Cesariana: indicações, técnicas. Flashcards

(9 cards)

1
Q

Conceito + Epidemiologia

A
  • Nascimento de um feto através de uma incisão na pele e no útero (histerectomia), e é uma das cirurgias abdominais mais realizadas no mundo em mulheres.
  • Salva vidas e previne sequelas neonatais, principalmente em partos distócicos.
  • 140 milhões de nascimentos acontecem por ano no mundo de acordo com a OMS, a maioria sem identificação de fatores de risco.
  • Quando realizadas por motivos médicos, as cesareanas reduzem a mortalidade e morbidade materna e neonatal.
  • Porém, não existem evidências de que as cesáreas sejam minimamente benéficas quando mulheres e bebês não enfrentam problemas importantes.
  • No Brasil, a ordem natural está invertida. Em 2016, o SUS realizou 2.400.00 partos, destes, 1.336.000 foram cesáreas. Segundo a OMS, o país detém a segunda maior taxa de cesáreas do planeta com 55%, perdendo apenas para a república dominicana, onde a taxa é de 56%
    • EUA: 32,8%
    • Europa: 25%
  • Sempre pesar riscos e benefícios. Explicar para a mãe que, se está tudo bem com a mãe e bevê
  • Paciente que tem 2 cesáreas prévias, não pode fazer parto vaginal.
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2
Q

Classificação de Robson

A
  • Classificação de Robson: avalia e compara as taxas de cesariana entre diferentes serviços ou populações ao longo do tempo. Objetiva e comparável, caracteriza a gestante em 10 categorias.
  • Taxa ideal OMS: entre 10% e 15% - 1985. Porém, devemos avaliar melhor a população, e taxas entre 20% e 30% podem ser aceitáveis, dependendo da população.
    • Taxa ideal de cesárea para uma população varia de acordo com cada população.
  • Pesquisa Nascer no Brasil aplicando o modelo de Robson: entre 25%-30%.
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3
Q

Indicações Médica Absoluta

A
  • Cicatriz uterina prévia corporal
  • Histerotomia: Corte no útero para retirar o bebê. Segmentar aciforme. (raro)
  • Situação fetal transversa
  • Herpes genital ativo
    • Devo dar aciclovir profilaticamente durante a gestação.
  • Prolapso de cordão umbilical
    • É uma urgência médica! EMPURRAR A APRESENTAÇÃO DO BEBÊ E FAZER CESÁREA DE URGÊNCIA.
  • Placenta prévia (obstrui o orifício cervical interno)
  • Morte materna com feto vivo
  • Falha imediata da ressuscitação na PCR materna.
  • Desproporção cefalopélvica
  • Vasa prévia
  • Ruptura uterina
  • Apresentação pélvica (eletiva)
  • Gemelar com o primeiro não cefálico.
    • Se cada um está na sua placenta, se o primeiro é cefálico, pode ganhar de parto normal.
  • Gemelarmonoamniótico D: uma bolsa só para ambos os bebês.
  • Acretismo placentário: quando a placenta invade o miométrio. Ele é um espectro (acreta, percreta e increta). Pacientes com cesárea prévia, principalmente mais de uma.
    • Ver nas ecografias durante o pré-natal onde é a inserção da placenta. Quando ela é anterior ao útero, acima da cicatriz da cesárea prévia → suspeitar de acretismo, pedir exame de imagem (ressonância).

Amniotomia: quando a gente mesmo rompe a bolsa (no partograma está com atraso e poucas contrações, mas não tanto a ponto de fazer uma cesárea). Nesse caso, o bebê deve estar bem encaixado. Jamais fazer em um bebê “boiando” (imagens B e C).

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4
Q

Indicação médica relativa

A
  • Macrossomia fetal
  • Descolamento prematuro de placenta
  • Gemelar com três ou mais fetos
  • Cardiotocografia - categoria III
  • Diástole zero ou reversa na artéria umbilical
  • Alteração no ducto venoso
  • Apresentação cefálica defletida
  • Vaginismo
  • Duas ou mais cesáreas prévias (cesárea hiperativa)
  • Situação fetal não tranquilizadora com falha nas medidas corretivas
  • HIV+ com CV desconhecida ou acima de 1000 c/ml
  • História de primo infecção herpética no terceiro trimestre
  • Psicopatia ou partofobia
  • Aloimunização
  • Fatores obstrutivos do canal do parto (ex: câncer de colo do útero, ou condilomatose)
  • Coactação da aorta e síndrome de Marfan
  • Iminência de rotura uterina
  • Acidentes graces de punção em amniocentese ou cordocentese
  • Rotura de períneo de quarto grau em parto anterior
  • Falha da indução de parto bem induzida
  • Má formação fetal (algumas)
  • Distócia de ombro grave em parto anterior → sai a cabeça do bebê, mas tranca o ombro. SEMPRE ESCREVER BEM MARCADO NA CARTEIRINHA.
    • Sinal da tartaruga (retração da cabeça fetal contra o períneo após a emergência do ombro anterior) → tracionar as pernas o máximo possível, pressionando a sínfise púbica, com manobras para girar o bebê para sair o ombro anterior, e depois o ombro posterior.
    • Posição de Running Start: la fica de 4 na cama.
      Sinal de Brandl-Frommel: iminência de rotura uterina. Emergência.
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5
Q

Anestesia

A

Avaliar condições clínicas.

  • Peridural
  • Raquianestesia → a que geralmente se usa para cesárea → injeção de anestésico (geralmente bupivacaína no espaço subaracnóideo (L3-L4 ou L4-L5).
  • Geral → raríssimos casos. Casos como < 50.000 plaquetas, etc.
  • Combinada
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6
Q

Técnica Cirúrgica

A

Técnica de Pfannestiel-kerr

  • Maylard
  • Joel-Cohen
  • Pfannenstiel

(necessário ver imagens)

  • Técnica de Misgav-Ladah
    • Dissecção romba → abertura transversa da linha mediana, corta a aponeurose.
    • Divulsão dos músculos retos abominais
    • Incisão transversa segmentar uterina 2cm até protusão das membranas, abre com os dedos.
    • Extração do ombro anterior, depois o posterior.
    • Realiza campleamento tardio, extração da placenta (tração do cordão) → movimentos circulantes até que o cordão se desgrude do útero (dequitação placentária)
    • Revisão da cavidade uterina (pinça anel com gaze) → abre a cavidade com Áres e vê se não ficou nenhum resto de placenta
  • Fechamento uterino
    • Em 2 camadas contínuas (histerorafia)
    • Fechamento da aponeurose (sutura contínua, camada única)
    • Fechamo do subcutâneo com pontos separados
    • Fechamento da pele com pontos intradérmicos
  • Situações especiais
    • Prematuridade extrema
      • Síndrome HELLP (Hemólise, Enzimas Hepáticas Elevadas e Plaquetopenia)é uma complicação grave da pré-eclâmpsia, caracterizada pela tríade de hemólise, enzimas hepáticas elevadas e baixa contagem de plaquetas.
        • Exemplo: gestante, 25 semanas, pré-eclâmpsia, com 90k plaquetas, TGO 340, TGP 400, Creatinina 1.02
    • Acretismo placentário
    • Casárea intra-parto com cabeça impactada → Tirar o bebê primeiro pelo bumbum
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7
Q

Profilaxia antimicrobiana de rotina

A
  • Cefazolina 2g EV - 60 minutos antes da cirurgia
  • Usar ocitocima após o nascimento
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8
Q

Medidas intraoperatórias e pós-operatórias

A
  • Trocar luvas para hiterorrafia nas cesáreas de urgência intraparto
  • Fechamento do subcutâneo quando espessura maior do que 2cm para minimizar risco de deiscência da sutura
  • Retirar SVD precocemente
  • Preferencialmente em jejum (menos em emergências, claro), nesse caso, tentar fazer raqui (minima risco de aspiração)
  • Liberar dieta 6-8 horas depois
  • PVT
  • íleo adminâmico
  • Cefaléia pós raqui
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9
Q

Complicações

A
  • Endometrite
  • Hemorragia puerperal
  • Lesão de órgãos adjacentes
  • Lesões fetais
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