Patologia: Reparo Tecidual e Imunopatologia Flashcards
(23 cards)
Capacidade regenerativa das células.
- Lábeis ou intermitóticas ativas: tecidos em que as células são continuamente perdidas e substituídas pela maturação de células-tronco e por proliferação de célula maduras (regeneração é comum).
- Estáveis ou intermitóticas potenciais: quiescentes e, em seu estado normal, possuem baixa atividade replicativa. Entretanto, essas células são capazes de proliferar em resposta a lesão ou perda de massa tecidual (regeneração é possível).
- Perenes ou permanentes ou ainda pós-mitóticas: terminalmente diferenciadas e não proliferativas na vida pós-natal (regeneração é impossível. Ocorre cicatrização).
Fatores a se considerar para reparo tecidual.
- Capacidade regenerativa das células.
- Grau de destruição: quanto maior a histólise, menor a possibilidade de regeneração e maior a de cicatrização. A lise do estroma dificulta a regeneração, já que este funciona como guia e suporte.
- Tipo de inflamação: Quanto maior a duração do processo inflamatório, menor a possibilidade de regeneração.
- Fatores locais: irrigação e inervação, o tamanho e localização da lesão, presença de corpos estranhos, etc.
Fatores de crescimento.
- São as células inflamatórias (macrófagos), fibroblastos e outras células que liberam citocinas, quimiocinas e fatores de crescimento que auxiliam o processo de reparação da lesão.
- Proteínas que estimulam a sobrevivência e a proliferação de várias células e podem promover migração, diferenciação e outras respostas celulares.
Regeneração.
- Reparo com o mesmo tecido existente anteriormente no local (células tronco ou mitose das células do tecido que restaram).
- A regeneração ocorre por proliferação de células residuais (não lesadas) que retêm a capacidade de divisão e por substituição de células-tronco teciduais.
- Constitui a resposta típica a lesão em epitélios que se dividem rapidamente, como na pele e nos intestinos e em alguns órgãos, principalmente no fígado.
- Comum em órgãos com células lábeis e estáveis.
Cicatrização.
- Reparo pela deposição de tecido conjuntivo (fibroblastos que produzem matriz e colágeno e células endoteliais que promovem a revascularização).
- Se as estruturas de suporte do tecido são gravemente lesadas, o reparo ocorre por deposição de tecido conjuntivo (fibrose), um processo que resulta em formação de cicatriz.
- Embora a cicatriz fibrosa não possa realizar a função das células perdidas do parênquima, ela fornece estabilidade estrutural suficiente para tornar o tecido lesado hábil nas suas funções.
- Ocorre diminuição da relação parênquima/estroma.
Origem do tecido de reposição.
- Epitélio adjacente: reepitelização.
- Parênquima adjacente: regeneração.
- Estroma: cicatrização.
Papel da Matriz Extracelular no reparo tecidual.
- Suporte mecânico.
- Controle da proliferação celular por se ligar e exibir fatores de crescimento e por sinalização através de receptores celulares da família das integrinas.
- Arcabouço para renovação tecidual: a manutenção da estrutura normal do tecido requer uma membrana basal ou um arcabouço de estroma.
Fases da cicatrização.
- Inflamação.
- Proliferação, com tecido de granulação.
- Maturação da cicatriz: regressão vascular progressiva que, finalmente, transforma o tecido de granulação, altamente vascularizado, em uma cicatriz amplamente avascular e pálida.
Tecido de granulação.
Tecido cicatricial, formado por fibroblastos, colágeno, vasos e alguns macrofagos dispostos em uma MEC frouxa.
Angiogênese.
- Formação de um vaso sanguíneo a partir de um vaso preexistente.
- Envolve uma série de fatores de crescimento.
Migração e proliferação de fibroblastos na cicatrização.
- Células de defesa promovem a digestão do tecido morto, do agente agressor e do coágulo - formado do extravasamento de sangue no local - elementos que levam ao desencadeamento das fases inflamatórias.
- Fase de crescimento do tecido de granulação: ativação proliferação de fibroblastos e de células endoteliais dos capilares vizinhos na zona agredida devido à secreção de fatores de crescimento pelas células inflamatórias.
- Essas células formam pequenos brotos endoteliais que crescem e penetram na zona agredida, onde se canalizam, anastomosam-se a outros brotos, constituindo alças capilares.
- Este sistema vascular neoformado apresenta aumento de permeabilidade nas suas novas junções capilares, com grande saída de elementos sanguíneos, água, eletrólitos e proteínas.
- Fibroblastos acompanham o tecido endotelial, migrando para essa nova matriz tecidual e secretando fibras colágenas.
Maturação da cicatriz.
- A quantidade de colágeno aumenta com o tempo, de forma que essas fibras comprimem os capilares formados, reduzindo o seu número.
- As células fagocitárias vão desaparecendo (por apoptose), e o tecido de granulação passa a ser constituído por um tecido conjuntivo progressivamente mais denso e menos vascularizado (desvascularização).
- Progressivamente, aumentam as ligações transversais nas moléculas de colágeno, tornando-o mais resistente e estável
- Ocorre a proliferação de miofibroblastos, os quais possuem capacidade contrátil: importante no processo de retração da cicatriz e de aproximação das bordas da ferida.
Cicatrização de primeira intensão.
- Comum em feridas cirurgiucas, cujas bordas foram aproximadas por sutura e que não tenha sido infectada.
- Mais rápida.
- Forma cicatrizes menores, visto que a fenda da ferida é mais estreita e a destruição tecidual nas bordas da ferida é menor.
- Simultaneamente, ocorre formação de novos capilares, a partir do endotélio de capilares na margem da ferida.
Cicatrização de segunda intensão.
- Comum em feridas mais abertas, com bordas afastadas ou que tenha sido infectada.
- Quando a ferida é extensa e tem margens afastadas, forma-se um grande coágulo. Se ocorre infecção, surge reação inflamatória exuberante. A exsudação de fagócitos é muito intensa e forma-se abundante tecido de granulação.
- Como as bordas da ferida são distantes, a regeneração da epiderme é mais lenta e demora mais tempo para se completar.
- As células da epiderme proliferam nas margens, onde ocorre certo grau de hiperplasia devido à grande quantidade de fatores de crescimento liberados a partir de células exsudadas.
- Nas fases iniciais, o tecido de granulação faz saliência na superfície da ferida.
- Mais intenso e evidenciável o fenômeno de retração da cicatriz por miofibroblastos.
- Resistência da cicatriz aumenta com o passar do tempo, mas não atinge os níveis da pele íntegra.
- O tecido de granulação possui células da imunidade que favorecem a proteção da região contra a infecção.
- Nesses casos, a cicatrização supera os fenômenos de regeneração.
Queloide e Cicatriz Hipertrófica.
- Ocorre excesso do processo de cicatrização: descontrole na síntese de colágeno.
- Forma “tumorações” nas áreas de cicatrização, mesmo em feridas pequenas.
- Cicatriz hipertrófica: tende a ser reversível, regredindo parcialmente com o passar do tempo.
- Queloide: pode regredir ou ter regressão muito lenta, associada à predisposição genética.
- O dano maior é estético.
- Macroscopia (ambos os casos): as fibras colágenas são irregulares, grossas, e formam feixes distribuídos ao acaso, contendo capilares e fibroblastos em maior número do que uma cicatriz normal.
Aderência.
Ocorre formação de uma cicatriz entre dois órgãos
Deficiências de cicatrização.
- Pedaços de gases, fios de sutura pouco absorvíveis: mantém resposta inflamatória ativa.
- Desnutrição (vit. C): interferem diretamente nos processos de síntese do colágeno.
- Lesões vasculares (aterosclerose, varizes): baixa perfusão tecidual (retardam ou impedem a cicatrização).
- Idosos: cicatrização mais lenta devido à redução na capacidade proliferativa das células.
Reações de hipersensibilidade tipo I (anafilaxia, alergias).
- Doenças por hipersensibilidade por síntese aumentada de IgE são conhecidas genericamente como alergias ou doenças anafiláticas (asma, urticária, bronquites)
- Podem ser localizadas (anafilaxia localizada) ou sistêmicas (choque anafilático).
Reação Anafilática Localizada.
- Surge em locais determinados do organismo (pele, mucosas, intestinos, brônquios, etc) e tem duas fases.
- Fase imediata ou aguda: ação de histamina, leucotrienos e fator ativador de plaquetas. Ocorre vasodilatação, aumento da permeabilidade vascular (hiperemia), broncoconstrição, aumento da motilidade intestinal, aumento da secreção de glândulas exócrinas (muco).
- Fase tardia: ocorre ativação do endotélio por interleucinas, que expõe moléculas de adesão para eosinófilos neutrófilos e linfócitos TCD4+ (Th2); neutrófilos e eosinófilos formam o exsudato inflamatório inicial.
- Ocorre também liberação de citocinas inflamatórias, quimiocinas e recrutamento de mais linfócitos TCD4+ e monócitos e novos eosinófilos, mastócitos e basófilos.
Reação anafilática sistêmica.
- O choque anafilático ocorre quando o alergeno induz sensibilização de mastócitos de forma sistêmica.
- O contato subsequente com dose desencadeante promove ativação e desgranulação sistêmica dessas células e liberação de grande quantidade de mediadores.
- O resultado é queda da PA, broncoconstrição, relaxamento de esfíncteres, prurido generalizado e edema de glote, orelhas e lábios.
- O paciente pode morrer por insuficiência circulatória (choque anafilático).
Reações de hipersensibilidade tipo II (mediada por anticorpos).
- Citotóxica média da por anticorpos.
- Os anticorpos IgG ou IgM são autoimunes e ligam-se a antígenos presentes na membrana celular.
- A reação pode ser desencadeado por 3 mecanismos principais: opsonização e fagocitose, inflamação e desorganização funcional.
Reações de hipersensibilidade tipo III (mediada por complexos Ag-Ac).
- Complexos de anticorpo e antígeno na circulação depositam-se nas paredes dos vasos sanguíneos causando inflamação.
- A formação de complexos antígeno-anticorpo é uma parte normal da resposta imune, mas esses imunocomplexos podem causar doença apenas quando produzidos em quantidades excessivas, não sendo eliminados pelo sistema reticuloendotelial.
- As reações de hipersensibilidade mediadas por complexos imunes podem ser divididas em reações locais e sistêmicas; mas as sistêmicas são a base das doenças imunes mais comuns e debilitantes, como artrite, glomerulonefrite, vasculite, etc
Reações de hipersensibilidade tipo IV (mediada por células T).
- Desencadeado por linfocitos T CD4 ou CD8.
- Primeira exposição: contato inicial com o antígeno, apresentação para T CD4+ e diferenciação para Th1 → Células Th1 de memória (essa fase dura cerca de 10 dias).
- Segunda exposição: reexposição ao antígeno, fagocitose do antígeno, apresentação do antígeno, ativação de LT, acúmulo de linfócitos ao redor de pequenas veias (infiltrado perivascular), aumento da permeabilidade microvascular, depósito de fibrina no interstício, migração de macrófagos e produção de células epitelióides e granuloma.