Cirrose hepática e suas complicações Flashcards

(157 cards)

1
Q

Fisiopatologia da Fibrose hepática

A

Agressão crônica ao fígado ➡ modificação funcional da célula estrelada quiescente, que fica no espaço de Disse ➡ ativação de tais células ➡ iniciam a produção de fibrose ➡ perda das fenestras nos sinusoides hepáticos ➡ sem interação direta entre hepatócito e sangue proveniente do sinusoide ➡ retração do espaço de Disse ➡ aumento da pressão dentro do sinusoide ➡ pressão é transmitida para a veia porta retrogradamente

Traves de fibrose desfuncionantes (hepatócitos ficam cercados por fibrose) ➡ disfunção do hepatócito ➡ tentativa de regeneração hepática frustrada (nódulo de regeneração) ➡ falha na multiplicação ➡ risco de CHC

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2
Q

Manifestações da hipertensão porta (4)

A

Varizes
Ascite
Esplenomegalia
Circulação colateral

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3
Q

Manifestações da insuficiência hepática (4)

A

Icterícia (BD)
⬇ síntese de proteínas ➡ hipoalbuminemia, coagulopatia
Encefalopatia ➡ ⬇ eliminação de toxinas
⬇ regulação hormonal ➡ ⬆ estrogênio ➡ ginecomastia, telangiectasias, eritema palmar, atrofia testicular, disfunção erétil

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4
Q

Como estão as transaminases na cirrose hepática?

A

Normais ou discretamente elevadas ➡ não há mais hepatócitos viáveis para morrer e elevar as transaminases

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5
Q

Classificação de Child-Pugh avalia quais critérios? (5)

A
Bilirrubina
Encefalopatia
Albumina
TAP
Ascite
(BEATA)
5 a 15 pontos
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6
Q

Graus da classificação de Child-Pugh

A

Grau A: 5-6
Grau B: 6-9
Grau C: > 10

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7
Q

Classificação de MELD avalia quais critérios? (3)

A

Bilirrubina
INR
Creatinina
(BIC)

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8
Q

O transplante hepático é organizado pelo escore de Child-Pugh. V ou F?

A

Falso. É com o escore MELD

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9
Q

Causas da cirrose hepática

A

VIDA!

Vírus B/C
Infiltração gordurosa: álcool ou não-álcool
Depósito: cobre (Wilson) e ferro (hemocromatose)
Autoimune: colangite biliar primária, hepatite autoimune

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10
Q

Parâmetros laboratoriais que sugerem abuso de álcool constante (4)

A

⬆ GGT (persistente)
⬆ VCM
Pancitopenia
TGO > TGP

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11
Q

Limites seguros do consumo etílico

A

Homens: 21 U/sem
Mulheres: 14 U/sem
1 lata = 1.7 U

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12
Q

Questionário sobre abuso de ácool

A

CAGE

Cut-down
Annoyed
Guilty
Eye-opener

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13
Q

3 formas com que o álcool pode lesar o fígado

A

Esteatose alcoólica ➡ libação
Hepatite alcoólica ➡ libação no bebedor crônico
Cirrose alcoólica ➡ bebedor crônico

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14
Q

A esteatose alcoólica pode ocorrer por qualquer episódio de libação. V ou F?

A

Verdadeiro, mas após o cessar do consumo, é considerada reversível

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15
Q

Substância presente no álcool capaz de cursar com lesão hepática do tipo hepatite alcoólica

A

Acetaldeído

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16
Q

Características clínicas e laboratoriais da hepatite alcoólica (3 clínicos e 2 laboratoriais)

A

Febre
Icterícia
Hepatomegalia dolorosa
TGO > TGP ➡ não costuma ultrapassar de 300
Reação leucemoide (leucocitose) ➡ acetaldeído é quimiotáxico para leucócitos

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17
Q

Tratamento da hepatite alcoólica

A

Abstinência
Suporte nutricional
Se grave (índice de Maddrey > 33): prednisolona por 4 semanas

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18
Q

Fisiopatologia da Doença hepática gordurosa não-alcoólica

A

Síndrome metabólica (resistência insulínica) ➡ ⬆ [insulina] ➡ acúmulo de gordura no fígado ➡ ácidos graxos induz o hepatócito a secretar TNF-alpha e IL-6 ➡ inflamação crônica ➡ NASH

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19
Q

Evolução da Doença hepática gordurosa não-alcoólica

A

Esteatose ➡ esteato-hepatite (NASH) ➡ cirrose

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20
Q

Manifestações clínicas da Doença hepática gordurosa não-alcoólica

A

Assintomático

Pode haver dor abdominal ou ⬆ transaminases (TGP > TGO)

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21
Q

Diagnóstico da Doença hepática gordurosa não-alcoólica

A

Diagnóstico de exclusão ➡ procurar outras causas!

USG detecta a esteatose

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22
Q

Tratamento da Doença hepática gordurosa não-alcoólica

A
  • Dieta + exercício físico
  • Glitazona: diminui a resistência periférica
  • Vitamina E: reduz radicais livres que agridem o fígado em pacientes não diabéticos
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23
Q

Metformina pode ser feita para diminuir a resistência insulínica na Doença hepática gordurosa não-alcoólica. V ou F?

A

Falso. Sem comprovação científica

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24
Q

Fisiopatologia da doença de Wilson

A

Mutação genética que atrapalha a excreção de cobre pelo fígado ➡ também ocorre ⬇ ceruloplasmina (proteína proteína transportadora plasmática) ➡ cobre passa a circular de forma livre ➡ deposição de cobre nos tecidos

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25
Manifestações clínicas da doença de Wilson
- Doença hepática (aguda/crônica/cirrose) - Alterações de movimento ➡ depósito de cobre nos gânglios da base - Distúrbio psiquiátrico - Anel de Kayser-Fleisher ➡ acúmulo ocular de cobre ➡ lâmpada de fenda
26
Diagnóstico da doença de Wilson
Dosar cobre urinário ou [cobre] no parênquima hepático (bx ➡ padrão-ouro) Ceruloplasmina
27
Tratamento da doença de Wilson
Reposição de zinco ➡ inibe a absorção intestinal de cobre e aumento da síntese hepatica do quelante de cobre endógeno metalotioneína Quelante de cobre: trientina Índice de Nazer > 9 ➡ transplante
28
Fisiopatologia da hemocromatose
Mutação do gene HFE ➡ cursa com ⬆ absorção intestinal de ferro
29
Manifestações clínico-laboratoriais da hemocromatose
⬆ saturação de transferrina e ⬆ ferritina 6Hs: -Hepatopatia -Hiperglicemia: DM por fibrose pancreática -Hiperpigmentação (diabetes bronzeado) -Heart: ICC, dilatação ventricular -Hipoandrogenismo e hiperestrogenismo: amenorreia, ⬇ libido, atrofia testicular -Hartrose: osteoartite com deposição de pirofosfato cálcico, principalmente em MCF
30
Diagnóstico da hemocromatose
Teste genético (mutação C282Y) | Biópsia hepática evidenciando ⬆ ferro hepático
31
Tratamento da hemocromatose
- Flebotomia (sangrias) ➡ ferritina +- 50 - Evitar suplementos com ferro e vitamina C, além de ingesta excessiva de carne vermelha - Evitar frutos do mar ➡ risco de infeção por Vibrio vulnificus - Transplante não cura, mas só se cirrose hepática ➡ o problema é no intestino
32
Epidemiologia dos pacientes com colangite biliar primária
Mulheres de 40-60 anos
33
Fisiopatologia da colangite biliar primária
Auto-anticorpos IgM que provoca lesão imune seletiva de pequenos ductos BILIARES intra-hepáticos no espaço porta ➡ dificuldade de escoamento da bile (colestase intra-hepática) ➡ ⬆ sais biliares no hepatócito (substância tóxica) ➡ lesão crônica do hepatócito ➡ cirrose hepática
34
Manifestações clínico-laboratoriais da colangite biliar primária
``` Assintomático (maioria) Prurido (sal biliar) Fadiga Xantelasma (colesterol) Icterícia (fígado) ⬆ FA Hipercolesterolemia Deficiência de vitaminas lipossolúveis ```
35
2 doenças autoimune associadas com a colangite biliar primária
Sjogren | Tireoidite de Hashimoto
36
Diagnóstico da colangite biliar primária
⬆ FA | Anticorpo antimitocôndria (AMA)
37
Tratamento da colangite biliar primária
Ácido ursodesoxicólico ➡ sal biliar sintético não-tóxico ➡ atrasa a evolução da doença Colestiramina ➡ prurido Transplante
38
Fisiopatologia da hepatite autoimune
Agressão autoimune contra o fígado por imunoglobulina igG
39
Tipos de hepatite autoimune e seus autoanticorpos
Tipo 1: FAN, antimúsculo liso Tipo 2: anti-LKM1 Tipo 3: anti-SLA
40
Manifestações clínicas da hepatite autoimune
Assintomáticos Doença hepática (aguda/crônica/cirrose) Fadiga, anorexia, icterícia, artralgia, amenorreia etc
41
Tratamento da hepatite autoimune
Prednisona + azatioprina
42
Veias que drenam para a veia porta (7)
- V. mesentérica superior ⬅ VV retais superiores e médias - V esplênica ⬅ mesentérica inferior, VV gástricas E e D, VV gástricas curtas, V gastroepiploica, - V umbilical (recanaliza)
43
Achados da hipertensão porta
Varizes esôfago-gástricas Esplenomegalia Varizes retais (DIFERENTE DE HEMORROIDAS) Cabeça de medusa Sinal de Cruveilhier-Baumgarten Encefalopatia (toxinas sem serem metabolizadas para o SNC)
44
Sinal de Cruveilhier-Baumgarten (significado)
Frêmito na altura da cabeça de medusa
45
Todo paciente com hipertensão porta tem ascite. V ou F?
Falso. Só há ascite se o paciente também tiver hipertensão sinusoidal
46
Classificação da hipertensão porta
Pré-hepática Intra-hepática: pré/sinusoidal/pós Pós-hepática
47
Principais causas de hipertensão porta por doenças pré-hepáticas
Trombose de veia porta (PRINCIPAL) | Trombose de veia esplênica
48
Causas de trombose de veia porta
Hipercoagulabilidade (trombofilia) Infecção de veia umbilical (população pediátrica) CHC!! Aco
49
Causa de trombose esplênica
Hipertensão porta segmentar ➡ pancreatite crônica
50
Principal causa de hipertensão porta por doença intra-hepática pré-sinusoidal Extra: outra causa tradicional
Esquistossomose ➡ parasita fica nos espaços-porta Extra: CBP na fase pré-cirrótica
51
Causas de ascite na esquistossomose
Quando evolui para cirrose (passa a ser sinusoidal) Infestação grande ➡ reação granulomatosa (ovo do parasita) nas vênulas hepáticas ➡ evolui acometendo sinusoides ➡ manifestações de HP na ausência de injúria hepatocelular importante
52
Principal causa de hipertensão porta por doença intra-hepática sinusoidal
Cirrose
53
Principal causa de hipertensão porta por doença intra-hepática pós-sinusoidal
Doença veno-oclusiva hepática➡ oclusão da veia centrolobular por deposição de matriz de fibronectina ➡ observada na doença enxerto-hospedeiro, doença do chá da jamaica
54
Principais causas de hipertensão porta por doenças pós-hepáticas (4)
ICC Pericardite constrictiva Síndrome de Budd-Chiari ➡ trombose da veia hepática Obstrução de veia cava ➡ trombose, neoplasia
55
Diagnóstico de hipertensão porta
US com Doppler ➡ avalia calibre da porta (>12 mm) e da esplênica (> 9 mm), fluxo hepatofugal Elastografia >= 15-21 kPa Gradiente pressórico entre porta e VCI > 5 ➡ exame invasivo, não utilizado ➡ cateterização da veia hepática após punção da jugular interna
56
Abordagem das varizes no cenário 1: nunca sangrou (Profilaxia primária)
Rastrear varizes: - Paciente sem varizes ➡ EDA a cada 2-3 anos - Paciente com varizes de pequeno calibre sem sinais de risco ➡ EDA anualmente - Paciente com varizes de alto risco ou de médio/grande calibre ou CHILD B ou C ➡ PROFILAXIA PRIMÁRIA Profilaxia primária: a) BB: propranolol (dose máxima que o paciente tolerar) !!OU!! b) Ligadura elástica por EDA
57
Características de varizes de alto risco para sangramento
Calibre médio >= 5 mm / grosso > 20 Cherry-red spots CHILD B e C Gradiente de pressão venosa hepática (HVPG) > 12 mmHg
58
Abordagem das varizes no cenário 2: está sangrando
-Estabilização hemodinâmica -Cristaloides -Prazol (pode ser úlcera) -Terlipressina/octreotide ➡ vasoconstrictores esplâncnicos -Profilaxia de PBE ➡ ceftriaxona +- Plasma fresco se INR > 1.7 +- Hemácias se Hb < 7 +- Plaquetas < 50.000 +- IOT se rebaixamento do nível de consciência Endoscopia: ligadura elástica (escolha para varizes esofágicas) preferencialmente nas 1as 12 horas
59
Terapêutica para varizes gástricas
Cianoacrilato
60
Quando paciente for refratário ao tratamento de escolha para HDA por varizes esofagogástricas
Balão (Sengstaken-Blakemore) por 24-36 horas até paciente se apresentar hemodinamicamente estável para fazer o procedimento cirúrgico/endoscópico
61
Quando paciente é refratário ao balão no tratamento de HDA por varizes esofagogástricas
TIPS (shunt portossintêmico intra-hepático transjugular)
62
Vantagem do TIPS
"ponte" para o transplante ➡ não impede a cirurgia
63
Desvantagem do TIPS
Encefalopatia > 30%
64
Contraindicação do TIPS (2)
IC direta grave | Doença cística
65
Cirurgia de urgência caso seja contraindicado ou caso não haja TIPS
Shunts não seletivos ➡ derivação porto-cava
66
Profilaxia secundária para paciente que já sangrou
BB (propranolol) + ligadura elástica até erradicação ➡ revisões endoscópicas de 6 em 6 meses Se refratário: TIPS ou shunt esplenorrenal distal (seletivo)
67
Local de paracentese
Fazer linha entre a espinha ilíaca anterossuperior ESQUERDA e cicatriz umbilical ➡ Dividir em 3 ➡ ponto de encontro entre a segunda e terceira parte da divisão
68
Contraindicações absolutas do procedimento de paracentese (2)
CIVD | Hiperfibrinólise
69
GASA
Gradiente albumina soro-albumina ascite ➡ determina se a ascite é por hipertensão porta
70
Ascite de alto gradiente
GASA >= 1,1 ➡ hipertensão porta Se proteínas < 2,5 g/dl ➡ cirrose Se proteínas > 2,5 ➡ ICC, Budd-Chiari
71
Ascite de baixo gradiente
GASA < 1,1 ➡ neoplasia, BK, pâncreas, nefrótica ➡ albumina do soro parecido com a da ascite Se proteínas < 2,5 ➡ síndrome nefrótica Se proteínas > 2,5 ➡ neoplasia, BK, Pâncreas
72
Pedir ADA se .....
Suspeita de ascite por BK ➡ sensibilidade diminui se paciente cirrótico
73
Análise do líquido ascítico (macroscopia)
``` Seroso ➡ cirrose Hemorrágico ➡ acidente por punção, neoplasia, BK Turvo ➡ infecção Bilioso ➡ traumatismos das VVBB Quiloso ➡ neoplasias, traumatismos ```
74
Exame micro do líquido ascítico do líquido ascítico
- GASA ➡ albumina do soro e do líquido ascítico - Citometria: Contagem de PLN >= 250 ➡ peritonite bacteriana espontânea ou secundária - Citologia oncótica➡ procura de células neoplásicas (ascite carcinomatosa) - Bioquímica: a) Proteína total b) Glicose c) LDH ➡ diferencia PBS de PBE d) Triglicerídeos > 1000 ➡ ascite quilosa e) Amilase ➡ ascite pancreática f) Bilirrubinas ➡ ascites biliares - Gram (bacterioscopia) e cultura
75
Tratamento da ascite
- Restrição de sódio (2g de Na ➡ 4-6g de SAL/dia) - Restrição hídrica somente se hiponatremia ➡ 1 a 1,5 L/dia se Na < 125 - Espironolactona e furosemida ➡ pra cada 100 de espirono, fazer 40 de furosemida ➡ dose máxima é 4x a inicial ➡ aumento de dose a cada 3-5 dias ➡ alvo: perda de 0,5 kg/dia ou 1kg/dia se associação com edema de MMII - Paracentese de alívio
76
Indicação de paracentese de alívio
Ascite sintomática/tensa
77
Ascite refratária
Falência, recorrência ou azotemia, Na < 10, k > 6 | Ou refratária ou não se pode usar
78
Tratamento da ascite refratária
Retirar drogas Midodrina VO Se refratário: paracenteses terapêuticas seriadas
79
Medicação que causa ascite refratária
BB
80
Indicações de reposição de albumina em pacientes cirróticos (3)
- Paracentese de grande volume (> 5 L) ➡ repor 6-8/10g para cada L retirado - SHR - Tratamento de PBE
81
Etiologia da PBE
Monobacteriana | E. coli, klebsiella
82
Clínica da PBE
Febre Dor abdominal Encefalopatia 1/3 assintomáticos
83
Diagnóstico de PBE
Ascite com PMN >= 250
84
Tratamento da PBE
Excluir PBS Retirar BB ➡ causa piora da ascite Cefotaxima por 5 dias Profilaxia da síndrome hepatorrenal: albumina 1,5g/kg no 1 dia e 1g/kg no 3 dia Profilaxia secundária até o desaparecimento da ascite
85
Etiologia da PBS
Polibacteriana, por abdome cirúrgico (abscesso intra-abdominal, perfuração de víscera oca) (Problema secundário)
86
Diagnóstico de PBS
``` Ascite com >= 250 2 de 3: -Proteínas > 1g/dl -Glicose < 50mg/dl -LDH elevado ➡ consumo de energia, briga mais severa porque o organismo tende a lutar mais ```
87
Tratamento da PBS
cefa de 3a + metronidazol TC Cirurgia ou drenagem
88
Ascite neutrofílica
cultura negativa | PMN > 250
89
Tratamento da ascite neutrofílica
Igual a PBE
90
Def. de Bacterascite
PMN < 250 com Cultura positiva
91
Tratamento da bacterascite
nenhum, só se sintomático
92
Principais precipitantes da encefalopatia hepática (8)
- HDA (⬆ sangue no TGI com ⬆ metabolização deste pelas bactérias) - Infecção (PBE/PBS) - Constipação - Dieta hiperproteica - Alcalose metabólica/hipocalemia - Diuréticos - Hipovolemia/desidratação - TIPS
93
Clínica de encefalopatia hepática
``` Alterações do ciclo sono-vigília Flapping Desorientação Coma Dificuldade para dirigir Tremor leve ```
94
Tratamento da encefalopatia hepática
- Lactulona ➡ pH mais ácido no intestino, ação catártico, amônia é transformada em amônio, que é mais dificilmente absorvível pelo intestino ➡ 20-30 g de 2 - 4 x/dia ➡ meta: evacuações pastosas 2-3 x/dia - ATB ➡ rifaximina, neomicina, metronidazol se paciente refratário - Haloperidol se agitação psicomotora - Probióticos
95
Fisiopatologia da síndrome hepatorrenal
Vasodilatação sistêmica ➡ ⬇ perfusão renal ➡ rim faz vasoconstrição para aumentar a pressão de perfusão capilar ➡ rim exagera na vasoconstrição ➡ injúria renal aguda
96
DD de síndrome hepatorrenal
``` hipovolemia uso de diurético infecção sangramento drogas nefrotóxicas ```
97
Diagnóstico de síndrome hepatorrenal
hepatopata grave com ascite+ injúria renal aguda ou Cr > 1,5 Diagnóstico de exclusão!! Descartar outras coisas USG normal
98
Tratamento de síndrome hepatorrenal
- Albumina (mantém o líquido dentro do vaso) ➡ 1 g/kg no 1o dia e 20-40 g/dia após + noradrenalina ou terlipressina +- - Hemodiálise + - Retirada de medicações hepatotóxicas - Se refratário: transplante hepático ➡ tratamento de escolha, aumentando a sobrevida
99
Etiologia da Síndrome hepatopulmonar
⬇ detoxificação hepática ➡ ⬆ vasodilatadores endógenos (NO) na circulação pulmonar ➡ sangue passa por vasos dilatados intrapulmonares e não consegue fazer com que as muitas hemácias, que passam ao mesmo tempo pelo vaso, se acople ao O2 ➡ shunt direita-esquerda funcional
100
Clínica da síndrome hepatopulmonar
- Hepatopatia grave com hipertensão portal + - Platipneia: dispneia com ortostase - Ortodeoxia: dessaturação com ortostase - Hipoxemia, cianose, baqueteamento digital
101
Tratamento da síndrome hepatopulmonar
tx hepático
102
Método padrão-ouro para dx de cirrose e seus achados
Biópsia hepática | Fibroses em ponte + nódulos de regeneração
103
Sinais sugestivos de cirrose hepática de etiologia alcoólica
Intumescimento de parótidas Contratura palmar de Dupuytren Neuropatia Pancreatite crônica
104
As aminotransferases são capazes de estimar a gravidade da doença hepática. V ou F?
Falso. Elas sugerem atividade inflamatória no parênquima.
105
TGP sempre é > que TGO nas hepatopatias, exceto quando a etiologia é alcoólica. V ou F?
Falso. TGP costuma ser > que TGO quando há hepatopatia sem cirrose. A partir do momento que se instala a cirrose, essa relação se inverte: TGO > TGP. Na hepatopatia alcoólica, mesmo antes do desenvolvimento de cirrose ocorre TGO > TGP
106
Cirrose com ⬆FA e GGT sugere quais diagnósticos
Cirrose biliar primária | Colangite esclerosante
107
Explique a fisiopatologia da hipergamaglobulinemia policlonal da cirrose
⬆ translocação bacteriana pelos shunts portossistêmicos e ⬇ clearance hepático de bactérias presentes no sangue portal ➡ hiperestimulação constante do braço humoral do sistema imunológico
108
Complete: Doença hepática alcoólica ➡ ⬆ da fração Ig_ Cirrose biliar primária ➡ ⬆ da fração Ig_ Hepatite autoimune ➡ ⬆ da fração Ig_
IgA IgM IgG
109
Marcador laboratorial de péssimo prognóstico na cirrose hepática com ascite
Hiponatremia ➡ incapacidade de excretar água livre por excesso de ADH estimulado pela redução do volume circulante efetivo
110
Fisiopatologia da pancitopenia na cirrose hepática avaçada
- Esplenomegalia e hiperesplenismo ➡ plaquetopenia (sinal mais precoce ➡ baço normal armazena cerca de 1/3 das plaquetas, imagine um baço congesto) + anemia e leucopenia (baço congesto ➡ sangue passa mais lentamente ➡ macrófagos destroem mais células sanguíneas) - Anemia multifatorial: doença crônica, desnutrição, HDA, efeito citotóxico do álcool etc
111
Rastreamento de CHC em pacientes cirróticos
USG + dosagem de alfafetoproteína SEMESTRAL
112
Alterações encontradas nos exames de imagens na cirrose hepática bem estabelecida
- Nódulos de regeneração - Heterogeneidade do parênquima hepático - Alargamento da porta hepatis e da fissura interlobular - ⬇ volume do lobo direito e segmento médio do lobo esquerdo ⬆ volume do lobo caudado e segmento lateral do lobo esquerdo
113
Drogas mais associadas ao desenvolvimento de cirrose hepática (5)
``` Metildopa Amiodarona MTX Isoniazida Fenitoína ```
114
Deficiência de alfa-1-antitripsina (fisiopatologia)
⬇ inibidor da elastase dos neutrófilos ➡ acúmulo e polimerização da a-1-antitripsina mutante no hepatócito
115
Deficiência de alfa-1-antitripsina (clínica)
Jovem + cirrose hepática / enfisema pulmonar + HF +
116
Deficiência de alfa-1-antitripsina (tratamento)
Reposição enzimática ➡ enfisema | Sem tratamento para cirrose hepática
117
Pacientes cirróticos devem evitar ingesta de frutos do mar em virtude do risco potencial de sepse grave através da infecção por Vibrio vulnificus e Yersinia. V ou F?
Verdadeiro
118
Enzima que metaboliza o álcool no fígado
Álcool desidrogenase
119
Fisiopatologia da esteatose hepática por álcool
Etanol é preferencialmente metabolizado na região centro-lobular pela enzima álcool desidrogenase ➡ consumo de O2 ➡ hipóxia centrolobular ➡ bloqueio da oxidação de ácidos graxos ➡ acúmulo destes na forma de gotículas de gordura dentro da célula
120
Fisiopatologia da esteato-hepatite alcoólica
Metabolização do álcool gera acetaldeído ➡ diretamente hepatotóxico + se liga a proteínas teciduais e forma neoantígenos ➡ resposta autoimune com necroinflamação do parênquima hepático Álcool aumenta a permeabilidade da mucosa intestinal ➡ absorção de LPS ➡ cél de Kupffer produz citocinas que pioram o quadro de necroinflamação
121
Achados hepáticos na esteato-hepatite alcoólica
Necrose hepatocitária Infiltrado leucocitário PMN Esteatose hepática
122
Os _______________ são achados clássicos na biópsia de hepatite alcoólica, apesar de não serem patognomônicos
Corpúsculos de Mallory
123
Drogas que auxiliam no desmame do álcool (3)
Naltrexona Baclofeno Acamprosato
124
Significado do Índice de Função Discriminante de Maddrey
Reflete a chance do paciente com hepatite alcoólica ir a óbito
125
Etiologia e clínica da encefalopatia de Wernicke-Korsakoff
Etiologia: deficiência de B1 (tiamina) Tríade da encefalopatia de Wenicke: - Encefalopatia - Disfunção oculomotora - Ataxia de marcha Síndrome amnéstica de Korsakoff: - Amnésia anterógrada e retrógrada seletiva
126
A lesão hepatocitária na DHA e DHGNA se concentra na região centrolobular enquanto nas hepatites virais a lesão ocorre na região periportal. V ou F?
Verdadeiro
127
Epidemiologia da hepatite autoimune
Mulher jovem
128
Achado clássico na biópsia da hepatite autoimune, porém não é patognomônico
Hepatite de interface
129
Epidemiologia da hemocromatose
Homens > 20 anos ➡ mulheres perdem sangue fisiologicamente na menacme e gestação
130
Causas de baqueteamento digital (8)
``` Cirrose hepática DII Diarreia crônica Tetralogia de Fallot Supurações crônicas (empiema pleural, abscesso pulmonar) Fibrose cística Bronquiectasias CA intratorácicos ```
131
Distúrbios hemodinâmicos presentes na cirrose hepática (4)
- ⬇ vol arterial efetivo ➡ tendência a hipotensão e azotemia pré-renal - ⬆ volemia total com retenção de Na e H2O - ⬇ RVP pela intensa vasodilatação esplâncnica por conta de ⬆ LPS bacteriano, que estimula a síntese de NO - ⬆ DC por conta da ⬇ RVP
132
A presença de albumina < 3 sugere que o paciente possui quadro crônico agudizado quando este se apresenta somente com hepatopatia aguda. V ou F?
Verdadeiro. 1/2 vida da albumina = 20 dias. Em um insulto agudo, a albumina plasmática se mantém na faixa normal
133
Principal circulação colateral formada na hipertensão porta, responsável pela formação de varizes esofágicas
Veia gástrica esquerda (coronária) e vv gástricas curtas ➡ veias esofagianas e paraesofagianas ➡ veia ázigos (no tórax)
134
Doenças que cursam com a síndrome de Budd-Chiari (5)
``` Doenças mieloproliferativas (policitemia vera) Trombofilias Hemoglobinúria paroxística noturna Malignidades Aco ```
135
Varizes gástricas possuem maior risco de encefalopatia e menor risco de sangramento comparadas as varizes esofágicas. V ou F?
Verdadeiro ➡ pressão portal menor e shunts gastrorrenais que aliviam a pressão
136
O que é a gastropatia hipertensiva portal
Dilatações dos capilares e vênulas da mucosa gástricas causadas pela HP ➡ sangramento difuso, por toda a mucosa, em lençol
137
Conduta no sangramento por gastropatia hipertensiva portal
Terapia farmacológica com terlipressina ou octreotide
138
Delimitações do espaço de Traube
Linha axilar média 6a EIC esquerdo Margem inferior do rebordo costal esquerdo
139
Meta objetivada com o uso de BB na profilaxia secundária da HDA por varizes esofagogástricas
Diminuição de 25% do DC do paciente ➡ 55-60 bpm (paciente betabloqueado)
140
Quando escolher as derivações portossistêmicas seletivas
Quando o paciente não tem ascite ou esta é leve ➡ a cirurgia mantém a HP no território mesentérico e pode haver lesão da drenagem linfática no ato cirúrgico, piorando a ascite
141
Cirurgia de melhor escolha para pacientes com esquistossomose hepatoesplênica no manejo da HP
Cirurgia de desvascularização
142
Melhor exame de imagem para detecção de pequenas coleções líquidas no abdome
USG
143
Por que realizar a paracentese no lado _________?
Esquerdo | Porque o ceco, a direita, é menos móvel e mais passível a perfuração
144
Distúrbio de coagulação contraindica paracentese. V ou F?
Falso! Risco é muito pequeno
145
Acidente de punção do líquido ascítico x ascite hemorrágica
Sangue do acidente coagula e o da ascite hemorrágica não. Com o passar da drenagem, o sangue clareia no acidente
146
Fisiopatologia da ascite na hipertensão porta
⬆ pressão portal ➡ sinusoides funcionam como válvula de escape da pressão por apresentarem muitas fenestras ➡ extravasamento de líquido (Fígado goteja linfa para a cavidade peritoneal) ➡ ascite OCORRE APENAS CASO A HP SEJA SINUSOIDAL OU PÓS-SINUSOIDAL
147
Ascite transudativa x exsudativa
Transudativa: pobre em proteínas ➡ causada pelo aumento na PRESSÃO ➡ HP Exsudativa: rica em proteínas ➡ causada por aumento da permeabilidade por inflamação, substâncias angiogênicas e obstrução linfática ➡ doenças do peritônio (neoplasia, TB)
148
Características bioquímicas da ascite neoplásica
- Citologia oncótica positiva - ⬆ proteínas totais, LDH e colesterol - GASA < 1,1 ➡ exsudato
149
______________ é o principal patógeno da PBE na cirrose hepática e _____________ é o agente mais comum na PBE na ascite nefrótica
E coli | Pneumococo
150
Se houver hemácias na amostra do estudo ascítico, deve-se subtrair 1 leucócito do total a cada 250 hemácias. V ou F?
Verdadeiro
151
Contraindicações ao tx hepático
CA não hepático Doenças avançadas (graves) Infecções Álcool < 6 meses
152
Como definir a posição na fila de transplante?
MELD (bic) > 12
153
Tipos de transplante hepático e suas características
Ortotópico: fígado entra em seu lugar anatômico, mais comum, fígado inteiro, doador cadavérico Heterotópico: pedaço de fígado ou fígado inteiro, posição anatômica diferente, doador cadavérico ou não, hepatite fulminante (fígado pode voltar a funcionar após) Reduzido: pedaço de fígado, crianças, posição anatômica, doador vivo
154
É necessário compatibilidade HLA para realizar tx hepático. V ou F?
Falso. Somente compatibilidade ABO
155
Imunossupressão do tx hepático
Tacrolimus Corticoide (taco!!)
156
Complicações do tx hepático
Anastomoses ➡ mais comum em crianças (calibre menor) ➡ trombose, fístula biliar ➡ doppler, colangiografia ➡ intervenção Enxerto ➡ conservação do órgão ➡ não produz bile ➡ retransplante Rejeição ➡ mais comum em adultos ➡ biópsia: infiltração linfocítica porta, endotelite, lesão dos ductos biliares a) Aguda ➡ pulsoterapia b) Crônica ➡ retransplante
157
Principal indicação de tx hepático em crianças
Atresia de VVBB