HT13 - Alterações da Fase Plasmática da Coagulação e da Fibrinólise Flashcards

1
Q

Hemostase?

A

► Quando há lesão de um vaso e consequente hemorragia, uma das reações iniciais é a própria vasoconstrição do vaso pela musculatura lisa dos vasos
► Isto leva a uma redução da pressão sanguínea e é o primeiro passo para ajudar a reduzir a hemorragia
► Ao nível das plaquetas ocorre uma reação, despoletada pela exposição ao colagénio que leva à agregação plaquetária junto à lesão e funciona como um primeiro tampão à hemorragia
► Por fim, aquele que vai dar estabilidade ao coágulo e a paragem da hemorragia é a fase plasmática da coagulação com os fatores de coagulação e a formação de um coágulo de fibrina estável que suspende a hemorragia.

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2
Q

Controlo da Hemostase?

A

► Interacção dos vasos e tecidos de suporte
► Interacção das plaquetas e início da agregação plaquetária
► Formação fibrina
► Regulação da extensão do coagulo por inibidores e fibrinólise
► Remoção do coagulo e reparação dos vasos - resolução da lesão

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3
Q

Factores da Coagulação?

A

► São proteínas que têm funções que podem ser pró-enzimas (para facilitar determinada reação), podem ser co-fatores entre a ligação de duas proteínas ou podem ter uma função de regulação (ex. ação inibitória de determinada reação).

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4
Q

Cascata da Coagulação?

A

► Conjunto de reações que levam à formação de um coágulo de fibrina.
► Compreende duas vias:
– Via extrínseca (antiga// chamada ativação)
– Via intrínseca (antiga// chamada amplificação).

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5
Q

Vias da Coagulação - Geração / ampliação de trombina?

A

► Os termos ativação e amplificação foram substituídos por extínseca e intrínseca porque pressuponham que tinha de haver sempre ativação para haver amplificação, o que nem sempre corresponde à verdade.
► Na via extrínseca temos exposição do sangue ao fator tecidual.
► Esta exposição leva à ativação do fator VII e este leva à cascata subsequente que culmina com a passagem de pró-trombina a trombina.

► A formação de trombina é um evento importante na coagulação porque de certa forma faz um retrofeedback positivo para que haja amplificação deste sinal.
► Posteriormente, outros fatores de coagulação ligados à via intrínseca são ativados de forma mais intensa pela formação inicial da trombina e que levam à amplificação da cascata de coagulação.

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6
Q

Hemostase e Inibidores?

A

► Este processo da coagulação tem de ser finamente regulado, através de inibidores.
– Inibidor da via do factor tecidular (TPFI)
– Proteina C
– Protéina S
– Trombomodulina
– Antitrombina III (cofactor de heparina)
– Heparina co-factor II
– C1-esterase inibidor
► Deficiência destes inibidores causam um estado pró-trombótico e o aumento do risco de trombose, e de tromboses de repetição.
► Algumas destas deficiências estão ligadas a doenças hereditárias e eventos trombóticos familiares - importante descrever a história familiar de eventos trombóticos para que se suspeite deste tipo de deficiências.

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7
Q

Sistema Fibrinolítico?

A

► Outro aspeto importante da regulação da coagulação é a sua fase final - fibrinólise = degradação do coágulo de fibrina
► Este processo é feito sobretudo por ação da plasmina, formada a partir do plasminogénio e tem ele próprio fatores ativadores (a verde) e fatores inbidores (a vermelho).
► Após a remoção do coágulo de fibrina, originam-se produtos de degradação de fibrina denominados D-Dímeros (importância clínica, passíveis de serem pesquisados através de análise sanguínea).
► Formação de D-dímeros indica-nos que houve formação de um coágulo de fibrina portanto uma diminuição de fibrinogénio associada a aumento de D-dímeros, indica que estamos perante um consumo da coagulação.

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8
Q

Perturbações da Hemostase - Anamnese?

A

► Hemorragia ou púrpura ? Espontânea ou provocada?
► Hemorragia imediata e transitória ou retardada e prolongada ?
► Hemorragia excessiva de pequenos cortes ?
► Hematomas ou equimoses espontâneas grandes e frequentes ?
► Pesquisa de doença sistémica subjacente
► História familiar ? Padrão de transmissão
► Ingestão de fármacos

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9
Q

Perturbações da Hemostase - Exame Físico?

A

► Manifestações purpúricas da pele (petéquias, equimoses)
► Hemorragia das mucosas (deficiência das plaquetas ou fibrinólise, telangiectasia, factores locais)
► Hemartrose e anquilose (deficiência de factores VIII ou IX)
► Estigmas de doença hepática
► Vasculite, conectivite (Ehlers-Danlos, “easy bruising”, púrpuras senil, dos corticóides, do escorbuto, de Henoch-Schonlein, associada a infecções)

► Associando os achados da história clínica com os do exame físico, podemos ter pistas que sugiram a que nível temos uma perturbação da hemostase. Ex.
– trombocitopenia mais associada a hemorragias da pele e das mucosas (petéquias, equimoses)
– deficiência de fatores da coagulação mais associadas a hemorragias internas e prolongadas (ex. hemartrose e anquilose).

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10
Q

Alterações Vasculares?

A

► Achado comum, sobretudo com a idade e não traduzem por si só uma perturbação da hemostase.
► São pequenas lesões, que ocorrem espontaneamente e que não costumam acrescer um risco de hemorragia.

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11
Q

Trombocitopenias?

A

► Uma diminuição da contagem de plaquetas grave está muitas vezes associada a um rash petequial e petéquias dispersas por todo o corpo
► Estão também associadas a equimoses espontâneas com algumas dimensões enquanto que nas alterações vasculares muitas vezes as equimoses são consequência de pequenos traumas e não ocorrem espontaneamente

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12
Q

Avaliação Laboratorial?

A

► Testes screenings
– APTT
. sistema intrínseco
– TP
. sistema extrínseco
► Doseamentos quantitativos e funcionais
► Doseamentos quantitativos antigénicos
► Doseamentos moleculares

► Num estudo sumário da coagulação é habitual a pesquisa de 2 testes de screening - APTT e TP.
► É também frequente o doseamento de fibrinogénio.
► Estes testes são considerados de screening porque são muito úteis na avaliação da hemostase.

► Alterações isoladas do APTT estão habitualmente associadas a alterações da via i intrínseca enquanto que alterações isoladas do TP estão mais associadas a alterações da via extrínseca.

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13
Q

Após detetar alteração?

A

► Seja no APTT, no TP ou em ambos, temos de perceber se isto se deve a uma deficiência de produção de algum dos fatores de coagulação ou se se deve à presença de algum inibidor que faz depletar o FC envolvido (por destruição).
► Isto faz-se misturando uma amostra de sangue do doente com uma amostra de um dador saudável:
– se for uma deficiência de produção - a alteração que tinha sido detetada corrige imediamente
– se houver algo no plasma do doente que inibe a atividade de um FC - não vai haver correção dos tempos que estão alterados.

► Perceber se a alteração pode ser corrigida com suplementação dos fatores de coagulação ou se existe alguma condição p.e. produção de anticorpos contra FC e temos de corrigir a causa de base para além de fazer a suplementação.

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14
Q

Hemofilias?

A

► Estas doenças muitas vezes são provocadas por deficiências de fatores de coagulação.
► As mais conhecidas são a Hemofilia A (def. fator VIII) e B (def. fator IX)
► Como ambos estes fatores estão envolvidos na via intrínseca, é normal que o aPTT esteja aumentado.
► O TP pode estar normal ou ligeiramente aumentado.

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15
Q

Hemofilias? (2)

A

► A hemofilia pode ser congénita ou adquirida.
► Na maioria das vezes que estamos perante uma hemofilia congénita, à custa de hemorragias de repetição, os doentes acabam por ter estigmas hemorrágicos nomeadamente a nível osteoarticular, provocados pelas hemartroses.
► Isto é relativamente frequente encontrar-se, mesmo nos dias de hoje.

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16
Q

Hemofilia Congénita?

A

► A hemofilia congénita é muito mais prevalente nos homens do que nas mulheres porque muitas vezes a deficiência está relacionada com o cromossoma X.
► Os homens não são só portadores, são sempre doentes.
► As mulheres só serão doentes se ocorrer uma leonização do cromossoma X normal pelo cX que tem esta deficiência.

17
Q

Alterações Adquiridas da Coagulação - Dicumarínicos?

A

► Como o Varfin (Varfarina) - são inibidores da absorção da vitamina K.
► Níveis muito reduzidos de vit K levam a uma inativação dos fatores II, VII, IX e X.
► Isto pode ser controlado com >/< ingestão de vit K e com >/< ingestão do fármaco
► Faz-se um controlo muito rigoroso através da pesquisa do INR (derivação do TP) para o ajuste terapêutico do Varfin

► Diminuição do consumo de Vit K, alguns fármacos (ex. alguns ATB), infeção, ou outros estados inflamatórios levam a alteração da absorção da vit K com desregulação no uso de dicumarínicos e há um aumento da probabilidade de uma hemorragia num doente sob esta terapêutica.

18
Q

New oral anticoagulants under development that target factor IIa and factor Xa?

A

► Para tentar ultrapassar esta constante necessidade de ajuste de dose dos dicumarínicos, foram desenvolvidos novos anticoagulantes orais que inibem outras áreas da coagulação, conferindo estados de hipocoagulação que são por vezes necessários.
► Os mais usados são Rivaroxabano, Apixabano e o Dabigatrano.

19
Q

Propriedades comparativas?

A

► Comparativamente com a Varfarina, a principal vantagem dos NOACs é a estabilidade na dose de doente para doente e a não necessidade de ajuste de dose.
► A desvantagem é não ter um antídoto como no caso da Varfarina - dose elevada de vit K rapidamente reverte o estado de hipocoagulação provocado pela Varfarina, o que pode ser necessário no caso de uma hemorragia grave.
► No caso dos NOACs é necessário dar outros fármacos ou esperar o tempo suficiente de semivida para reverter a hipocoagulação, o que numa emergência pode ter consequências catastróficas.

20
Q

Alterações Adquiridas da Coagulação - Coagulopatia Intravascular Disseminada (CID)?

A

► Situação em que temos um consumo excessivo dos fatores de coagulação.
► Em determinadas situações - inflamação exagerada, sind. inflamatórios agudos, infeções graves como sépsis, algumas condições oncológicas como leucemias ou tumores sólidos - existe uma ativação intrínseca da coagulação e que se perpetua ao longo do tempo, até que pode culminar na forma mais grave que é a coagulopatia intravascular disseminada.

► A CID é um fenómeno pró-trombótico intravascular e microangiopático que leva a um estado permanente de ativação da coagulação ao nivel dos pequenos vasos.
► Como geralmente o sistema fibrinolítico está funcionante, isto é impercetível clinicamente.
► A perpetuação da coagulação leva à depleção dos fatores de coagulação até um ponto em que ocorre a hemorragia.
► Parece paradoxal como é que um estado pró-trombótico culmina em hemorragia.

21
Q

CID?

A

► Systemic activation of coagulation
► Intravascular deposition of fibrin - thrombosis of small and midsize vessels and organ failure
► Depletion of platelets and coagulation factors - bleeding