LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO Flashcards

(61 cards)

1
Q

O que é o Direito?

A

O Direito pode ser definido como o conjunto de normas que disciplina a convivência humana em sociedade. Essas normas são genéricas (dirigidas a todos os indivíduos) e jurídicas (vinculam as pessoas e sua observância é controlada pelo Estado).

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2
Q

Qual a principal distinção entre Direito e moral?

A

O descumprimento da norma jurídica leva a uma sanção. O campo regulado pela moral é amplo, enquanto o do Direito é mais restrito, impondo o mínimo necessário para a vida em sociedade. O Direito atua no foro externo (controle estatal), e a moral atua no foro íntimo (questão de consciência individual).

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3
Q

O que é Direito Positivo e Direito Natural?

A

Direito Positivo: Refere-se ao direito vigente em um dado ordenamento jurídico em uma época, mesmo que não escrito. Direito Natural: Refere-se a um ordenamento atemporal e onipresente, que se impõe pela própria natureza humana, independentemente de previsão legal.

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4
Q

Qual a diferença entre Direito Objetivo e Direito Subjetivo?

A

Direito Objetivo: É o conjunto de normas jurídicas abstratas e gerais impostas à coletividade (ex: o direito à creche). Direito Subjetivo: Refere-se à faculdade de cada indivíduo de exercer um direito objetivo de sua titularidade e que recebe proteção (ex: o direito de Joãozinho de 3 anos de frequentar a creche).

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5
Q

Como o Direito é tradicionalmente dividido e quais são alguns de seus ramos?

A

O Direito costuma ser dividido em Direito Público e Direito Privado, com objetivo didático. Direito Público: Disciplina o exercício do Poder Estatal. Exemplos: Direito Administrativo, Direito Constitucional, Direito Tributário, Direito Penal, Direito Processual Penal e Civil, Direito Internacional Público e Privado, Direito Ambiental. Direito Privado: Rege a vida dos particulares. Exemplos: Direito Civil, Direito Comercial/Empresarial, Direito do Consumidor, Direito do Trabalho, Direito Agrário, Direito Marítimo, Direito Aeronáutico.

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6
Q

O que são as fontes do Direito?

A

As fontes do Direito representam tanto o poder de criar regras jurídicas (fonte de produção) quanto o modo de conhecer as regras aplicáveis (fonte de cognição). Podem ser históricas ou atuais.

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7
Q

Quais são as fontes formais do Direito segundo a LINDB?

A

As fontes formais do Direito são a lei, os princípios gerais de direito, a analogia e o costume.

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8
Q

O que são fontes informais do Direito?

A

Fontes informais do Direito são aquelas que nem todos os autores consideram como legitimamente fontes de direito, como a doutrina (produzida por estudiosos) e a jurisprudência (conjunto de decisões de Tribunais no mesmo sentido).

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9
Q

Qual a distinção entre fontes diretas (imediatas) e indiretas (mediatas) do Direito?

A

Fontes Diretas ou Imediatas: Criam imediatamente a norma jurídica (ex: lei e costumes). Fontes Indiretas ou Mediatas: Apenas auxiliam na elaboração da norma (ex: doutrina e jurisprudência).

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10
Q

O que é a Lei em sentido estrito e quais seus requisitos para ser considerada Lei no direito brasileiro?

A

A Lei em sentido estrito é a norma produzida pelo Poder Legislativo. Para ser uma Lei, ela precisa ser: Produzida pelo Poder Legislativo (Deputados e Senadores no Congresso Nacional para Leis Federais, Deputados Estaduais em Assembleias Legislativas para Leis Estaduais, Vereadores em Câmaras Municipais para Leis Municipais). Seguir o rito do processo legislativo previsto na Constituição. Sancionada pelo Presidente da República (leis federais), Governador (leis estaduais) ou Prefeito (leis municipais) – a sanção pode ser expressa ou tácita. Ser promulgada e publicada no Diário Oficial.

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11
Q

Quais são as características da Lei no direito brasileiro?

A

As características da Lei são: Generalidade: É um comando abstrato, dirigido a todas as pessoas. Imperatividade: Impõe um dever de fazer ou de se abster. Autorizamento: Autoriza o lesado a exigir a observância da norma ou impõe ao infrator sofrer as consequências do descumprimento. Permanência: Não é revogada pelo desuso, sendo necessária sua revogação por outra lei. Emanação de autoridade competente: Emana da autoridade com competência legislativa no texto constitucional para tanto.

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12
Q

Quais são as fases da criação de uma lei?

A

As fases da criação de uma lei são: Iniciativa ou elaboração. Promulgação (certificação da existência válida da lei). Publicação no Diário Oficial (momento a partir do qual tem início sua vigência).

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13
Q

O que é a vacatio legis (vacância) de uma lei e qual seu prazo regra no Brasil e no exterior?

A

A vacatio legis é o prazo entre a publicação da lei e sua entrada em vigor. No território nacional: Em regra, 45 dias depois de oficialmente publicada, salvo disposição contrária na própria lei. Nos Estados estrangeiros (para lei brasileira admitida): 3 meses depois de oficialmente publicada.

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14
Q

Como é a contagem do prazo de vacatio legis se ocorrer uma nova publicação do texto da lei antes de sua entrada em vigor?

A

Se, antes de a lei entrar em vigor, ocorrer nova publicação de seu texto destinada à correção, o prazo de vacatio legis começará a correr da nova publicação.

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15
Q

E se as correções a um texto de lei ocorrerem quando a lei já está em vigor?

A

As correções a texto de lei já em vigor são consideradas lei nova e suas disposições observarão também o prazo de vacância. A redação original da lei continua em vigor até que o novo prazo decorra.

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16
Q

Como é feita a contagem do prazo para entrada em vigor das leis que estabelecem período de vacância?

A

A contagem do prazo para entrada em vigor das leis que estabelecem período de vacância é feita com a inclusão da data da publicação e do último dia do prazo, entrando em vigor no dia subsequente à sua consumação integral.

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17
Q

O que acontece quando o Chefe do Poder Executivo veta algumas disposições legais e o veto é afastado pelo Poder Legislativo?

A

As disposições vetadas serão publicadas e observarão o prazo de vacância a partir de sua publicação.

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18
Q

Qual a diferença entre vigor e vigência da lei?

A

Vigência: Relacionada com a duração temporal da lei (pode ser prazo determinado ou indeterminado/permanente). Vigor: Significa que a lei deve ser cumprida enquanto estiver vigente, ou seja, ela tem efeito vinculante sobre a sociedade.

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19
Q

O que é o princípio da continuidade da lei?

A

O princípio da continuidade estabelece que a lei manterá sua vigência até que outra lei a modifique ou revogue. A lei não é revogada pelo desuso.

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20
Q

Quais são os casos em que as leis possuem vigência temporária (caducidade da lei)?

A

As leis podem possuir vigência temporária nos seguintes casos de caducidade: O advento de um termo fixado para sua duração (lei com “data final”). O implemento de condição resolutiva (leis circunstanciais, cuja validade vai até o final de um evento incerto). A consecução de seus fins (leis com finalidades muito específicas e pontuais). Desaparecimento dos pressupostos fáticos.

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21
Q

Como ocorre a revogação da lei?

A

A revogação da lei ocorre de forma: Expressa: Quando a nova lei menciona os dispositivos e diplomas que revoga. Tácita: Quando a nova lei é incompatível com a anterior ou disciplina inteiramente a matéria prevista na anterior.

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22
Q

Qual a diferença entre ab-rogação e derrogação?

A

Ab-rogação ou revogação total: Supressão total da lei revogada. Derrogação ou revogação parcial: Supressão de parte do texto da lei anterior.

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23
Q

Quais critérios são utilizados para aferir a incompatibilidade em casos de revogação tácita (antinomias de primeiro grau)?

A

Os critérios são: Critério cronológico: A lei posterior revoga a anterior quando incompatível. Critério hierárquico: Alteração da norma constitucional que servia de fundamento à lei. Critério da especialidade: Lei nova que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já existentes não revoga nem modifica a lei anterior (coexistência de leis gerais e especiais).

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24
Q

O que é repristinação e ela é a regra no direito brasileiro?

A

Repristinação é o fenômeno pelo qual a lei revogada volta a viger por ter a lei revogadora perdido a vigência. No direito brasileiro, a repristinação é a EXCEÇÃO, ocorrendo apenas nos casos de previsão expressa.

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25
O que estabelece o princípio da obrigatoriedade da lei?
O princípio da obrigatoriedade da lei estabelece que "Ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando que não a conhece."
26
O que significa o non liquet e como o ordenamento jurídico brasileiro o trata?
O non liquet é a proibição de o juiz deixar de julgar por alegar a inexistência de lei. O ordenamento jurídico brasileiro veda o non liquet, impondo ao juiz decidir o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito quando a lei for omissa.
27
Qual a ordem de aplicação dos métodos de integração do Direito em caso de omissão da lei, segundo a LINDB?
A ordem é: analogia, costumes e princípios gerais de direito (Mnemônico: ACP).
28
O que é analogia e quais seus requisitos para aplicação?
Analogia é a extensão de uma solução legal dada a uma hipótese semelhante a uma hipótese não prevista em lei. Requisitos: Inexistência de dispositivo legal para a hipótese concreta. Semelhança entre a hipótese não contemplada na lei e aquela disciplinada na lei. Identidade de fundamentos lógico e jurídicos.
29
Qual a diferença entre analogia e interpretação extensiva?
Analogia: Aplicada em razão da inexistência de norma legal, estendendo uma solução legal de uma hipótese a outra semelhante, mas não prevista. Interpretação Extensiva: Aplicação de norma existente a casos que estão no espírito da lei, embora não previstos expressamente, pois o legislador não exauriu as possibilidades de aplicação do dispositivo.
30
O que é o costume como fonte do Direito e quais suas espécies?
O costume é uma fonte subsidiária/supletiva para suprir lacunas, surgindo de uma prática reiterada de uma conduta (elemento externo) e da convicção de sua obrigatoriedade (elemento interno). Espécies: Costume secundum legem: Previsto na lei. Costume praeter legem: Serve para suprir lacuna. Costume contra legem: Contrário à lei e não admitido no ordenamento brasileiro.
31
O que são os princípios gerais de direito?
São regras não escritas, mas universalmente aceitas, presentes na consciência coletiva e dotadas de juridicidade, sendo o último recurso para suprir lacunas.
32
O que é equidade e como o juiz pode decidir por ela no direito brasileiro?
Em sentido amplo: Atender ao ideal de justiça. Em sentido estrito: Autorização legal para que o juiz dê a solução mais adequada ao caso concreto. No direito brasileiro, o juiz só pode julgar por equidade quando autorizado por lei (decidir com equidade é sempre esperado).
33
Quais são os tipos de equidade?
Os tipos de equidade são: Equidade legal: O próprio legislador prevê diferentes soluções para a questão. Equidade judicial: O legislador, explícita ou implicitamente, deixa ao magistrado a tarefa de definir a melhor solução para o caso concreto.
34
Quais são os principais métodos de interpretação das leis?
Os principais métodos de interpretação das leis são: Gramatical ou literal: Análise das palavras, técnica de escrita, pontuação. Lógica ou racional: Orienta-se pelo espírito da lei, sua finalidade. Sistemática: Considera a norma em conjunto com as demais do ordenamento jurídico. Histórica: Considera os antecedentes históricos da norma e o processo legislativo. Sociológica ou teleológica: Adapta a finalidade da norma às circunstâncias sociais, atendendo aos fins sociais a que se dirige e às exigências do bem comum.
35
Quais esferas o Decreto-Lei nº 4.657/1942 (LINDB), com as alterações da Lei nº 13.655/2018, visa disciplinar e proporcionar segurança jurídica nas decisões?
As disposições da LINDB (especialmente os artigos 20 e seguintes) visam disciplinar e proporcionar segurança jurídica nas decisões proferidas na esfera administrativa, controladora e judicial.
36
O que a LINDB exige dos julgadores ao decidir com base em valores jurídicos abstratos?
Não se deve decidir com base em valores jurídicos abstratos sem que sejam consideradas as consequências práticas da decisão (jurídicas, administrativas e econômicas). A motivação deve demonstrar a necessidade e adequação da medida, inclusive em face de possíveis alternativas.
37
O que a LINDB exige do agente julgador ao invalidar um ato?
Ao invalidar um ato, o agente julgador deve indicar expressamente suas consequências jurídicas e administrativas. Se possível, deve indicar as condições para regularização do ato de modo proporcional e equânime, sem prejuízo aos interesses gerais e sem impor ônus ou perdas anormais ou excessivas.
38
O que a LINDB considera na interpretação de normas sobre gestão pública?
Na interpretação de normas sobre gestão pública, serão considerados os obstáculos e as dificuldades reais do gestor e as exigências das políticas públicas a seu cargo, sem prejuízo dos direitos dos administrados.
39
O que deve ser considerado na aplicação de sanções, segundo a LINDB?
Na aplicação de sanções, devem ser consideradas a natureza e a gravidade da infração cometida, os danos que dela provierem para a administração pública, as circunstâncias agravantes ou atenuantes e os antecedentes do agente.
40
O que a LINDB estabelece sobre a revisão da validade de atos já aperfeiçoados em face de mudança de orientação geral?
A revisão, nas esferas administrativa, controladora ou judicial, quanto à validade de ato, contrato, ajuste, processo ou norma administrativa cuja produção já se houver completado levará em conta as orientações gerais da época, sendo vedado que, com base em mudança posterior de orientação geral, se declarem inválidas situações plenamente constituídas.
41
O que são "orientações gerais" para fins da LINDB?
Consideram-se orientações gerais as interpretações e especificações contidas em atos públicos de caráter geral ou em jurisprudência judicial ou administrativa majoritária, e ainda as adotadas por prática administrativa reiterada e de amplo conhecimento público.
42
O que a LINDB prevê sobre a celebração de compromissos entre autoridades públicas e particulares?
Para eliminar irregularidade, incerteza jurídica ou situação contenciosa na aplicação do direito público (inclusive expedição de licença), a autoridade administrativa poderá, após oitiva do órgão jurídico e, se cabível, consulta pública, e presentes razões de relevante interesse geral, celebrar compromisso com os interessados. O compromisso produzirá efeitos a partir de sua publicação oficial.
43
Quais as vedações para o compromisso previsto no art. 26 da LINDB?
O compromisso não poderá conferir desoneração permanente de dever ou condicionamento de direito reconhecidos por orientação geral.
44
O que a LINDB permite em relação à compensação por benefícios indevidos ou prejuízos anormais/injustos?
A decisão do processo, nas esferas administrativa, controladora ou judicial, poderá impor compensação por benefícios indevidos ou prejuízos anormais ou injustos resultantes do processo ou da cond.
45
O que a LINDB permite em relação à compensação por benefícios indevidos ou prejuízos anormais/injustos?
A decisão do processo, nas esferas administrativa, controladora ou judicial, poderá impor compensação por benefícios indevidos ou prejuízos anormais ou injustos resultantes do processo ou da conduta dos envolvidos.
46
Quando o agente público responderá pessoalmente por suas decisões ou opiniões técnicas?
O agente público responderá pessoalmente por suas decisões ou opiniões técnicas em caso de dolo ou erro grosseiro.
47
O que o Decreto nº 9.830/2019 estabelece sobre a motivação da decisão?
A decisão deve ser motivada com a contextualização dos fatos, indicação dos fundamentos de mérito e jurídicos, congruência entre normas e fatos, interpretação jurídica, jurisprudência e doutrina. A motivação pode ser por declaração de concordância com pareceres, laudos, etc. (per relationem ou aliunde).
48
Quais são as condições para a modulação de efeitos da decisão de invalidação de ato, conforme o Decreto nº 9.830/2019?
A modulação de efeitos da decisão de invalidação deve: Não prejudicar os interesses gerais da sociedade. Indicar as condições para regularização do ato, se possível. Ocorrer de forma proporcional e equânime. Pode restringir os efeitos da declaração ou postergar sua eficácia para um momento futuro, buscando mitigar ônus ou perdas anormais ou excessivas.
49
Quais são os critérios para solucionar conflitos de leis no tempo (sucessão de leis)?
Os critérios são: Disposições transitórias: Produzidas pelo legislador e constam da própria lei. Irretroatividade das normas: Leis não são aplicadas a situações constituídas antes de sua vigência, salvo se (i) não violarem o ato jurídico perfeito, a coisa julgada e o direito adquirido e se (ii) constar expressamente da própria lei.
50
O que são ato jurídico perfeito, coisa julgada e direito adquirido?
Ato jurídico perfeito: O já consumado segundo a lei vigente ao tempo em que se efetuou. Coisa julgada: A decisão judicial de que já não caiba recurso. Direito adquirido: Direitos que seu titular, ou alguém por ele, possa exercer, ou cujo começo de exercício tenha termo pré-fixo ou condição pré-estabelecida inalterável.
51
O que é ultratividade da lei?
Ultratividade é o fenômeno pelo qual uma lei, mesmo após sua revogação, continua a reger as situações ocorridas antes da revogação. É a outra face da irretroatividade da lei.
52
O que a Súmula 654 do STF estabelece sobre a irretroatividade da lei?
A Súmula 654 do STF estabelece que "A garantia da irretroatividade da lei, prevista no art. 5°, XXXVI, da Constituição da República, não é invocável pela entidade estatal que a tenha editado."
53
Qual o princípio adotado no Brasil quanto à eficácia da lei no espaço?
No Brasil, vige o princípio da territorialidade moderada/mitigada/temperada, que, embora adote a aplicação da lei brasileira no território nacional, admite, excepcionalmente, a aplicação de norma estrangeira por tribunais brasileiros (extraterritorialidade).
54
O que é o estatuto pessoal e qual lei o rege no Brasil?
O estatuto pessoal é a situação jurídica que rege o estrangeiro. No Brasil, o direito submeteu o estatuto pessoal à lei do domicílio, a qual rege o começo e o fim da personalidade, o nome, a capacidade e os direitos de família.
55
Quais são os limites impostos pela LINDB à aplicação de leis, atos e sentenças de outro país no Brasil?
Leis, atos e sentenças de outro país, bem como quaisquer declarações de vontade, não terão eficácia no Brasil quando ofenderem a soberania nacional, a ordem pública e os bons costumes.
56
Em quais casos a LINDB determina a aplicação do princípio da territorialidade (lei brasileira), mesmo havendo elemento estrangeiro?
A LINDB determina a aplicação da lei brasileira nos seguintes casos: Casamento realizado no Brasil (quanto a impedimentos dirimentes e formalidades). Qualificação e regulação de bens situados no Brasil. Qualificação e regência de obrigações constituídas no Brasil. Filiais, agências ou estabelecimentos de organizações estrangeiras no Brasil. Ações relativas a imóveis situados no Brasil (competência exclusiva da justiça brasileira).
57
Qual a lei que rege a sucessão por morte ou ausência de uma pessoa, segundo a LINDB?
A sucessão por morte ou por ausência obedece à lei do país em que domiciliado o defunto ou o desaparecido, qualquer que seja a natureza e a situação dos bens.
58
Qual a lei que regula a capacidade para suceder?
A lei do domicílio do herdeiro ou legatário regula a capacidade para suceder.
59
Quais os requisitos para que uma sentença proferida no estrangeiro seja executada no Brasil?
Para ser executada no Brasil, a sentença estrangeira deve: Ter sido proferida por juiz competente. Ter sido as partes citadas ou haver-se legalmente verificado a revelia. Ter passado em julgado e estar revestida das formalidades necessárias para a execução no lugar em que foi proferida. Estar traduzida por intérprete autorizado. Ter sido homologada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ).
60
O que é a vedação ao reenvio (remissão) no contexto da aplicação da lei estrangeira, conforme a LINDB?
Quando a lei brasileira determina a aplicação da lei estrangeira, deve-se ter em vista a disposição desta, sem considerar qualquer remissão por ela feita a outra lei (seja para a lei brasileira ou para a lei de um terceiro país).
61
Como se rege a prova dos fatos ocorridos em país estrangeiro?
A prova dos fatos ocorridos em país estrangeiro rege-se pela lei que nele vigorar, quanto ao ônus e aos meios de produzir-se, não admitindo os tribunais brasileiros provas que a lei brasileira desconheça.