Rotura prematura das membranas ovulares Flashcards
(28 cards)
Defina RPMO
É a ruptura espontânea das membranas ovulares (córion + âmnio), antes do início do trabalho de parto, independente da idade gestacional;
O tempo decorrido entre a RPMO e o início do trabalho de parto é chamado período de latência, dura em média 12 horas. Até quantas horas de período de latência é seguro?
Risco de infecção após 18 horas;
Cite fatores de risco para RPMO
- Trabalho de parto pré termo ou RPM prévio;
- Tabagismo - hipóxia tecidual;
- Sangramento genital;
- Incompetência cervical;
- Vaginose bacteriana;
- Útero distendido (polidrâmnio, gemelaridade, macrossomia);
- Procedimentos invasivos (biopsia de vilo corial, amniocentese, cordocentese);
- Deficiências ntricionais (vitamina C e cobre);
- Doenças maternas como a deficiência de alfa 1 antitripsia, drepanicitose, síndrome de Ehlers-Danlos;
Sobre a etiologia da RPMO diferencie a iatrogênica da espontânea e de exemplos
- Iatrogênica: decorrente de cirurgias cervicais durante a gestação ou de procedimentos invasivos intrauterinos, como amniocentese, biópsia de vilo corial e laserterapia;
- Espontânea: envolve fatores que alteram a estrutura das membranas, cujo principal componente é o colágeno sobredistensão uterina (polidrâmnio e gestação múltipla), fatores mecânicos (contrações uterinas e movimentação fetal), alteração da integridade cervical (incompetência cervical e cerclagem), alteração da oxigenação tecidual (tabagismo), diminuição da atividade imunológica bactericida do líquido amniótico (infecção ascendente);
Sobre a etiopatogenia da RPMO explique a inflamatória e a bioquímica
- Inflamatória: principal causa (35%), decorrente de infecção ascendente (estreptococo do grupo B; G.vaginallis, Neisseria, E. coli, peptoestreptococos, tricomonas vaginalis, etc) → inflamação - ↑ PGs → edema-degeneração-necrose das membranas → ↑ protease e colagenase; ↓ elastase;
- Bioquímica: desequilíbrio dos sistemas enzimáticos da membrana e do LA - ↓ α1 tripsina → destruição do colágeno na membrana;
Como se dá o diagnóstico da RPMO?
- Clínico - 90% → anamnese típica → perdas vaginais;
- Presença de LA: roupas e no especular – líquido claro-aquoso- leitoso, odor de agua sanitária ou meconial;
- AU incompatível;
- Valsalva +;
- Forro vaginal +;
- Manobra de Tarnier: elevar apresentação fetal pela palpação abdominal e imprimir o útero ou aguardar aguardar contração para observar
a saída de liquido pelo exame especular;
Quais exames podem ser feitos para diagnosticar a RPMO?
Principais:
- US: ILA anormal ≤ 5 cm ou maior bolsão vertical < 2 cm;
- pH vaginal → 3,8 a 6,0. Se > 7,1 a 7,3 - fita nitrazina: amarelo → azul (alcalino);
- Cristalização em samambaia: LA + estrogenos + progesterona + mucina;
- AmniSure: detecção da proteína PAMG-1 (microglobulina placentária);
Cite possíveis diagnósticos diferenciais para RPMO
Diagnóstico diferencial: afastar incontinência urinária, muco cervical, cérvico colpites, sêmem e duchas vaginais prévias;
Qual é a conduta frente a RPMO inicialmente?
- Hospitalização;
- Colher cultura vaginal e anal para estreptococo (imeditamente), hemograma / urina1 / PCR (semanalmente);
- Introduzir antibiótico;
- US para avaliar IG, ILA, peso fetal, apresentação e infecção (taquicardia e movimento fetal reduzido);
- Vitalidade fetal: US obstétrica, cardiotocografia e perfil biofísico fetal duas vezes por semana;
- Pesquisar corioamnionite (BCF aumenta na presença da infecção);
Qual é a conduta frente ao parto tratando-se de RPMO?
- IG 22 a 24 semanas: individualizar - alta mortalidade neontal e morbidade materna → interrupção???;
- IG 24 a 34 semanas: expectante e inibitória. Hidratação EV + VO (5 litros em 24 horas → hiperhidratação), controle de sinais vitais (infecção) → inibir o trabalho de parto somente se vitalidade preservada, sem sinais de infecção materna ou fetal e normohidramnia;
- ≥ 34 semanas: expectante não inibitória → parto sem indução!;
- ≥ 36 semanas: indução de parto;
Cite complicações neonatais da RPMO
- Prematuridade;
- Hipoplasia pulmonar;
- Sepse: corioamnionite → enterocolite necrotizante, pneumonia;
- Hipóxia por compressão funicular: oligoâmnio;
Quais são so sinais de corioamnionite?
Sinais de corioamnionite: taquicardia fetal, taquicardia materna e útero irritável (contrações irregulares - taquissistolia), secreção purulenta através do colo uterino, leucocitose > 15 mil/mm3,↑PCR;
Qual é a conduta na RPMO se sinais de infecção? Cite alguns sinais
Parto imediato independentemente da idade gestacional se sinais de infecção: febre > 2 ocasiões;
Taquicardia fetal (>160bcm) – 1º sinal de infecção!!!!!
Taquissistolia;
Taquicardia materna (>100bcm);
Saída de secreção purulenta pelo OEC;
Leucocitose / ↑PCR;
Alteração da vitalidade fetal;
Fisometria – odor fétido do líquido amniótico;
OBS: Dá se preferência ao parto normal, pelo risco de contaminação intra-abdominal e de cicatriz cirúrgica nos casos de cesarianas;
Sabe-se que as infecções intra uterinas causadas por bactérias são consideradas a principal causa de parto prematuro associado à infecção. Cite como os microrganismos podem ter acesso à cavidade amniótica
- Ascendente da vagina e do colo do útero (+comum);
- Disseminação hematogênica através da placenta (infecção transplacentária);
- Semeadura retrógrada da cavidade peritoneal através das trompas - DIP;
- Iatrogênica como na amniocentese;
Quais stuações clínicas estão relacionadas a insuficiência istmocervical?
Perdas gestacionais recorrentes na forma de abortos tardios (após a 12 semana de gestação) ou partos prematuros (após 20 semanas de gestação com fetos maiores que 500g);
Qual é o quadro clínico característico de insuficiência istmo cervical
O quadro clínico característico é de histórico de perdas gestacionais, sempre na mesma época da gravidez ou em idades decrescentes;
Como se da o diagnóstico da insuficiência istmocervical?
US evidenciando as membranas prolabando pelo canal cervical, produzindo a imagem em dedo de luva ou em ampulheta (OIC ≥ 5 mm). Pode ter relação com o encurtamento do colo uterino ≤ 25 mm;
Defina sludge/barro amniotico e diga qual a relevância dele
- Partículas hiperecogênicas que se acumulam no meio intramniótico na proximidade do colo uterino. Correspondem a microrganismos e células inflamatórias;
- VP + para parto prematuro abaixo de 34 semanas;
Qual é o objetivo da tocólise?
O objetivo primordial da tocólise é postergar o parto por tempo suficiente (48-72 horas) para transferir a paciente a um centro de referência e realizar a corticoterapia antenatal, que efetivamente melhoram o prognóstico neonatal (<34semanas);
Com quais ritérios pode é permitido fazer a tocólise?
- Feto vivo sem sinais de sofrimento fetal ou malformações incompatíveis com a vida;
- Dilatação cervical < 4 cm;
- Esvaecimento cervical não pronunciado;
- Idade gestacional entre 22 a 34 semanas;
- Ausência de contraindicações;
Cite 3 contraindicações para a tocólise
- Morte fetal intrauterina;
- Anomalias letais;
- Sofrimento fetal/vitalidade fetal não tranquilizadora;
- Doença materna descompensada/ grave: PE, DMG, hipertiroidismo…
- RCIU, oligoâmnio, corioamnionite;
- Placenta prévia sangrante/ DPP;
- RPMO –após 34 semanas;
Quais são os medicamentos usados na tocólise?
- beta adrenérgicos - ↓ Ca++ → ↓ contrações;
- Bloqueador de canais de Ca++: nifedipina e verapamil;
- Atosibano: antagonista da ocitocina;
- Sulfato de Mg++;
- Progesterona: miorrelaxante;
Tratamento concomitante à tocólise:
- Corticoterapia: 24a a 34a semana – betametasona IM;
- Penicilina cristalina EV → prevenção de sepse neonatal por Streptococcusgrupo B;
- Sulfato de Mg++ para neuroproteção (24-32 sem), em casos de TPP avançado;
Como se dá a antibioticoterapia na RPMO?
IG < 37 semanas: introduzir imediatamente após a coleta de cultura de secreção vaginal e anal mantida até o parto, se cultura so EGB desconhecido;
- Se o resultado da coleta for negativa, suspender. Se positiva, mas não evoluir para trabalho de parto, manter tratamento por 7 dias???
IG >37 semanas: se EGB+ → introduzir antibótico;
Como se da o esquema da Penicilina G cristalina na antibioticoterapia na RPMO
Penicilina G cristalina, em dose de ataque de 5 milhões de UI por via intravenosa e, depois, 2,5 milhões de UI por via intravenosa a cada 4
horas.