Gestação Pré-Termo Flashcards
(18 cards)
Pré-Termo
- 20 - 37 semanas gestacionais
- Prematuridade extrema é menos de 28
- Entre as principais causas de morbimortalidade neonatal e um dos motivos mais frequentes de hospitalização durante a gravidez com elevado custo socioeconomico
Complicações do Bebê Prematuro
-
Pulmonares
- Curto Prazo
- Apneia da prematuridade
- Pneumotorax
- Displasia pulmonar
- Sindrome do desconforto respiratório
- Longo Prazo
- Displasia pulmonar
- Asma
- Bronquiolite
- Curto Prazo
-
Gastrointestinal
- Curto Prazo
- Hiperbilirrubinemia
- Enterocolite necrosante
- Restrição do crescimento
- Intolerância alimentar
- Longo Prazo
- Intolerâncias e alergias alimentares
- Sindrome do intestino curto
- Curto Prazo
-
Neurologicas
- Curto Prazo
- Hemorragia intraventricular
- Leucomalácia
- Hidrocefalia
- Convulsão
- Meningite
- Longo Prazo
- Paralisia Cerebral
- Atrasos no desenvolvimento neuropsicomotor
- Hidrocefalia
- Incapacidades motoras
- Problemas comportamentais
- Curto Prazo
- Cardiovascular/Renal
- Curto Prazo
- Persistencia do canal arterial
- Hipertensão pulmonar
- Disturbios hidreletroliticos
- Longo prazo
- Hipertensão arterial
- Hipertensão pulmonar
- Curto Prazo
- Oftalmológico
- Curto Prazo
- Retinopatia da prematuridade
- Longo Prazo
- Descolamento de retina
- Cegueira
- Miopia
- Estrabismo
- Curto Prazo
- Outros
- Curto Prazo
- Anemia
- Transfusoes
- Hipoglicemia
- Deficiencia de cortisol
- Sepse
- Infecções
- Deficiencia imune
- Longo Prazo
- Anemia cronica
- Doenças metabolicas da vida adulta
- Deficiencia auditiva
- Quebra do vinculo mãe-filho
- Estresse familiar
- Curto Prazo
Nascimentos Prematuros → Causas
- 70-80% espontâneos
- Ruptura de membranas pré-termo
- Trabalho de parto pré-termo espontâneo
- 20-30% → PE grave
- Descolamento da placenta
- RCF
- Gemelaridade
- Outras
Mecanismo
- O mecanismo que envolve o desencadeamento prematuro de contrações e modificações cervicais é complexo e multifatorial, podendo-se dizer que o parto pré-termo é uma síndrome da parturição pré-termo, levando a paciente a ter contrações uterinas intempestivas e modificações de colo
- Fatores envolvidos
- Infecção genital,
- Deficiência de progesterona,
- Sobredistensão uterina,
- Alterações cervicais e uterinas (congênitas ou após cirurgias ou procedimentos),
- Alterações vasculares (isquemia uteroplacentária, hemorragia decidual),
- Estresse materno e fetal,
- Inflamação,
- Alterações imunes,
- Alterações de microbiota materna,
- Outros fatores desconhecidos
Fatores de Risco Para Nascimento Pré Termo
-
Antecedentes obstétricos e ginecológicos:
- Ter tido um parto pré-termo (PPT) anteriormente aumenta o risco entre 15-30% (4-6 vezes mais).
- Cada evento pré-termo anterior eleva o risco em 1,5-2 vezes.
- Cirurgia de colo uterino, como:
- Conização: risco relativo (RC) 2,0.
- Curetagem com complicações: RC 1,7.
- História familiar de parto pré-termo: risco aumentado entre 20-30%.
- Perda gestacional precoce ou abortamento espontâneo: risco aumentado.
- Intervals curtos entre gestações (menos de 18 meses): RC 1,6.
- Multiparidade maior que 5: risco aumentado.
-
Fatores relacionados à gestação atual:
- Gravidez múltipla associada a antecedente de parto pré-termo: risco relativo de 57%.
- Colo uterino curto:
- Menor ou igual a 25 mm: RC 6,19.
- Menor ou igual a 20 mm: RC 9,49.
- Menor ou igual a 10 mm: RC 13,99.
- Infecções sexualmente transmissíveis (ISTs):
- Gonorreia: RC 5,31.
- Clamídia: RC 0,95-2,2.
- Ureaplasma: RC 1,0.
- Vaginose bacteriana: RC 7,55.
- Bacteriúria: RC 2,08.
- Fatores iatrogênicos:
- Fertilização assistida.
- Amniocenteses.
- Cirurgia abdominal na gestação.
- Doenças:
- Infecção periodontal.
-
Fatores relacionados às características demográficas, nutricionais e sociais:
- Extremos de idade materna:
- Menores de 35 anos: RC 1,5.
- Menores de 18 anos: RC 1,3.
- Maiores de 35 anos: RC 1,6.
- Índice de Massa Corporal (IMC):
- IMC < 18,5: risco aumentado.
- IMC > 30: RC 1,6.
- Estilo de vida e condições sociais:
- Tabagismo, etilismo e uso de drogas: risco aumentado.
- Deficiência nutricional (vitaminas e ácidos graxos): risco aumentado.
- Etnia afrodescendente ou hispânica: risco aumentado.
- Baixo nível socioeconômico: risco aumentado.
- Baixa escolaridade: risco aumentado.
- Ser vítima de violência: risco aumentado.
- Exposição a poluentes ambientais: risco aumentado.
- Extremos de idade materna:
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O fator de risco mais importante para prematuridade é a história prévia de nascimento pré-termo espontâneo, com aumento de 4 a 6 vezes da chance de recorrência em gestação subsequente
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Vulvovaginites na Gestação
- Vaginose bacteriana representa um desequilíbrio da ora vaginal evidenciado por redução acentuada de lactobacilos, com consequente aumento do pH e crescimento da ora anaeróbia. É considerada a infecção vaginal de maior frequência. Sua prevalência média alcança 40% (8-75%). Na gestação, a infecção foi registrada em 20% de mulheres assintomáticas.
- Metronidazol primeira opção → segunda opção clindamicina para trataz
US do Colo Uterino
- Alternativa para identificar gestantes de alto risco
- Entre 20 e 24 semanas
- Análises de custo-efetividade têm demonstrado um benefício no rastreamento universal para prematuridade com a medida do colo uterino por ultrassonografia (US) transvaginal e o tratamento com progesterona nas gestantes com colo menor que 25 mm, independentemente da história de parto pré-termo.
- O comprimento médio do colo uterino, tanto em gestações únicas como em múltiplas é em torno de 35 mm; quanto menor for o comprimento do colo, maior será o risco de nascimento pré-termo
- Comprimento Cervical entre 20 e 24 semanas e risco de parto antes de 32 semanas de gestação
-
Em gestações únicas:
- Quando o comprimento cervical é menor ou igual a 25 mm:
- Prevalência: 10%
- Risco de TPP: 35%
- Quando o comprimento cervical é menor ou igual a 20 mm:
- Prevalência: 5%
- Risco de TPP: 48%
- Quando o comprimento cervical é menor ou igual a 15 mm:
- Prevalência: 1%
- Risco de TPP: 55%
- Quando o comprimento cervical é menor ou igual a 25 mm:
-
Em gestações múltiplas:
- Quando o comprimento cervical é menor ou igual a 25 mm:
- Prevalência: 16%
- Risco de TPP: 35%
- Quando o comprimento cervical é menor ou igual a 20 mm:
- Prevalência: 8%
- Risco de TPP: 49%
- Quando o comprimento cervical é menor ou igual a 15 mm:
- Prevalência: 5%
- Risco de TPP: 67%
- Quando o comprimento cervical é menor ou igual a 25 mm:
-
Em gestações únicas:
Prevenção
- Pré-natal
- Rastreio contínuo de fatores de risco
- Tratamento de infecções
- Cessar tabagismo
- Alguns estudos → omega 3 (>500mgdia) associado a uma redução de 30-50% do risco de nascimento antes de 34 semanas
Prevenção Farmacológica
-
Progesterona
- Relaxamento da musculatura lisa
- Efeito anti-inflamatório
- Reduz modificações cervicais não desejaveis antes do termo
- Nas mulheres com história de TPP ou com colo curto à US, está indicado o uso de progesterona na dose de 200 mg/dia por via vaginal, a partir de 14 semanas ou do diagnóstico de encurtamento cervical, estendendo-se até as 36 semanas de gravidez
-
Terapia Antimicrobiana
- Não é eficaz para prevenir TPP
- Só para infecções estabelecidas
Prevenção Mecânica-Cirurgicas
-
Cerclagem Cervical
- Indicada pela história ou profilática – Para pacientes com diagnóstico prévio de insuficiência istmocervical, realizada geralmente em torno de 12 a 14 semanas.
- Indicada pela US – Para pacientes com encurtamento de colo ( 25 mm) identificado à US de segundo trimestre.
- Indicada pelo exame físico, de resgate ou emergência – Para pacientes com dilatação cervical identificável pelo exame físico.
-
Pessário cervical
- É um dispositivo confeccionado em silicone, em formato cilíndrico, que é inserido na vagina e posicionado de forma a englobar o colo uterino, promovendo uma espécie de suporte para o útero, reajustando o ângulo formado entre o maior eixo do colo e a pelve materna.
- Melhora a distribuição do peso do saco gestacional, redução da pressão da apresentação sobre o orifício cervical, alongamento do colo do útero, redução do risco de contato das membranas com a vagina e fechamento do orifício cervica
Diagnóstico de TPP
- Contrações + Modificações do colo
- Contrações uterinas efetivas e regulares
- Mudanças cervicais
- Dilatação >3cm
- Apagamento 80%
- Início de dificil detecção → Não esperar, todavia, a complicação do quadro para inicio do tratamento → exito = precocidade de inicio
- Marcadores bioquímicos, como fibronectina, macroglobulina placentária α-1 e proteína ligadora do fator semelhante à insulina 1 fosforilada, coletados nas secreções cervicovaginais de pacientes sintomáticas, podem ser empregados na identificação dos casos de alto risco de nascimento em 7 dias. Eles são úteis principalmente nas suspeitas de TPP, mas sem um diagnóstico claro.
- Para auxiliar a decisão diagnóstica, é possível utilizar algoritmos ou calculadoras (como a QUiPP) que incluem vários parâmetros clínicos e laboratoriais, procurando determinar o risco de nascimento pré-termo breve.
Manejo do TPP
-
Cuidados gerais:
- Internação.
- Administração de corticoide.
- Antibioticoprofilaxia visando prevenção de infecção por Streptococcus do grupo B (GBS).
- Neuroproteção fetal (indicada entre 24 e 32 semanas).
-
Medicações e doses:
-
Corticoide:
- Betametasona: 12 mg, via intramuscular (IM), a cada 24 horas, totalizando 2 doses;ou
- Dexametasona: 6 mg, via IM, a cada 12 horas, totalizando 4 doses.
-
Neuroproteção fetal:
- Dose de ataque: 4 g, via endovenosa (EV), em bolus.
- Seguir com dose de manutenção até o parto ou no máximo por 24 horas: 1 g/hora, via EV contínuo.
-
Corticoide:
-
Tocólise (inibição das contrações uterinas):
- Bloqueadores dos canais de cálcio — exemplo: nifedipina.
- Inibidores da ciclo-oxigenase — exemplo: indometacina (utilizar entre 22 e 31 semanas).
- Antagonistas dos receptores de ocitocina — exemplo: atosiban.
- Agonistas beta-adrenérgicos.
-
Conduta após tratamento:
- Se o tratamento for eficaz: manter os cuidados gerais e monitoramento.
- Se o tratamento não for eficaz: reavaliar a conduta e considerar alternativas terapêuticas.
O Que É Tocólise?
- Uso de medicamentos chamados tocolíticos para inibir ou
cessar as contrações uterinas, com objetivo de adiar o
parto prematuro. -
Quando usar?
- O benefício principal da tocólise é prolongar a gestação por tempo suficiente para que intervenções comprovadamente benéficas, como uso de corticosteroide para maturação pulmonar, terapia com sulfato de magnésio para neuroproteção do neonato e/ou transferência da paciente para um centro de referência, sejam concluídas.
-
Quando não usar?
-
Contraindicações Absolutas
- Doença cardiovascular ou renal grave
- Hipertensão arterial não controlada
- Pré-eclâmpsia grave
- Diabetes não controlado
- Descolamento prematuro da placenta
- Infecção ovular
- Anormalidades fetais incompatíveis com a vida
- Morte fetal
- Gestação ≥ 36 semanas
- Condição fetal não tranquilizadora
-
Contraindicações Rlativas
- Doença cardiovascular ou renal controlada
- Hipertensão arterial controlada
- Diabetes controlado
- Ruptura prematura de membranas*
- Restrição de crescimento fetal
- Alomunização Rh
- Gestação com 34 semanas ou mais
- Infecção respiratória grave
- Sangramento materno com instabilidade hemodinâmica
- Contraindicação ao agente tocolítico (ver disponibilidade de outro agente)
-
Contraindicações Absolutas
Tocolíticos
- Nifedipina e o atosiban (não é superior a nifedipina e é caro). A eficácia dessas drogas é muito semelhante, não sendo possível destacar recomendação unânime a uma delas.
- A terbutalina, apesar de possuir efeito tocolítico reconhecido, associa-se a múltiplos efeitos colaterais
- Indometacina não deve ser usada após 32 semanas → risco de fechamento precoce do ducto arterioso e disfunção plaquetária
Corticoesteróides
- De acordo com revisões sistemáticas publicadas no sistema de dados Cochrane, seu uso contribuiu para diminuir a frequência e a gravidade dos casos de SARRN (RR 0,71), dos casos de hemorragias intraventriculares (RR 0,58), de morte neonatal (RR 0,78), morte perinatal (RR 0,85), enterocolite necrosante (RR 0,50), internação em UTI (RR 0,80), ventilação mecânica (RR 0,75) e infecções sistêmicas nas primeiras 48 horas de vida (RR 0,56), sem aumentar os índices de infecções maternas ou fetais.
- O corticosteroide deve ser administrado a gestantes com
iminência de nascimento entre 23 e 34 semanas
Profilaxia da Infecção por Estreptococo do Grupo B
A presença de colonização por EGB no trato genital da gestante associa-se à ocorrência de sepse neonatal precoce: se a gestante for colonizada por EGB, 50% dos recém-nascidos de parto vaginal também serão colonizados e, destes, 1 a 2% desenvolverão sepse neonatal por EGB. Por isso, é indicado tratamento profilático intraparto nessas gestantes, a fim de reduzir as chances de contaminação do recém-nascido
Neuroproteção
MgSO4 recomendado no nascimento pré-termo com menos de 32 semanas, com o objetivo de diminuir o risco de paraliasia cerebral
Protocolo de Atendimento ao TPP
- Diagnóstico do TPP verdadeiro.
- Coleta de exames (hemograma, exame comum de urina, urocultura, swab para EGB) e rastreamento de contraindicações para a detenção do parto.
- Início das medicações para tocólise se idade gestacional < 34 semanas.
- Administração de corticosteroide se idade gestacional < 34 semanas.
- Administração de MgSO4 se idade gestacional < 32 semanas e iminência de nascimento.
- Início de profilaxia antimicrobiana para infecção por EGB se idade gestacional < 37 semanas e alta probabilidade denascimento.
- Promoção da assistência ao parto na inevitabilidade do nascimento do recém- nascido prematuro.