DM 1 na infância Flashcards

(52 cards)

1
Q

Como se define a DM tipo 1 ?

A

Doença autoimune caracterizada pela deficiência ou ausência da produção de insulina acarretando em hiperglicemia.

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2
Q

Qual a etiopatogenia da DM 1?

A

Envolve a predisposição genética associada a fatores ambientais desencadeantes, que levam à autoimunidade contra as células beta do pâncreas. O sistema imune produz autoanticorpos (IAA, anti-GAD, anti-IA2, anti-ZnT8), resultando na destruição progressiva das células beta, responsáveis pela produção de insulina. Quando cerca de 90% dessas células estão destruídas, surgem as manifestações clínicas da hiperglicemia. Fatores ambientais associados incluem infecções virais (como coxsackie B4, CMV, rotavírus), desmame precoce, parto cesárea, baixa vitamina D, entre outros. Vacinas não são fatores desencadeantes.

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3
Q

Quais são os principais sintomas da DM1?

A

4 P’s:

-Polidipsia
-Poliúria
-Polifagia
-Perda ponderal

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4
Q

Além dos sintomas 4 P’s, quais outros podemos ter?

A

-Cansaço excessivo
-Visão turva
-Taquipneia
-Broncoespasmo
-Hálito Cetônico
-Candidíase genital
-Enurese noturna
-Baixo rendimento escolar
-Presença de formiga na urina

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5
Q

Sintomas presentes em lactentes e crianças pequenas:

A

-Sede intensa
-Irritabilidade
-Fraldas pesadas/ trocas pesadas
-Aumento da mamada

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6
Q

Quais diagnósticos diferenciais da cetoacidose diabética devem ser considerados e como diferenciá-los?

A

🔹 Gastroenterite
➤ Sem cetose; vômitos e diarreia predominam
➤ Na cetoacidose: desidratação + poliúria

🔹 Pneumonia / Broncoespasmo
➤ Febre, tosse, alterações pulmonares
➤ Na cetoacidose: taquipneia (respiração de Kussmaul), hálito cetônico, desidratação

🔹 Dor abdominal / Abdômen agudo
➤ Pode simular apendicite ou obstrução
➤ Na cetoacidose: dor melhora com hidrataçã

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7
Q

Critérios diagnósticos para Diabetes Mellito :

A

Glicemia de jejum ≥ 126 mg/dL

Glicemia aleatória ≥ 200 mg/dL com sintomas de hiperglicemia

TTGO (2h pós-glicose) ≥ 200 mg/dL

Hemoglobina glicada (HbA1c) ≥ 6,5%

⚠️ Na ausência de sintomas e glicemia anormal é necessário repetir o teste em outra ocasião

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8
Q

Pré-diabetes se:

A

Glicemia de jejum ≥ 100 mg/dL e < 126 mg/dL

TTGO (2h) ≥ 140 mg/dL e < 200 mg/dL

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9
Q

Normoglicemia se :

A

Glicemia de jejum < 99
Glicemia 2h após alimentação <140
HbA1c < 5,7

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10
Q

Exames laboratoriais solicitados em caso de sintomas sugestivos de DM:

A

Glicemia ao acaso

Glicemia de jejum

TTOG

Hb1Ac

Urina 1

Insulina basal

Peptídeo c

Anti-GAD, anti-la2, anti-insulina

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11
Q

CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS DE PACIENTES COM DIABETES MELLITUS:

A
  • Geralmente < 20 anos
    -Massa corporal pequena (consumida)
    -Insulina plasmática baixa ou ausente
    -Glucagon plasmático elevado ou suprimido
    -Glicose plasmática aumentada
    -Sensibilidade à insulina normal
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12
Q

O que leva à hiperglicemia no diabetes?

A

Redução da produção de insulina (pâncreas)

Diminuição dos receptores celulares para insulina
➡️ Menor entrada de glicose nas células ➝ hiperglicemia

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13
Q

Efeitos da deficiência de insulina no tecido muscular?

A

Diminuição da utilização de glicose

Aumento da destruição muscular
➡️ Fraqueza e emagrecimento

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14
Q

Consequências da falta de insulina no tecido adiposo?

A

Diminuição da utilização de glicose

Aumento da destruição de gordura
➡️ ↑ triglicerídeos plasmáticos
➡️ ↑ cetonemia (hálito cetônico + cetonúria)

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15
Q

O que acontece no sangue em resposta à deficiência de insulina?

A

Aumento da glicemia

Diminuição da glicose intracelular
➡️ Estímulo para polifagia (fome excessiva)

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16
Q

O que leva à desidratação no diabetes?

A

Glicosúria ➝ poliúria

Vômitos
➡️ Perda de líquidos ➝ desidratação

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17
Q

Como se desenvolve a cetoacidose diabética?

A

Aumento da destruição de gordura
➡️ ↑ corpos cetônicos ➝ cetonemia + cetonúria
➡️ Quadro de cetoacidose (respiração de Kussmaul, hálito cetônico)

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18
Q

Complicação grave da cetoacidose diabética?

A

Coma diabético, se não tratada adequadamente

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19
Q

Qual a relação entre obesidade e resistência à insulina?

A

Obesidade ➝ reduz receptores de insulina
➡️ Diminui ação da insulina ➝ hiperglicemia persistente

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20
Q

Sintomas da cetoacidose diabética:

A

-Náuseas
-Vômitos
-Dor abdominal
-Desidratação
-Hiperventilação
-Redução do nível de consciência

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21
Q

Critérios laboratoriais na cetoacidose diabética:

A

-Glicemia > 200 mg/dL
-pH < 7,3
-HCO3 <15
-Aumento de corpos cetônicos

22
Q

Qual a ordem de tratamento em caso de cetoacidose diabética?

A
  • Hidratação (as vezes só com isso ja resolve)
    -Correção eletrolítica (principalmente se potássio < 3,3)
    -Reposição de insulina

Obs: Se for um paciente com cetoacidose diabética, o potássio pode estar normal ou baixo no sangue, mas depletado no intracelular. Quando a insulina for iniciada, ela vai forçar o potássio para dentro das células, podendo levar a hipocalemia grave rapidamente. –> por isso insulina vai ser sempre última etapa

23
Q

Qual a necessidade diária de insulina no DM1?

A

0,4 a 1,0 U/kg/dia

(Doses maiores em: puberdade, gestação, infecção)

24
Q

Quando aplicar insulina humana regular em relação à refeição?

A

30 minutos antes do início da refeição

25
Quando aplicar análogos de insulina rápida (Aspart, Lispro, Glulisina)?
Cerca de 15 a 20 minutos antes da refeição
26
Quando aplicar insulina ultrarrápida (Asparte, Lispro, Glusina, Afrezza)?
Imediatamente antes da refeição (Afrezza é inalada)
27
Quais são os principais tipos de insulinas basais e suas durações?
NPH: 10–18h Glargina U100: 20–24h Detemir: 18–22h Glargina U300: ~36h Degludeca: até 42h 🔹 Resumo por tipo: - Intermediária: NPH -Análogo intermediário: Detemir -Análogo de ação longa: Glargina U100 -Análogos de ação ultra-longa: Glargina U300 e Degludeca
28
Quais são os principais tipos de insulinas prandiais e suas características?
Regular: início 30–60 min | pico 2–3h | duração 5–8h Aspart, Lispro, Glulisina: início 5–15 min | pico 30min–2h | duração 3–5h Fiasp: início 2–5 min | pico ~1h | duração ~5h Afrezza (inalada): início imediato | pico 10–20 min | duração 1–2h
29
Causa, sintoma e tratamento da hiperglicemia:
Causa: dose insuficiente de insulina, infecções, uso de corticoesteroides, alimentação inadequada, falta de exercícios Sintomas: poliúria, polidipsia, polifagia, perda de peso Tratamento: Ajuste de doses de insulinas basais e prandiais, ajuste da dieta conforme contagem de carboidratos, atividade física regular
30
Causas, sintomas e tratamento da hipoglicemia:
Causas: dose excessiva de insulina, omissão ou redução da ingestão alimentar, ingestão de álcool, doneça celíaca, hipocortisolismo, hipotireoidismo, insuficiência renal crônica, vômitos, diarreia Sintomas: tremores, taquicardia, palpitações, sudorese fria, palidez, má concentração, visão borrada, confusão mental, irritabilidade, choro, pesadelo, perda de consciência e convulsão. Tratamento: Paciente consciente ingerir 15g de carboidratos simples (ex 1 cs de açúcar) , medir glicemia após 15 min e repetir esse procedimento até voltar ao normal. Lactentes oferecer 7,5 g de carbo. Paciente inconsciente: domicílio - fazer Glucagon IM/SC se tiver, se não esfregar açúcar na bochecha dentro da boca. Hospital: SG 10% ( 2-4 ml/Kg) EV ou SG 25% (1-2 ml/kg)
31
Qual o primeiro passo no tratamento do DM1?
Educação e informação sobre a doença e o tratamento
32
Quais são os 3 esquemas básicos de insulinoterapia no DM1?
➡️ Esquema basal-bolus ➡️ Esquema fixo (duas ou três aplicações) ➡️ Bomba de infusão contínua (infusor de insulina)
33
Qual a base da reeducação alimentar no DM1?
Contagem de carboidratos e substituições alimentares
34
Qual a importância do controle glicêmico e da HbA1c?
➡️ Realizar glicemia capilar regularmente ➡️ Alvo de HbA1c < 7% (individualizar conforme o paciente)
35
Quais situações o paciente deve saber manejar?
➡️ Hipoglicemia ➡️ Cetoacidose diabética ➡️ Cuidados em dias de doença
36
Quais doenças autoimunes devem ser rastreadas no DM1?
➡️ Tireoidite de Hashimoto ➡️ Doença celíaca
37
Quando iniciar o rastreio de complicações crônicas no DM1?
A partir de 5 anos de doença, realizar anualmente
38
Quais as orientações quanto a vacinação?
Recomendação: -Influenza -Pneumocócica conjugada (VPC10 ou VPC13) -Pneumocócica polissacarídica 23-valente (VPP23) -Hepatite B
39
Como deve ser feito o acompanhamento da criança com DM?
Multidisciplinar Pediatra Endocrinologista – 3 meses Oftalmologista 1x/ ano > 10 anos e + 5anos doença Nutricionista Dentista Psicólogo Educador físico
40
Quais sinais e sintomas sugerem CAD em adolescentes?
Dor abdominal, vômitos, poliúria, polidipsia, polifagia, emagrecimento, hálito cetônico, taquipneia, desidratação
41
Quais exames confirmam o diagnóstico de CAD?
➡️ Glicemia > 250 mg/dL ➡️ pH < 7,3 ➡️ Bicarbonato < 15 mEq/L ➡️ Cetonúria e/ou cetonemia ➡️ Glicosúria
42
Qual a primeira conduta na CAD?
➡️ Hidratação venosa com SF 0,9% ➡️ 10–20 mL/kg na 1ª hora ➡️ Reavaliar a cada 30 min
43
Quando iniciar insulina na CAD?
➡️ Só após correção do potássio (K+ ≥ 3,3 mEq/L) ➡️ Infusão contínua: 0,1 UI/kg/h de insulina regular
44
Como monitorar o tratamento da CAD?
➡️ Glicemia capilar hora em hora ➡️ Gasometria e eletrólitos a cada 2h ➡️ Objetivo: queda de 50–70 mg/dL/h
45
Quando administrar soro glicosado na CAD?
➡️ Quando a glicemia for < 250–200 mg/dL ➡️ Previne hipoglicemia e permite continuar a insulina
46
O que fazer se a glicemia não cair com insulina?
➡️ Verificar acesso venoso e bomba de infusão ➡️ Confirmar preparo da insulina ➡️ Avaliar por resistência insulínica
47
Como calcular dose de insulina em CAD?
➡️ 0,1 UI/kg/h ➡️ Ex: paciente 10 kg → 1 UI/h = 1 mL/h (diluída)
48
Qual complicação metabólica pode ocorrer após correção da acidose?
Hipocalemia (queda rápida de potássio intracelular para extracelular e posterior perda com insulina)
49
Quando administrar bicarbonato na CAD?
➡️ Casos graves com pH < 6,9 ou descompensação clínica ➡️ Usar ¼ do déficit calculado em 4h (com cautela)
50
Quando iniciar insulina NPH em paciente com CAD?
➡️ Após pH subir acima de 7,30 ➡️ Associada à transição do esquema para insulina subcutânea
51
Quais achados laboratoriais reforçam CAD com possível infecção associada?
➡️ Leucocitose com desvio à esquerda ➡️ PCR elevada ➡️ Picos febris ➡️ Mesmo sem foco infeccioso aparente
52
Critérios de alta hospitalar na CAD pediátrica?
➡️ Boa condição clínica geral ➡️ Cetonúria negativa ➡️ pH e HCO3 normalizados ➡️ Retorno ao esquema de insulina subcutânea