pena de 5 a 15 anos (e multa). Porém, a nova lei traz a figura do tráfico privilegiado, que favorece o réu na dosimetria.

Qual lei deve ser aplicada a uma conduta praticada sob a égide da lei antiga?

A

O juiz deve fazer a dosimetria à luz de cada uma das leis separadamente.

Será aplicada a menor pena concretamente calculada, considerando-se cada lei separadamente.

Súmula 501 do STJ: “É cabível a aplicação retroativa da Lei n. 11.343/2006, desde que o resultado da incidência das suas disposições, na íntegra, seja mais favorável ao réu do que o advindo da aplicação da Lei n. 6.368/1976, sendo vedada a combinação de leis.”

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
14
Q

O Código Penal proíbe expressamente a combinação de leis penais?

A

Não, o CP é silente.

O Código Penal Militar traz proibição expressa:

Art. 2º, § 2º, do CPM: “Para se reconhecer qual a mais favorável, a lei posterior e a anterior devem ser consideradas separadamente, cada qual no conjunto de suas normas aplicáveis ao fato”.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
15
Q

Traga os conceitos de lei temporária e lei excepcional.

A
  • LEI TEMPORÁRIA: Tem prazo de vigência expressamente definido pelo legislador.
  • LEI EXCEPCIONAL: Não tem um prazo de vigência expressamente definido, mas é expresso que ela vigorará durante uma situação excepcional (como uma pandemia ou uma guerra), e deixará de estar em vigor quando cessar tal situação excepcional.
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
16
Q

Quais são as três características comuns à lei temporária e à lei excepcional?

A
  • NÃO SÃO DURADOURAS
  • SÃO AUTORREVOGÁVEIS
  • SÃO DOTADAS DE ULTRATIVIDADE
17
Q

Qual a implicação da ultratividade da lei temporária e da lei excepcional ao agente?

A

Se a conduta criminosa foi praticada durante a sua vigência, haverá persecução criminal, mesmo depois de sua autorrevogação.

18
Q

O crime de tráfico de drogas é uma lei penal em branco, que depende da lista de drogas constantes da portaria da ANVISA.

Suponha que haja a consumação do crime de tráfico de uma droga X (constante da portaria da ANVISA quando da conduta).

Se, após a consumação, a droga X sair da Portaria da ANVISA e deixar de ser considerada droga, o agente deverá ser condenado?

A

Não.

A Portaria da ANVISA não tem caráter temporário nem excepcional.

Portanto, a exclusão de uma droga de sua lista equivaleria a uma “abolitio criminis” para aquela droga específica.

19
Q

Na década de 1980, houve um período de inflação descontrolada, em que a então existente Superintendência Nacional de Abastecimento (Sunab) divulgava tabelas com preços máximos de mercadorias.

Um pão francês não poderia ser vendido por preço acima da tabela. Se o fosse, haveria crime contra a economia popular.

Essa tabela da Sunab estava vinculada a uma situação excepcional de inflação galopante e eventualmente deixou de ser editada.

Caso haja a venda de determinada mercadoria acima do valor da tabela da SUNAB, mas a persecução penal só se inicie após a cessação da situação excepcional de inflação galopante, o agente deverá ser condenado por crime contra a economia popular?

A

Nesse caso, o complemento da lei penal em branco é ato administrativo vinculado a uma situação excepcional.

Por isso, a doutrina entende que haveria a sua ultratividade.

O raciocínio seria semelhante ao que ocorre com a lei temporária e com a lei excepcional, que são dotadas de ultratividade.

Portanto, o agente deverá ser condenado.

20
Q

O que é conflito aparente de normas?

A

Conflito aparente de normas é o instituto que se verifica quando, a um único fato praticado pelo agente, duas ou mais normas penais se revelam como aparentemente aplicáveis.

21
Q

Quais são os três requisitos para que haja a caracterização de um conflito aparente de normas?

A

1) UNIDADE DE FATO - O agente deve ter praticado um único fato/conduta/crime

2) Pluralidade de normas penais aparentemente aplicáveis

3) Vigência simultânea das normas aparentemente aplicáveis (do contrário, a questão seria de conflito de normas no tempo)

22
Q

Quais são os quatro princípios que devem ser utilizados para resolver o conflito aparente de normas?

Dica: CASE

A

1) ESPECIALIDADE

2) SUBSIDIARIEDADE

3) CONSUNÇÃO

4) ALTERNATIVIDADE (este não é totalmente aceito pela doutrina)

23
Q

No âmbito do conflito aparente de normas, no que consiste o princípio da especialidade?

A

A norma especial exclui a aplicação da norma geral.

A norma especial é aquela que reúne todas as características da norma geral, com a adição de características especiais.

24
Q

De um exemplo de norma geral e norma especial.

A
  • Homicídio - Norma geral - Matar alguém
  • Infanticídio - Norma especial - Mãe que mata o filho sob influência do estado puerperal
25
No âmbito do conflito aparente de normas, no que consiste o princípio da subsidiariedade?
Segundo este princípio, a norma primária exclui a aplicação da norma subsidiária. * Norma primária é aquela que prevê o crime mais grave. * Norma subsidiária, por sua vez, é aquela que prevê o crime menos grave. A norma subsidiária é um "soldado de reserva"
26
Dê um exemplo de norma subsidiária.
O furto é subsidiário em relação ao roubo.