LEI ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA Flashcards

1
Q

O que a lei considera como organização criminosa?

A
  1. associação de 4 (quatro) ou mais pessoas
  2. estruturalmente ordenada e caracterizada pela divisão de tarefas, ainda que informalmente
  3. com objetivo de obter, direta ou indiretamente, vantagem de qualquer natureza,
  4. mediante a prática de infrações penais cujas penas máximas sejam superiores a 4 (quatro) anos, ou que sejam de caráter transnacional.
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2
Q

A quais outras situações a lei do Crime Organizado é aplicada?

A

I - às infrações penais previstas em tratado ou convenção internacional quando, iniciada a execução no País, o resultado tenha ou devesse ter ocorrido no estrangeiro, ou reciprocamente;

II - às organizações terroristas, entendidas como aquelas voltadas para a prática dos atos de terrorismo legalmente definidos

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3
Q

Art. 2º. PROMOVER, CONSTITUIR, FINANCIAR OU INTEGRAR, pessoalmente ou por interposta pessoa, organização criminosa:

A

Pena - RECLUSÃO, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa, sem prejuízo das penas correspondentes às demais infrações penais praticadas.

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4
Q

Art. 2º. PROMOVER, CONSTITUIR, FINANCIAR OU INTEGRAR, pessoalmente ou por interposta pessoa, organização criminosa:

A

CRIME DE OBSTÁCULO, já que o objeto da criminalização é a conduta de promover, constituir, financiar ou integrar a organização criminosa, independentemente da efetiva prática dos crimes que os seus membros planejam executar. Ou seja, o legislador optou por criminalizar os ATOS PREPARATÓRIOS.

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5
Q

Art. 2º. PROMOVER, CONSTITUIR, FINANCIAR OU INTEGRAR, pessoalmente ou por interposta pessoa, organização criminosa:

A

. Não é necessário que todos sejam imputáveis. Eventual IMPUTÁVEL também conta para incidência. Além disso, a participação de criança ou adolescente justificará, inclusive, o aumento da pena de 1/6 a 2/3.

ATENÇÃO – Doutrina entende que não é necessário que os membros da organização sejam todos identificados para que haja condenação, bastando comprovar a atuação de pelo menos 4 pessoas, ainda que não seja possível identificá-las.

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6
Q

§ 1º. Nas mesmas penas incorre quem IMPEDE ou, de qualquer forma, EMBARAÇA a investigação de infração penal que envolva organização criminosa.

A

IMPEDE e EMBARAÇA são crimes MATERIAIS

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7
Q

O crime de embaraçar investigação previsto na Lei do Crime Organizado é restrito à fase do inquérito?

§ 1º. Nas mesmas penas incorre quem IMPEDE ou, de qualquer forma, EMBARAÇA a investigação de infração penal que envolva organização criminosa.

A

O STJ entendeu que a conduta delituosa abrange o inquérito policial e a ação penal.

Isso porque as investigações se prolongam durante toda a persecução criminal, que abarca tanto o inquérito policial quanto a ação penal deflagrada pelo recebimento da denúncia.

Assim, como o legislador não inseriu uma expressão estrita como “inquérito policial”, compreende-se ter conferido à investigação de infração penal o sentido de “persecução penal”, até porque carece de razoabilidade punir mais severamente a obstrução das investigações do inquérito do que a obstrução da ação penal.

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8
Q

Se na atuação da organização criminosa houver emprego de arma de fogo:

A

AUMENTA-SE A PENA ATÉ A METADE

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9
Q

Para quem exerce o comando, individual ou coletivo, da organização criminosa, ainda que não pratique pessoalmente atos de execução

A

A pena é AGRAVADA

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10
Q

Se houver indícios suficientes de que o funcionário público integra organização criminosa:

A

Poderá o juiz determinar seu afastamento cautelar do cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração, quando a medida se fizer necessária à investigação ou instrução processual.

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11
Q

A condenação com trânsito em julgado acarretará ao funcionário público:

A

1.- A perda do cargo, função, emprego ou mandato eletivo;

2.- A interdição para o exercício de função ou cargo público pelo prazo de 8 (oito) anos subsequentes ao cumprimento da pena.

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12
Q

Se houver indícios de participação de policial:

A

A Corregedoria de Polícia instaurará inquérito policial e comunicará ao Ministério Público, que designará membro para acompanhar o feito até a sua conclusão.

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13
Q

As lideranças de organizações criminosas armadas ou que tenham armas à disposição:

A

Deverão iniciar o cumprimento da pena em estabelecimentos penais de segurança máxima.

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14
Q

O condenado expressamente em sentença por integrar organização criminosa ou por crime praticado por meio de organização criminosa:

A

Não poderá progredir de regime de cumprimento de pena ou obter livramento condicional ou outros benefícios prisionais se houver elementos probatórios que indiquem a MANUTENÇÃO DO VÍNCULO ASSOCIATIVO.

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15
Q

Em qual caso é vedada a progressão de regime de cumprimento de pena ou livramento condicional ao condenado por integrar organização criminosa?

A

Quando houver elementos probatórios que indiquem a MANUTENÇÃO DO VÍNCULO ASSOCIATIVO

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16
Q

Havendo necessidade justificada de manter sigilo sobre a capacidade investigatória:

A

poderá ser dispensada licitação para contratação de serviços técnicos especializados, aquisição ou locação de equipamentos destinados à polícia judiciária para o rastreamento e obtenção de provas

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17
Q

Como a lei de organização criminosa qualifica o acordo de colaboração premiada?

A
  1. Negócio jurídico processual
  2. Meio de obtenção de prova
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18
Q

Quais os pressupostos para o acordo de colaboração premiada?

A
  1. Utilidade Pública
  2. Interesse Público
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19
Q

O _______________________________ para formalização de acordo de colaboração demarca o início das negociações e constitui também marco de confidencialidade

A

recebimento da proposta

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20
Q

Caso NÃO haja indeferimento sumário, as partes deverão firmar Termo de Confidencialidade para prosseguimento das tratativas,

A

o que vinculará os órgãos envolvidos na negociação e impedirá o indeferimento posterior SEM justa causa

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21
Q

O recebimento de proposta de colaboração para análise ou o Termo de Confidencialidade não implica, por si só, a suspensão da investigação

A

RESSALVADO acordo em contrário quanto à propositura de medidas processuais penais cautelares e assecuratórias, bem como medidas processuais cíveis admitidas pela legislação processual civil em vigor.

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22
Q

O acordo de colaboração premiada poderá ser precedido de instrução?

A

SIM, quando houver necessidade de identificação ou complementação de seu objeto, dos fatos narrados, sua definição jurídica, relevância, utilidade e interesse público.

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23
Q

Qual ato demarca o início das negociações e constitui também marco de confidencialidade no acordo de colaboração premiada?

A

O recebimento da proposta para formalização de acordo de colaboração

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24
Q

Quem elabora os termos de recebimento de proposta de colaboração e de confidencialidade?

A

O MP, parte celebrante do acordo

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25
Q

Na hipótese de não ser celebrado o acordo por iniciativa do celebrante

A

Esse NÃO poderá se valer de nenhuma das informações ou provas apresentadas pelo colaborador, de boa-fé, para qualquer outra finalidade

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26
Q

O acusado pode realizar acordo de colaboração premiada sem a presença de seu advogado?

A

NÃO.

Nenhuma tratativa sobre colaboração premiada deve ser realizada sem a presença de advogado constituído ou defensor público

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27
Q

No acordo de colaboração premiada

A

o colaborador deve narrar todos os fatos ilícitos para os quais concorreu e que tenham relação direta com os fatos investigados

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28
Q

Quem deve instruir a proposta de colaboração e os anexos com os fatos adequadamente descritos, com todas as suas circunstâncias, indicando as provas e os elementos de corroboração?

A

A DEFESA

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29
Q

Quais benefícios podem ser concedidos pelo juiz ao acusado que realiza acordo de colaboração premiada?

A
  1. conceder o perdão judicial
  2. reduzir em até 2/3 (dois terços) a pena privativa de liberdade
  3. substituir a pena privativa de liberdade por restritiva de direitos
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30
Q

Quais resultados a colaboração premiada deve alcançar?

A

I - a identificação dos demais coautores e partícipes da organização criminosa e das infrações penais por eles praticadas;

II - a revelação da estrutura hierárquica e da divisão de tarefas da organização criminosa;

III - a prevenção de infrações penais decorrentes das atividades da organização criminosa;

IV - a recuperação total ou parcial do produto ou do proveito das infrações penais praticadas pela organização criminosa;

V - a localização de eventual vítima com a sua integridade física preservada.

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31
Q

Quem pode requerer ou representar ao juiz pela concessão de perdão judicial ao colaborador?

A

MP - a qualquer tempo

Delegado - nos autos do inquérito policial, com manifestação do MP

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32
Q

O processo e o prazo prescricional ficam prescritos durante o período de análise da colaboração premiada?

A

SIM, podem ser suspensos por até 6 meses, prorrogáveis por igual período

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33
Q

Na lei de organização criminosa, o Ministério Público poderá deixar de oferecer denúncia se a proposta de acordo de colaboração referir-se a infração de cuja existência não tenha prévio conhecimento e o colaborador:

A

1 - não for o líder da organização criminosa;

2 - for o primeiro a prestar efetiva colaboração nos termos deste artigo.

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34
Q

Qual o efeito se a colaboração premiada for posterior à sentença?

A
  1. a pena poderá ser REDUZIDA ATÉ A METADE ou
  2. será admitida a PROGRESSÃO DE REGIME ainda que ausentes os requisitos objetivos.
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35
Q

Quais aspectos o juiz analisa para homologação da colaboração premiada?

A

I - regularidade e legalidade;

II - adequação dos benefícios pactuados, sendo NULAS as cláusulas que violem o critério de definição do regime inicial de cumprimento de pena, as regras de cada um dos regimes e os requisitos de progressão de regime.

III - adequação dos resultados da colaboração aos resultados mínimos exigidos

IV - voluntariedade da manifestação de vontade, especialmente nos casos em que o colaborador está ou esteve sob efeito de medidas cautelares

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36
Q

O juiz ou o tribunal deve proceder à análise fundamentada do mérito da denúncia, do perdão judicial e das primeiras etapas de aplicação da pena antes de conceder a colaboração premiada:

A

EXCETO quando o acordo prever o não oferecimento da denúncia ou já tiver sido proferida sentença.

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37
Q

São NULAS DE PLENO DIREITO as previsões de renúncia ao direito de impugnar a decisão homologatória de colaboração premiada

A
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38
Q

O juiz pode recusar a homologação da proposta de colaboração premiada?

A

SIM, se ela não atender aos requisitos legais, devolvendo-a às partes para as adequações necessárias.

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39
Q

As partes podem retratar-se da proposta de colaboração premiada?

A

SIM

Neste caso, as provas autoincriminatórias produzidas pelo colaborador NÃO poderão ser utilizadas exclusivamente em seu desfavor.

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40
Q

Nos depoimentos que prestar, o colaborador renunciará, na presença de seu defensor, ao direito ao silêncio e estará sujeito ao compromisso legal de dizer a verdade.

A
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41
Q

Quais as hipóteses de RESCISÃO do acordo de colaboração premiada já homologado?

A

1) No caso de omissão dolosa sobre os fatos objetos da colaboração;

2) No caso de o colaborador permanecer envolvido em práticas criminosas relacionadas ao objeto da colaboração.

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42
Q

O acordo de colaboração premiada pressupõe que o colaborador CESSE o envolvimento em conduta ilícita relacionada ao objeto da colaboração, sob pena de rescisão.

A
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43
Q

O Estatuto da OAB dispõe que é VEDADO ao advogado efetuar colaboração premiada contra quem seja ou tenha sido seu cliente.

A
44
Q

Qual o prazo para o juiz analisar pedido de colaboração premiada?

A

48 horas

As informações pormenorizadas da colaboração serão dirigidas diretamente ao juiz a que recair a distribuição, que decidirá no prazo de 48 (quarenta e oito) horas.

45
Q

O acordo de colaboração premiada e os depoimentos do colaborador serão mantidos em sigilo até o RECEBIMENTO da denúncia ou da queixa-crime

A

sendo VEDADO ao magistrado decidir por sua publicidade em qualquer hipótese.

46
Q

No que consiste a ação controlada?

A

Retardar a intervenção policial ou administrativa relativa à ação praticada por organização criminosa ou a ela vinculada, desde que mantida sob observação e acompanhamento para que a medida legal se concretize no momento mais eficaz à formação de provas e obtenção de informações.

47
Q

A ação controlada necessita de autorização judicial?

A

No caso da lei de organizações criminosas, a lei exige penas prévia comunicação ao juiz

48
Q

Se a ação controlada envolver TRANSPOSIÇÃO DE FRONTEIRAS

A

O retardamento da intervenção policial ou administrativa somente poderá ocorrer com a cooperação das autoridades dos países que figurem como provável itinerário ou destino do investigado, de modo a reduzir os riscos de fuga e extravio do produto, objeto, instrumento ou proveito do crime.

49
Q

Quem pode requerer infiltração de agentes?

A

Delegado

MP

50
Q

A infiltração de agentes depende de autorização judicial?

A

SIM

51
Q

Qual o prazo máximo para infiltração de agentes?

A

Até 6 (seis) meses, sem prejuízo de eventuais renovações, desde que comprovada sua necessidade

52
Q

Qual o prazo máximo para a infiltração de agentes pelos meios virtuais?

A
  • Até 6 (seis) meses, sem prejuízo de eventuais renovações, mediante ordem judicial fundamentada e desde que o total não exceda a 720 (setecentos e vinte) dias e seja comprovada sua necessidade.
53
Q

As informações da operação de infiltração serão encaminhadas diretamente ao juiz responsável pela autorização da medida, que zelará por seu sigilo.

A
54
Q

Qual o prazo para o juiz analisar pedido de colaboração premiada?

A

24 (vinte e quatro) horas

55
Q

Qual o prazo para o juiz analisar:

a) Colaboração premiada:

b) Infiltração de agentes

A

a) 48 horas

b) 24 horas

56
Q

Não é punível, no âmbito da infiltração, a prática de crime pelo agente infiltrado no curso da investigação, quando inexigível conduta diversa.

A
57
Q

As empresas de transporte possibilitarão, pelo prazo de 5 (cinco) anos, acesso direto e permanente do juiz, do Ministério Público ou do delegado de polícia aos bancos de dados de reservas e registro de viagens.

A
58
Q

Por quanto tempo as empresas de transporte devem resguardar os bancos de dados de reservas e registros de viagem?

A

5 anos

59
Q

Por quanto tempo as concessionárias de telefonia fixa ou móvel devem manter registros de identificação dos números dos terminais de origem e de destino das ligações telefônicas internacionais, interurbanas e locais?

A

5 anos

60
Q

Qual o prazo máximo para encerramento da instrução criminal no caso de crime de organização criminosa?

A

120 (cento e vinte) dias quando o réu estiver PRESO, prorrogáveis em até igual período, por decisão fundamentada

61
Q

A jurisprudência majoritária entende que não há bis in idem na associação criminosa armada e por roubo majorado pelo emprego de arma, tendo em vista que os momentos consumativos dos delitos são autônomos.

A
62
Q

O que é Organização criminosa por extensão?

A

São os crimes praticados pela organização criminosa

63
Q

NÚMEROS DE PARTICIPANTES NAS ORCRIMs

A
  1. Associação para o tráfico na Lei de Drogas (art.35, Lei nº 11.343/06) = mínimo de 2 pessoas.
  2. Associação criminosa (art.288, CP) = mínimo de 3 pessoas.
  3. Associação para fins de genocídio (art.2º, Lei nº 2.889/56) = mínimo de 4 pessoas.
  4. Organização criminosa (art.1º, §1º, Lei nº 12.850/13) = mínimo de 4 pessoas.
64
Q

Para enquadramento na lei de organizações criminosas, é necessário que a vantagem oriunda dos crimes seja financeira?

A

A vantagem a ser obtida pode ser de qualquer natureza, não precisa ser vantagem patrimonial.

65
Q

A doutrina majoritária entende que não é cabível a tentativa no crime de organização criminosa.

A

Crime de perigo abstrato

66
Q

Há bis in idem na condenação com aumento de pena por transnacionalidade cumulativamente no tráfico e na organização criminosa?

A

O STJ já se manifestou no sentido de que não há bis in idem no fato de, tanto no tráfico de drogas quanto na organização criminosa, incidir a causa de aumento de pena pelo fato de haver transnacionalidade em ambos os crimes ainda que cometidos em concurso.

67
Q

A perda do cargo em decorrência de participação em organização criminosa demanda fundamentação ou é automática?

A

Efeito automático

TORTURA

CRIME ORGANIZADO

68
Q

Todos os membros das organizações criminosas devem iniciar o cumprimento de pena em estabelecimentos de segurança máxima?

A

NÃO.

Apenas as LIDERANÇAS de organizações criminosas armadas ou que tenham armas à disposição

69
Q

Organizações criminosas armadas,

A

1- Há aumento da pena em até ½ para organização que utiliza arma de fogo – art. 2º, §2º, Lei 12.850/13;

2- LÍDERES iniciam o cumprimento de pena em estabelecimentos de segurança máxima – art. 2º, §8º, Lei 12.850/13;

3- São julgados pelas varas colegiadas (caso sejam criadas mediante resolução) – art. 1º-A, Lei 12.694/12.

4- Veda-se a liberdade provisória, com ou sem cautelares – art. 310, §2º, CPP.

70
Q

Para o STF, qual a natureza jurídica do acordo de colaboração premiada?

A

NEGÓCIO JURÍDICO PROCESSUAL PERSONALÍSSIMO

71
Q

O delatado não pode participar da tomada de declarações do colaborador.

A
72
Q

Não pode haver impugnação do acordo por delatado expressamente mencionado.

A

No entanto, caso o delatado seja detentor de foro por prerrogativa de função, ele pode atacar o descumprimento das regras de competência.

73
Q

STF firmou jurisprudência entendendo pela constitucionalidade da utilização da colaboração premiada em ação civil pública por ato de improbidade administrativa movida pelo MP

A
74
Q
  • Colaboração Premiada até a sentença → redução em até 2/3
A
  • Colaboração Premiada após a sentença → redução até a metade (1/2)
75
Q

O crime de organização criminosa é hediondo?

A

Em regram NÃO.

Somente quando a organização criminosa é direcionada à prática de crime hediondo ou equiparado.

76
Q

Casos em que resta inviabilizada a colaboração premiada:

A
  • Somente for encontrado o cadáver da vítima;
  • A vítima fugir por contra própria;
  • A vítima for resgatada por terceiros.
77
Q

Critérios utilizados para a escolha do benefício da colaboração premiada:

A
  1. personalidade do colaborador
  2. a natureza, as circunstâncias, a gravidade e a repercussão social do fato criminoso
  3. a eficácia da colaboração
78
Q

O que se entende por “causalidade hipotética às avessas”?

A

É um juízo hipotético por meio do qual retira-se, imaginariamente, a colaboração para inferior se, mesmo sem ela, a prevenção de infrações penais ocorreria. Sendo negativa o resultado (elas ocorreriam), então, a colaboração foi eficiente e objetiva.

79
Q

Pessoa jurídica pode celebrar acordo de colaboração premiada?

A

. STF entendeu que não

. O instituto da colaboração premiada tem, para o colaborador, o objetivo personalíssimo de obter redução ou mesmo isenção de pena, o que, até mesmo pela excepcionalidade da norma, não se aplica às pessoas jurídicas, cuja responsabilidade penal se limita aos crimes ambientais.

80
Q

A anuência do Ministério Público deve ser posta como condição de eficácia do acordo de colaboração premiada celebrado pela autoridade policial?

A

STF entendeu que SIM.

Considerada a estrutura acusatória dada ao processo penal conformado à Constituição Federal, a anuência do Ministério Público deve ser posta como condição de eficácia do acordo de colaboração premiada celebrado pela autoridade policial

81
Q

Cabe recurso da decisão que recusar homologação à colaboração premiada?

A

SIM

  1. STF = HC
  2. STJ = APELAÇÃO!
82
Q

Em caso de retratação do acordo de colaboração premiada, as provas fornecidas pelos acusado poderão ser usadas com ele?

E contra terceiros?

A
  1. As provas não podem ser utilizadas exclusivamente em desfavor do colaborador
  2. Podem ser utilizadas em detrimento de terceiros, coautores e partícipes do crime.
83
Q

É correto dizer que na colaboração premiada o delator renuncia ao direito ao silêncio?

A
  1. Apesar de a letra da lei utilizar o termo renúncia, a doutrina aponta que esta expressão foi equivocada, pois o direito constitucional ao silêncio é irrenunciável, por trata-se de direito fundamental.
  2. Não há renúncia ao direito ao silêncio, mas uma mera opção do colaborador por não o exercê-lo. Ademais, se se tratasse de renúncia, o caráter indisponível do direito ao silêncio conduziria à nulidade absoluta do acordo de colaboração premiada, por ilicitude do objeto,
84
Q

Qual a força probatória da colaboração premiada?

A
  1. Tem valor probatório relativo.
  2. Não é possível condenar única e exclusivamente com as informações prestadas pelo colaborador. A ela devem se somar outros elementos probatórios.
85
Q

O descumprimento de acordo de colaboração premiada anterior invalida o pacto atual atinente a fato delitivo diverso?

A

STF entendeu que NÃO

86
Q
A
87
Q

Na organização criminosa, a pena é AUMENTADA de 1/6 (um sexto) a 2/3 (dois terços):

A

I - se há participação de criança ou adolescente;

II - se há concurso de funcionário público, valendo-se a organização criminosa dessa condição para a prática de infração penal;

III - se o produto ou proveito da infração penal destinar-se, no todo ou em parte, ao exterior;

IV - se a organização criminosa mantém conexão com outras organizações criminosas independentes;

V - se as circunstâncias do fato evidenciarem a transnacionalidade da organização.

88
Q

Na organização criminosa, a pena é AUMENTADA de 1/6 (um sexto) a 2/3 (dois terços)se há participação de criança ou adolescente;

A

Concurso formal da majorante do inciso I do art. 2º, § 4º, da Lei n. 12.850/2013, com o crime de corrupção de menores previsto no art. 244-B do Estatuto da Criança e do Adolescente, desde que, no caso concreto, ficarem comprovados os desígnios autônomos, ou seja, se ficar comprovado que a organização criminosa tem por finalidade utilizar menores para a prática das infrações penais do seu interesse, devido à sua inimputabilidade penal.

89
Q

Art. 3º Em qualquer fase da persecução penal, serão permitidos, sem prejuízo de outros já previstos em lei, os seguintes meios de obtenção da prova:

A
90
Q

STF reconheceu que a colaboração premiada é NEGÓCIO JURÍDICO PROCESSUAL PERSONALÍSSIMO.

A
  1. O acordo de colaboração vincula apenas as partes que dele participam, quais sejam, o réu delator e o órgão de acusação ou de investigação (o Delegado de Polícia também tem legitimidade para firmar colaboração premiada).
  2. Portanto, o acordo não vincula o réu delatado. E em decorrência disso é que não pode haver condenação exclusivamente nas palavras do delator.
  3. Assim, se o réu colaborador não puder indicar provas do que está a confessar ou relatar, não haverá utilidade ou interesse público na realização do acordo.
91
Q

STF entende que, se a colaboração for eficaz, ou seja, se dela resultar um ou mais dos resultados previstos nos incisos I a V do art. 4º, caput, da Lei n. 12.850/2013, a concessão de benefício penal será DIREITO PÚBLICO SUBJETIVO DO COLABORADOR.

A

Informativo 796, o STF firmou que eventual coautor ou partícipe dos crimes praticados pelo colaborador não pode impugnar o acordo de colaboração.

Afinal, como se trata de negócio jurídico processual personalíssimo, não vincularia o delatado e não atingiria diretamente sua esfera jurídica.

92
Q

Os institutos da colaboração premiada (Lei n. 12.850/2013) e da delação premiada (presente em legislações esparsas) são dotados de natureza jurídica distinta:

A

a colaboração é um negócio jurídico bilateral firmado entre as partes interessadas, enquanto a delação é ato unilateral do acusado.

93
Q

O acordo de colaboração premiada é negócio jurídico personalíssimo, que gera obrigações e direitos entre as partes celebrantes e não interfere, automaticamente, na esfera jurídica de terceiros, razão pela qual estes, ainda que expressamente mencionados ou acusados pelo delator em suas declarações, não têm legitimidade para questionar a validade do acordo celebrado.

A
94
Q

Não é possível expandir os benefícios advindos da delação premiada, ato unilateral do acusado, para além da fronteira objetiva e subjetiva da ação penal, em virtude de sua natureza endoprocessual, sob pena de violação ou afronta ao princípio do juiz natural.

A
95
Q

Compete ao Poder Judiciário a análise da extensão dos benefícios firmados em acordo de colaboração premiada, observada legislação vigente, especialmente o que dispõe o art. 4º, § 1º, da Lei n. 12.850/2013.

A
96
Q

A atuação do Poder Judiciário na homologação do acordo de colaboração premiada (art. 4º, § 7º, da Lei n. 12.850/2013) deve se limitar à análise de regularidade, legalidade e voluntariedade do negócio jurídico firmado,

A

Não é, portanto, permitido emitir juízo de valor acerca de declarações ou elementos informativos prestados pelo colaborador ou, ainda, quanto à conveniência e à oportunidade do acordo.

97
Q

A gravação ambiental realizada por colaborador premiado, um dos interlocutores da conversa, sem o consentimento dos outros, é lícita, ainda que obtida sem autorização judicial, e pode ser validamente utilizada como meio de prova no processo penal.

A
98
Q

O prazo para oferecimento de denúncia ou o processo, relativos ao colaborador, poderá ser suspenso por até 6 (seis) meses, prorrogáveis por igual período, até que sejam cumpridas as medidas de colaboração, suspendendo-se o respectivo prazo prescricional.

A
99
Q

Nenhuma das seguintes medidas será decretada ou proferida com fundamento apenas nas declarações do colaborador:

A

I - medidas cautelares reais ou pessoais;

II - recebimento de denúncia ou queixa-crime;

III - sentença condenatória

100
Q

O acordo de colaboração premiada pressupõe que o colaborador cesse o envolvimento em conduta ilícita relacionada ao objeto da colaboração, sob pena de rescisão.

A
101
Q

O acordo homologado poderá ser rescindido em caso de omissão dolosa sobre os fatos objeto da colaboração.

A
102
Q

STF- (ADI) 5508, considerou constitucional a possibilidade de delegados de polícia realizarem acordos de colaboração premiada na fase do inquérito policial.

A
103
Q

STF admite ainda que os acordos de colaboração premiada VERSEM SOBRE MEDIDAS DE NATUREZA EXTRAPENAL, tais como aquelas de caráter patrimonial, destinadas à reparação do dano causado pela infração penal.

A
104
Q

Formas de Extinção da Colaboração

A
  1. Retratação - As partes podem retratar-se da proposta. Isso significa dizer que há um limite temporal para a retratação, qual seja, enquanto se tratar de uma mera proposta.
  2. Rescisão - Ocorre quando uma das partes _ MP ou acusado _ descumprir as obrigações assumidas por ocasião da celebração da avença.
  3. Anulação - Opera-se quando esse negócio jurídico processual estiver contaminado por algum defeito, tal como: a) não participação do defensor em todos os atos da negociação; b) ausência de avença, como pode se dar se por acaso comprovado eventual constrangimento por parte da Polícia ou do MP; c) não advertência quanto ao direito ao silêncio.
105
Q

Direitos do colaborador:

A

I - usufruir das medidas de proteção previstas na legislação específica;

II - ter nome, qualificação, imagem e demais informações pessoais preservados;

III - ser conduzido, em juízo, separadamente dos demais coautores e partícipes;

IV - participar das audiências sem contato visual com os outros acusados;

V - não ter sua identidade revelada pelos meios de comunicação, nem ser fotografado ou filmado, sem sua prévia autorização por escrito;

106
Q
A