LEPTOSPIROSE Flashcards
(20 cards)
O que é leptospirose?
Zoonose bacteriana febril, endêmica no Brasil, com surtos em períodos chuvosos. É doença de notificação compulsória e ocorre principalmente em áreas urbanas com más condições sanitárias e infestação de roedores.
A leptospirose é uma infecção causada por bactérias do gênero Leptospira.
Qual o agente etiológico da leptospirose?
Bactérias do gênero Leptospira (ex.: L. interrogans, L. borgpetersenii), com mais de 250 sorovares patogênicos. São helicoidais, móveis e sobrevivem bem em ambientes quentes e úmidos.
Os sorovares patogênicos são responsáveis pela infecção em humanos.
Quem são os principais reservatórios da leptospirose?
Roedores urbanos (ratos) são o principal reservatório, mas também ocorre em suínos, bovinos, equinos, cães e animais silvestres.
A presença de roedores em áreas urbanas aumenta o risco de transmissão da doença.
Como ocorre a transmissão da leptospirose para humanos?
Direto: contato da pele/mucosas com urina de animais infectados; Indireto: contato com água, solo ou alimentos contaminados. O homem é hospedeiro terminal e acidental.
A transmissão indireta é comum em áreas afetadas por enchentes.
Qual o período de incubação da leptospirose?
De 1 a 30 dias (média de 5 a 14 dias).
O período de incubação pode variar dependendo da dose de exposição ao agente patogênico.
Qual o principal mecanismo fisiopatológico da leptospirose?
Vasculite de pequenos vasos, mediada por citocinas (como TNF-α), levando a aumento da permeabilidade capilar, manifestações hemorrágicas e edema.
A vasculite é responsável por várias complicações graves da doença.
Quais são as fases clínicas da leptospirose?
Fase precoce (leptospirêmica/séptica); Fase tardia (imune); Fase de convalescença.
Cada fase apresenta características clínicas e tratamento distintos.
Quais os sintomas da fase precoce (leptospirêmica)?
Febre súbita, cefaleia, mialgia (lombar e panturrilhas), anorexia, náuseas, vômitos, diarreia, artralgia, hiperemia conjuntival, fotofobia, exantema (10-20%); geralmente autolimitada em 3-7 dias.
A fase precoce é crucial para o diagnóstico precoce e tratamento adequado.
O que caracteriza a fase tardia (imune) e suas formas graves?
Inicia após a 1ª semana; Síndrome de Weil: icterícia rubínica, insuficiência renal não oligúrica, hemorragias (pulmonar mais comum); Síndrome de hemorragia pulmonar: tosse seca, dispneia, hemoptise, dor torácica, cianose; Pode evoluir para insuficiência respiratória aguda e SARA.
A síndrome de Weil é uma forma grave da leptospirose e requer atenção médica imediata.
Quais sinais/sintomas indicam gravidade e necessidade de internação?
Dispneia, tosse, taquipneia, alterações urinárias (oligúria), fenômenos hemorrágicos (hemoptise), hipotensão, alteração do nível de consciência, vômitos frequentes, arritmias, icterícia.
Esses sinais são indicativos de descompensação e risco de morte.
Quais exames laboratoriais auxiliam no diagnóstico de leptospirose?
Inespecíficos: hemograma, ureia, creatinina, eletrólitos, enzimas hepáticas, bilirrubinas, CPK, ECG, RX tórax, gasometria; Específicos: cultura, microaglutinação (MAT), ELISA-IgM, PCR, histopatologia/imuno-histoquímica.
Exames específicos são fundamentais para confirmar a infecção por Leptospira.
Como é confirmado o diagnóstico laboratorial da leptospirose?
ELISA-IgM reagente + soroconversão na MAT; Aumento ≥4x nos títulos de MAT em duas amostras; Título ≥800 na MAT em amostra única; Critério clínico-epidemiológico se exames não disponíveis.
A soroconversão indica uma resposta imune ao agente infeccioso.
Quais são os principais diagnósticos diferenciais da leptospirose?
Fase precoce: dengue, influenza, malária, riquetsioses, doença de Chagas aguda; Fase tardia: hepatites virais, dengue hemorrágica, hantavirose, febre amarela, febre tifoide, sepse, meningites, outras vasculites, entre outros.
O diagnóstico diferencial é essencial para evitar tratamentos inadequados.
Quando iniciar o tratamento da leptospirose?
O tratamento deve ser iniciado na suspeita clínica, sem aguardar confirmação laboratorial. A eficácia é maior se iniciado na 1ª semana de sintomas.
O tratamento precoce pode reduzir a gravidade da doença.
Quais antibióticos são usados na leptospirose?
Fase precoce: Amoxicilina, doxiciclina (adultos); amoxicilina (crianças); Fase tardia/grave: Penicilina cristalina, ampicilina, ceftriaxona, cefotaxima, azitromicina (alternativa).
A escolha do antibiótico depende da fase da doença e da gravidade da infecção.
Quais medidas de suporte são indicadas?
Fase precoce: repouso, sintomáticos (evitar AAS), hidratação, reavaliação; Fase tardia: ventilação mecânica, hidratação/diálise precoce, monitorar arritmias e hemorragias.
O suporte clínico é fundamental em casos graves.
Critérios para alta hospitalar na leptospirose?
Regressão dos sintomas clínicos: sangramentos, plaquetopenia, quadro pulmonar, insuficiência renal e poliúria; Icterícia residual não contraindica alta.
A alta deve ser cuidadosamente avaliada para evitar recaídas.
Quais as principais medidas de prevenção da leptospirose?
Saneamento básico, controle de roedores, uso de EPIs, educação sobre riscos em enchentes, vigilância ativa e notificação de casos suspeitos.
A prevenção é fundamental para reduzir surtos, especialmente em áreas vulneráveis.
Quando está indicada a quimioprofilaxia para leptospirose?
Situações de alto risco (exposição prolongada a água contaminada, socorristas); Doxiciclina 200 mg VO dose única (adultos) ou 1x/semana durante exposição; Alternativa: azitromicina.
A quimioprofilaxia é uma medida preventiva eficaz em determinados contextos.
Qual o CID-10 da leptospirose e sua obrigatoriedade?
CID-10: A27. É doença de notificação compulsória, inclusive casos suspeitos.
A notificação é importante para o controle epidemiológico da doença.