Abdome Agudo Ginecológico e Doença Inflamatória Pélvica (DIP) - Alexandre Flashcards

1
Q

O que é um Abdome Agudo Ginecológico?

A

É uma dor abdominal que requer uma abordagem imediata e pode levar a óbito se não for tratado.

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2
Q

Qual investigação é crucial em pacientes em idade fértil apresentando Abdome Agudo Ginecológico?

A

Pacientes em idade fértil devem SEMPRE ser investigadas com b-HCG para possível descarte de gestação, especialmente ectópica, para evitar complicações.

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3
Q

Quais são as causas ginecológicas de abdome agudo?

A
  1. Dismenorreia
  2. Abortamento
  3. Doença inflamatória pélvica
  4. Torção anexial (torção de ovário)
  5. Cisto hemorrágico roto
  6. Gestação ectópica
  7. Dor do meio / Dor de Mittelschmerz
  8. Perfuração uterina
  9. Tumor / cisto ovariano 10. Mioma parido
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4
Q

O que é Dismenorreia no contexto de abdome agudo?

A

É dor (cólica) ou qualquer problema experimentado durante a menstruação.

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5
Q

Abortamento é considerado uma causa ginecológica de abdome agudo?

A

Não, abortamento não é uma causa ginecológica de abdome agudo. Está listado apenas como um lembrete para ser descartado na avaliação.

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6
Q

O que é a Doença Inflamatória Pélvica no contexto de abdome agudo ginecológico e quem está em risco?

A

É uma infecção do trato genital superior, frequentemente ocorrendo em pacientes jovens, sexualmente ativas, e que fazem uso irregular de preservativos. É uma complicação das ISTs.

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7
Q

Quais são os sintomas clínicos da Doença Inflamatória Pélvica no contexto de abdome agudo?

A

Os sintomas incluem dor pélvica próximo ao período menstrual, dor à mobilização do colo e à palpação de anexo (critério maior), leucorreia purulenta (critério menor) e, em casos avançados, tumor anexial indicativo de abscesso.

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8
Q

O que é Torção Anexial (torção de ovário) e quais são suas possíveis causas?

A

Torção Anexial refere-se à torção dos ovários e/ou tubas em relação aos ligamentos útero-ovário e infundíbulo pélvico. Um cisto grande ou tumor no ovário são causas comuns dessa condição.

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9
Q

Quais são os fatores de risco para Torção Anexial (torção de ovário) no contexto de abdome agudo ginecológico?

A

Os fatores de risco incluem cistos de ovário (4-10cm) e qualquer condição que aumente o tamanho do ovário, favorecendo a torção ovariana. É mais frequente durante a gestação, em tumores benignos, e no lado direito.

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10
Q

O que facilita a ocorrência de Torção Anexial (torção de ovário)?

A

A presença de um cisto e o aumento do tamanho/peso do ovário facilitam a torção, pois permite que ele gire mais facilmente. É mais comum do lado direito devido aos ligamentos serem mais frouxos.

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11
Q

Como se apresenta clinicamente a Torção Anexial (torção de ovário) em um contexto de abdome agudo ginecológico?

A

A paciente geralmente é jovem e apresenta dor súbita, unilateral e intensa, por isquemia, resultante da torção que impede o fluxo sanguíneo, podendo levar a infarto do ovário. No exame físico, pode-se palpar uma massa, e um tumor anexial pode ser observado na ultrassonografia (USG). Pacientes com dor aguda de algumas horas/dias apresentam dor à palpação no exame abdominal e aumento no tamanho do ovário percebido no exame de toque, com dor à palpação do anexo. Na USG, o tamanho do ovário está aumentado, e o doppler mostra fluxo interrompido no ovário, fechando o diagnóstico.

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12
Q

Quais são as características no USG (ultrassonografia) de uma torção ovariana?

A
  1. Aumento de volume do ovário;
  2. Presença de líquido livre na pelve (geralmente inflamatório);
  3. Lesões císticas na periferia;
  4. Presença ou não de fluxo ao Doppler;
  5. Aspecto em “olho de boi”.
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13
Q

Qual é o tratamento para Torção Anexial (torção de ovário) e o que pode incluir?

A

O tratamento é preferencialmente cirúrgico, por videolaparoscopia, pois é melhor para a recuperação do paciente. Durante a cirurgia, é feita uma avaliação da perfusão dos órgãos e destorção. Dependendo do quadro da paciente, a cirurgia pode incluir uma ooforectomia (retirada de um ou dos dois ovários) ou uma salpingectomia (remoção das tubas uterinas/trompas de Falópio).

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14
Q

O que significa Ooforectomia e Salpingectomia?

A

Ooforectomia é a retirada de um ou dos dois ovários. Salpingectomia é a remoção das tubas uterinas/trompas de Falópio.

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15
Q

O que é um Cisto Hemorrágico Roto e o que pode acontecer se ele se romper?

A

Um Cisto Hemorrágico Roto é um cisto funcional (fisiológico) que não ovulou e se preencheu com sangue, no local onde o óvulo deveria ter saído ou saiu e ficou uma “feridinha” sangrando. Se romper, pode causar hemoperitôneo/peritonite. A probabilidade de rompimento depende do tamanho, sendo que os maiores rompem com mais facilidade.

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16
Q

Como se apresenta o quadro clínico de um Cisto Hemorrágico Roto?

A

O quadro clínico de um Cisto Hemorrágico Roto envolve dor pélvica súbita, geralmente no meio do ciclo menstrual, relacionada ao esforço e de intensidade variável, e pode evoluir em dias.

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17
Q

Quais as características de um Cisto Hemorrágico Roto na Ultrassonografia (USG)?

A

Na USG, um Cisto Hemorrágico Roto apresenta paredes regulares e conteúdo heterogêneo, com presença de debris e coágulos. Pode haver áreas sólidas (coágulos) e partes líquidas (anecoicas) regulares. Se houver líquido livre, pode indicar ruptura do cisto.

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18
Q

Quais são as opções de tratamento para um Cisto Hemorrágico Roto?

A

Se o paciente está estável, o tratamento é o controle com hemograma e medicamentos sintomáticos (antinflamatórios). Se houver instabilidade hemodinâmica ou peritonite difusa, é indicada cirurgia, podendo ser ooforoplastia (remoção parcial do ovário) ou ooforectomia. Sempre se busca preservar o máximo de ovário possível para não prejudicar a ovulação, avaliando cada caso individualmente.

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19
Q

Quais são os sintomas clínicos de uma Gestação Ectópica e qual é o procedimento de investigação?

A

Os sintomas clínicos de uma Gestação Ectópica incluem atraso menstrual, dor pélvica e sangramento. Na presença destes sintomas, sempre é necessário investigar uma possível gestação ectópica, solicitando um teste de B-HCG.

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20
Q

O que é a Dor de Mittelschmerz, também conhecida como Dor do meio, e quando ela ocorre?

A

A Dor de Mittelschmerz, ou Dor do meio, é uma dor causada pela ruptura da cápsula ovariana e pela contração tubária, ocorrendo próximo ao período ovulatório. Ela é unilateral, variando de intensidade, já que a mulher ovula alternadamente de um lado a cada mês.

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21
Q

Como é realizado o tratamento da Dor do meio ou Dor de Mittelschmerz?

A

O tratamento é realizado com medicamentos sintomáticos, para aliviar a dor do meio do ciclo.

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22
Q

O que é uma Perfuração Uterina e quais procedimentos estão associados a essa complicação?

A

Perfuração uterina é uma complicação associada a procedimentos médicos como a colocação de DIU, histeroscopia, e curetagem. É uma causa iatrogênica, significando que foi causada pelo médico, sendo um evento raro, podendo levar a lesões de órgãos adjacentes como bexiga e intestino.

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23
Q

Qual é o tratamento para Perfuração Uterina baseado na estabilidade do paciente?

A

Se o paciente está estável, a abordagem é a observação clínica por pelo menos 2 horas e conduta conservadora. Se o paciente está instável ou apresenta sinais de peritonite, a intervenção cirúrgica é necessária.

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24
Q

Como os tumores ou cistos ovarianos afetam o abdome agudo

A

Tumores ou cistos ovarianos podem não só favorecer a torção ovariana, mas também podem ser a causa principal de abdome agudo, necessitando de avaliação e tratamento apropriado.

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25
Q

O que significa um Mioma Parido?

A

Um Mioma Parido refere-se a um mioma que sai pelo colo do útero, necessitando de avaliação e possível intervenção médica.

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26
Q

Qual é a definição de Doença Inflamatória Pélvica (DIP) e quais partes do corpo são afetadas?

A

A DIP é caracterizada por processos inflamatórios/infecciosos do trato genital superior, causados pela ascensão de microorganismos do trato genital inferior. Afeta o corpo do útero, trompas de Falópio, e ovários, ou seja, tudo que está acima do orifício interno do colo uterino.

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27
Q

Quais são as fases de progressão da Doença Inflamatória Pélvica (DIP)?

A

A DIP pode progredir em várias fases:
(1) Cervicite: inflamação do colo do útero.
(2) Endometrite: inflamação do endométrio, a camada interna do útero.
(3) Salpingite/Ooforite/Abscesso tubo-ovariano: inflamação ou infecção das trompas de Falópio, ovários, ou formação de abscesso nestas áreas.
(4) Peritonite: inflamação do peritônio, a membrana que reveste a cavidade abdominal, indicando a disseminação da infecção para a cavidade abdominal.

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28
Q

Quais são os principais agentes causadores da DIP?

A
  • Chlamydia trachomatis
  • Neisseria gonorhoeae
  • Flora polimicrobiana (Mycoplasma genitalium, Gardnerella vaginalis, Bacterioides spp.)
  • Outros patógenos: Actinomyces israelli (associado a DIU) e Mycobacterium tuberculosis.
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29
Q

Qual é a importância da Chlamydia trachomatis na DIP e suas particularidades?

A
  • Chlamydia trachomatis é responsável por mais de 60% dos casos de DIP.
  • Geralmente assintomática ou com sintomas leves, podendo levar a complicações sérias se não tratada.
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30
Q

Características e importância da Neisseria gonorrhoeae na DIP?

A
  • Neisseria gonorhoeae é um dos principais agentes da DIP e apresenta um quadro clínico mais exuberante e sintomático em comparação com a Chlamydia trachomatis.
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31
Q

Como ocorre a fisiopatologia da DIP?

A

Durante o período pré-menstrual ou menstrual, alterações no muco cervical e dilatação do orifício interno do colo ocorrem, favorecendo a ascensão dos microrganismos para o Trato Genital Superior (TGS). O processo começa com uma infecção que ascende da vagina, provocando cervicite, progredindo para endometrite (marcando o desenvolvimento de DIP). Pode avançar ainda mais, levando à salpingite, ooforite, abscesso tubo-ovariano, e, eventualmente, pode afetar todo o abdome, resultando em peritonite.

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32
Q

Quais são os fatores de risco para a Doença Inflamatória Pélvica (DIP)?

A
  • Idade jovem
  • Comportamento sexual de risco
  • História de Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) prévia ou atual
  • Baixo nível socioeconômico
  • Uso de Dispositivo Intrauterino (DIU)
  • Uso de contraceptivos orais - Vaginose bacteriana
33
Q

Qual é a relação entre Gonococo, HPV e a região da JEC no quadro clínico da DIP?

A

Gonococo e HPV têm predileção pela região da JEC (Juncção Escamo-Colunar), sendo frequentemente associados a infecções nessa área.

34
Q

Por que jovens podem ser mais susceptíveis a DIP?

A

Pacientes mais jovens possuem muco cervical menos espesso, o que facilita a entrada de bactérias, tornando-as mais susceptíveis à DIP.

35
Q

Como a pobreza pode ser um fator de risco para DIP?

A

A falta de acesso aos serviços de saúde e a menor informação disponível aumentam o risco de DIP, já que pode haver menor proteção e prevenção contra infecções sexualmente transmissíveis.

36
Q

É o uso de DIU um fator de risco para DIP? Explique.

A

Em geral, não é um fator de risco, mas nas 3 primeiras semanas após inserção, há um risco aumentado de DIP, principalmente se a antissepsia não foi feita de forma adequada durante a inserção, facilitando a translocação de bactérias da vagina para o útero.

37
Q

O uso de contraceptivos orais é considerado um fator de risco para DIP? Explique.

A

Não diretamente. Ele é listado como fator de risco porque usuárias de pílula frequentemente não usam preservativo, aumentando o risco de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) e, consequentemente, de DIP. O fator de risco real é a não utilização de preservativo.

38
Q

Quais são as principais queixas, sinais e sintomas da DIP?

A
  • Dor abdominal (pélvica)
  • Secreção vaginal amarelada
  • Menorragia (aumento da menstruação)
  • Febre
  • Calafrios
  • Anorexia
  • Náuseas e vômitos (associados à peritonite)
  • Diarreia
  • Dismenorreia (associada à endometrite)
  • Dispareunia de profundidade (característico de infecção intrauterina)
39
Q

Qual a característica da dor na DIP?

A

Dor abdominal, predominantemente pélvica.

40
Q

Qual a característica da dor na DIP?

A

Secreção vaginal amarelada saindo de dentro do útero.

41
Q

O que a Menorragia indica na DIP?

A

Representa um aumento da menstruação.

42
Q

Por que são comuns náuseas e vômitos na DIP?

A

São mais comuns quando há peritonite associada.

43
Q

O que é a dismenorreia na DIP e quando ela é mais comum?

A

Dismenorreia é dor durante a menstruação, sendo mais comum quando há endometrite.

44
Q

O que a dispareunia de profundidade indica na DIP?

A

É característico de infecção intrauterina.

45
Q

Quais são os achados no exame físico na DIP?

A

Dor à mobilização do colo, indicando peritonite pélvica; dor à palpação anexial; presença de massas palpáveis, representando abscessos; Descompressão brusca positiva (DB+); e secreção cervical ou vaginal alterada.

46
Q

Em quais regiões ocorrerá dor no exame físico da DIP?

A

Dor será percebida à mobilização do colo e à palpação anexial.

47
Q

O que significa DB+ em DIP?

A

Descompressão brusca positiva indica dor e sensibilidade quando a pressão é rapidamente removida durante um exame abdominal, é um sinal de irritação peritoneal.

48
Q

Como é realizado o exame físico passo-a-passo na DIP e quais são os achados possíveis?

A
  1. Toque: Colocar o colo entre os dois dedos e mobilizar de um lado para o outro. Pacientes com DIP sentirão muita dor e darão o “grito de Douglas”, indicando dor à palpação anexial e a possível presença de massas palpáveis: abscessos.
  2. Descompressão Brusca Positiva: Verificar se há dor ao remover rapidamente a pressão durante o exame abdominal, indicando peritonite.
  3. Aspecto da Secreção: Observar se há secreção cervical ou vaginal alterada.
49
Q

Quais são os critérios diagnósticos maiores para DIP?

A
  1. Dor abdominal, infraumbilical ou em hipogástrio
  2. Dor à palpação anexial
  3. Dor à mobilização do colo uterino
50
Q

Quais são os critérios diagnósticos menores para DIP?

A
  1. Temperatura axilar maior que 38,3 graus.
  2. Conteúdo anormal cervical ou vaginal.
  3. Massa pélvica.
  4. Leucocitose em sangue periférico.
  5. Proteína C reativa (PCR) ou velocidade de hemossedimentação (VHS) aumentadas.
  6. Mais de cinco leucócitos por campo de imersão em secreção de endocérvice.
  7. Comprovação laboratorial de infecção por Clamídia, Gonococo ou Micoplasma.
51
Q

Quais são os critérios diagnósticos “elaborados” para DIP?

A
  1. Evidência histopatológica de endometrite.
  2. Presença de abscesso tuboovariano ou de fundo de saco de Douglas evidenciada por estudo de imagem (USG pélvica ou ressonância magnética).
  3. Videolaparoscopia com evidências de DIP.
52
Q

Quais são os requisitos para fechar o diagnóstico de DIP?

A

Para confirmar o diagnóstico de DIP, é necessário:
1. Três ou mais critérios maiores E um ou mais critérios menores, ou;
2. Um ou mais critérios elaborados.

53
Q

Qual é a abordagem inicial no tratamento para DIP?

A

O tratamento para DIP é precoce e empírico, sendo iniciado antes da confirmação do agente etiológico.

54
Q

Que tipo de antibiótico é utilizado no tratamento da DIP e qual o objetivo do tratamento?

A

São utilizados antibióticos com cobertura para flora polimicrobiana. O objetivo do tratamento é evitar complicações graves decorrentes da Doença Inflamatória Pélvica.

55
Q

Como se define se o tratamento para DIP será ambulatorial ou internado?

A

A decisão entre tratamento ambulatorial e internação é baseada em critérios específicos para DIP, avaliando se o paciente necessitará de tratamento endovenoso ou se o manejo ambulatorial é adequado.

56
Q

Quais são os critérios de internação para DIP relacionados a condições clínicas graves ou comprometimento sistêmico?

A

Os critérios incluem a presença de abscesso tubo ovariano ou peritonite, estado tóxico e grave de início/queda do estado geral, leucocitose (>15.000) ou febre (>38.3°C), peritonite generalizada, e quadros que levantam suspeitas de emergências cirúrgicas, como apendicite.

57
Q

Quais são os critérios de internação para DIP relacionados a condições específicas ou particulares do paciente?

A

Internação pode ser necessária para adolescentes, indivíduos com drogadicção, portadores de DIU (embora não seja consenso), e em casos de gravidez.

58
Q

Quais são os critérios de internação para DIP baseados em resposta ao tratamento inicial?

A

Os critérios incluem intolerância ou ineficácia ao tratamento antibiótico oral, e quando há dúvidas no quadro clínico a esclarecer.

59
Q

Qual é o tratamento ambulatorial com antibióticos para DIP?

A

Para tratamento ambulatorial de DIP, usa-se Ceftriaxona (500mg, IM, dose única) mais Doxiciclina (100mg, VO, 12/12h, por 14 dias) e Metronidazol (500mg, 12/12h, por 14 dias).

60
Q

Qual é o tratamento hospitalar com antibióticos para DIP?

A

No contexto hospitalar, o tratamento para DIP envolve Ceftriaxona (1g, IV, 24/24h, por 14 dias) e Doxiciclina (100mg, VO, 12/12h, por 14 dias).

61
Q

Qual é o papel da Ceftriaxona e da Doxiciclina no tratamento da DIP?

A

Ceftriaxona é utilizada principalmente para tratar infecções por Neisseria gonorrhoeae (gonococo), responsável pela gonorréia, enquanto a Doxiciclina é frequentemente utilizada para tratar infecções por Chlamydia trachomatis (clamídia). Ambos são fundamentais no manejo da Doença Inflamatória Pélvica (DIP) para cobrir os principais agentes etiológicos.

62
Q

O que é DIP e por que é importante tratar ambos os parceiros?

A

DIP é uma complicação das Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs). É crucial tratar ambos os parceiros para prevenir reinfecção e propagação da doença.

63
Q

Qual é o procedimento de tratamento inicial para DIP?

A

O paciente deve ser internado por 7 dias para iniciar a antibioticoterapia, necessitando retornar para continuar o tratamento.

64
Q

Por quanto tempo total deve ser administrada a antibioticoterapia para DIP?

A

A antibioticoterapia deve ser administrada por um total de 14 dias.

65
Q

Quais são os critérios para abordagem cirúrgica na DIP?

A

A abordagem cirúrgica é considerada quando há: falha de tratamento clínico, manutenção de abcesso pélvico após tratamento clínico, suspeita de abscesso tubo-ovariano roto, peritonite difusa ou hemoperitóneo, instabilidade hemodinâmica refratária, e abscesso em fundo de saco de Douglas.

66
Q

Em casos de abscesso em fundo de saco de Douglas na DIP, qual é o procedimento indicado?

A

É indicada a realização de uma culdocentese.

67
Q

Quando a abordagem cirúrgica na DIP é considerada devido à instabilidade hemodinâmica?

A

Quando a instabilidade hemodinâmica é refratária e não responde ao tratamento clínico inicial.

68
Q

Qual é o procedimento padrão em casos de abscesso tuboovariano?

A

Pacientes são inicialmente internados e tratados com antibióticos intravenosos (ATB EV) por 48 horas. Não necessariamente requer cirurgia a menos que não haja melhora.

69
Q

Quando é considerado que um caso de abscesso tuboovariano requer intervenção cirúrgica?

A

Se após 48h de antibióticos intravenosos o abscesso aumentou de tamanho ou rompeu, é considerado um caso cirúrgico.

70
Q

Como deve ser o tratamento de DIP em pacientes com DIU e quando se considera a remoção do dispositivo?

A

O tratamento inicial é com antibióticos adequados, sem necessidade imediata de retirada do DIU. A remoção deve ser considerada se não houver melhora da infecção após a introdução do tratamento, mas a presença de Actinomyces na colpocitologia não indica necessidade de remoção. Estudos não mostram diferença nos desfechos de tratamentos de DIP entre pacientes que removeram ou não os dispositivos.

71
Q

É recomendado o uso de antibióticos profiláticos na inserção de DIU para prevenir DIP?

A

Não, não é recomendado o uso rotineiro de antibióticos profiláticos na inserção de DIU para prevenir DIP, pois não há benefício comprovado.

72
Q

Quais são as complicações precoces da DIP?

A

As complicações precoces da DIP incluem abscesso tubo-ovariano, choque séptico e óbito, e Síndrome de Fitz-Hugh-Curtis, que envolve perihepatite devido à infecção atingindo o diafragma.

73
Q

O que é a Síndrome de Fitz-Hugh-Curtis como uma complicação da DIP?

A

É uma condição na qual a infecção se propaga ao diafragma, causando perihepatite. Esta síndrome é uma complicação precoce da DIP.

74
Q

Quais são as complicações tardias da DIP?

A

As complicações tardias da DIP incluem infertilidade (principal causa de infertilidade por fator tubo-peritoneal), dor pélvica crônica, gestação ectópica e recorrência da doença.

75
Q

Como a DIP afeta a infertilidade?

A

A DIP é a causa mais comum de infertilidade por fator tubo-peritoneal. O risco de infertilidade após DIP aumenta com o número de episódios prévios, podendo alcançar até 75% após três episódios.

76
Q

Quais são as sequelas relacionadas à dor e gestação após DIP?

A

A dor pélvica crônica é uma sequela presente em 20% dos casos. Mulheres com antecedente de um episódio de DIP têm chance de 12-15% de gestação ectópica.

77
Q

Qual é o risco de recorrência da doença após um episódio de salpingite?

A

Pacientes com salpingite prévia têm uma chance aumentada de 23% de um novo episódio de DIP.

78
Q

Qual é o risco de gestação ectópica em mulheres com antecedente de DIP?

A

Mulheres com um antecedente de episódio de DIP possuem uma chance de 12-15% de desenvolver gestação ectópica.