T11 - Patologia Maligna da Mama (1) Flashcards

1
Q

Cancro da Mama - Epidemiologia?

A

– Tumor maligno mais comum entre as mulheres em todo o mundo - países desenvolvidos/vias de desenvolvimento
– 1ª causa de morte por cancro na mulher
– Problema de saúde pública
. impacto sociedade - elevada incidencia e prevalencia, 1/10 mulheres terão cancro da mama
. simbolismo (maternidade e feminilidade)

– Incidência tem vindo a aumentar
. mamografia de rastreio (45-69 anos)
. envelhecimento da população
. dieta ocidental, alcool, obesidade
– Mortalidade tem vindo a diminuir
. diagnóstico precoce - importância do rastreio
. terapêuticas atualmente disponíveis (essencialmente as terapeuticas sistemicas)

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2
Q

Anatomia?

A
    • É constituída por elementos glandulares, os alvéolos que se agrupam em lóbulos e em lobos
    • Cada mama é constituída por cerca de 10-15 lobos; esses lobos são envolvidos em tecido adiposo e atravessada por segmentos de tecido conjuntivo que acaba por fixar a glândula à pele
    • Qualquer porção da mama pode ser alvo de patologia desde necrose gorda do tecido adiposo, ectasias dos canais galactóferos (as ectasias ductais)
    • No entanto, é nesta unidade ductolobular terminal que tem origem a grande maioria dos tumores benignos e malignos da mama
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3
Q

Mama - Drenagem Linfática?

A

– Gângliso Axilares (97%) - maioria
– Gânglios Cadeia Mamária Interna (3%)
Especialmente neoplasias centrais e dos quadrantes internos da mama
– A drenagem linfática tem uma elevada importância clínica devido ao seu papael na propagação de tumores malignos
– 1º lugar para onde metastiza neoplasia maligna da mama - gânglios axilares e eventualmente da cadeia mamária interna
– Biópsia do Gânglio Sentinela (durante cirurgia)

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4
Q

Etiologia (1)?

A

– Doença complexa e multifatorial: fatores genéticos e não genéticos

Genéticos (os mais importantes)
– Mutações genéticas esporádicas - 85-90%
– Mutações genéticas hereditárias - 5-10% (germinativas)
. BRCA 1 e 2
. TP53
. pTEN
. CDH1
(genes mais envolvidos no desenvolvimento de síndromes hereditários que envolvem o cancro da mama)

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5
Q

Etiologia - Outros (1)?

A
    • centenas de mutações únicas descritas / clusters de mutações (Judeus Ashkenazi)
    • varia com áreas geográficas e grupos étnicos
    • mutações fundadoras portuguesas (BRCA1 e BRCA2)

BRCA1 quando mutado oferece um risco maior do que o BRCA2, não só para cancro da mama, mas também para o carcinoma do ovário

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6
Q

Etiologia (2)?

A

Não Genéticos

– Hormonais (exposição estrogénica) (mais importantes)
. sexo feminino
. menarca precoce / menopausa tardia (“janela hormonal”)
. fertilidade: 1º filho termo > 30 anos
. nuliparidade
. ACO / THS prolongada (+ 10 anos)
. Obesidade

– Não Hormonais
. Exposição a rediação torácica ionizante (a mais importante)
. Doença mamária proliferativa - hiperplasia atípica
. Elevada densidade mamária (aumenta o risco em 4x)
. Dietéticos / alcool

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7
Q

Componentes da Hx Clínica?

A

Avaliar a janela hormonal

    • idade da menarca
    • nº de gestações / nados vivos / amamentação
    • idade 1ª gravidez
    • tratamento de fertilidade

Pré-menopausa

    • data da última menstruação
    • ACO / DIU

Pós-menopausa

    • idade da menopausa
    • THS
    • Hx familiar de CM / ovário / estômago / outros tumores
    • Hx de radiação ionizante prévia
    • Hx atual
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8
Q

Formas de Apresentação do CM?

A
# Assintomático
-- alterações imagiológicas (mamográficas / ecográficas)

Sintomático

    • dor mamária - mastalgia / mastodinia, sem nódulo
    • nódulo indolor / doloroso
    • escorrência mamilar
    • alterações cutâneas
    • alterações aréola / mamilo
    • alterações tamanho da mama
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9
Q

Formas de Apresentação do CM - Escorrência Mamilar?

A

Escorrências não preocupantes

    • Muitas vezes associadas a alterações hormonais e funcionais da mama: escorrências serosas, leitosas, escurecidas
    • Associam-se, muitas vezes, a doenças fibrocísticas
    • São secreções que ficam acumuladas nos quistos e que acabam por envelhecer e quando saem têm esta coloração escura que por vezes parece sangue
    • Basta encostar compressa à gota e a cor que fica é esverdeada/acastanhada, confirma que não é sangue, preocupante

Escorrências preocupantes

    • Esta escorrência hemática, sanguinolenta deve-nos obrigar a fazer uma avaliação, um estudo mais completo; deve ser investigada
    • Pode-se tratar apenas de um papiloma intraductal que é uma lesão benigna, mas temos de excluir sempre a presença de uma neoplasia, nomeadamente o carcinoma in situ (normalmente associado às escorrências hemáticas)
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10
Q

Formas de Apresentação do CM - Alterações Areolo-mamilares?

A

Pode ser apenas um eczema, mas sempre que temos esta substituição da areola por esta placa eczematosa e descamativa temos de suspeitar de uma doença de Paget que na maioria dos casos está associado a um carcinoma ductal in situ intramamário

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11
Q

Formas de Apresentação do CM - Alterações Cutâneas?

A

Áreas de retração

    • A pele que recobre a mama é lisa e móvel
    • Se notarmos uma área de retração e que não se move temos de suspeitar da presença de um carcinoma invasor intramamário que está a provocar a retração da pele

Alterações inflamatórias da mama

    • Numa 1ª fase pode-se tratar apenas de uma mastite
    • No entanto, após terapêutica médica com anti-inflamatório e antibioterapia, se este processo inflamatório não desaparecer, temos de investigar e suspeitar de se poder tratar de um carcinoma inflamatório, muitas vezes associada a pele em casca de laranja
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12
Q

Formas de Apresentação do CM - Alterações de Volume / Forma?

A

Outras situações + avançadas com alteração do volume e da forma da mama.
Exemplos:
– A mama está praticamente toda ocupada por uma volumosa neoplasia invasora
– O tumor fez praticamente desaparecer a mama

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13
Q

Formas de Apresentação do CM - Ulceração / Vegetação?

A
    • Aspeto de tumores vegetantes e ulcerados; raros.
    • Estas situações estão habitualmente associadas a uma negação pq têm medo da confirmação.
    • Situações localmente avançadas com um prognóstico reservado.
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14
Q

Formas de Apresentação do CM - Edema do membro superior?

A
    • Importante avaliar o volume do membro superior
    • Uma assimetria entre o volume de ambos os membros superiores pode ser o 1o sinal de uma neoplasia maligna da mama devido a um conglomerado adenopático axilar que compromete a drenagem linfática do membro
    • Ao exame físico, além da mama, é importante avaliar os membros superiores e ver se existe alguma assimetria
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15
Q

Formas de Apresentação do CM - Alterações Imagiológicas?

A
    • Espetro de doentes assintomáticas que são orientadas e referenciadas por alteração imagiológica de novo
    • Que em maior ampliação consegue-se identificar estas espículas típicas do carcinoma invasor
    • Além dessas especulações, existem calcificações agrupadas (pontinhos) que corresponde a carcinoma in situ associado ao carcinoma invasor
    • Hipoecogénica, mas mais larga que alta, de contornos bem definidos e que, contrariamente a um tumor maligno sólido, há um reforço posterior do eco (sinal de benignidade).
    • Uma neoplasia maligna provoca uma atenuação (+escuro posteriormemte ao nódulo)

– A imagem típica de um carcinoma invasor é uma imagem hipoecogénica, mais alta do que larga que interrompe as linhas da mama e de contornos irregulares

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16
Q

Tripé Diagnóstico?

A
    • A clínica é completada com a imagiologia que é confirmada com a biópsia.
    • Deve haver uma concordância neste tripé, isto é, se a clínica é suspeita, se a imagem é suspeita, mas se a biópsia não confirma malignidade, esta mulher deve ser submetida a nova biópsia. Se mesmo assim a 2a biópsia não for conclusiva ou não identificar malignidade, a mulher deve ser operada e a lesão deve ser removida.
    • Porque quanto maior a concordância, maior a acuidade diagnóstica e, na dúvida, a doente deve ser sempre operada e a lesão deve ser removida.
17
Q

Exame Clínico?

A

Inspeção

    • mamas
    • mamilo
    • axilas e áreas supraclaviculares
    • membros superiores

Palpação

    • nódulos
    • mamilo
    • axilas e áreas supreclaviculares
    • Palpação bimanual e bilateral
    • Posição sentada e deitada
18
Q

Exame Clínico - Outros?

A
    • A doente deve na posição sentada colocar as mãos na cintura e fazer compressão; elevar os membros porque permite nesta posição identificar alterações do polo inferior da mama e lesões que sejam mais superficiais podem provocar retração da pele com a elevação do membro.
    • Verificar se existe alguma escorrência mamilar e avaliar a axila
    • Por fim, o exame físico deve incluir o ensino do autoexame à doente.
    • O autoexame não é um método de rastreio, mas pode ser eficaz na deteção precoce, tal como a alteração de novo.
    • Se a mulher conhecer bem a sua mama, qualquer alteração de novo permite que ela seja referenciada e ela própria procura ajuda para investigar a alteração.
19
Q

Diagnóstico - Imagiologia?

A

– Mamografia Bilateral de 2 incidências
– Ecografia mama e gânglios loco-regionais
. numa mulher jovem a ecografia é o 1º exame a ser feito pq a mama é extremamente densa e a mamografia não me vai trazer informação
– RM - não é usada por rotiuna:
. para confirmar / esclarecer dúvidas relativamente à mamografia ou ecografia

– mulheres jovens, densidade mamária elevada, portadoras de mutações, portadoras de próteses de silicone, suspeita de doença multifocal, gânglios axilares positivos e doença oculta na mama, dúvidas => idealmente deveriam ser vigiadas com RM pq numa mamografia realizada numa mulher com uma prótese, à parte do parênquima que não é visualizado

20
Q

Diagnóstico - Anatomia Patológica?

A

Microbiópsia (core-biopsy)

    • A biópsia que deve ser feita para qq nódulo ou alteração mamária é uma microbiópsia porque permite obter um resultado histológico.
    • Se a lesão tiver tradução ecográfica a microbiópsia deve ser guiada por ecografia; se a lesão não tiver tradução ecográfica, a microbiópsia deve ser guiada por estereotaxia, isto é, tem de ser feita durante a mamografia

Citologia aspirativa - não permite o diagnóstico diferencial entre carcinoma ‘in situ’ e invasor

    • A citologia identifica-nos a presença de células malignas; permite-nos saber que se trata de uma lesão maligna, mas não acrescenta mais que isso
    • A citologia pode ter um papel quando existem gânglios axilares suspeitos em que só interessa saber se existe uma metástase ou não. Aí a histologia, a microbiópsia não é fundamental
21
Q

Diagnóstico - Anatomia Patológica - Lesões Impalpáveis?

A
    • Lesões imagiológicas sem tradição clínica
    • A incidência de carcinoma ‘in situ’ é superior
    • Mivrobiópsia guiada por estereotaxia
    • Confirmação radiológica dos fragmentos biopsados

– Nas lesões que não têm tradução ecográfica como p.e as microcalcificações que não têm tradução nem clínica, nem ecográfica, a biópsia é feita por estereotaxia, portanto, durante a mamografia é efetuada a biópsia e após essa biópsia os fragmentos da biópsia devem ser radiografados para confirmar que as microcalcificações saíram nesses fragmentos

22
Q

Diagnóstico - Anatomia Patológica - Informação?

A

Só conseguimos obter toda esta informação se for feita uma microbiópsia

    • Ca invasor ou ‘in situ’
    • Tipo histológico e grau - NST, lobular, micropapilar, medular, etc
    • Receptores hormonais : estrogénio / progesterona
    • HER2
    • Ki67 (marcador de proliferação)