Fisiologia da Deglutição + Distúrbios motores primários do esôfago Flashcards

(74 cards)

1
Q

Quais as musculaturas do esôfago?

A

MEE: EES (músculo cricofaríngeo) e terço proximal do esôfago (terço superior, esôfago cervical).
Músculo liso: 2/3 inferiores do esôfago e EEI.

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2
Q

Camadas esôfago

A

Mucosa > submucosa > muscular > adventícia (não possui serosa).

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3
Q

Esfíncteres do esôfago

A

EES: m. cricofaríngeo.
- Trígono de Killian: triângulo posterior formado entre o cricofaríngeo e o tireofaríngeo.
EEI: cárdia.

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4
Q

Constrições fisiológicas do esôfago.

A

Arco aórtico, brônquio fonte esquerdo e hiato diafragmático.

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5
Q

Vascularização esôfago

A

Artérias:
- Cervical: tireoidea inferior
- Torácico: ramos aóticos e brônquicos
- Abd: gástrica E e frênicas.
Veias (!):
- Cervical: idem
- Torácico: hemiázigos (E inf), hemiázigos acessória (E sup) e ázigos (D) (drena para VCS).
- Abd: gástrica E (coronária), frênicas.

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6
Q

Linfático esôfago.

A

Ducto linfático D: drena para subclávia D.
Ducto torácico: drena para subclávia E.

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7
Q

Inervação esôfago.

A

Vago esquerdo vai p anterior e vago direito vai p posterior.

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8
Q

Qual a importância da disfagia intermitente de condução para sólidos?

A

Sugere a presença de membranas e anéis esofágicos.

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9
Q

O que é a pseudodisfagia? Comente.

A

Também chamado de globus hystericos, é a sensação de “bolo na garganta”, estando relacionada ao estresse emocional e é muito comum (ocorre pelo menos 1x na vida na metade da população). É diferente da disfagia verdadeira pela sensação estar presente ENTRE as refeições e não sentir o “entalamento” do alimento quando o engole. O tratamento é tranquilizar o paciente e psicoterapia quando necessário.

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10
Q

O que são os distúrbios motores do esôfago?

A

São doenças da peristalse (ou tem pouca ou tem muita).

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11
Q

Quais as doenças no distúrbio motor?

A

Acalásia (pouca peristalse) e espasmo esofagiano difuso (muita peristalse).

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12
Q

Quais as camadas da parede do esôfago?

A

Mucosa - submucosa - muscular da mucosa.
Nas camadas submucosa e muscular estão o plexo nervoso. O plexo na submucosa é o plexo de Meissner (submucoso) e o entre as camadas musculares é o de Auerbach (mioentérico - promove a peristaslse).
Ele não possui serosa.

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13
Q

Causas acalásia

A

Idiopática e chagásica.

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14
Q

O que caracteriza a acalásia?

A

Um déficit no relaxamento fisiológico do EEI durante a deglutição (p), graus variados de hipertonia do EEI e substituição total (100%) da peristalse normal do esôfago por contrações anormais, que podem ser fracas e com pequena amplitude na acalásia clássica ou extremamente vigorosas na acalásia vigorosa.

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15
Q

Qual a fisiopatologia da acalásia?

A

Ocorre uma degeneração dos plexos de Auerbach (mioentérico), que é o grande responsável pela coordenação motora do esôfago. Isso promove a obstrução da passagem do bolo alimentar, ocorrendo disfagia de condução para sólidos E para líquidos.

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16
Q

Qual o QC da acalásia?

A

Disfagia progressiva com perda de peso, com evolução de anos.

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17
Q

Qual a relação da acalásia com o câncer? Explique.

A

É uma lesão PRÉ-MALIGNA, sendo o carcinoma escamoso o tipo mais comum. O mecanismo é a irritação da mucosa pelo alimento não digerido estagnado no corpo do esôfago.

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18
Q

Dx acalásia

A
  • Esofagomanometria: peristalse simultânea, EEI hipertônico, não relaxamento.
  • EDA: afastar câncer
  • Esofagografia baritada.
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19
Q

Quais achados na esofagografia baritada sugerem acalásia?

A

Dilatação do esôfago (megaesôfago), estreitamento em “bico de pássaro” ou “chama de vela” no EEI, atraso no esvaziamento esofagiano.

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20
Q

Qual a importância da esofagografia baritada no contexto da acalásia?

A

É o exame usado para ESTADIAMENTO da acalásia.

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21
Q

Como estadiar a acalásia?

A

Através da classificação de Rezende-Mascarenhas:
I: calibre normal (até 4 cm), com pequena retenção de contraste após 1 min da deglutição (anectásico).
II: calibre 4-7 cm e franca retenção do contraste (discinético - megaesôfago leve).
III: calibre 7-10 cm, atividade motora reduzida e grande retenção do contraste (francamente dilatado).
IV: calibre > 10 cm ou tortuoso (dólico - dolicomegaesôfago).

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22
Q

Quais achados na esofagomanometria sugerem acalásia?

A

Não relaxamento do EEI em respsota à deglutição (p), graus variados de hipertonia do EEI e aperistalse (ou ausência de contrações eficazes).

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23
Q

Comente sobre a acalásia Chagásica.

A

Ocorre por disfunção e posterior destruição do plexo mioentérico (Auerbach) pelo T. cruzi. Acomete os indivíduos na fase crônica da doença, sendo que o diagnóstico deve ser sorológico (ELISA como escolha ou reação de Machado-Guerreiro).

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24
Q

Qual o objetivo do tratamento da acalásia?

A

Promover o relaxamento do EEI, pois não há método terapêutico que normalize a contratilidade do corpo do esôfago.

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25
Quais as opções terapêuticas para o tratamento da acalásia? Quando usar cada uma?
Clínico: nitratos e BCC antes das refeições (diminuem o tônus do EEI) ou injeção intramural e circunferencial de toxina bolulínica (quando resultados imediatos são esperados, porém com duração de apenas 3-6 m). Intervencionista (quando o tto clínico foi ineficaz ou sintomatologia proeminente): dilatação endoscópica e cirurgia de miotomia do EEI.
26
Quando está indicada a abordagem cirúrgica da acalásia?
Em casos recidivantes ou refratários.
27
Como é a cirurgia para tratamento da acalásia?
É a secção das camadas longitudinal e circular da musculatura lisa do esôfago distal (miotomia de Heller). O acesso pode ser por toracotomia esquerda ou laparoscopia (escolha). Outra cirurgia é a esofagectomia, sendo recomendada no estágio IV de Mascarenhas (megaesôfago avançado).
28
Tto acalásia de acordo com o grau.
I ou alto risco cx: medicamentoso (nitrato, nifedipina - efeitos colaterais, recidiva precoce) ou dilatação EDA (ruim em jovens, recidiva precoce). Pode fazer Heller. II: dilatação endoscópica pneumática (relaxo o EEI por destruição de fibras) ou cardiomiotomia (é a melhor conduta para o tto de acalásia) ou botox. III: cardiomiotomia a Heller +/- fundoplicatura (válvula antirrefluxo) - Heller-Pinot. IV: esofagectomia. *Em prova: cx > EDA.
29
Complicações Heller.
DRGE, perfuração, pneumotórax, recidiva. *Recidiva: incompleta (completa tem que ter pelo menos 7cm extensão), fibrose, estenose péptica, câncer.
30
CD na recidiva dos sintomas pós Heller.
Se for precoce, pensar em miotomia incompleta e avaliar com um SEED e manometria esofágica. O tto é reop.
31
O que é o EED?
É um distúrbio motor do esôfago com etiologia neurogênica em que o peristaltismo normal é substituído por intensas contrações propulsivas fásicas.
32
Qual o QC do EED?
Dor retroesternal (cólica esofagiana) ASSOCIADA à disfagia para sólidos e líquidos.
33
Qual a epidemiologia do EED?
Mulheres com distúrbios psicossomáticos (ansiedade e depressão estão presentes em mais de 80% dos casos).
34
Como dx o EED?
Os mesmos exames: 1) Esofagomanometria + teste provocativo 2) Endoscopia: normal. 3) Esofagografia baritada: esôfago em saca rolhas (ou em contas de rosário).
35
Qual o tto do EED?
Ansiolíticos (grande relação da doença com fatores psicosomáticos), nitratos (relaxam a m. esofágica), nifedipina e dilatação endoscópica. Caso nada deu certo: miotomia longitudinal.
36
Disfagia lusória.
Anormalidade da artéria subclávia D emergindo do arco da aorta e passando por trás do esôfago, causando a disfagia. Suspeita com bronco/EDA e dx com angioTC/angiografia. TTO: reimplante dos vasos aberrantes (CEC). *Sling de a. pulmonar: alteração anatomica da pulmonar que comprime o esôfago
37
Quais os tipos de divertículos? Explique.
Verdadeiros: todas as camadas são herniadas, formando uma estrutura sacular. Falsos (pseudodivertículos): apenas a mucosa e submucosa são herniadas através da muscular ("buraco na cadama muscular"). Intramural: são divertículos que não ultrapassam o limite externo do esôfago, ficando "submersos" na muscular.
38
O que é o divertículo de Zenker?
É um falso divertículo formado pela herniação da mucosa hipofaríngea através de uma ÁREA FRÁGIL DA PAREDE POSTERIOR DA FARINGE DISTAL (o triângulo de Killian), entre as fibras oblíquas do m. faríngeo inferior e o m. cricofaríngeo (EES).
39
Por que ocorre a fraqueza no esôfago?
Por hipertonia do EES (cricofaríngeo), gerando maior acúmulo de alimento nessa região e aumentando a pressão intraesofagiana.
40
Qual o QC do divertículo de Zenker? Por que ela ocorre?
A clínica ocorre por retenção de saliva e alimentos no divertículo, promovendo halitose, regurgitação (do material do divertículo) ou aspiração (pnm broncoaspirativa), podendo haver tosse, crises de broncoespasmo, pnm. Mais raramente pode crescer tanto que obstrui o esôfago, causando disfagia mecânica. Eles frequentemente se queixam de MASSA CERVICAL (podem esvaziá-lo com os dedos). \*A maioria é assintomático, tornando-se sintomáticos quando grandes.
41
Como dx o divertículo de Zenker?
Esofagografia baritada (padrão-ouro) com imagem em adição.
42
Qual o tratamento do divertículo de Zenker?
Esofagomiotomia cervical (miotomia do EES) para todos os pacientes. Grandes (\> 2 cm) pode-se fazer diverticulectomia ou, em pacientes com alto risco de deiscência (idosos fragilizados), uma diverticulopexia (até 5 cm - fixação dele). Outra possibilidade é o uso do stapler endoscópico, formando um canal comum entre a luz esofagiana e o divertículo (procedimento de Dohlman).
43
Comente sobre os divertículos epifrênicos.
São divertículos de pulsão no esôfago distal próximos ao EEI. Possui grande associação com distúrbios motores do esôfago. Se a esofagomanometria não mostrar nenhum distúrbio motor, temos que pensar em EHLERS-DANLOS.
44
Qual o principal tumor benigno do esôfago?
Leiomioma. < 1% dos tumores esofágicos são benignos.
45
Como dx o leiomioma de esôfago?
Esofagografia baritada com achado característico: não há modificações no aspecto da mucosa. *Bom: USG EDA com achados típicos - EVITAR BX!!
46
Outros trígonos esofágicos e com divertículos.
- Trígono de Laimer: entre o cricofaríngeo e as fibras longitunidais do esôfago - posterior - Trígono de Killian-Jamieson: lateral no cricofaríngeo (EES). Ambos são de pulsão.
47
Divertículo epifrênico.
Hipertonia do EEI (acalásia).
48
Divertículos medio-esofágicos.
Verdadeiros, processos inflamatórios mediastinais que promovem tração do esôfago.
49
O que são os anéis esofágicos (membranas)?
Anel: São dobras que envolvem a circunferência total esofágica. Principalmente em distal. Membranas: parcialmente a circunferência, proximal, anemia ferropriva, pênfigo, autoimunes.
50
Qual a clínica dos anéis esofágicos?
Disfagia seletiva para sólidos (se for muito grande, para líquidos também).
51
Qual anel esofágico é muito comum? Qual sua localização?
O anel de Schatzki, localizado no esôfago terminal (JEG). A diferença desse anel para os outros é que o epitélio acima dele é escamoso e abaixo é colunar (nos outros aneis o epitélio é apenas colunar).
52
FR Schatzki.
> 40 anos, esofagite eosinofílica, hernia de hiato, DRGE.
53
QC Schatzki
Afagia durante a alimentação (bolo de carne geralmente).
54
Qual o tratamento da afagia aguda?
Tranquilizar o paciente e aguardar a passagem pelo esôfago. Caso não ocorra, pode-se adm glucagon 1 mg IV que relaxa agudamente o esôfago. Caso ainda não dê certo, deve ser realizada EDA emergencial com anestesia geral e IOT para proteção de VA contra broncoaspiração. \*O paciente não deve forçar vômitos, pois pode causar ruptura de esôfago.
55
O que é a síndrome de Plummer-Vinson?
São pacientes geralmente do sexo feminino com anemia ferropriva (com glossite e coiloníquia) que podem desenvolver uma ou mais membranas esofágicas (disfagia).
56
Qual o tratamento das membranas/aneis esofágicas?
Ruptura mecânica com um dilatador endoscópico + IBP
57
Definição Sd Boerhave.
Rotura esofágica espontânea, geralmente após indução do vômito.
58
Etiologias perfuração esofágica.
Lesão iatrogênica por EDA (> 50% das perfurações), espontânea, CE, trauma, neoplasia.
59
QC perfuração esofágica.
Tríade de Mackler: vômitos, dor torácica e enfisema.
60
Dx perfuração esofágica.
Esofagografia baritada (padrão ouro), TC com contraste oral, EDA, laringoscopia.
61
TTO perfuração esofágica.
Controle da contaminação: ATB +/- antifúngico Controle da perfuração: < 24h sutura + retalho (omento) // > 24h esofagostomia Stent EDA: limitação cirúrgica ou pequena perfuração. Drenagem ampla: DTFs +/- VATS ou toracotomia. Nutrição enteral: GTT ou JTT.
62
Escore de gravidade perfuração esofágica.
Pittsburgh: idade, taquicardia, leucocitose, DP, febre, IRpA, > 24h, cancer, hipotensão.
63
Esofagite infecciosa.
- IMSP - Candida, Herpes simples, CMV - QC: odinofagia, disfagia +/- febre. - Dx: EDA + bx. - Cândida: placa esbranquiçada, hifas e leveduras. Fluco - HSV: ulceras em vulcão, AP com inclusões virais. Aciclovir - CMV: ulcera maior e profunda, inclusões virais. Ganciclovir.
64
Definição esofagite eosinofílica (EE). FR
Infiltração crônica do esôfago por eosinófilos. FR: alergia alimentar, asma, eczema, rinite.
65
QC EE
Disfagia, impactação alimentar, dor retroesternal, recusa alimentar (cca).
66
DX EE.
EDA + BX: - Traqueização do esôfago (múltiplos aneis). - Sulcos longitudinais com exsudato - Estenoses - >= eosinófilos por campo de grande aumento - Excluir outras causas de eosinofilia esofágica: parasitose, malignidade
67
TTO EE
Dieta (retirar gatilhos alimentares), IBP por 8s (se responder, manter crônico), GC tópico (fluticasona ou budesonida)
68
Esofagite cáustica (EC).
Ingestão de produtos corrosivos.
69
Diferença de lesão na EC por ácido e base.
Base: liquefação, principalmente esôfago Ácido: coagulação, principalmente estômago
70
Investigação EC.
TC de tórax e abdome (avaliar extensão da lesão - adultos), EDA em até 24-48h (CI se houver perfuração)
71
Classificação EC.
Zargar: 0: normal 1: edema/hiperemia da mucosa 2a: erosões superf, sg, exsudato ATE AQUI BAIXO GRAU A PARTIR ALTO GRAU 2b: ulcera profunda ou circunferencia. 3a: necrose focal 3b: necrose extensa.
72
TTO EC
Dieta zero, suporte, ATB se suspeita de perfuração. Lesão de baixo grau: liberar dieta líquida após EDA. Lesão de alto grau: dieta zero por 48h, iniciar líquida após. Se intolerância, SNE, JJT, NPT. 3b ou perfuração: tto cirúrgico - reparo primário ou esofagogastrectomia. Perfuração instável: pode-se tentar prótese endoscópica.
73
Mallory-Weiss.
- Laceração da mucosa da JEG - FR: vômitos vigorosos (geralmente após liberação alcoólica) - QC: HDA. - TTO: IBP, antiemético, EDA (clipe). - Bom prognóstico.
74
Cx como opção para tto de megaesôfago.
Serra Dória (Grondahl), sendo uma esofagocardioplastia (ampliação da JEG para permitir passagem do bolo alimentar mais facilmente) associada a gastrectomia subtotal com reconstrução em Y de roux para evitar o refluxo alcalino e ácido.