EAP Flashcards
(82 cards)
O que é o Edema Agudo de Pulmão (EAP) hipertensivo?
É caracterizado por congestão pulmonar associada à hipertensão arterial (HA) e insuficiência respiratória aguda (IRpA), sendo também chamado de SCAPE (Sympathetic Catecholamine Acute Pulmonary Edema).
Qual é a mortalidade intra-hospitalar do EAP hipertensivo?
Pode chegar até 21% dos casos.
Como a hipertensão contribui para o desenvolvimento do EAP?
A hipertensão aumenta a pós-carga do ventrículo esquerdo (VE), que em um coração com disfunção diastólica ou sistólica leva à insuficiência cardíaca e retenção de líquido na circulação pulmonar.
Fatores que podem piorar o quadro de EAP hipertensivo
Sobrecarga de volume, isquemia miocárdica e doenças valvares.
Qual o marco fisiopatológico do EAP hipertensivo?
Alta pós-carga do VE.
Como ocorre o extravasamento de líquido no EAP hipertensivo?
Por aumento da pressão hidrostática nos capilares pulmonares ou alteração na permeabilidade capilar.
Principais sintomas do EAP hipertensivo
Dispneia, ortopneia, dispneia paroxística noturna, tosse (seca ou rosada), fadiga, estertores crepitantes, sinais de esforço ventilatório, ansiedade e agitação.
Sinais físicos encontrados no EAP hipertensivo
Estertores bilaterais, ritmo de galope (B3 ou B4), estase jugular, refluxo hepatojugular, edema de membros inferiores.
Causas precipitantes do EAP hipertensivo
Cardiogênicas (aumento da pressão hidrostática) e não cardiogênicas (pressão de oclusão da artéria pulmonar < 18 mmHg).
Fatores de risco mais comuns para descompensação da IC no Brasil
Má aderência medicamentosa (29,9%), infecção (22,7%), arritmia (12,5%) e excesso de sódio/água (8,9%).
Como é feito o diagnóstico clínico do EAP hipertensivo?
Presença de congestão em todos os campos pulmonares + hipertensão arterial.
Exames que auxiliam no diagnóstico do EAP hipertensivo
RX de tórax, POCUS (linhas B), ECG, ecocardiograma, BNP.
Características radiológicas do EAP hipertensivo no RX
Cefalização da trama vascular, infiltrado peri-hilar, linhas B de Kerley, aumento da área cardíaca.
Cefalização pulmonar: Normalmente, o sangue se distribui mais para as bases dos pulmões por ação da gravidade. Quando há aumento da pressão venosa pulmonar (como na insuficiência cardíaca esquerda), o sangue é empurrado também para os vasos dos lobos superiores. Isso inverte o padrão normal de fluxo → os vasos apicais ficam dilatados e visíveis na radiografia. É um dos primeiros sinais de congestão venosa pulmonar.
Infiltrado peri-hilar:
Na radiografia, os hilos pulmonares (onde entram artérias, veias e brônquios) aparecem como uma área central. Quando há edema intersticial ou alveolar, o líquido extravasa nos alvéolos ao redor dos hilos, gerando uma imagem de borramento ou opacificação bilateral central. Muitas vezes dá o aspecto de “asas de borboleta”, típico do edema agudo de pulmão cardiogênico.
Linhas B de Kerley (Kerley B):
São linhas finas, horizontais, curtas, geralmente nas bases pulmonares, visíveis na radiografia de tórax. Representam o espessamento dos septos interlobulares, que são pequenas divisões entre lobos pulmonares. Isso ocorre por acúmulo de líquido no interstício (congestão linfática), indicando edema intersticial. São um achado mais tardio que a cefalização.
Valores de BNP que sugerem IC ou SARA
<100 pg/mL sugere SARA; >500 pg/mL sugere IC.
Objetivo do tratamento da PA no EAP hipertensivo
Redução de 25% da pressão arterial nas primeiras horas.
Medicamentos utilizados para redução da pós-carga no EAP hipertensivo
Nitroprussiato de sódio e nitroglicerina (em altas doses).
Função da VNI no tratamento do EAP hipertensivo
Reduz pré-carga, melhora contratilidade cardíaca e diminui líquido nos alvéolos.
Conduta se PAS > 90 mmHg e boa perfusão periférica
Diurético (furosemida 20-80mg EV), repetir em 20 min se necessário, considerar infusão contínua. Vasodilatadores EV se PAS >110 mmHg.
Conduta se PAS < 90 mmHg ou má perfusão periférica
Inotrópicos como dobutamina. Noradrenalina em caso de choque cardiogênico.
Tratamento da causa base no EAP hipertensivo
SCA: protocolo específico; Emergência hipertensiva: vasodilatadores EV; Arritmias: medicamentos, cardioversão ou marca-passo.
Qual a definição de insuficiência respiratória tipo 1 (hipoxêmica)?
É a queda da PaO2 abaixo de 60 mmHg, indicando falha na oxigenação do sangue arterial.
Qual é o principal mecanismo fisiopatológico da hipoxemia na UTI e emergência?
Distúrbio V/Q e shunt intrapulmonar, que comprometem a troca gasosa nos pulmões.
O que é o distúrbio ventilação/perfusão (V/Q)?
É o desequilíbrio entre o ar que chega aos alvéolos (ventilação) e o sangue que os perfunde (perfusão).