AVE: Exames e avaliação Flashcards

(99 cards)

1
Q

Qual é o primeiro exame a ser solicitado na suspeita de AVC?

A

Tomografia de crânio sem contraste.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
2
Q

Por que a tomografia de crânio é usada como exame inicial em AVC?

A

Porque está amplamente disponível, é rápida, sensível para detectar hemorragias e pode mostrar sinais precoces de isquemia.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
3
Q

Qual é o principal objetivo da TC na fase aguda do AVC?

A

Excluir hemorragia intracraniana (inclusive subaracnoidea) antes da trombólise.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
4
Q

Em quanto tempo após o início do AVC a TC pode estar normal?

A

Nas primeiras horas (até 6 horas), a TC pode não mostrar alterações, especialmente em casos leves.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
5
Q

A TC negativa nas primeiras horas exclui AVC?

A

Não. Uma TC normal não exclui AVC isquêmico. A ausência de achados precoces não descarta lesão.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
6
Q

Em relação à densidade, como AVCs isquêmicos e hemorrágicos aparecem na TC?

A

• AVC isquêmico → hipodensidade (área escura)
• AVC hemorrágico → hiperdensidade (área branca)

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
7
Q

Quais áreas costumam apresentar alterações mais precoces na TC de crânio?

A

As regiões dos núcleos da base e da insula devido à menor circulação colateral.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
8
Q

Quais são os sinais precoces de isquemia na tomografia de crânio?

A

• Apagamento dos sulcos corticais
• Perda da diferenciação entre substância cinzenta e branca
• Hipodensidade do parênquima
• Sinal da artéria cerebral média hiperdensa

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
9
Q

O que é o ‘apagamento dos sulcos corticais’ e por que ocorre?

A

É a perda da visualização dos sulcos cerebrais devido ao edema citotóxico. Indica início de infarto.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
10
Q

Qual a importância da ‘perda da diferenciação entre substância branca e cinzenta’?

A

Reflete edema precoce e sofre rápida progressão — é um sinal sensível de isquemia incipiente.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
11
Q

O que significa uma hipodensidade parenquimatosa na TC precoce?

A

Representa área já comprometida por infarto. Quanto maior a hipodensidade, maior a extensão do AVC.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
12
Q

O que é o ‘sinal da artéria cerebral média hiperdensa’?

A

É a visualização de uma artéria cerebral média mais branca (hiperdensa), indicando presença de trombo.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
13
Q

Qual o significado clínico do sinal da ACM hiperdensa?

A

Indica oclusão trombótica aguda da artéria cerebral média — fator de gravidade.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
14
Q

O sinal da ACM hiperdensa é diagnóstico definitivo de oclusão?

A

Não é diagnóstico, mas é altamente sugestivo. Deve ser confirmado com angiotomografia.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
15
Q

Todos os sinais precoces de isquemia na TC aparecem juntos?

A

Não. Eles podem surgir de forma isolada ou combinada, variando conforme o tempo de evolução e gravidade do AVC.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
16
Q

O que é o escore ASPECTS e qual sua finalidade?

A

O ASPECTS (Alberta Stroke Program Early CT Score) é um escore padronizado que quantifica a extensão da isquemia precoce em pacientes com AVC da artéria cerebral média, utilizando tomografia de crânio sem contraste.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
17
Q

Qual território encefálico é avaliado pelo ASPECTS?

A

O território irrigado pela artéria cerebral média (ACM).

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
18
Q

Como é estruturado o ASPECTS em termos anatômicos?

A

O escore avalia 10 regiões supratentoriais dentro do território da ACM: 3 núcleos profundos (Cabeça do núcleo caudado, Lente (núcleo lentiforme), Cápsula interna) e 7 regiões corticais (Insula, M1 a M6 (córtex cerebral em cortes axiais)).

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
19
Q

Como funciona a pontuação do ASPECTS?

A

Cada uma das 10 regiões recebe 1 ponto se normal. Perda precoce de diferenciação cortico-subcortical ou hipodensidade subtrai 1 ponto da pontuação total. Pontuação máxima: 10 (sem isquemia evidente); Pontuação mínima: 0 (isquemia extensa em todo o território da ACM).

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
20
Q

Quais as regiões M1–M6 avaliadas no ASPECTS?

A

M1: região frontal anterior; M2: região frontal média; M3: região frontal posterior; M4: região parietal anterior; M5: região parietal posterior; M6: região temporal superior. Essas áreas estão distribuídas em dois cortes axiais padronizados da TC.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
21
Q

O que significa um escore ASPECTS de 10?

A

Nenhuma alteração isquêmica identificada na TC → território da ACM preservado.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
22
Q

O que significa um ASPECTS ≤ 6?

A

Isquemia extensa. Está associado a maior risco de transformação hemorrágica e pior prognóstico funcional.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
23
Q

Por que o ASPECTS é importante na decisão terapêutica?

A

ASPECTS ≥ 6: candidato a trombólise/trombectomia; ASPECTS < 6: contraindicação relativa a trombólise, pela grande área necrótica e risco aumentado de sangramento.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
24
Q

O ASPECTS substitui o exame clínico ou a escala NIHSS?

A

Não. Ele complementa a avaliação clínica e deve ser interpretado junto ao NIHSS e ao tempo de evolução.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
25
O ASPECTS pode ser usado isoladamente para indicar trombectomia mecânica?
Não. A decisão terapêutica deve considerar também a presença de oclusão proximal (vista na angiotomografia), clínica (NIHSS) e tempo do evento.
26
O ASPECTS pode ser calculado manualmente?
Sim. Embora softwares automatizados existam (ex: RAPID), o ASPECTS é frequentemente feito por radiologistas ou neurologistas treinados, com base na análise visual dos cortes axiais.
27
Qual é a principal limitação do ASPECTS?
Dependência da qualidade da TC; Avaliação subjetiva das hipodensidades; Menor sensibilidade em AVCs com menos de 3 horas de evolução.
28
sO que é a angiotomografia cerebral e qual seu papel no AVC?
É uma tomografia com contraste endovenoso que permite avaliar com alta acurácia o lúmen das artérias intracranianas e cervicais, sendo fundamental para detecção de oclusões arteriais agudas.
29
Em que momento deve-se solicitar uma angiotomografia na fase aguda do AVC?
Quando o paciente apresenta NIHSS > 5, pois há maior chance de oclusão de grandes vasos (ex: ACM proximal, carótida interna) com indicação de trombectomia.
30
Quais vasos são comumente avaliados na angio-TC no AVC agudo?
• Artéria cerebral média (especialmente segmento M1) • Artéria carótida interna • Artéria cerebral anterior • Artéria basilar • Artéria vertebral
31
Qual a principal utilidade da angiotomografia na decisão terapêutica?
Confirmar a presença de oclusão de grande vaso para encaminhar o paciente à trombectomia mecânica.
32
A angio-TC pode substituir a TC sem contraste?
Não. A TC sem contraste é obrigatória para excluir hemorragia antes da angio-TC e para cálculo do ASPECTS.
33
A ausência de oclusão na angio-TC exclui AVC?
Não. AVCs lacunares ou de pequenos vasos podem ocorrer sem alterações na angio-TC.
34
O que é a tomografia com perfusão cerebral (CTP)?
Exame de TC com contraste que avalia o fluxo sanguíneo cerebral (hemodinâmica) em tempo real, detectando áreas de penumbra isquêmica e core necrótico.
35
Quais parâmetros são avaliados na TC de perfusão?
• CBF (Cerebral Blood Flow): fluxo sanguíneo cerebral • CBV (Cerebral Blood Volume): volume de sangue por unidade de tecido • MTT (Mean Transit Time): tempo médio de trânsito do contraste • Tmax: tempo até o pico da chegada do contraste
36
O que caracteriza penumbra isquêmica na TC de perfusão?
• Área com Tmax aumentado • CBF ↓ • CBV preservado Representa tecido viável ainda não necrosado.
37
O que caracteriza core isquêmico na perfusão?
• CBF muito reduzido • CBV reduzido • Tmax aumentado Indica área de infarto estabelecido (neurônios mortos).
38
Qual a importância prática da TC de perfusão no AVC?
Permite identificar pacientes candidatos à trombólise/trombectomia mesmo fora da janela tradicional, desde que haja mismatch (penumbra > core).
39
O que é o “mismatch perfusional”?
Quando a área de penumbra (viável) é maior que a área de infarto (core). Representa tecido potencialmente recuperável.
40
Em quais situações a TC de perfusão é especialmente útil?
• AVC com tempo de início incerto (ex: wake-up stroke) • Casos entre 6 e 24 horas do início dos sintomas • Avaliação para trombectomia tardia (estudos DAWN e DEFUSE-3)
41
Qual software é frequentemente usado para análise automática da perfusão?
Software RAPID: quantifica core e penumbra automaticamente e orienta conduta em grandes centros.
42
A tomografia com perfusão substitui a angiotomografia?
Não. São exames complementares. A perfusão mostra viabilidade tecidual; a angiotomografia mostra oclusões vasculares.
43
Qual a principal limitação da tomografia de perfusão?
• Necessita de centro com tecnologia avançada • Requer uso de contraste iodado • Pode ser limitada por artefatos e erros de sincronização
44
A RM é indicada como exame de primeira linha no AVC agudo?
Não. A TC é o exame inicial pela rapidez e disponibilidade. A RM é superior na detecção precoce, mas possui limitações práticas.
45
Em que circunstâncias a RM pode ser preferida à TC na fase aguda do AVC?
Quando há dúvida diagnóstica (ex: AVC vs. enxaqueca, epilepsia), AVCs de fossa posterior, suspeita de AVC em pacientes jovens, 'Wake-up stroke' (sintomas ao despertar).
46
Qual a principal sequência de imagem usada na RM para detectar isquemia?
Sequência de difusão (DWI).
47
O que a DWI (diffusion-weighted imaging) detecta?
Restrição à difusão da água intracelular, que ocorre em minutos após o insulto isquêmico, sinalizando infarto citotóxico.
48
A DWI permite identificar o AVC mais cedo do que a TC?
Sim. A DWI detecta infartos em minutos, enquanto a TC pode demorar horas para evidenciar hipodensidade.
49
A RM com DWI detecta o core isquêmico ou a penumbra?
Detecta o core isquêmico (infarto estabelecido). A penumbra é avaliada por perfusão (PWI).
50
A RM possui outras sequências úteis no AVC? Cite exemplos.
FLAIR: avalia cronologia (positiva > 3h do AVC); GRE/SWAN: detecta micro-hemorragias ou trombos (blooming artifact); TOF (Time of Flight): angio-RM sem contraste para vasos intracranianos.
51
Quais as limitações práticas da RM na fase aguda do AVC?
Menor disponibilidade em emergências, maior tempo de execução, contraindicações: marcapasso, implantes metálicos, claustrofobia grave.
52
Qual a vantagem da RM na investigação de AVCs em fossa posterior?
A TC tem baixa sensibilidade para lesões no tronco encefálico e cerebelo. A RM detecta lesões pequenas nessas regiões com alta precisão.
53
Em qual situação a RM pode guiar decisão terapêutica mesmo fora da janela?
Nos AVCs de despertar (wake-up strokes), quando não se sabe o horário do início dos sintomas.
54
O que é o conceito de “mismatch” na neuroimagem?
É a discordância entre o volume de infarto estabelecido (DWI) e a área de hipoperfusão (PWI), refletindo tecido cerebral ainda viável (penumbra).
55
Como se define penumbra viável na RM?
Área com perfusão reduzida (Tmax↑) e sem alteração na difusão (DWI−). Isso indica neurônios disfuncionais mas não necróticos.
56
Como se define o core isquêmico na RM?
Área com restrição à difusão (DWI+) correspondente à região com perda irreversível da função neuronal (infarto estabelecido).
57
Quais exames compõem a técnica de mismatch na RM?
DWI (Diffusion-Weighted Imaging) e PWI (Perfusion-Weighted Imaging).
58
O que o “mismatch perfusão-difusão” permite determinar na prática clínica?
Identifica pacientes com tecido recuperável e permite estender janela terapêutica (trombólise ou trombectomia) até 24 horas em casos selecionados.
59
Quais estudos clínicos fundamentaram o uso do mismatch para terapias tardias?
DEFUSE-3 e DAWN. Ambos demonstraram benefício da trombectomia fora da janela convencional em pacientes com mismatch.
60
Quais softwares ajudam a quantificar mismatch automaticamente?
RAPID (mais usado). Ele calcula volume de DWI (core) e PWI (penumbra), estimando o mismatch.
61
O mismatch perfusional pode ser obtido com TC?
Sim. A tomografia com perfusão (CTP) também pode detectar mismatch usando os mesmos princípios, sendo alternativa quando RM não está disponível.
62
Qual a principal aplicação do mismatch na prática clínica?
Expandir a janela de reperfusão cerebral para até 24 horas, em centros capacitados, com base em viabilidade tecidual e não apenas no tempo desde o início dos sintomas.
63
O que é a arteriografia cerebral digital?
É um exame invasivo que utiliza cateterismo arterial e injeção de contraste iodado para visualização direta da árvore arterial encefálica, sendo considerado o padrão-ouro para estudo vascular cerebral.
64
Como é realizada a arteriografia digital?
• Acesso arterial (geralmente via artéria femoral) • Cateterização seletiva das artérias cervicais e intracranianas • Injeção de contraste iodado sob fluoroscopia digital • Geração de imagens dinâmicas da circulação cerebral
65
Quais as principais indicações da arteriografia digital no AVC?
• Realização de trombectomia mecânica (angiografia terapêutica) • Avaliação de aneurismas intracranianos • Pesquisa de malformações arteriovenosas (MAVs) • Diagnóstico de dissecções arteriais • Avaliação detalhada de estenoses intracranianas
66
A arteriografia é usada de forma rotineira no diagnóstico de AVC isquêmico agudo?
Não. Por ser invasiva e demorada, ela não é indicada como exame inicial. É reservada para procedimentos intervencionistas ou para investigação vascular complexa.
67
Qual é o papel da arteriografia digital na trombólise intra-arterial?
Permite infusão direta de fibrinolíticos (ex: rt-PA) no local da oclusão, embora essa técnica tenha sido em grande parte substituída pela trombectomia mecânica nos centros modernos.
68
Qual a relação entre arteriografia e trombectomia mecânica?
A trombectomia mecânica só pode ser feita via arteriografia digital. O cateter guia o dispositivo (ex: stent retriever ou aspiração) até o trombo para removê-lo mecanicamente.
69
Quais são os riscos da arteriografia cerebral?
• AVC iatrogênico (por manipulação ou embolia) • Hematoma no local de punção • Reações adversas ao contraste iodado • Dissecção arterial • Espasmo vascular
70
Qual a principal vantagem da arteriografia digital frente à angio-TC ou angio-RM?
• Maior resolução espacial • Avaliação dinâmica do fluxo • Possibilidade de tratamento durante o exame
71
A arteriografia digital pode ser usada para AVC hemorrágico?
Sim. É útil especialmente na investigação de aneurismas, MAVs ou dissecções como causa de hemorragia subaracnóidea ou parenquimatosa.
72
A arteriografia digital está indicada para todos os casos de AVC?
Não. Está indicada em casos selecionados, principalmente para fins terapêuticos (trombectomia) ou quando os métodos não invasivos são inconclusivos.
73
Quais exames não invasivos podem preceder ou substituir a arteriografia?
• Angiotomografia (angio-TC) • Angioressonância (angio-RM) Estes métodos têm boa acurácia para triagem vascular inicial.
74
Qual é a primeira abordagem ao paciente com suspeita de AVC na sala de emergência?
Realizar o ABCD primário, com foco em suporte básico à vida e estabilização inicial: • Airway (via aérea) • Breathing (respiração) • Circulation (circulação) • Dextro (glicemia capilar)
75
Quais medidas específicas compõem o ABCD na avaliação inicial do AVC?
• Garantia de via aérea pérvia • Suplementação de oxigênio, se necessário, para manter SpO₂ > 94% • Acesso venoso periférico • Monitorização contínua de PA, frequência cardíaca e eletrocardiograma • Avaliação da glicemia capilar (dextro)
76
Qual o intervalo de glicemia capilar aceitável para excluir distúrbio metabólico como causa do déficit neurológico?
Glicemia entre 50 e 400 mg/dL. Se o paciente estiver dentro dessa faixa e persistir com déficit, AVC deve ser mantido como hipótese diagnóstica.
77
O que fazer se o paciente apresentar hipoglicemia (<50 mg/dL) ou hiperglicemia extrema (>400 mg/dL)?
Corrigir a glicemia antes de confirmar o diagnóstico de AVC. Se, após correção, os déficits persistirem → seguir com abordagem para AVC.
78
Como deve ser o posicionamento do paciente com suspeita de AVC na emergência?
Deve ser mantido no leito, com cabeceira entre 0º e 30º, para otimizar perfusão cerebral e prevenir broncoaspiração.
79
Qual exame de imagem deve ser feito imediatamente na suspeita de AVC e por quê?
Tomografia de crânio sem contraste, para: • Excluir hemorragia intracraniana • Avaliar sinais precoces de isquemia • Guiar decisão sobre reperfusão
80
A tomografia pode estar normal nas primeiras horas de um AVC isquêmico?
Sim. Mesmo assim, deve ser realizada imediatamente, pois pode mostrar sinais precoces de isquemia, como: • Perda da diferenciação córtico-subcortical • Sinal da artéria cerebral média hiperdensa
81
Após estabilização inicial e TC, qual é o próximo passo na avaliação?
Decidir sobre terapia de reperfusão, com base no tempo de início dos sintomas, achados clínicos e de imagem. As opções são: • Trombólise endovenosa • Trombectomia mecânica
82
O que é o 'fluxograma de avaliação inicial' em AVC agudo descrito na apostila?
• Déficit neurológico de início súbito → • Suspeita de síndrome neurovascular → • TC de crânio sem contraste   ◦ Hemorrágico → conduta específica   ◦ Normal ou sinais de isquemia → • Dextro entre 50–400 mg/dL → • Considerar trombólise (AVC isquêmico confirmado)
83
Por que é importante realizar essa avaliação de forma rápida e ordenada?
Porque o tempo é um fator determinante na viabilidade da penumbra isquêmica. Quanto antes iniciado o tratamento, maior a chance de recuperação neurológica sem sequelas.
84
O que são “stroke mimics”?
São condições clínicas que imitam um AVC (geralmente isquêmico), por apresentarem déficit neurológico focal de início agudo, mas que não têm causa vascular.
85
Quais são os principais diagnósticos diferenciais (stroke mimics) do AVC isquêmico?
• Hipoglicemia • Paralisia de Todd • Encefalite • Surto de esclerose múltipla • Encefalopatia hipertensiva • Migrânea com aura
86
Qual é o principal stroke mimic?
Hipoglicemia. Deve ser sempre investigada com glicemia capilar imediata, antes de iniciar qualquer tratamento específico para AVC.
87
Como a hipoglicemia pode simular um AVC?
Pode causar: • Déficit focal motor ou sensitivo • Alteração do nível de consciência • Convulsões • Afasia ou disartria Esses sintomas são reversíveis com correção da glicose.
88
O que é a paralisia de Todd e como ela simula AVC?
É uma fraqueza muscular transitória que ocorre após uma crise epiléptica focal motora. Pode durar horas e se apresenta como hemiparesia, levando o paciente a buscar atendimento como se fosse AVC.
89
Qual é o dado clínico que diferencia a paralisia de Todd de um AVC verdadeiro?
A presença de abalos musculares (crise epiléptica) no mesmo lado do déficit motor. Sempre perguntar se os sintomas vieram após movimentos involuntários localizados.
90
Como as encefalites podem simular AVC?
Apresentam-se com instalação aguda, sinais focais, convulsões, alteração do nível de consciência e febre. São inflamatórias, de origem infecciosa ou autoimune.
91
Como diferenciar uma encefalite de um AVC?
• Evolução menos súbita (horas) • Presença de febre, sinais meníngeos • Rebaixamento progressivo do nível de consciência • Crises convulsivas frequentes
92
O que são surtos de esclerose múltipla e como simulam AVC?
São eventos de desmielinização aguda, com instalação focal e subaguda, que podem causar paresias, alterações sensitivas ou visuais, semelhante a síndromes vasculares.
93
Como diferenciar esclerose múltipla de um AVC?
• Início mais gradual (não súbito) • Presença de antecedentes similares • Idade mais jovem • Associado a outros déficits neurológicos crônicos
94
O que é encefalopatia hipertensiva e como ela pode imitar AVC?
É um quadro de PA extremamente elevada, com edema cerebral difuso, cursando com cefaleia insidiosa, confusão, sonolência, convulsões e rebaixamento de consciência.
95
Como diferenciar encefalopatia hipertensiva de um AVC?
• Ausência de sinais focais típicos • Presença de papiledema • Melhora com redução controlada da PA • Evolução mais insidiosa
96
Migrânea com aura pode ser confundida com AVC?
Sim. A migrânea com aura pode cursar com déficits neurológicos transitórios, como escotomas, afasia ou paresia leve, imitando AVC.
97
Como diferenciar migrânea com aura de AVC?
• Déficits precedidos por fenômenos visuais (escotomas cintilantes) • História prévia de migrânea • Déficits costumam ser reversíveis em até 1 hora • Seguida de cefaleia típica
98
Quais exames são fundamentais para afastar stroke mimics na suspeita de AVC?
• Glicemia capilar (imediata) • TC de crânio sem contraste • História clínica detalhada (ex: epilepsia prévia) • Avaliação neurológica dirigida
99
A presença de um stroke mimic exclui o diagnóstico de AVC?
Não. Stroke mimics são diagnósticos diferenciais, mas o paciente deve ser considerado com AVC até que se prove o contrário. O erro de excluir um AVC real pode ser fatal.