ENDOCRINO: Tireoide Flashcards

1
Q

Qual o teste mais sensível para avaliação tireoideana?

  • Quais os testes de dosagem habitual?
    • Quais as possíveis interpretações a depender do resultado?
  • Quais eventos de autorregulação podem ocorrer frente à oferta de iodo?
A

Mais sensível = TSH

  • Dosagem habitual: TSH e T4L - dosa T3 quando suspeita de tireotoxicose por T3
    • ↑T4 + ↓TSH
      • Hipertireoidismo primário
    • ↑T4 + ↑TSH
      • Hipertireoidismo secundário
    • ↓T4 + ↑TSH
      • Hipo primário
    • ↓T4 + ↓TSH
      • Hipo secundário
  • Quando o paciente tem Deficiência de iodo causando disfunção tireoideana e tem oferta de iodo (por exemplo com a introdução de um novo medicamento - amIODarona), podem abrir 2 quadros:
    • Wolff ChaikOFF: iodo causa HIPOtireoidismo
    • Jod BasedOW: iodo causa HIPERtireoidismo

Olha T4 e vê se está aumentado ou diminuído. Se aumentado, é HIPER; se diminuído, HIPO.

  • Agora, quero saber se está aumentado às custas da própria glândula (primário) ou por culpa da hipófise (secundário). Para isso, olho TSH.
  • Se TSH reduzido, a hipófise não está estimulando a tireoide a produzir mais, a tireoide está produzindo por conta própria e, com o aumento de T4, está inibindo a produção de TSH por feedback negativo. → PRIMÁRIO
  • Se TSH aumentado, a hipófise que está bombardeando a tireoide de TSH, fazendo com q a glândula seja “obrigada” a aumentar a produção de T4. → SECUNDÁRIO

—–

Funções do T3:

  • Forma receptor beta-adrenérgico
  • Regula metabolismo basal
  • Produz calor

Desiodase III tem a função de transformar T4 em T3 reversa. T3 reversa inibe desiodase I.

  • Desiodase I e II transformam T4 em T3
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2
Q

Defina tireotoxicose

  • Qual o quadro clínico?
  • Quais as causas de tireotoxicose COM e SEM hipertireoidismo?
A

Tireotoxicose é o aumento de hormônio tireoideano livre, sem que a causa seja necessariamente tireoideana

Clínica

  • Olhar fixo, com retração palpebral
  • Pele quente e lisa; sudorese excessiva
  • Alterações cardiovasculares: PA divergente, taqui sinusal; neurológicas: insônia, tremor; digestivas: hiperdefecação, aumento do apetite; do aparelho reprodutor: amenorreia; intolerância ao calor

SEM hiper

  • Tireoidite
  • Tireotoxicose factícia

COM hiper

  • Graves
  • Bócio Multinodular Tóxico
  • Adenoma Tóxico
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Q

Como fazer o diagnóstico da Doença de Graves?

  • Como tratar?
    • Geral (opções)
    • Gestante
    • Crise
A

Clínico + ↑T4 / ↓TSH + marcadores de autoimunidade: TRAb + anti-TPO/anti-Tg

  • Na dúvida: anticorpo TSI ± RAIU

Clínica:

Tireotoxicose +

  • Bócio difuso (80-90%) - sopro - frêmito
  • Oftalmopatia (20 - 40%): exoftalmia (proptose: depósito de proteoglicanos por linfócitos - sinais inflamatórios periorbitários)
  • Dermopatia: Mixedema pré-tibial (50%)
  • Baqueteamento digital/acropatia (1%)

—–

Controle dos sintomas

  • Betabloqueadores

Drogas antitireoideanas / Tionamidas / Tioureias: duração de 1 - 2 anos → Causam agranulocitose

  • Metimazol (MMZ - inibe TPO - tireoperoxidase / interfere na produção do hormônio) → 1ª escolha
    OU
  • Propiltiouracil (PTU - inibe TPO + desiodase tipo 1) → mais potente

Ablação por radiodo

  • Recidiva ou reação tóxica às drogas
  • Contraindicações: grandes bócios (> 50mL), oftalmopatia grave, gestação/amamentação

Tireoidectomia (total/subtotal)

  • Sem melhora farmacológica + CI ao iodo radioativo
  • Preparo:
    • PTU ou MMZ (bloqueio de TPO) por 6 semanas (↓ crise tireotóxica)
    • Lugol (iodo) por 10 dias (↓ sangramento)
      • Imita efeito Wolff-Chaikoff para evitar crise tireotóxica

——

Gestantes

  • PRopiltiouracil no PRimeiro trimestre + Metimazol no 2º e 3º
  • Ablação por iodo contraindicada

Idosos

  • Atentar para o hipertireoidismo apático, por ex. FA

Crise tireotóxica - Score de Burch-Wartofsky (≥45)

  • Betabloqueador + PTU + iodeto + corticoide

  • Quanto maior o TRAb, menor a chance de responder à terapia clínica
  • Realizar prova de função tireoideana 3 - 4 semanas após início do tto com tionamidas
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4
Q

Qual o achado à cintilografia e à RAIU da dç de Graves?

  • Como diferenciar Graves de Tireoidite por este exame?
  • Obs.: Tireoidite factícia (achados)
A

Graves

  • Hipercaptação difusa: tireoide tá lá bombando de trabalhar, por isso vai ter mt captação, pq tá hiperfuncionante
  • > 35%

Titeoidite

  • Não tem hipertireoidismo, a tireoide NÃO está bombando de trabalhar, pelo contrário, tá sendo “destruída”, captação vai ser baixa
  • < 5%
  • ↑VHS / ↑Tireoglobulina (Tg)

Obs.: Tireoidite factícia é por causa exógena, ↑T4 + ↓VHS + ↓Tg + RAIU < 5%

Essa cintilo é de Graves

O RAIU é uma exame que mostra o quanto de iodo marcado foi captado pela tireoide

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5
Q

Qual a clínica da crise tireotóxica?

  • Tratamento
A
  • Delirium
  • Agitação
  • Psicose
  • Coma / Febre alta / PA divergente / FA / Icterícia

—–

Internação em UTI + PTU + lugol + dexametasona + propranolol
  • Droga anti-tireoideana: Propiltiouracil (PTU) [500-1000mg de ataque + 200mg 4/4h]
  • Iodo [5 gotas, 6/6h VO]: efeito Wolff-Chaikoff
  • Beta-bloqueador: propranolol [40-80mg VO 4-6h]
  • Corticoide: hidrocortisona
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6
Q

Qual a definição de Adenoma de Plummer / tóxico?

  • Clínica
  • Diagnóstico
  • Tratamento
A

Nódulo solitário (> 3cm), autônomo, hiperfuncionante

  • Nódulo palpável oligossintomático
  • Laboratório + Cintilografia
    • ↑T4/↓TSH
    • Nódulo único captante/quente
  • Iodoablação → preferência
    • ou cirurgia: tireoidectomia parcial
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7
Q

Qual a clínica de Bócio Multinodular Tóxico?

  • Diagnóstico
  • Tratamento
A
  • Bócio assimétrico oligossintomático
  • Laboratório + Cintilografia
    • ↑T4/↓TSH
    • Captação multinodular
  • Cirurgia → preferência: tireoidectomia subtotal / total
    • ou iodoablação
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8
Q

Sobre as complicações pós tireoidectomia:

  • Qual a mais temida?
  • Qual a mais grave?
  • Qual a mais comum?

Conduta

A

Mais temida

Hematoma cervical

  • Insuficiência respiratória por edema de glote
  • Abertura da incisão → traqueostomia

——-

Mais grave

Lesão bilateral do nervo laríngeo recorrente

  • sequela irreversível que leva à insuficiência respiratória
  • Rouquidão
  • Fisioterapia/fonoterapia
    • Dá pra fazer esse tto se tiver só “machucado” o nervo; se tiver seccionado, é irreversível e nem adianta fisio/fono

——-

Mais comum

Hipoparatireoidismo (hipocalcemia) transitório

  • Parestesia, cãibra e Chvostek/Trousseau
  • Reposição de cálcio VO/IV
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9
Q

Quais os sinais clínicos de hipocalcemia?

A

Sinais de Chvostek e Trousseau

  • Chvostek: contração do músculo labial ao percutir o nervo facial
  • Trousseau: mão em garra ao insuflar manguito 20mmHg acima da PAS por 3 min

  • Chvostek: torção involuntária dos músculos faciais desencadeada por discreto toque sobre o nervo facial, anteriormente ao meato auditivo externo
  • Trousseau: contração generalizada dos músculos do antebraço com flexão do punho, ou sinal de mão de parteiro, após a aplicação do esfigmomanômetro de pressão cerca de 20 mmHg acima da pressão sistólica por 3 minutos
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10
Q

Como diferenciar hipotireoidismo primário de secundário?

  • Clínica
  • Principal causa
  • Tratamento
    • Obs.: Hipo subclínico - indicações de tratamento
A

No hipotireoidismo, teremos T4 em níveis baixos. Para determinar se primário ou secundário, olhar TSH

  • ↓T4 e ↑TSH
    • Hipo primário (se anti-TPO positivo = Hashimoto)
  • ↓T4 e ↓TSH
    • Hipo secundário (RM de sela túrcica)
  • T4 normal e ↑TSH
    • Hipo subclínico

Clínica

  • Alt neurológicas: lentidão de raciocínio, sonolência; cardiovasculares: PA convergente, bradicardia; digestivas: constipação; musculoesqueléticas: fraqueza muscular; intolerância ao frio, madarose, pelos quebradiços, pele seca…

Principal causa: Tireoidite de Hashimoto // linfocítica crônicaanti-TPO (95%) / Anti-Tg

  • Na PAAF, céls de Askanazy são patognomônicas de Hashimoto
  • Hashimoto é fator de risco para Linfoma de tireoide

Tratamento

  • Reposição de Levotiroxina (T4) 1,6mcg/kg/dia, 1x/dia, pela manhã, em jejum
    • Cuidado com idoso e coronariopata (o medicamento vai aumentar FC; se iniciar em altas doses, pode levar a um desfecho cardiovascular ruim): iniciar com 12,5 - 25mcg/dia
  • Gestante, sobretudo no primeiro trimestre, vai precisar aumentar a dose da levotiroxina em 25-50% (empiricamente) pq tem demanda maior pelo bebê não produzir hormônio ainda. Lembrar que hipotireoidismo descompensado piora desfecho materno-fetal.

Tratar hipo subclínico:

  1. TSH ≥ 10
  2. TSH < 10 se:
  • < 65 anos + alto risco cardiovascular (dislipidemia, HAS, DM, SM) se TSH ≥ 7
  • Anti-TPO (+)
  • USG com padrão heterogêneo (USG com tireoidite)
  • Gestação / intenção de gestar (não há consenso)
  • Sintomático: teste terapêutico por 3 meses

Hipotireoidismo pode levar à hiperprolactinemia por tentativa hipofisária de compensação

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11
Q

Qual a característica da tireoidite subaguda granulomatosa dolorosa de Quervain?

  • Tratamento
A

Dor cervical após 1 - 3 semanas após infecção viral + aumento de VHS

  • Tireotoxicose (50%)

—–

Suporte + AINE ± corticoide

Corticoide se refratário

  • Tireoidite subaguda / de células gigantes / de De Quervain
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12
Q

Quais as características da tireoidite linfocítica indolor?

  • Quais as principais causas?
  • Tratamento
A

Tireotoxicose indolor e transitória

  • Esporádica
  • Pós parto

——

Não há tratamento específico

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