HT4 - Anemias Hemolíticas (1) Flashcards

1
Q

Anemias Hemolíticas?

A

🡪 Hemólise corresponde à destruição acelerada de glóbulos vermelhos a nível periférico, o que vai levar à diminuição da sobrevivência destes GV no sangue.
🡪 O que se espera é que a medula óssea compense esta alteração com o aumento dos reticulócitos.
🡪 Caso a hemólise seja ligeira, e a MO consiga fazer esta compensação acaba por não se desenvolver anemia.
🡪 Por isso, um valor de Hb normal não exclui a presença de hemólise.

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2
Q

Etapas?

A

🡪 Clínica
– graus variáveis de astenia e palidez, icterícia
🡪 Hemograma (esfregaço SP)
– anemia e reticulocitose, que dependem da capacidade da medula compensar o grau de hemólise
🡪 DHL
– aumentada
🡪 Bilirrubina
– hipervilirrubinemia indireta
🡪 Haptoglobina
– diminuída
🡪 Reticulócitos (RPI)

– aumento da excreção de urobilinogénio

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3
Q

Classificação da Hemólise?

A

🡪 Estas definições não são estanques, podendo haver sobreposições em determinadas patologias

🡪 Intravascular Vs Extravascular (MPS)
– Extravascular - a destruição dos GV ocorre por efeito dos macrófagos a nível hepático e esplénico. Valores de DHL e de haptoglobina podem ser normais.
– Intravascular - a hemólise ocorre dentro dos vasos. Hemoglobinúria ou hemosiderinúria.

🡪 Imune Vs Não-imune
– Teste de Coombs essencial para a distinção entre imune e não imune.

🡪 Congénitas Vs Adquiridas
– Esta distinção é feita pela história clínica: duração da hemólise, episódica ou crónica, quando surgiram complicações relacionadas, hemogramas prévios, história transfusional prévia, fatores associados ao episódio de hemólise, cinética da queda da Hb

🡪 Intrínseca Vs Extrínsecas ao GR
– Intrínsecas: anomalias da estrutura ou da função da Hb, anomalias da membrana do GR ou anomalias do seu metabolismo. Tipicamente são hereditárias.
– Extrínsecas: anticorpos dirigidos contra o GR, alterações da vasculatura, presença de agentes infeciosos ou toxinas. Tipicamente são adquiridas.
– Mas há exceções:
– Hemoglobinúria Paroxística Noturna - intrínseco ao GR mas adquirido!

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4
Q

Intravascular ou Extravascular?

A

🡪 Hémolise Intravascular
– anemia hemolítica microangiopática (MAHA)
– válvulas cardíacas (por ação mecânica)
– hemoglobinúria paroxística nocturna (PNH)
– incompatibilidade transfusional

🡪 Hemólise Extravascular
– Esferocitose Hereditária: a destruição do GR é feita essencialmente a nível hepático e esplénico

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5
Q

Doenças da membrana eritrocitária - Esferocitose Hereditária?

A

🡪 Hemólise (variável); esferócitos; ↑ fragilidade osmótica
🡪 1:2500-5000
🡪 Anomalias quantitativas de proteínas do citoesqueleto – anquirina, α- e β- espectrina, banda 3, proteína 4.2
🡪 2/3 a 3/4 hereditariedade AD

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6
Q

Membrana Eritrocitária?

A

🡪 Proteínas que mantêm a estrutura da membrana do GV. Há uma interação bastante próxima entre várias destas proteínas.
🡪 As falhas nesta estrutura normal de citoesqueleto vão levar às alterações da forma (aquilo que se vê - esferócitos) e ao aumento da fragilidade osmótica destas células - muito mais facilmente, e sob estímulos nocivos estas células sofrem lise.

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7
Q

Doenças da membrana eritrocitária - Esferocitose Hereditária? (2)

A

🡪 Clínica variável (sobretudo benigna)
🡪 Hemólise ± compensada
– podem acontecer crises hemolíticas
🡪 Icterícia, esplenomegalia, litíase biliar
– por ação da hemólise crónica, os doentes têm um aumento da excreção de produtos de degradação da bilirrubina a nível hepático
🡪 História familiar +
– hereditariedade AD
🡪 Anemia variável; Esferócitos no SP
🡪 ↑ retics, DHL, bili
🡪 Coombs Dir NEG
– hemólise congénita, não imune, é um defeito do citoesqueleto e da membrana eritrocitária

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8
Q

Doenças da membrana eritrocitária - Esferocitose Hereditária? (3)

A

🡪 Teste fragilidade osmótica - sensibilidade (10-20% NEG)
– utilizado para diagnóstico
🡪 Crises “aplásicas” (parvo B19)
– deixamos de ter hemólise compensada
🡪 Défices de folato
– consumo de componentes fundamentais à síntese de Hb pela hemólise crónica; devem ser suplementados.
🡪 ↑ hemólise (infecções)
🡪 Suporte / esplenectomia (evitar <5-9 anos)
– Suplementação de folatos; tentar evitar as crises hemolíticas; tratar ativamente as infeções e as complicações (ex. tratar litíase biliar sintomática). Como se trata de H. Extravascular pode fazer-se esplenectomia.

🡪 O principal meio de diagnosticar esta doença é pela colheita de uma história clínica adequada, perceber as alterações que configuram uma hemólise compensada ou não e olhar para o esfregaço de sangue periférico, onde se vêm os esferócitos.

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9
Q

Doenças da membrana eritrocitária - Esferocitose Hereditária? (4)

A

🡪 Hemólise (variável); eliptócitos no ESP
🡪 Mutações α- e β-espectrina
🡪 AD
🡪 Suporte / esplenectomia (evitar <5-9 anos)
– suplementação de vitaminas e folato

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10
Q

Alterações do Metabolismo do Glóbulo Vermelho?

A

🡪 O GR produz energia e livra-se de radicais livres de oxigénio.
🡪 2 patologias:
– Deficiência de G6P desidrogenase
– Deficiência de Piruvato Cínase

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11
Q

Enzimopatias eritrocitárias - Deficiência de G6PD?

A

🡪 cr. X
🡪 >300 variantes: estão descritas muitas mutações que levam a esta deficiência
– AH aguda intermitente (endémicas)
– AH crónica (raras; hemólise variável)
– sem risco de AH

🡪 Uma das anomalias mais frequentes do metabolismo do GR. Afeta >400milhões de pessoas a nível mundial.
Protetora contra a Malária! em países em que a Malária é endémica, sobretudo por Plasmodium Falciparum.

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12
Q

As variantes de G6PD?

A

🡪 Distinguem-se pelo seu padrão de mobilidade eletroforética
🡪 G6PD B: alelo wild-type
🡪 G6PD A+: africano; ø hemólise
🡪 G6PD A- (africano) e Mediterrânicas
– AHA intermitente

🡪 B e A+ são os mais comuns e geralmente têm atividade enzimática normal, não estão muito associados a hemólise.

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13
Q

Enzimopatias eritrocitárias - Deficiência de G6PD? (2)

A

🡪 A célula perde a capacidade de produzir NADPH e por isso deixa de ter a capacidade de lidar com os radicais livres de oxigénio.
🡪 Hemólise após exposição a oxidantes (fármacos) e infecções
– estímulos que levam ao aumento da produção de oxidantes
🡪 AH crónica não-esferocítica (sem esferocitose)
🡪 AH aguda com ingestão de favas (favismo)
– vicina e convicina (oxidantes) → radicais livres → oxidação glutatião

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14
Q

Enzimopatias eritrocitárias - Deficiência de G6PD? (3)

A

🡪 Evitar exposição! - aos agentes que levam a hemólise
🡪 Transfusão (hemólise grave / sintomático)
– os eritrócitos transfundidos não terão essa deficiência portanto não sofrerão esta agressão como os eritrócitos do indivíduo
🡪 Hidratação ev
– manter estado normal de volemia, eliminação de produtos tóxicos
🡪 Esplenectomia (hemólise grave recorrente)
🡪 Ác. fólico
– muito importante (assim como nas doenças da membrana) porque pela hemólise crónica recorrente, o ácido fólico vai sendo consumido.
– podemos até eliminar o mecanismo de hemólise mas se não fizermos esta suplementação, o doente não vai ter capacidade de ter resposta medular porque lhe faltam elementos para a normal produção de eritrócitos

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15
Q

Enzimopatias eritrocitárias - Deficiência de quinase do piruvato (PK)?

A

🡪 Aut Dominante
🡪 AH crónica, gravidade variável
🡪 Possíveis crises aplásticas (parvo B19)
🡪 Doseamento de actividade enzimática (G6PD; PK) - falsos negativos após episódios hemolíticos
– este doseamento não deve ser feito após os episódios hemolíticos, o doente pode ter sido transfundido e termos um falso negativo

🡪 Tratamento: Suporte com suplementação Ac. Fólico, Transfusões, Esplenectomia (se doentes com muitos problemas, muitas intercorrências relacionadas com as crises hemolíticas).

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16
Q

Hemoglobinopatias?

A

🡪 Anomalias estruturais
– anemia células falciformes
🡪 Defeitos quantitativos da síntese de cadeias globínicas
– talassemias

17
Q

Clusters da Beta e da Alfa Globina?

A

🡪 Na vida fetal, há predominância da Hb F composta por 2 cadeias de globina alfa e duas cadeias de globina gama.
– composto pelo gene da Hb embrionária (a laranja), gene da Hb fetal (os gama, amarelo e verde) e os dois genes da Hb do adulto (delta e beta)
– composto pelo gene lambda (verde claro), e pelos dois genes da cadeia alfa (1 e 2).
🡪 Na criança e na idade adulta há uma transição para a Hb A - composta por duas cadeias alfa e duas cadeias beta.

18
Q

Progressão?

A

🡪 No início da vida gestacional, a síntese de cadeias é feita predominantemente no baço e no fígado e há uma predominância da Hb Fetal (cadeias alfa e gama).
🡪 Após o nascimento, há uma diminuição progressiva das cadeias gama e uma subida progressiva das cadeias Beta até que na infância e na idade adulta, a Hb é a HbA (cadeias alfa + beta).
🡪 Continuamos a ter outras cadeias globínicas em circulação, nomeadamente as gama, e uma quantidade residual de cadeias delta.

19
Q

Predominância em determinados grupos étnicos de alterações da Hb?

A

🡪 Hemoglobina S
– África
– associada a Anemia de Células Falciformes, predomina em África e na bacia do Mediterrâneo

🡪 Isto acontece porque estes defeitos da Hb acabam por sofrer alguma seleção positiva em algumas áreas do planeta, porque conferem muitas vezes resistência a doenças que são endémicas nesses locais (ex. Malária).

20
Q

Talassemia α?

A

🡪 4 genes α por célula (Normal: αα/αα)
🡪 Sobretudo grandes delecções génicas
🡪 1-2 genes afectados - “traço” α-talassémico
🡪 3-4 genes afectados – talassemia α

21
Q

Talassemia β?

A

🡪 2 genes β por célula
🡪 Mutações pontuais (>200; raras delecções)
🡪 β+ :síntese reduzida; β0 :ø síntese
– Se houver expressão de apenas 1 dos genes das cadeias Beta passamos a ter síntese reduzida de Hb A (normal). Se não houver genes de cadeia Beta expressos, há ausência total de HbA.
🡪 1 alelo afectado - “traço” β-talassémico
🡪 2 alelos afectados – β-talassemia intermédia ou major
– dependendo da clínica apresentada pelo doente e da necessidade de suporte transfusional

22
Q

Talassemia β? (2)

A

🡪 “traço” β-talassémico
– hgb raramente <10g/dL; MCV 60-80fL
– HgbA2 (α2δ2) ↑
– excluir ferropenia
🡪 β-talassemia intermédia
– anemia; hepatoesplenomegalia; sobrecarga Fe; não requerem transfusões regulares
🡪 β-talassemia major
– apresentação na infância
– eritropoiese ineficaz e extramedular – deformidades esqueléticas; hepatoesplenomegalia
– anemia ~3-9g/dL

🡪 Estes doentes vão muitas vezes precisar de suporte transfusional.

23
Q

β-Talassemia Major?

A

🡪 suporte transfusional regular (2-4 semanas) – para hgb 9-10g/dL
🡪 sobrecarga Fe – quelação
🡪 esplenectomia
🡪 transplante alogénico curativo
– de medula óssea, ponderar caso-a-caso, pode ser curativo porque substitui a matriz hematopoiética, ou seja, as células que não são capazes de produzir cadeias de Beta Globina por células que conseguem fazê-lo.