Saúde da Mulher - Endometriose e Infertilidade Flashcards

(61 cards)

1
Q

Qual é a hipótese mais aceita para a origem da endometriose?

A

Menstruação retrógrada (hipótese de Sampson) — fluxo menstrual reflui pelas tubas uterinas e implanta células endometriais na cavidade peritoneal associada a uma disfunção imunológica.

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2
Q

Além da menstruação retrógrada, que outros fatores contribuem para a fisiopatologia da endometriose?

A

Fatores genéticos, imunológicos, hormonais e ambientais, que favorecem a sobrevivência e implantação ectópica do tecido endometrial.

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3
Q

O que acontece com o tecido endometrial ectópico na endometriose?

A

Ele responde aos hormônios ovarianos, levando a inflamação crônica, sangramentos cíclicos, fibrose e formação de aderências.

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4
Q

Qual o papel do sistema imune na fisiopatologia da endometriose?

A

Alterações imunológicas impedem a eliminação eficaz do tecido ectópico, favorecendo sua permanência e progressão.

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5
Q

Como a endometriose leva à dor?

A

Inflamação peritoneal crônica, liberação de prostaglandinas, ativação de fibras nervosas sensoriais e formação de aderências.

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6
Q

Por que a endometriose pode causar infertilidade?

A
  1. Distorção anatômica da pelve;
  2. Aderências tubárias que impedem a captação do oócito;
  3. Alterações na função ovulatória por inflamação ovariana crônica,
  4. Resistência à progesterona e disfunção imune (como ativação de células NK), que prejudicam a receptividade endometrial e a implantação embrionária.
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7
Q

Qual é a relação entre estrogênio e progressão da endometriose?

A

O estrogênio estimula o crescimento das lesões endometrióticas, tornando a doença estrogênio-dependente.

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8
Q

O que é a enzima aromatase e qual seu papel na endometriose?

A

Enzima responsável pela conversão de androgênios em estrogênio. Está anormalmente expressa nas lesões endometrióticas, promovendo produção local de estrogênio e perpetuando a inflamação e crescimento das lesões.

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9
Q

O que diferencia o tecido endometrial ectópico em relação à aromatase?

A

Ao contrário do endométrio normal, o tecido ectópico expressa aromatase, permitindo produção autônoma de estrogênio local, o que estimula sua própria proliferação.

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10
Q

Qual é o papel da prostaglandina E2 (PGE2) na regulação da aromatase nas lesões de endometriose?

A

A PGE2 aumenta a expressão da aromatase, formando um ciclo positivo: mais estrogênio → mais COX-2 → mais PGE2 → mais aromatase.

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11
Q

Qual a importância da 17β-hidroxiesteróide desidrogenase tipo 2 (17β-HSD2) na homeostase hormonal normal do endométrio?

A

Enzima que converte estradiol (E2, potente) em estrona (E1, menos potente), inativando o estrogênio no endométrio normal durante a fase secretora.

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12
Q

O que acontece com a 17β-HSD2 nas lesões de endometriose?

A

Há deficiência ou ausência da expressão de 17β-HSD2, levando à acúmulo de estradiol e intensificação da resposta estrogênica nas lesões.

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13
Q

Qual é o impacto final da desregulação da aromatase e da 17β-HSD2 na endometriose?

A

Geração local de altos níveis de estrogênio ativo (E2) nas lesões → manutenção da inflamação, dor e crescimento do tecido ectópico.

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14
Q

Qual é o padrão de inflamação observado na endometriose?

A

Inflamação crônica, com aumento de citocinas, prostaglandinas e quimiocinas, especialmente IL-1β, IL-6, TNF-α e PGE2, que sustentam dor e crescimento das lesões.

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15
Q

Quais prostaglandinas têm papel importante na dor da endometriose?

A

Principalmente a PGE2, produzida por ação da COX-2 induzida nas lesões, gerando dor e amplificando a inflamação.

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16
Q

Qual enzima pró-inflamatória está superexpressa nas lesões de endometriose?

A

COX-2 (ciclooxigenase-2) — promove produção de prostaglandinas e perpetua o ambiente inflamatório.

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17
Q

Qual fator pró-angiogênico está aumentado nas lesões de endometriose?

A

VEGF (fator de crescimento endotelial vascular) — estimula a formação de vasos sanguíneos que nutrem as lesões ectópicas.

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18
Q

Por que a angiogênese é essencial para a manutenção da endometriose?

A

As lesões endometrióticas precisam de suprimento sanguíneo para crescer; o VEGF e outras citocinas estimulam a neovascularização local.

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19
Q

Qual é a alteração imunológica central na endometriose?

A

Falha da depuração imunológica: células do sistema imune não reconhecem ou não eliminam adequadamente o tecido endometrial ectópico.

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20
Q

Quais células do sistema imune têm função prejudicada na endometriose?

A

Macrófagos e células NK (natural killer), que deveriam fagocitar o tecido ectópico, têm sua atividade diminuída.

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21
Q

Como a inflamação contribui para a infertilidade na endometriose?

A

A inflamação altera o microambiente peritoneal e endometrial, prejudicando a ovulação, transporte tubário, fertilização e implantação embrionária.

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22
Q

Qual é a base do diagnóstico inicial da endometriose segundo a FEBRASGO?

A

História clínica + exame físico + exames de imagem. Em muitos casos, o diagnóstico pode ser presuntivo, sem necessidade de laparoscopia.

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23
Q

Quais são os principais sintomas que sugerem endometriose?

A

Dismenorreia progressiva, dor pélvica crônica, dispareunia profunda e/ou infertilidade, especialmente em mulheres jovens.

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24
Q

Quais achados no exame físico podem sugerir endometriose?

A

Dor à mobilização do útero, nodulações em fundo de saco vaginal posterior, fixação uterina ou massa anexial sensível.

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25
Qual o principal exame de imagem inicial para avaliação de endometriose no SUS?
Ultrassonografia transvaginal com preparo intestinal — identifica endometriomas, espessamentos e nódulos em septos e ligamentos.
26
Quando solicitar ressonância magnética na suspeita de endometriose?
Em casos de endometriose profunda, difícil interpretação do USG, ou para planejamento cirúrgico mais detalhado.
27
Qual é o exame padrão-ouro para confirmação diagnóstica da endometriose?
Videolaparoscopia com biópsia, mas só é indicada em casos de dúvida diagnóstica, dor refratária ou planejamento de cirurgia.
28
É necessário fazer laparoscopia para iniciar tratamento da endometriose?
Não. A FEBRASGO recomenda que o tratamento pode ser iniciado com base no diagnóstico presuntivo clínico + imagem típica.
29
O que caracteriza um endometrioma ao ultrassom?
Cisto ovariano com conteúdo homogêneo espesso e ecogenicidade baixa ('cisto achocolatado'), sem septações complexas.
30
Qual o principal diagnóstico diferencial da endometriose com útero aumentado e dor?
Adenomiose — presença de endométrio no miométrio, com dor + menorragia + útero aumentado difusamente no toque.
31
Como diferenciar endometriose de adenomiose na imagem?
Endometriose → cistos ovarianos e nódulos peritoneais. Adenomiose → espessamento da zona juncional (>12 mm), miométrio heterogêneo e globoso.
32
Qual a principal diferença clínica entre endometriose e doença inflamatória pélvica (DIP)?
DIP é aguda, com febre, leucocitose, dor intensa à mobilização uterina e corrimento purulento; endometriose é crônica e sem febre.
33
Como diferenciar endometriose de mioma uterino sintomático?
Mioma causa sangramento uterino anormal, útero nodular e aumentado; endometriose causa dor cíclica e infertilidade com útero de tamanho normal.
34
Endometriose pode simular quais condições gastrointestinais?
Síndrome do intestino irritável, doença inflamatória intestinal, apendicite crônica — especialmente se houver dor cíclica associada ao trato GI.
35
Qual é a conduta inicial para mulher com endometriose leve e idade <35 anos que deseja engravidar?
Expectante — tentar gravidez espontânea por 6 a 12 meses antes de indicar outros tratamentos.
36
O que fazer se uma mulher <35 anos com endometriose mínima a leve não engravidar após 6-12 meses?
Iniciar técnicas de reprodução assistida, como indução de ovulação + inseminação intrauterina (IIU).
37
Em mulher <35 anos com endometriose moderada a grave e infertilidade, qual a abordagem inicial?
Videolaparoscopia para ressecção das lesões — melhora a chance de gestação natural.
38
Qual o tratamento indicado para mulher ≥35 anos com endometriose e desejo de engravidar?
Tempo é crítico — indicar reprodução assistida precoce, preferencialmente fertilização in vitro (FIV), especialmente em doença moderada a grave.
39
Por que mulheres ≥35 anos com endometriose devem ser encaminhadas rapidamente para FIV?
Devido à redução da reserva ovariana com a idade, o tempo de tentativa espontânea deve ser curto para não comprometer as chances de gestação.
40
Quando é indicada cirurgia (laparoscopia) na endometriose associada à infertilidade?
Em casos de endometriose mínima a leve para aumentar chance de gravidez espontânea, ou em doença grave se houver dor importante ou endometrioma grande (>4 cm).
41
O tratamento hormonal (ACO, progestágeno ou análogo do GnRH) é indicado para infertilidade por endometriose?
Não! O tratamento hormonal é para controle da dor, não para restaurar fertilidade.
42
Endometriomas ovarianos devem ser sempre retirados antes da FIV?
Não obrigatoriamente. A remoção só é indicada se o endometrioma causar dor, tiver >4 cm ou dificultar o acesso aos óvulos durante a punção.
43
Qual é a técnica de reprodução assistida de escolha em casos de endometriose grave ou falha de IIU?
Fertilização in vitro (FIV).
44
Como a endometriose pode afetar os resultados da FIV?
Pode reduzir a qualidade oocitária e endometrial, mas a FIV ainda é a melhor opção de gestação para casos graves.
45
Quando começar a investigação das causas de infetilidade?
após 12 meses de tentativas sem sucesso ou, para mulheres com mais de 35 anos iniciamos a investigação após 6 meses somente. (Febrasgo)
46
Como o hipotireoidismo leva à anovulação?
Aumento de TRH → hiperprolactinemia → inibição do GnRH → ↓ FSH e LH → anovulação.
47
Como o hipertireoidismo prejudica a fertilidade?
Alteração da regulação hormonal do eixo reprodutivo e metabolismo esteroidal → ciclos anovulatórios e falha de implantação.
48
Quais os três locais mais frequentes acometidos pela endometriose?
1. Ovários 2. Fundo de sacos anterior e posterior 3. Ligamentos útero-sacro
49
Qual alteração principal ocorre na função dos macrófagos peritoneais em mulheres com endometriose?
Eles apresentam fagocitose prejudicada, não eliminando adequadamente células endometriais ectópicas, e secretam citocinas pró-inflamatórias (IL-1β, TNF-α, IL-6), mantendo a inflamação e favorecendo a progressão da doença.
50
Qual é o perfil funcional dos macrófagos no líquido peritoneal na endometriose?
São mais numerosos, com função pró-inflamatória predominante (tipo M1), além de secretarem fatores angiogênicos como VEGF, que estimulam a vascularização das lesões endometrióticas.
51
Como as células NK se comportam no peritônio de mulheres com endometriose?
Têm atividade citotóxica reduzida, menor expressão de receptores ativadores (ex.: NKG2D), o que permite a sobrevivência e implantação do tecido endometrial ectópico.
52
Qual é a implicação da disfunção das células NK para a fertilidade na endometriose?
A atividade excessiva de células NK no endométrio pode prejudicar a receptividade uterina, dificultando a implantação embrionária e favorecendo a infertilidade.
53
Qual o papel das alterações imunes na manutenção da endometriose?
A combinação de macrófagos disfuncionais + células NK hipoativas no peritônio + ambiente inflamatório leva à persistência das lesões e à redução da fertilidade.
54
Qual é a principal causa de infertilidade feminina?
Distúrbios ovulatórios, especialmente a síndrome dos ovários policísticos (SOP).
55
Quais são as causas mais frequentes de infertilidade conjugal, em ordem decrescente?
Distúrbios ovulatórios Fator masculino Alterações tubárias Endometriose Fatores uterinos Infertilidade sem causa aparente (ISCA)
56
O que é IOP?
Insuficiência Ovariana Prematura: falência da função ovariana antes dos 40 anos, com FSH elevado, estrogênio baixo e amenorreia.
57
Quais são os critérios diagnósticos da IOP?
Amenorreia ou oligomenorreia por ≥ 4 meses FSH ≥ 25 mUI/mL em duas dosagens com 4 semanas de intervalo Estrogênio baixo
58
Quais são as principais causas de IOP?
Genéticas (ex.: síndrome de Turner, pré-mutação do FMR1) Autoimunes (ex.: ooforite autoimune) Iatrogênicas (quimio, radioterapia, cirurgia) Idiopática (maioria dos casos)
59
Qual a principal manifestação clínica da IOP?
Amenorreia secundária associada a sintomas de hipoestrogenismo (fogachos, secura vaginal, insônia, infertilidade).
60
Quais exames laboratoriais ajudam a diagnosticar IOP?
Dosagem de FSH (↑), estradiol (↓), e exclusão de gestação, hiperprolactinemia e distúrbios tireoidianos.
61
Qual é a conduta na IOP em mulheres jovens?
Terapia de reposição hormonal até a idade média da menopausa Aconselhamento reprodutivo (ex.: doação de óvulos se desejo gestacional) Avaliação de comorbidades (densitometria óssea, perfil lipídico)