Mama - Adjuvância Flashcards
(73 cards)
Quais variáveis aumentam o risco de recorrência nos pacientes com câncer de mama?
Grau histológico elevado (G3), tumores triplo negativos, HER2 positivos, score genômico alto risco, comprometimento linfonodal, Ki67 > 14%.
Critérios de Cheang (2009) definem Luminal B como Ki67 > 14%. Maior risco quando mais de 3 linfonodos comprometidos.
Quando a quimioterapia geralmente está indicada no tratamento adjuvante do câncer de mama?
LFN positivo, RH negativo (tumores > 5 mm), HER2 positivo (tumores > 5 mm), risco Predict > 12% (RH+) ou > 8% (RH-).
Exceção: pós-menopausa com 1-3 LFN positivos, doença luminal e Oncotype/Mammaprint de baixo risco podem evitar QT.
Quais pacientes com câncer de mama inicial não necessitam de quimioterapia adjuvante?
Tumores < 5 mm, LFN negativo, pós-menopausa com até 3 LFN+ e risco genômico baixo.
A omissão de QT visa evitar riscos desnecessários do tratamento em pacientes com bom prognóstico.
Qual a utilidade do Oncotype DX na avaliação do câncer de mama e como interpretar seus resultados?
Avalia prognóstico e valor preditivo do uso de QT em RH+/HER2-negativo, classificando o risco pelo Recurrence Score (RS).
RS < 11 ou < 26 com mais de 50 anos: apenas HT. RS > 30: benefício claro da QT. RS 16-25 e idade ≤ 50 anos: considerar QT.
Qual a interpretação do Oncotype DX para pacientes com câncer de mama e linfonodos positivos?
Estudo RxPonder: mulheres pós-menopausa com 1-3 LFN+ e RS ≤ 25 não se beneficiam da QT adjuvante.
Na pré-menopausa com RS ≤ 25, houve ganho absoluto de 5,2% em SLDI com QT adjuvante, justificando seu uso nesse grupo.
Como o teste Mammaprint pode auxiliar na decisão de tratamento adjuvante do câncer de mama?
Categoriza pacientes em baixo ou alto risco genômico, permitindo omitir QT em RH+/HER2- com baixo risco genômico.
Preferencial para pacientes na pós-menopausa, RH+, alto risco clínico, HER2- e N0. Com até 3 LFN+, benefício da QT não é totalmente excluído.
Em quais pacientes com câncer de mama os testes genômicos (Oncotype DX e Mammaprint) NÃO devem ser utilizados?
Pacientes HER2 positivo ou RH negativo, pois não possuem valor preditivo confiável nestes subtipos.
Baixo acesso na saúde pública; considerar omissão em mulheres pós-menopausa com tumores grau 1-2, RP ≥ 20%, pN0 e < 2 cm.
Quais são os esquemas de QT adjuvante recomendados para tumores luminais (RH+/HER2-) no câncer de mama?
ACdd→T semanal (ou Tdd), AC→T semanal (ou D), AC, TC, CMF “clássico”, CMF EV.
Dose densa (dd) com uso de G-CSF confere ganho em SLD e SG. Preferência para ACdd→T para tumores ≥ 2 cm ou LFN+.
Quais são os esquemas de QT preferidos para tumores triplo negativos no câncer de mama?
ACdd→T semanal (ou Tdd), AC→T semanal (ou D), PCb (paclitaxel + carboplatina).
Para doença residual após neoadjuvância: capecitabina por 6-8 ciclos (Create-X). Pacientes tratadas com pembrolizumabe na neoadjuvância: continuar por 9 ciclos.
Qual regime de quimioterapia é preferencial para pacientes com câncer de mama e contraindicação a antracíclicos?
TCH (docetaxel, carboplatina e trastuzumabe) para HER2+; TC para HER2-negativo.
Em pacientes HER2+ com tumores < 2 cm e N0, considerar descalonamento para TH (paclitaxel + trastuzumabe) por 12 semanas.
Qual o esquema recomendado para doença residual triplo-negativa após neoadjuvância no câncer de mama?
Capecitabina 2.000-2.500 mg/m² VO D1-14 a cada 3 semanas por 6-8 ciclos.
Estudo Create-X mostrou ganho em SLD e SG. Para população ocidental, considerar dose de 2.000 mg/m² por maior toxicidade.
Qual a recomendação de hormonioterapia para mulheres na pré-menopausa com câncer de mama?
Tamoxifeno por 5 a 10 anos, ou supressão ovariana por 2-5 anos combinada a tamoxifeno ou IA.
Supressão ovariana (triptorrelina/goserelina) associada a exemestano deve ser considerada para alto risco de recidiva.
Quais as opções de hormonioterapia para mulheres na pós-menopausa com câncer de mama?
Tamoxifeno ou inibidores de aromatase (anastrozol, letrozol, exemestano) por 5 a 10 anos.
Também pode-se usar IA por 2-3 anos seguido por TMX até completar pelo menos 5 anos de tratamento endócrino.
Quando considerar hormonioterapia estendida (> 5 anos) no tratamento do câncer de mama?
Para pacientes com alto risco de recidiva tardia, baseado no risco inicial e na ferramenta CTS5.
Estudos ATLAS e GIM4 demonstraram ganho em SLD e SG com terapia estendida. Considerar toxicidades: artralgia, osteopenia e fogachos.
Qual o tratamento hormonal indicado para carcinoma ductal in situ (CDIS) de mama RH+?
Tamoxifeno 20 mg/dia por 5 anos ou 5 mg/dia por 3 anos, ou anastrozol 1 mg/dia na pós-menopausa.
Reduz recidiva ipsilateral e contralateral sem impacto em SG. Opção de baixa dose de TMX em caso de toxicidade limitante.
Quais os esquemas de QT indicados para tumores HER2 positivo no câncer de mama?
ACdd→Tdd+H, ACdd→TH semanal, AC→TH, TCH, TH.
Para doença residual após neoadjuvância: T-DM1 por 14 ciclos. Considerar pertuzumabe adjuvante em pacientes com LFN+.
Qual a duração do tratamento adjuvante com trastuzumabe no câncer de mama HER2+?
1 ano (12 meses).
Estudos que avaliaram reduções na duração (6 meses, 9 semanas) não demonstraram não-inferioridade consistente, exceto Persephone (6 meses).
Como monitorar a cardiotoxicidade durante o uso do trastuzumabe no tratamento do câncer de mama?
Avaliação cardíaca em 0, 3, 6, 9 e 12 meses de tratamento.
Suspender se redução da FE > 16% do inicial ou 10-15% abaixo do limite da normalidade. Reavaliar após 4 semanas para decisão de continuidade.
Quando está indicado o uso de T-DM1 no cenário adjuvante do câncer de mama?
Para pacientes HER2+ que não atingiram RPC após neoadjuvância, por 14 ciclos.
Estudo Katherine demonstrou ganho em SLD comparado com trastuzumabe isolado, sem ganho em SG.
Quando indicar abemaciclibe adjuvante no tratamento do câncer de mama?
Para pacientes com alto risco: ≥4 LFN+ ou 1-3 LFN+ com tumor ≥5 cm, G3 ou Ki67 ≥ 20%.
Administrar 150 mg VO 2x/dia por 2 anos (concomitante à hormonioterapia). Benefício absoluto em SLDi de 5,4% e SLRD de 4,2% em 3 anos.
Quando está indicado o uso de olaparibe adjuvante no tratamento do câncer de mama?
Para pacientes com mutação em BRCA 1/2 e estádios II/III, por 1 ano.
Para TN: após QT adjuvante com LN+ ou tumor ≥2cm, ou sem RPC após neoadjuvância. Para RH+/HER2-: ≥4 LFN+ ou sem RPC com CPS+EG ≥3.
Quando o neratinibe está indicado na adjuvância do câncer de mama HER2+?
Após 1 ano de trastuzumabe em pacientes com doença HER2+/RH+ de alto risco.
Administrar 240 mg contínuo por 1 ano. Ganho observado especificamente no subgrupo triplo-positivo.
Quando indicar inibidores de osteólise na adjuvância do câncer de mama?
Para mulheres na pós-menopausa ou em supressão ovariana, como parte da terapia adjuvante endócrina.
Ácido zoledrônico 4 mg EV a cada 6 meses ou denosumabe 60 mg SC a cada 6 meses por 3-5 anos. Benefício em redução de fraturas e recidivas.
Qual o seguimento recomendado após tratamento adjuvante no câncer de mama?
Exame clínico a cada 3-6 meses nos primeiros 3 anos, depois a cada 6-12 meses por 2 anos, e anualmente após.
Mamografia anual é o único exame de imagem necessário. Avaliação ginecológica anual, especialmente para pacientes em uso de tamoxifeno.