H. diafragmática Flashcards

(40 cards)

1
Q

Frente

A

Verso

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2
Q

Qual a hérnia diafragmática mais comum e grave em recém-nascidos e sua designação anatômica?

A

“A hérnia diafragmática congênita mais comum e grave é a Hérnia Diafragmática Congênita (HDC)

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3
Q

Qual o principal mecanismo que favorece a herniação de conteúdo abdominal para o tórax em um neonato com HDC e qual achado clínico abdominal é sugestivo dessa condição?

A

O conteúdo abdominal hernia para o tórax porque é muito mais móvel e a pressão abdominal é maior, fazendo com que o tórax, que tem pressão intratorácica negativa, ‘aspire’ as vísceras abdominais. Em bebês, um abdome escavado é um achado clínico sugestivo de HDC.

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4
Q

Qual a lateralidade mais comum da HDC e qual o fator anatômico que protege o lado menos afetado?

A

Cerca de 85% das hérnias diafragmáticas ocorrem do lado esquerdo. O fígado exerce um importante fator protetor no lado direito, atuando como um ‘tampão’ para o orifício herniário.

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5
Q

Descreva a teoria da formação da HDC em relação ao desenvolvimento embrionário do intestino e do diafragma, com as semanas gestacionais críticas envolvidas.

A

Entre a 9ª e a 12ª semanas de gestação, o intestino se projeta para fora da cavidade abdominal, roda externamente ($180^{\circ}$) e volta para o abdome. Durante esse processo, septos musculares crescem centripetamente nas laterais do tórax, unindo-se para formar o diafragma, deixando apenas três orifícios (veia cava, esôfago e aorta).

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6
Q

Diferencie as duas principais teorias para a formação das hérnias diafragmáticas congênitas e como o momento da herniação afeta o sofrimento pulmonar.

A

As teorias são: 1) Falha no fechamento do forame pleuroperitoneal, levando ao retorno precoce das vísceras antes da união dos septos musculares, originando hérnias no início da gestação. 2) O diafragma se fecha completamente, mas sofre rotura, geralmente no forame póstero-lateral, originando hérnias no meio ou fim da gestação. Quanto mais precoce a herniação, maior a compressão e hipoplasia pulmonar; se ocorrer no final, pode não ter consequência no pulmão.

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7
Q

Quais são os três pontos prováveis de fraqueza no diafragma onde podem ocorrer hérnias, e qual deles é o mais comum em HDC?

A

Os três pontos prováveis de fraqueza são: Anterior (hérnia de Morgagni - rara), Hiato esofágico (hérnia de hiato) e Póstero-lateral (hérnia de Bochdalek - a mais comum e grave).

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8
Q

Em caso de HDC esquerda (85% dos casos), quais órgãos são mais comumente herniados para o tórax? Qual a raridade de herniação de rim e duodeno?

A

Em HDC esquerda, há herniação de alças do intestino delgado (90%), estômago/cólon transverso/baço (60%) e, em poucos casos, fígado. O rim é raramente herniado. O rim e o duodeno dificilmente sofrem herniação porque são órgãos retroperitoneais e, portanto, mais fixos.

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9
Q

Defina hipoplasia pulmonar no contexto da HDC e explique as alterações microscópicas na via aérea e nos vasos sanguíneos.

A

Hipoplasia pulmonar é o mal desenvolvimento do pulmão, com um desenvolvimento abaixo da normalidade. Microscopicamente, há diminuição do número e tamanho dos alvéolos e bronquíolos na via aérea, e redução do número de artérias pulmonares e do calibre dos vasos sanguíneos.

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10
Q

Relacione hipoplasia pulmonar, período de ‘lua de mel’ e mortalidade na HDC.

A

O período de ‘lua de mel’ é o intervalo entre o nascimento e o aparecimento dos sintomas. Quanto mais precoce e maior o volume herniado, maior a hipoplasia pulmonar e mais curto será o período de ‘lua de mel’, levando a um pior prognóstico e maior mortalidade.

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11
Q

Quais são as alterações fisiopatológicas que levam à hipertensão pulmonar em HDC e qual a implicação para o tratamento?

A

O pulmão hipoplásico apresenta menos vasos e vasos de menor calibre. Com o bombeamento constante de sangue pelo coração, o sistema pulmonar subdesenvolvido não consegue lidar com o fluxo, levando ao desenvolvimento de hipertensão pulmonar devido à muscularização das artérias pulmonares. É importante reconhecer isso porque o tratamento é feito com vasodilatadores pulmonares.

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12
Q

Liste as anomalias associadas mais comuns à HDC, destacando a porcentagem de incidência para as cardíacas, geniturinárias, gastrointestinais, neurológicas, cromossômicas e pulmonares.

A

Cerca de 43% das HDC são acompanhadas de outras malformações. As mais comuns são: Cardíacas (65% - CIA, CIV, coarctação de aorta, transposição dos grandes vasos da base, Fallot); Geniturinárias (25% - criptorquidia); Gastrointestinais (15% - divertículo de Meckel); Neurológicas (15% - hidrocefalia); Cromossômicas (10% - trissomia do 8, trissomia do 13); Pulmonares (5% - sequestro pulmonar); Parede abdominal (5% - hérnia, onfalocele).

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13
Q

Explique a relação entre Persistência do Canal Arterial (PCA), hipoplasia pulmonar e má rotação intestinal na HDC, considerando-os como parte de uma síndrome.

A

Essas três condições (PCA, hipoplasia pulmonar e má rotação intestinal) geralmente coexistem na HDC e são consideradas parte de uma síndrome. O bebê com HDC frequentemente apresenta sopro devido ao PCA. A hipertensão pulmonar (devido à hipoplasia) impede a entrada de sangue no pulmão, desviando-o pela rota fetal (artéria pulmonar para aorta via canal arterial), o que causa a persistência do ducto. A má rotação intestinal ocorre devido à precocidade do retorno intestinal ao meio interno.

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14
Q

Descreva a tríade clínica clássica da HDC em recém-nascidos e explique a base fisiopatológica de cada componente.

A

A tríade clássica da HDC em recém-nascidos é: taquidispneia, dextrocardia e abdome escavado. A taquidispneia ocorre devido à hipoplasia pulmonar e compressão pelos órgãos herniados. A dextrocardia (desvio do ictus contralateral) acontece porque as vísceras geralmente ascendem pelo lado esquerdo, deslocando o coração para a direita. O abdome escavado resulta da migração das vísceras abdominais para o tórax.

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15
Q

Quais são os sinais e sintomas de insuficiência respiratória em neonatos com HDC, além da tríade clássica?

A

Sinais e sintomas adicionais de insuficiência respiratória incluem: diminuição do murmúrio vesicular, desconforto respiratório, cianose/palidez, retração intercostal e ruídos hidroaéreos torácicos (pela presença do intestino no tórax).

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16
Q

Qual o quadro clínico da HDC em crianças maiores, geralmente diagnosticadas tardiamente, e quais as complicações comuns?

A

Em crianças maiores, o quadro é arrastado por diagnóstico tardio e se manifesta com sub-oclusão intestinal (sem distensão abdominal), derrames pleurais, pneumonias de repetição, desnutrição e morte súbita. Sintomas incluem saciedade precoce, cólicas no peito pela oclusão, falta de ar e dor ao comer, e broncoaspiração.

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17
Q

Como a ultrassonografia pré-natal impacta o manejo do parto e pós-parto de um bebê com HDC?

A

A USG pré-natal permite o diagnóstico precoce da HDC, permitindo que o parto ocorra em um hospital com capacidade para receber o bebê, corrigir a anomalia (centro cirúrgico) e promover cuidados imediatos em UTI neonatal.

18
Q

Por que a sonda orogástrica é SEMPRE introduzida em casos de suspeita de HDC e qual o mecanismo pelo qual ela alivia os sintomas respiratórios?

A

A sonda orogástrica é SEMPRE introduzida em suspeita de HDC. Ela é utilizada principalmente para descompressão gástrica, o que alivia a distensão gástrica e a taquidispneia. Em cada movimento respiratório, parte do ar pode ir para o estômago herniado (aerofagia), dilatando-o e piorando a compressão pulmonar e a dispneia, o que a sonda evita.

19
Q

Por que a ventilação com máscara/ambu e a ventilação mecânica do neonato com HDC são vetadas ou exigem cautela extrema, e qual a alternativa para garantir a via aérea?

A

A ventilação com máscara/ambu é vetada porque manda ar para o pulmão e para o estômago (este no tórax), piorando a distensão gástrica e a compressão das estruturas torácicas. A ventilação mecânica convencional do neonato é vetada porque piora a distensão gástrica. A intubação deve ser feita SEM ventilação prévia, e a ventilação mecânica, após a intubação, deve direcionar o ar SOMENTE para a traqueia e o pulmão.

20
Q

Diferencie ‘Eventração diafragmática’ de ‘Evisceração’ e ‘Hérnia de Hiato’ como diagnósticos diferenciais da HDC.

A
  • Eventração: Diafragma hipotônico, com musculatura flácida que sobe para o tórax acompanhado pelas vísceras abdominais.
  • Evisceração: Exposição das vísceras para o meio externo, enquanto a eventração não expõe as vísceras, mas elas não estão na cavidade.
  • Hérnia de Hiato: Problema isolado do estômago, que sobe ao tórax por um orifício esofágico alargado, geralmente cursando com refluxo gastroesofágico.
21
Q

No pré-operatório da HDC, quais são os acessos vasculares de urgência recomendados e por que o acesso central por dissecção é preferencial para pacientes que ficarão internados por longo período?

A

Recomenda-se um acesso venoso central (para drogas e dieta parenteral) e um acesso arterial (para coleta de gasometria). O acesso central por dissecção é preferencial porque o paciente ficará internado por muito tempo. Em RN, a artéria umbilical pode ser usada.

22
Q

Quais são as medidas de correção de distúrbios metabólicos no pré-operatório da HDC, especificamente para acidose, hipóxia e hipercapnia?

A

Para acidose, administra-se bicarbonato. Para hipóxia e hipercapnia, realiza-se ventilação, embora seja importante lembrar que o pulmão está hipoplásico e comprimido pelas vísceras.

23
Q

Quando um paciente com HDC instável, mesmo após medidas de estabilização, é considerado um caso de hipoplasia pulmonar grave e qual a conduta terapêutica nesses casos?

A

Se o paciente estiver instável mesmo após as medidas de estabilização, o grau de hipoplasia pulmonar é muito grande. Nessa situação, deve-se usar vasodilatadores arteriais (nitroglicerina, nitroprussiato, tolazolina) para reduzir a pressão da artéria pulmonar e evitar o shunt direita-esquerda. Além disso, o paciente deve ser colocado em ventilação mecânica ou ECMO (Oxigenação por Membrana Extracorpórea).

24
Q

Qual a abordagem cirúrgica para a HDC em uma criança pequena com hérnia recente, e como essa abordagem difere de uma criança grande com quadro arrastado e aderências?

A

Em uma criança pequena com HDC recente, a abordagem é abrir o abdome (incisão infracostal) e puxar as vísceras para dentro, dando pontos na porção inferior do diafragma. Em uma criança grande com quadro arrastado e aderências, não se deve puxar as vísceras pela laparotomia; é melhor abrir pelo tórax para soltar as aderências e depois empurrar para o abdome.

25
Caso Clínico 1: Um recém-nascido é trazido à emergência com taquidispneia, abdome escavado e desvio do ictus cordis para a direita. A radiografia de tórax revela alças intestinais no hemitórax esquerdo e desvio mediastinal. Qual o diagnóstico mais provável e qual a conduta imediata mais importante para estabilizar a via aérea?
O diagnóstico mais provável é Hérnia Diafragmática Congênita (HDC). A conduta imediata mais importante para estabilizar a via aérea é a introdução de uma sonda orogástrica para descompressão gástrica, e intubação traqueal SEM ventilação prévia por máscara/ambu, devido ao risco de distensão gástrica e piora da compressão pulmonar.
26
Caso Clínico 2: Uma gestante realiza ultrassom pré-natal que identifica alças intestinais na cavidade torácica fetal e polidrâmnio. Qual a implicação obstétrica imediata e por que este cenário sugere um período de 'lua de mel' curto após o nascimento?
A implicação obstétrica imediata é que se trata de uma gestação de alto risco, e o parto deve ocorrer em um hospital de referência com UTI Neonatal e equipe especializada. Este cenário sugere um período de 'lua de mel' curto após o nascimento porque a herniação precoce e volumosa das vísceras, indicada pelo polidrâmnio e visualização precoce das alças no tórax, resulta em hipoplasia pulmonar grave, com rápido aparecimento dos sintomas.
27
Caso Clínico 3: Um RN com HDC é intubado e colocado em ventilação mecânica. Após algumas horas, desenvolve pneumotórax hipertensivo. Explique a fisiopatologia que levou a essa complicação e qual a medida adicional de tratamento se o paciente permanecer instável.
A fisiopatologia envolve o pulmão hipoplásico e com pouca complacência, que, ao ser ventilado, pode sofrer barotrauma e desenvolver pneumotórax. Esse pneumotórax soma sua compressão à das vísceras abdominais. Se o paciente permanecer instável, mesmo após a drenagem do pneumotórax, isso indica hipoplasia pulmonar muito grande. A medida adicional de tratamento inclui o uso de vasodilatadores pulmonares (ex: nitroglicerina, nitroprussiato, tolazolina) para combater a hipertensão pulmonar e, se necessário, ECMO.
28
Caso Clínico 4: Uma criança de 5 anos apresenta histórico de pneumonias de repetição, cólicas no peito após as refeições e desnutrição. A ausculta pulmonar é diminuída à esquerda, e um RX de tórax revela imagens sugestivas de intestino no hemitórax esquerdo. Qual a hipótese diagnóstica e como a abordagem cirúrgica pode diferir de um neonato?
A hipótese diagnóstica é Hérnia Diafragmática Congênita com diagnóstico tardio. A abordagem cirúrgica provavelmente diferirá de um neonato. Como é um quadro arrastado com pneumonias de repetição, há grande probabilidade de aderências. Nesses casos, não se deve puxar as vísceras pela laparotomia; é melhor abrir pelo tórax (toracotomia) para soltar as aderências antes de empurrar as vísceras para o abdome.
29
Caso Clínico 5: Durante a cirurgia de correção de uma HDC em um RN, o cirurgião observa que o orifício diafragmático é muito grande, impossibilitando o fechamento primário por pontos. Qual a conduta nesse cenário e qual a desvantagem a longo prazo dessa solução?
Nesse cenário, a conduta é utilizar um 'patch' (tela) para o fechamento do orifício herniário. A desvantagem a longo prazo é que o 'patch' é um corpo estranho e não possui função muscular dinâmica como o diafragma normal, podendo levar a restrições respiratórias.
30
Qual a mortalidade associada à HDC e por que ela é frequentemente descrita como uma 'mortalidade oculta'?
A HDC apresenta altíssima mortalidade, sendo responsável por até 10% da mortalidade neonatal. É descrita como 'mortalidade oculta' porque a maioria dos casos sem diagnóstico prévio vai a óbito antes de sequer conseguir chegar à cirurgia.
31
Explique a importância da 'muscularização' da camada muscular das artérias pulmonares na fisiopatologia da HDC e qual o principal efeito disso.
A muscularização da camada muscular das artérias pulmonares é um processo que ocorre em resposta à hipertensão pulmonar, que se desenvolve devido à incapacidade do pulmão hipoplásico de acomodar o fluxo sanguíneo. Esse espessamento muscular das artérias pulmonares eleva ainda mais a resistência vascular pulmonar, perpetuando o shunt direita-esquerda e o padrão fetal de circulação, dificultando a oxigenação.
32
No contexto de um bebê com HDC e suspeita de má rotação intestinal, qual a explicação fisiopatológica para essa associação?
A má rotação intestinal está associada à HDC devido à precocidade do retorno intestinal à cavidade abdominal durante o desenvolvimento embrionário. Se a herniação ocorre cedo, o intestino pode retornar ao abdome antes de completar sua rotação normal, resultando em má rotação.
33
A presença de um sopro em um neonato com HDC é sempre indicativo de uma cardiopatia congênita complexa? Justifique sua resposta.
Não necessariamente. A presença de um sopro em um neonato com HDC é comum e geralmente se deve à persistência do canal arterial (PCA), que é uma das anomalias frequentemente associadas à HDC. O sopro ocorre porque o sangue é desviado da artéria pulmonar para a aorta através do canal arterial devido à hipertensão pulmonar, mantendo o padrão fetal de circulação. Portanto, pode ser apenas o PCA e não uma cardiopatia complexa.
34
Qual o significado clínico de ruídos hidroaéreos torácicos na ausculta de um recém-nascido com taquidispneia e abdome escavado?
Ruídos hidroaéreos torácicos, nesse contexto, significam que alças intestinais estão herniadas para dentro da cavidade torácica. Isso reforça o diagnóstico de hérnia diafragmática congênita, já que o intestino, normalmente no abdome, está agora produzindo sons dentro do tórax.
35
Por que em um paciente com suspeita de HDC, a ausculta pulmonar pode revelar diminuição do murmúrio vesicular?
A diminuição do murmúrio vesicular (MV) em um paciente com suspeita de HDC ocorre porque o pulmão do lado afetado está hipoplásico (subdesenvolvido) e/ou comprimido pelos órgãos abdominais herniados para o tórax. Essa compressão e o subdesenvolvimento pulmonar reduzem a entrada e saída de ar, diminuindo o som característico do MV.
36
Explique como o enema opaco pode auxiliar no diagnóstico de HDC e por que ele não é considerado um exame obrigatório.
O enema opaco pode auxiliar no diagnóstico da HDC ao injetar contraste pelo reto, preenchendo o intestino grosso. Se houver hérnia diafragmática, o contraste será visualizado no tórax, pois o cólon estará herniado para essa cavidade. No entanto, ele não é obrigatório porque o diagnóstico já pode ser feito pela clínica e pelo raio-X de tórax, e também porque é um exame que depende de etapas e pode atrasar o manejo em uma emergência.
37
Qual a importância da identificação da 'dextrocardia' como parte da tríade clássica da HDC, e o que significa 'desvio de ictus contralateral' nesse contexto?
A dextrocardia é a presença do coração desviado para o lado direito do tórax. Isso ocorre porque, na maioria das HDC (85%), as vísceras herniadas (principalmente as alças intestinais) ocupam o hemitórax esquerdo, empurrando e deslocando o coração para a direita. 'Desvio de ictus contralateral' refere-se ao fato de que o impulso apical do coração, normalmente sentido à esquerda, é percebido no lado oposto (direito) devido a esse deslocamento.
38
Por que em crianças grandes com HDC de diagnóstico tardio, a desnutrição é uma complicação frequente?
A desnutrição é frequente em crianças grandes com HDC de diagnóstico tardio porque a presença das vísceras abdominais no tórax pode causar sub-oclusão intestinal e saciedade precoce, levando a cólicas e dor após as refeições. Isso faz com que a criança não consiga se alimentar adequadamente devido ao desconforto e à falta de ar, resultando em ingestão calórica insuficiente.
39
Explique a relação entre a deficiência de pneumócitos tipo II, a diminuição de surfactante e a ocorrência de doença da membrana hialina na fisiopatologia da HDC.
A hipoplasia pulmonar na HDC leva à diminuição do número de pneumócitos tipo II. Os pneumócitos tipo II são responsáveis pela produção de surfactante pulmonar. A deficiência de surfactante resulta no colapso dos alvéolos, dificultando a troca gasosa e levando à Síndrome do Desconforto Respiratório do RN (SDR), também conhecida como doença da membrana hialina.
40
Qual a justificativa para a antibioticoterapia profilática em um paciente com HDC no período pós-operatório?
A antibioticoterapia profilática é justificada devido ao alto risco de pneumonia pós-operatória. O pulmão do paciente com HDC, mesmo após a correção cirúrgica, permanece colapsado, com pouca expansibilidade e dificuldade na eliminação de secreção, criando um ambiente propício para infecções.