CLM 06 - Terapia Intensiva Flashcards
(46 cards)
Em quais grandes síndromes o paciente grave deve ser encaixado?
- Instabilidade hemodinâmica.
- Insuficiência respiratória.
- Alteração da consciência.
Qual é a definição de instabilidade hemodinâmica?
Estado de hipoperfusão tecidual.
Qual é a fórmula da perfusão?
Perfusão = débito cardíaco x resistência vascular periférica (sempre em sentidos opostos).
- Débito cardíaco: coração e volume.
- RVP: arteríolas (vasos de contração/resistência).
Como podemos classificar primariamente um choque?
Choque hipodinâmico ou hiperdinâmico (o dinamismo tem relação com o débito cardíaco).
Quais são as causas de choque hipodinâmico?
Diminuição do débito cardíaco; aumento da resistência vascular periférica:
- Hipovolêmico.
- Cardiogênico.
- Obstrutivo (pneumotórax, tamponamento cardíaco, TEP).
Quais são as causas de choque hiperdinâmico?
Aumento do débito cardíaco; diminuição da resistência vascular periférica:
- Sepse (citocinas que vasodilatam).
- Anafilaxia.
- Neurogênico (vasodilatação por perda do tônus simpático - ↓ FC).
Para que utilizamos as informações sobre pressões e fluxos na monitorização hemodinâmica?
Para definir o tipo de choque.
Com um cateter de Swan-Gans, quais parâmetros podemos avaliar?
- Pressão venosa central (PVC - AD).
- Pressão de oclusão da artéria pulmonar (PCap/POAP).
- Débito cardíaco.
- Resistência vascular periférica.
O que avalia a pressão venosa central?
Avalia volemia (o átrio direito é quem recebe todo retorno venoso).
- Pacientes com disfunção de VD terão aumento da PA e não necessariamente estarão hipervolêmicos.
O que avalia a pressão de oclusão da artéria pulmonar (Pcap/POAP)?
Avalia se há congestão pulmonar associada à disfunção do lado esquerdo.
Quando colocamos um cateter de pressão arterial invasiva (PAI), quais parâmetros podemos observar?
- Pressão máxima: pressão sistólica.
- Pressão mínima: pressão diastólica.
- Pressão arterial média: ()2 x PAD + PAS) / 3 –> hipotensão: < 65.
-
Pressão de pulso: PAS - PAD (relação com enchimento ventricular e débito cardíaco).
- Aumento da PP: paciente com coração mais cheio e maior débito.
- Diminuição da PP: paciente com coração mais vazio e menor débito.
- Não é constante ao longo do ciclo cardíaco. Dependendo do movimento respiratório e da pressão torácica, ela pode ficar maior ou menor (variação da PP é um parâmetro importante).
No choque hipovolêmico, cite como estarão estes parâmetros: DC, RVP, PVC, PCAP.
- DC: diminuído.
- RVP: aumentada.
- PVC: diminuído.
- PCAP: diminuído.
Como o paciente não tem volume, tanto as pressões do lado direito (PVC) quanto as do lado esquerdo (PCAP) estarão baixas.
No choque cardiogênico, cite como estarão estes parâmetros: DC, RVP, PVC, PCAP.
- DC: diminuído.
- RVP: aumentada.
- PVC: aumentada.
- PCAP: aumentada.
O coração não bombeia, acumulando volume e ficando cheio: aumento das pressões do lado esquerdo e do direito.
No choque obstrutivo (TEP), cite como estarão estes parâmetros: DC, RVP, PVC, PCAP.
- DC: diminuído.
- RVP: aumentada.
- PVC: aumentada.
- PCAP: diminuída.
Há uma obstrução “apertando” o lado direito e esquerdo. Na saída do ventrículo direito, há um trombo na artéria pulmonar, gerando acúmulo de líquido no lado direito (aumento da PVC) e depois do trombo nada acontece (PCAP normal/baixa).
No choque distributivo (sepse), cite como estarão estes parâmetros: DC, RVP, PVC, PCAP.
- DC: aumentado.
- RVP: diminuída.
- PVC: diminuída.
- PCAP: diminuída.
Paciente infectado, febril e desidratado (pressões baixas). Muito cuidado: na UTI, recebemos o paciente do emergencista que corre volume, portanto, as pressões ficam normalizadas.
Quais parâmetros podemos utilizar para avaliar a perfusão?
- Débito urinário.
- Lactato e tempo de enchimento capilar.
- Saturação venosa central de O2 (SVCO2 - AD).
Com qual valor de débito urinário acreditamos que o paciente esteja com hipoperfusão?
< 0,5 ml/kg/h.
Com qual valor de lactato acreditamos que o paciente esteja com hipoperfusão?
Lactato > 1mmol/L (9mg/dl).
Com qual valor de saturação venosa central de O2 acreditamos que o paciente esteja com hipoperfusão?
< 70% ou GAP de CO2 > 6%.
- Um paciente com células sofrendo, não conseguem extrair oxigênio e a saturação venosa até aumenta, fazendo com que nos enganemos. Para evitar isso, devemos avaliar o CO2 na artéria e na veia (delta CO2).
- Quando o sistema cardiovascular não funciona, não empurra o sangue para frente. Se a veia fica com o sangue parado, fica rica em CO2 e fica cada vez mais diferente da artéria (aumenta o GAP de CO2).
Quais parâmetros no USG podemos utilizar para avaliar fluido-tolerância e fluido-responsividade?
Veia cava inferior (diâmetro e colapso): avaliamos transição entre o AD e VCI.
- Quanto mais túrgida: maior volume.
- Quanto maior seu colapso: menor volume; diâmetro < 21mm e colapso > 50%.
**Tórax*: linhas B.
- ≥ 3 linhas B por EIC: congestão (não fazer volume).
Como checamos fluido-tolerância e fluido-responsividade no exame físico e ecocardiograma?
Com elevação das pernas a 45°, checamos se o DC aumenta 10% no ecocardiograma (responde a volume).
Como checamos fluido-tolerância e fluido-responsividade na variação da pressão de pulso?
Avaliar se varia ≥ 13% (cabe volume).
Qual é o tratamento do choque hipovolêmico?
- Cristaloide (SF 0,9% | Ringer Lactato).
- Outros: coloide, hemoderivados…
Qual é o tratamento do choque cardiogênico/obstrutivo?
Inotrópico:
- Dobutamina (estimula receptor cardíaco B1).
- Opções: Dopamina 3 – 10 µg/kg/min (dose beta) / Milrinona (inibidor de fosfodiesterase – AMPc) / Levosimendana (sensibilizador de canais de cálcio).
- Dispositivos de assistência circulatória (refratários) – balão intra-aórtico / ECMO / CEC.
Antes de realizar dobutamina em pacientes com PAS < 90mmHg, começamos com noradrenalina. Ela possui efeito B1 (contratilidade cardíaca) e B2 (vasodilatação), levando a queda da PA em alguns pacientes.