Farmacologia: Antipsicóticos Flashcards
(17 cards)
Antipsicóticos/ tranquilizantes maiores.
-Hipótese dopaminérgica: doença é causada por níveis elevados e desregulados de neurotransmissão de DA no cérebro, principalmente na via mesolímbica.
- Os antipsicóticos antagonizam os receptores D2 de dopamina, reduzindo a sinalização desse neurotransmissor no SNC. Por esse motivo, esses fármacos, no geral, melhoram os sintomas positivos, que incomodam mais a família e o paciente, e menos os sintomas negativos.
- O tratamento da esquizofrenia com antipsicóticos é apenas paliativo, já que esses medicamentos diminuem a manifestação dos sintomas positivos, mas não buscam tratar a causa patológica do excesso de dopamina.
Antipsicóticos de primeira geração ou típicos.
- São fármacos antagonistas D2, portanto melhoram os sintomas positivos da esquizofrenia (são mais eficazes que os de 2a geração nesse quesito).
- No entanto, levam a diversos efeitos colaterais decorrentes da diminuição dos níveis de dopamina nas outras vias.
- Via nigroestriatal: parkinsionismo medicamentoso e discinesias tardias.
- Via tuberoinfundibular: hiperprolactinemia, ginecomastia e galactorreia.
- Via mesocortical: pode agravar os sintomas negativos (isolamento social, embotamento afetivo, anedonia).
Clorpromazina.
- Primeiro fármaco antipsicótico.
- Além de antagonizar D2, a clorpromazina também antagoniza os receptores:
- Histamínico H1: gera sedação e sonolência.
- Muscarínico: tem efeitos adversos periféricos, como embaçamento visual, aumento da pressão intraocular, boca seca, constipação intestinal e retenção urinária.
- Alfa-adrenérgico: leva à hipotensão ortostática.
Haloperidol.
- Possui maior maior afinidade pelo receptor D2 e, por isso, é capaz de tratar a esquizofrenia mesmo em baixas dosagens.
- Entretanto, também tem menor perfil terapêutico, sendo indutor da síndrome parkinsoniana com menores doses. Exemplifica a correlação importante entre a afinidade por D2 e a eficácia no tratamento dessa patologia.
- É o que mais causa as discinesias tardias.
Antipsicóticos atípicos ou de segunda geração.
- Esses fármacos, apesar de antagonizarem D2 e diminuírem os sintomas positivos, apresentam menor probabilidade de induzir síndrome parkinsoniana e hiperprolactinemia em doses terapêuticas.
- Antagonizam o receptor serotoninérgico 5HT2A, presente em neurônios pré-sinápticos de dopamina na via nigroestriatal: a ativação desse receptor inibe a liberação de dopamina no corpo estriado na via nigroestriatal.
- Para ser um antipsicótico atípico, a droga também tem que bloquear o receptor 5HT2A.
- Possuem menor afinidade pelo receptor D2.
- Demoram mais para se dissociar do receptor.
- Atenuam os sintomas negativos da esquizofrenia.
Clozapina.
- Possui melhor perfil terapêutico, uma vez que antagoniza o receptor de dopamina com baixa afinidade e se dissocia rapidamente desse receptor (o que permite a ação da dopamina na via nigroestriatal).
- Entretanto, pode induzir leucopenia e agranulocitose, (efeitos raros, mas potencialmente fatais): deixam o paciente susceptível a infecções.
- Por isso, seu uso exige monitoramento hematológico semanal, sendo reservado para pacientes refratários a outros tratamentos.
- No caso de agranulocitose, o medicamento é suspendido imediatamente.
Quetiapina.
- Antipsicóticos atípicos ou de segunda geração.
- Pode ter como efeitos adversos taquicardia, agitação, boca seca, constipação e ganho de peso
Antiprazol.
- Agonista parcial: tem afinidade pelo receptor, desencadeia a resposta, no entanto, não atinge o efeito máximo.
- Compete com a dopamina pelo receptor na via mesolímbica.
- Existem situações que o agonista parcial pode se comportar como antagonista do receptores: na via mesolímbica, ele vai se comportar como antagonista, diminuindo os sintomas positivos, mas sem alterar as outras vias, nas quais ele funciona como agonista.
Parkinsonismo medicamentoso (“efeito extrapiramidal”).
- Resulta do antagonismo dos receptores D2 na via nigroestriatal.
- Os antipsicóticos típicos levam à síndrome parkinsoniana, enquanto antipsicóticos atípicos não tem esse efeito.
- O uso de antagonistas muscarínicos atenua a síndrome parkinsoniana (benztropina e biperideno).
Discinesias tardias.
- São caracterizadas por movimentos musculares anormais, bizarros, debilitantes, que podem surgir meses ou anos após o início do tratamento.
- São decorrentes do uso crônico de antipsicóticos, sobretudo após a ocorrência de síndrome parkinsoniana.
- Dentre os antipsicóticos, aquele que mais comumente causa discinesia é o haloperidol (1a geração ou típico).
Hiperprolactinemia, ginecomastia e galactorreia.
- Na via tuberoinfundibular, os antipsicóticos antagonizam o efeito inibitório da dopamina sobre a produção e liberação de prolactina na adeno-hipófise.
- A hiperprolactinemia induz o desenvolvimento das glândulas mamárias – ginecomastia, em homens – bem como a produção de leite – galactorreia.
Efeitos adversos não-dopaminérgicos de antipsicóticos.
- Alguns antipsicóticos podem também agir em outros receptores de forma não específica, atuando também como antagonistas muscarínicos, adrenérgicos e histamínicos.
- Conforme a afinidade do fármaco por determinado receptor, há maior probabilidade de certos efeitos colaterais (quanto menor o Ki, maior a afinidade).
- Antagonista alfa1-adrenérgico: maior risco de hipotensão postural.
- Antagonista muscarínico: risco de retenção urinária, constipação, taquicardia.
- Antagonista histamínico: sedação, hipnose, sonolência.
- Outros efeitos: ganho de peso, sedação, confusão, agranocitose e sindrome neuroepilético.
Diferenças entre os antipsicóticos.
- O que diferencia o atípico é a maior atividade do bloqueio do receptor 5HT2A do que o D2: síndrome parkinsoniana.
- A velocidade de dissociação do fármaco ao receptor é diferente.
- Os típicos eles se ligam ao receptor, no entanto levam um tempo maior para se dissociar do receptor.
- Enquanto os atípicos se dissociam mais rápido: no entanto, essa quantidade de fármaco que dissocia ainda é suficiente para manter o efeito na via mesolímbica, mas não é suficiente para causar os efeitos extrapiramidais.
- Os atípicos são mais caros que os típicos.
- Não há diferença de eficácia entre eles: os atípicos apenas facilitam a adesão ao tratamento por reduzirem os efeitos colaterais.
Estabilizadores de humor: transtorno bipolar.
- Episódios alternados de depressão e mania.
- Pessoas com transtorno bipolar são erroneamente diagnosticadas com depressão e são tratados com antidepressivos: pode precipitar episódios de mania.
Lítio.
- É a droga mais eficaz para bipolaridade, mas tem grande ocorrência de efeitos colaterais: por isso, não é mais a primeira escolha.
- 1 a 2 semanas de tratamento reduz os sintomas maníacos em 60-80% dos casos, sem promover depressão ou sedação.
- O tratamento com lítio aumenta o intervalo entre os episódios maníacos, mas não é muito eficaz nos sintomas depressivos.
- Nesse caso, sugere-se associação com antidepressivos para que o tratamento seja mais efetivo.
- A retirada abrupta pode favorecer a recorrência dos episódios maníacos e aumentar casos de suicídio.
- Possui muitos efeitos colaterais, principalmente relacionado a prejuízos de memória e confusão, ganho de peso, neurotoxicidade, sedação, tremores, náuseas vômitos, etc, de modo que a adesão do paciente ao tratamento é reduzida.
Antipsicóticos para bipolaridade.
- Fármacos para tratamento de esquizofrenia e são os fármacos de escolha utilizados atualmente para o transtorno bipolar.
- Eficazes principalmente sobre a mania.
Valproato, Fenitoína, Carbamazepina.
- Anticonvulsivantes (bloqueadores de canais de Sódio voltagem dependente).
- Ação anticonvulsivante associada com ação menor dos distúrbios bipolares.