CIR 02 - Síndrome Dispéptica e outras doenças do estômago Flashcards

(59 cards)

1
Q

Definição de dispepsia

A
  • Dor ou queimação epigástrica
  • Plenitude pós-prandial ou saciedade precoce
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
2
Q

Indicações de EDA na dispepsia

A
  • ≥ 40 anos OU
  • Sinais de alarme:
    • Perda de peso não intencional (> 5% em 6-12 meses)
    • Sangramento gastrointestinal / anemia ferropriva
    • Disfagia / odinofagia
    • Massa abdominal palpável ou linfadenopatia
    • Vômito persistente
    • Icterícia
    • História familiar de câncer gastrointestinal
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
3
Q

Conduta:

Paciente com dispepsia sem sinais de alarme e < 40 anos

A

Testar para H. pylori

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
4
Q

Fisiopatologia da DRGE

A
  • Relaxamento inadequado do EEI
  • EEI hipotônico
  • Alterações na JEG (hérnia de hiato)
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
5
Q

Sintomas típicos da DRGE

A

Pirose¹ e regurgitação²

¹Queimação retroesternal
²Retorno de conteúdo ácido para boca (gosto amargo na garganta)

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
6
Q

Sintomas atípicos de DRGE

A

Faringite / rouquidão / broncoespasmo / tosse crônica / pneumonia

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
7
Q

Diagnóstico da DRGE

A

Clínico - presença de sintomas típicos

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
8
Q

Quando solicitar EDA na DRGE

A

Sinais de alarme / Refratariedade / Sintomas atípicos

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
9
Q

Sinais endoscópicos definitivos para DRGE

A

Esofagite grau B, C ou D de Los Angeles / Esôfago de Barret / Estenose péptica

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
10
Q

Classificação da esofagite de refluxo

A

Classificação de Los Angeles:
- A: Uma ou mais erosões até 5 mm
- B: Uma ou mais erosões > 5 mm, não contínuas entre os ápices de duas pregas esofágicas
- C: Erosões contínuas entre os ápices de pelo menos duas pregas, porém < 75% da circunferência esofágica
- D: Erosões ocupando ≥ 75% da circunferência esofágica

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
11
Q

Padrão-ouro para diagnóstico de DRGE

A

pHmetria de 24h

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
12
Q

Diagnóstico de DRGE pela phmetria de 24h

A

Tempo de exposição ácida (pH < 4) > 6%

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
13
Q

Tratamento não cirúrgico da DRGE

A
  • Medidas antirrefluxo: elevação da cabeceira, perda de peso, evitar alimentos que piorem
  • Farmacológico: inibidor de bomba de próton, pela manhã em jejum por 8 semanas
  • Sem melhora: IBP dose dobrada (2x/dia)
  • Alternativa: Vonoprazana (bloqueador ácido competitivo de potássio)

Omeprazol 20 mg / Panto 40 mg / Esome 40 mg / Lanso 30 mg

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
14
Q

Indicações de cirurgia na DRGE

A
  • Refratariedade
  • Alternativa ao uso crônico de IBPs
  • Algumas instituições: esôfago de Barrett longo (> 3 cm)
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
15
Q

Exames pré-operatórios e cirurgia de escolha na DRGE

A
  • pHmetria (confirmação diagnóstica) e esofagomanometria (escolha da técnica)
  • Fundoplicatura videolaparoscópica: total (Nissen) ou parcial (se dismotilidade)
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
16
Q

Definição de esôfago de Barrett

A

Metaplasia intestinal - substituição do epitélio escamoso estratificado do esôfago distal por epitélio colunar intestinal

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
17
Q

Aspecto endoscópico do esôfago de Barrett

A

Lesão vermelho salmão

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
18
Q

Diagnóstico de esôfago de Barrett

A

Biópsia: metaplasia intestinal

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
19
Q

Risco do esôfago de Barrett

A

Lesão precursora do adenocarcinoma de esôfago

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
20
Q

Tratamento do esôfago de Barrett

A

IBP + vigilância com EDA
- Metaplasia: EDA a cada 3-5 anos
- Displasia de baixo grau: ablação endoscópica ou EDA a cada 6-12 meses
- Displasia de alto grau (CA in situ): ablação endoscópica

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
21
Q

Função da somatostatina na fisiologia gástrica e células que a produzem

A
  • Inibir a produção de gastrina
  • Células D
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
22
Q

Função da prostaglandina na fisiologia gástrica

A

Produção e manutenção da barreira de proteção mucosa

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
23
Q

Quais células produzem o ácido clorídrico no estômago e a partir do estímulo de quais substâncias

A
  • Células parietais
  • Acetilcolina (nervo vago), histamina (células enterocromafins-like) e gastrina (células G do antro)
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
24
Q

Principais etiologias da doença ulcerosa péptica

A

Infecção pelo H. pylori e uso de AINEs

25
Classificação de Johnson na **doença ulcerosa péptica**
- Duodenal - Gástrica tipo I - pequena curvatura baixa (mais comum) - Gástrica tipo II - corpo gástrico (associada a duodenal) - Gástrica tipo III - pré-pilórica - Gástrica tipo IV - pequena curvatura alta - Gástrica tipo V - associada ao uso de AINEs (qualquer posição)
26
# Doença ulcerosa péptica: Úlceras que se desenvolvem em hipercloridria e normo/hipocloridria
- Hipercloridria: duodenal, gástricas tipos II e III - Normo/hipocloridria: gástricas I e IV
27
Clínica da **doença ulcerosa péptica**
Dispepsia - Gástrica: dor com a alimentação - Duodenal: 2-3 horas após a alimentação e à noite
28
Diagnóstico da **doença ulcerosa péptica**
- EDA (> 40 anos e sinal de alarme) - < 40 anos sem sinal de alarme: diagnóstico clínico presuntivo + testar para *H. pylori* - Se gástrica: biópsia deve ser realizada
29
Tratamento da **doença ulcerosa péptica**
- Antissecreção ácida (4-8 semanas): IBP (alternativa: Vonoprazana) - Erradicar *H. pylori* se presente
30
Testes invasivos e não invasivos para diagnóstico de infecção por ***H. pylori***
- Invasivos (EDA): teste rápido da urease na biópsia (mais utilizado) / histologia / cultura - Não invasivos: teste da urease respiratória / sorologia (ELISA) / antígeno fecal
31
Indicações de testagem para ***H. pylori***
- Úlcera péptica - Linfoma MALT - Dispepsia - Lesão pré-neoplásica
32
Tratamento de primeira linha para ***H. pylori***
Claritromicina 500 mg 12/12h + Amoxicilina 1g 12/12h + IBP 2x/dia por 14 dias
33
Controle de cura após tratamento do ***H. pylori***
- Deve ser realizado em todos os paciente ≥ 4 semanas após término - Não deve ser usado a sorologia (permanece positiva após tratamento) - Em caso de úlcera gástrica: nova EDA
34
Indicações de tratamento cirúrgico na **doença ulcerosa péptica**
Refratariedade e complicações agudas (perfuração, hemorragia refratária e obstrução)
35
Opções cirúrgicas para **úlceras duodenais**
- Vagotomia troncular* + piloroplastia - Vagotomia troncular + antrectomia - Vagotomia superseletiva (gástrica proximal) | *Efeito colateral: impede relaxamento do piloro ## Footnote A vagotomia elimina a estimulação colinérgica, diminuindo a secreção ácida
36
Opções cirúrgicas para **úlceras gástricas**
- Antrectomia ou gastrectomia subtotal (retirar úlcera) - Se tipo II e III*: associar vagotomia troncular | Tipos associados à hipercloridria
37
Cirurgias de reconstrução do trânsito gastrointestinal pós-gastrectomia subtotal
- Billroth I (BI) - gastroduodenostomia - Billroth II (BII) - gastrojejunostomia + alça aferente - Y de Roux - gastrojejunostomia (sem alça aferente)
38
Causa da **síndrome de dumping**
Ocorre pela ausência anatômica ou funcional do piloro
39
Clínica da **síndrome de dumping**
**Precoce:** - 15-30 min após a alimentação (**distensão**) - Gastrointestinais: dor, náusea, diarreia - Vasomotoras: taquicardia, rubor **Tardio:** - 1-3h após alimentação (**↑ insulina**) - Hipoglicemia
40
Tratamento da **síndrome de dumping**
Medidas dietéticas: - ↓ Carboidratos - Fracionar a dieta - Deitar após as refeições
41
Causa da **gastrite alcalina**
Refluxo do conteúdo bileopancreático devido à ausência do piloro (mais comum em BII, mas também ocorre em BI)
42
Clínica da **gastrite alcalina**
Dor contínua que não alivia com vômitos
43
Tratamento da **gastrite alcalina**
Alterar a cirurgia para Y de Roux
44
Causa da **síndrome da alça aferente**
Obstrução da alça aferente após reconstrução a BII
45
Clínica da **síndrome da alça aferente**
Dor que piora com a alimentação + vômitos biliosos, em jato, que aliviam a dor
46
Tratamento da **síndrome da alça aferente**
Alterar a cirurgia para Y de Roux
47
# Diagnóstico: Úlceras pépticas múltiplas, atípicas e refratárias
Síndrome de Zollinger-Ellison (gastrinoma)
48
Definição da **síndrome de Zollinger-Ellison**
- Hipersecreção gástrica causada por tumores neuroendócrinos secretores de gastrina (gastrinomas) - 20% estão associados a neoplasia endócrina múltipla tipo 1: gastrinoma + adenoma de hipófise + adenoma de paratireoide
49
Local mais comum de **gastrinomas**
Trígono do gastrinoma: ducto cístico - 2ª/3ª porção duodenal - colo do pâncreas
50
Clínica da **síndrome de Zollinger-Ellison**
- Doença ulcerosa péptica grave e refratária (úlceras múltiplas / além do bulbo duodenal / H. pylori -) - Pirose - Diarreia/emagrecimento - História familiar (+)
51
Diagnóstico da **síndrome de Zollinger-Ellison**
- Gastrina > 1.000 pg/mL + pH gástrico < 2 - Em caso de dúvida: teste de estimulação da secretina - TC de abdome / Cintilografia com Octreotida: localização e estadiamento do tumor
52
Tratamento da **síndrome de Zollinger-Ellison**
- Farmacológico: IBP em dose elevada (Omeprazol 40 mg 12/12h / Pantoprazol 80 mg 12/12h) - Cirúrgico: enucleação tumoral (preferencial) Doença metastática (mais comum - fígado): - Opções: ressecção hepática / Octreotida / QT
53
Tipos de **hérnia de hiato**
- I: deslizamento - JEG herniada + fundo normal (mais comum - 95%) - II: rolamento - JEG normal + fundo herniado - III: mista - JEG herniada + fundo herniado (segunda mais comum) - IV: outros - cólon, baço, pâncreas
54
Tratamento da **hérnia de hiato**
- Tipo I (deslizamento): conservador (tratar conforme DRGE) - Tipo II, III e IV (paraesofágicas): cirúrgico* se grande e/ou sintomática ## Footnote *Emergência: volvo gástrico, sangramento descontrolado, obstrução, estrangulamento, perfuração ou comprometimento respiratório *Eletivo: DRGE refratária, disfagia, saciedade precoce, dor torácica ou abdominal pós-prandial, anemia ou vômitos
55
Clínica na **ingestão de corpo estranho**
- Assintomático - Sintomas obstrutivos: - Esofágicos - sialorreia / disfagia / dor torácica - Gástricos - vômitos / distensão abdominal - Desconforto respiratório
56
Exames solicitados na **ingestão de corpo estranho**
- Radiografia de pescoço, tórax e abdome (AP e perfil) - Se inconclusivo: tomografia
57
Como diferenciar uma **moeda** de uma **bateria** ingerida na radiografia
- Moeda: bordas lisas e homogêneas - Bateria: **sinal do duplo halo** e **sinal do degrau**
58
Indicação de EDA na **ingestão de corpo estranho**
- Sintomas obstrutivos ou respiratórios - Objeto de alto risco de perfuração no esôfago ou estômago: bateria / pontiagudo / longo (> 5 cm) / imãs - Qualquer objeto no esôfago após 24h ## Footnote Emergência (EDA em até 2h): obstrução esofágica completa (salivação), objeto pontiagudo ou bateria redonda no esôfago
59
Conduta na **ingestão de corpo estranho** em caso de falha ou impossibilidade de retirada por EDA
- Radiografia seriada semanal - Monitorar as fezes - Objeto não eliminado após 4 semanas ou sintomas: remoção cirúrgica