DOD_SP_Const Flashcards
(103 cards)
Quanto às costas raciais em concurso público, é legítima a utilização de critérios subsidiários de heteroidentificação, para além além da autodeclaração?
Sim. Constitucionalidade do sistema de cotas raciais em concursos públicos:
É constitucional a reserva de 20% das vagas oferecidas nos concursos públicos para provimento de cargos
efetivos e empregos públicos no âmbito da administração pública direta e indireta.
É legítima a utilização, além da autodeclaração, de critérios subsidiários de heteroidentificação, desde que
respeitada a dignidade da pessoa humana e garantidos o contraditório e a ampla defesa.
STF. Plenário. ADC 41/DF, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 8/6/2017 (Info 868).
É possível decisão judicial determinar retirada de matéria jornalística de site?
Não, A retirada de matéria de circulação configura censura em qualquer hipótese, o que se admite apenas em situações extremas.
A liberdade de expressão desfruta de uma posição preferencial no Estado democrático brasileiro, por ser
uma pré-condição para o exercício esclarecido dos demais direitos e liberdades.
Assim, em regra, a colisão da liberdade de expressão com os direitos da personalidade deve ser resolvida
pela retificação, pelo direito de resposta ou pela reparação civil.
É cabível reclamação de decisão judicial que determina retirada de matéria jornalística de site?
Sim. No julgamento da ADPF 130, o STF proibiu enfaticamente a censura de publicações jornalísticas, bem como tornou excepcional qualquer tipo de intervenção estatal na divulgação de notícias e de opiniões. Se uma decisão judicial determina que se retire do site de uma revista determinada matériajornalística, esta decisão viola a orientação do STF, cabendo reclamação.
Em 6/3/2018 (Info 893).
Pode a incitação de ódio público feita por líder religioso contra outras religiões configurar o crime de racismo?
Sim. A incitação ao ódio público contra quaisquer denominações religiosas e seus seguidores não está protegida pela cláusula constitucional que assegura a liberdade de expressão.
Assim, é possível, a depender do caso concreto, que um líder religioso seja condenado pelo crime de racismo (art. 20, §2º, da Lei nº 7.716/89) por ter proferido discursos de ódio público contra outras denominações
religiosas e seus seguidores.
STF em 6/3/2018 (Info 893).
Para que o Fisco Federal (Receita Federal) requisite das instituições financeiras informações bancárias sobre os contribuintes, é necessária a intervenção do Poder Judiciário?
Não. As autoridades e os agentes fiscais tributários da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios
podem requisitar diretamente das instituições financeiras informações sobre as movimentações bancárias dos contribuintes. Esta possibilidade encontra-se prevista no art. 6º da LC 105/2001, que foi considerada constitucional pelo STF. Isso porque esta previsão não se caracteriza como “quebra” de sigilo bancário, ocorrendo apenas a “transferência de sigilo” dos bancos ao Fisco.
Para que o Fisco estadual, distrital e municipal requisite das instituições financeiras informações bancárias sobre os contribuintes, é necessária a intervenção do Poder Judiciário?
Não, desde que regulamentem, no âmbito de suas esferas de competência, o art. 6º da LC 105/2001, de forma análoga ao Decreto Federal 3.724/2001.
Para que a polícia requisite das instituições financeiras informações bancárias, é necessária a intervenção do Poder Judiciário?
Sim, é necessário autorização judicial.
Para que o MP requisite das instituições financeiras informações bancárias, é necessária a intervenção do Poder Judiciário?
Sim, É necessário autorização judicial (STJ HC 160.646/SP, Dje 19/09/2011).
Exceção: É lícita a requisição pelo Ministério Público de informações bancárias de contas de titularidade de órgãos e entidades públicas, com o fim de proteger o patrimônio público, não se podendo falar em
quebra ilegal de sigilo bancário (STJ. 5ª Turma. HC 308.493-CE, j. em
20/10/2015).
Para que o TCU requisite das instituições financeiras informações bancárias, é necessária a intervenção do Poder Judiciário?
Sim, é necessário autorização judicial (STF MS 22934/DF, DJe de 9/5/2012).
Exceção: O envio de informações ao TCU relativas a operações de crédito originárias de recursos públicos não é coberto pelo sigilo bancário (STF. MS 33340/DF, j. em 26/5/2015).
Para que CPI requisite das instituições financeiras informações bancárias, é necessária a intervenção do Poder Judiciário?
Não, (seja ela federal ou estadual/distrital) (art. 4º, § 1º da LC 105/2001).
Prevalece que CPI municipal precisa de autorização judicial, ou seja, não pode obter diretamente!!!.
Jornal tem direito de ter acesso à relação das pessoas que receberam passaportes diplomáticos?
Sim.
Jornal tem direito de obter informações detalhadas dos gastos com cartão corporativo do governo?
Sim.
Jornal tem direito de obter informações sobre o uso da verba indenizatória por senadores
Sim.
O art. 210 da Lei nº 8.112/90, assim como outras leis estaduais e municipais, prevê que o prazo para a
servidora que adotar uma criança é inferior à licença que ela teria caso tivesse tido um filho biológico. De
igual forma, este dispositivo estabelece que, se a criança adotada for maior que 1 ano de idade, o prazo será menor do que seria se ela tivesse até 1 ano. O STF já se manifestou sobre o assunto?
Sim, pela inconstitucionalidade: Proibição de tratamento diferenciado entre a licença-maternidade e a licença-adotante.
Os prazos da licença-adotante não podem ser inferiores ao prazo da licença-gestante, o mesmo valendo para
as respectivas prorrogações. Em relação à licença-adotante, não é possível fixar prazos diversos em função da idade da criança adotada.
STF em 10/3/2016 (repercussão geral) (Info 817).
A contribuição chamada confederativa é obrigatória?
Não, voluntária/facultativa, pois só se exige daquele que optou por se filiar. SV 40: “A contribuição confederativa de que trata o art. 8º, IV, da Constituição Federal, só é exigível dos filiados ao sindicato respectivo.”
A contribuição sindical é obrigatória?
Sim, também chamada de imposto sindical, pois é tributo, logo, compulsório. Deriva da lei e independe de filiação. Art. 8, IV da CF.
Pode o Judiciário obrigar a administração pública a manter quantidade mínima de medicamento em estoque?
Sim.
Há perda do objeto em mandado de segurança cuja pretensão é o fornecimento de leite especial
necessário à sobrevivência de menor ao fundamento de que o produto serve para lactentes e o impetrante
perdeu essa qualidade em razão do tempo decorrido para a solução da controvérsia?
Não. Ação pedindo suplemento para criança lactente não perde o objeto pelo simples fato de terem se passado vários anos sem o julgamento, mesmo que o impetrante tenha perdido essa qualidade em razão do tempo decorrido para a solução da controvérsia.
STJ em 2/2/2017 (Info 601).
O ensino religioso nas escolas públicas brasileiras pode ter natureza confessional?
Sim. Por maioria dos votos (6 x 5), os Ministros entenderam que o ensino religioso nas escolas públicas brasileiras pode ter natureza confessional, ou seja, pode sim ser vinculado a religiões específicas. Info 879
Poder Judiciário pode obrigar Município a fornecer vaga em creche?
Sim.
Universidades públicas podem cobrar mensalidade em cursos de especialização?
Sim. A garantia constitucional da gratuidade de ensino não obsta a cobrança por universidades públicas de
mensalidade em cursos de especialização.
STF em 26/4/2017 (repercussão geral) (Info 862)
Pode o Judiciário obrigar a administração pública à realização de obras de acessibilidade em prédios públicos?
Sim. ACESSIBILIDADE. PORTADORES DE NECESSIDADES ESPECIAIS. IMPOSSIBILIDADE DE UTILIZAÇÃO DA TEORIA DA RESERVA DO POSSÍVEL.
Pode o Judiciário determinar a reforma de cadeia pública?
Sim. Segundo decidiu o STJ, constatando-se irregularidades em cadeia pública, tais como superlotação, celas sem condições mínimas de salubridade, desrespeito à integridade física e moral dos detentos, deve ser julgada procedente ação civil pública que objetive obrigar o Estado a adotar providências administrativas e respectiva previsão orçamentária para reformar a referida cadeia pública ou construir nova unidade, especialmente quando o réu não comprovar objetivamente a incapacidade econômico-financeira de fazer frente a essa despesa. STJ. 2ª Turma. REsp 1.389.952-MT, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 3/6/2014 (Info 543).
Pode o Judiciário determinar a construção de nova unidade prisional?
Sim. Segundo decidiu o STJ, constatando-se irregularidades em cadeia pública, tais como superlotação, celas sem condições mínimas de salubridade, desrespeito à integridade física e moral dos detentos, deve ser julgada procedente ação civil pública que objetive obrigar o Estado a adotar providências administrativas e respectiva previsão orçamentária para reformar a referida cadeia pública ou construir nova unidade, especialmente quando o réu não comprovar objetivamente a incapacidade econômico-financeira de fazer frente a essa despesa. STJ. 2ª Turma. REsp 1.389.952-MT, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 3/6/2014 (Info 543).