Distúrbios do Sono 1 Flashcards

(203 cards)

1
Q

Qual é a principal área encefálica relacionada ao início do sono e como foi descoberta?

A

A área pré-óptica do hipotálamo anterior é a principal região relacionada ao início do sono. Essa descoberta ocorreu após observações de pacientes com lesões hipotalâmicas durante complicações neurológicas da gripe espanhola.

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2
Q

Qual é o papel da melatonina no sono e como a luz interfere em sua produção?

A

A melatonina, produzida pela glândula pineal, é liberada ao anoitecer, preparando o corpo para dormir. A luz inibe sua produção, por isso, o uso de celulares e tablets à noite pode causar insônia.

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3
Q

Como o núcleo supraquiasmático (NSQ) influencia o ciclo sono-vigília?

A

O NSQ, ativado pela ausência de luz, estimula a produção de melatonina pela glândula pineal e regula ritmos biológicos como temperatura corporal, liberação de cortisol e o ciclo sono-vigília.

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4
Q

Quais são as duas fases principais do sono e como são definidas?

A

O sono é dividido em sono REM (movimentos oculares rápidos) e sono não REM (sem movimentos oculares rápidos), definidos por padrões de EEG e características fisiológicas distintas.

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5
Q

O que caracteriza o sono REM em termos de EEG e por que é chamado de sono paradoxal?

A

O EEG no sono REM mostra ondas rápidas semelhantes às da vigília, embora o indivíduo esteja dormindo, por isso é chamado de sono paradoxal.

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6
Q

Quais são as subdivisões do sono não REM e o que ocorre com as ondas cerebrais nessas fases?

A

O sono não REM é dividido em N1, N2 e N3. À medida que progride, as ondas cerebrais tornam-se mais lentas, sendo a fase N3 chamada de sono delta (ondas mais lentas do EEG).

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7
Q

Qual é a proporção de tempo que cada fase ocupa durante o sono?

A

O sono não REM ocupa 75-80% do sono total, sendo que a fase N2 sozinha representa cerca de 50% da noite. O restante do sono é REM.

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8
Q

O que causa o colapso muscular das vias aéreas durante o sono REM?

A

Durante o sono REM, há relaxamento muscular intenso causado por inibição de neurônios motores espinhais por neurônios do tronco encefálico, o que pode causar obstrução da via aérea, como na apneia obstrutiva do sono.

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9
Q

O que caracteriza o transtorno comportamental do sono REM e com quais doenças está associado?

A

É a perda da atonia muscular típica do sono REM, permitindo movimentos motores durante os sonhos. Está associado a doenças neurodegenerativas como Parkinson e demência com corpos de Lewy.

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10
Q

Qual é a diferença entre os sonhos nas fases REM e não REM?

A

No sono REM os sonhos são vívidos e elaborados. No sono não REM, os sonhos são pouco elaborados ou ausentes.

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11
Q

Quais parassonias estão associadas a cada fase do sono?

A

Sonambulismo e terror noturno ocorrem no sono não REM. Ereções penianas e transtorno comportamental do sono ocorrem no sono REM.

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12
Q

Quais são as principais diferenças entre o sono REM e o sono não REM em relação a movimentos oculares e tônus muscular?

A

No sono não REM os movimentos oculares são lentos e o tônus muscular é reduzido. No sono REM os movimentos oculares são rápidos e há atonia muscular completa.

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13
Q

Como o sistema cardiovascular se comporta nas fases REM e não REM?

A

No sono não REM, a frequência cardíaca e a pressão arterial são mais baixas. No sono REM, há modificações dessas variáveis.

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14
Q

Como se comportam as ondas cerebrais durante as fases do sono?

A

As ondas cerebrais são lentas no sono não REM (especialmente na fase N3) e rápidas no sono REM (parecendo com vigília).

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15
Q

Por que o sono é importante para o corpo humano?

A

O sono é essencial para restaurar as reservas físicas e intelectuais do organismo. Sua ausência total pode levar à morte. Ele também é fundamental para o bom funcionamento metabólico, cardiovascular, neurológico, imunológico e psiquiátrico.

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16
Q

O que acontece com o corpo humano se uma pessoa ficar completamente sem dormir?

A

A privação total de sono leva à morte após alguns dias. A ausência específica de sono REM pode causar morte em cerca de uma semana.

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17
Q

Qual é o papel do sono REM na memória?

A

O sono REM é fundamental para a consolidação da memória, auxiliando na fixação de conteúdos aprendidos durante o dia.

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18
Q

Quais doenças estão associadas à privação de sono?

A

A privação de sono está associada a doenças metabólicas, cardiovasculares, neurológicas, imunológicas e psiquiátricas.

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19
Q

Como a privação de sono afeta o metabolismo e os hormônios relacionados ao apetite?

A

A privação de sono altera os hormônios leptina e grelina, o que pode levar à desregulação do apetite, ganho de peso e aumento do risco de diabetes.

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20
Q

Qual o impacto da apneia e hipopneia do sono na saúde cardiovascular?

A

Esses eventos causam descargas de catecolaminas para restaurar a respiração, e a repetição crônica disso favorece hipertensão, coronariopatia e arritmias cardíacas.

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21
Q

Quais transtornos psiquiátricos podem surgir com a privação do sono?

A

A privação de sono aumenta o risco de depressão, ansiedade e transtorno bipolar.

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22
Q

Como o sistema imunológico é afetado pela falta de sono?

A

A privação de sono aumenta significativamente o risco de infecções, neoplasias e doenças autoimunes.

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23
Q

Que doenças neurológicas podem ser agravadas pela privação de sono?

A

Enxaqueca e epilepsia mioclônica juvenil são doenças neurológicas que podem ser agravadas quando o sono é insuficiente.

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24
Q

Dormir em excesso também pode ser prejudicial?

A

Sim. O sono excessivo está associado ao ganho de peso e ao aumento da prevalência de transtornos psiquiátricos.

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25
Quantas horas de sono são recomendadas para bebês e idosos?
Bebês devem dormir entre 14 e 17 horas por dia, incluindo cochilos. Idosos devem dormir entre 7 e 8 horas diárias.
26
A proporção entre as fases do sono muda com a idade?
Não. A distribuição proporcional entre as fases do sono (REM e não REM) permanece estável ao longo da vida.
27
Quais são os principais grupos de distúrbios do sono segundo a classificação internacional?
Os principais grupos são: 1. Distúrbios respiratórios do sono 2. Insônias 3. Síndrome das pernas inquietas 4. Parassonias
28
Quais são os dois distúrbios respiratórios do sono mais importantes?
A síndrome da apneia obstrutiva do sono (SAOS) e a síndrome da apneia central do sono (SACS) são os dois principais distúrbios respiratórios do sono.
29
O que caracteriza a síndrome da apneia obstrutiva do sono (SAOS)?
Na SAOS, a via aérea superior está obstruída por ineficiência dos músculos da faringe em mantê-la aberta, impedindo que o ar chegue aos pulmões, apesar do esforço respiratório estar presente.
30
O que caracteriza a síndrome da apneia central do sono (SACS)?
Na SACS, o cérebro não envia os comandos aos músculos respiratórios (como o diafragma), e por isso o ar não é puxado para os pulmões — ou seja, não há esforço respiratório.
31
Qual é o papel do encéfalo na respiração durante o sono?
Durante o sono, a respiração é automática e depende do comando do encéfalo para os músculos respiratórios, como o diafragma e os músculos da faringe.
32
Qual é o papel do diafragma na fisiologia da respiração durante o sono?
A contração do diafragma é o principal mecanismo para a inspiração, sendo responsável por gerar a pressão negativa torácica que “puxa” o ar para os pulmões.
33
O que é insônia e como ela se diferencia da privação de sono voluntária?
Insônia é a dificuldade em iniciar ou manter o sono mesmo quando há oportunidade de dormir. Já na privação de sono voluntária, como em plantões, o indivíduo não dorme por escolha ou circunstância externa.
34
Quais são os três tipos de insônia quanto ao momento da dificuldade?
1. Insônia inicial – dificuldade para adormecer 2. Insônia de manutenção – despertares noturnos com dificuldade para voltar a dormir 3. Insônia terminal – acordar mais cedo que o desejado
35
O que é a síndrome das pernas inquietas?
É um distúrbio do movimento relacionado ao sono, caracterizado pela necessidade de movimentar os membros inferiores para alívio dos sintomas, mesmo sem movimentos involuntários.
36
O que são parassonias e como se manifestam?
Parassonias são comportamentos de vigília que ocorrem durante o sono, como falar, andar ou atuar sonhos com movimentos, que são inadequados ao estado de sono.
37
Qual a diferença fisiopatológica fundamental entre apneia central e apneia obstrutiva, segundo a Figura 5?
Na apneia central, o encéfalo falha em enviar comandos aos músculos respiratórios, não gerando pressão negativa nem fluxo de ar. Na apneia obstrutiva, os músculos geram pressão negativa e fluxo de ar, mas a via aérea está colapsada, impedindo a entrada de ar nos pulmões.
38
O que é a síndrome da apneia obstrutiva do sono (SAOS)?
É uma doença caracterizada pela obstrução das vias aéreas superiores durante o sono, impedindo a entrada de ar nos pulmões apesar do esforço inspiratório.
39
Onde ocorre a obstrução na SAOS e qual sua causa?
A obstrução ocorre na orofaringe, causada pelo colapso do palato mole e da base da língua sobre a parede faríngea posterior.
40
Qual som é gerado pela redução do calibre das vias aéreas superiores na SAOS?
O som é o ronco, causado pelo ar tentando passar por uma via aérea estreitada.
41
Toda queda no fluxo de ar durante o sono pode ser chamada de apneia?
Não. Para ser considerada apneia, a interrupção do fluxo aéreo deve durar pelo menos 10 segundos, e deve ser registrada pela polissonografia.
42
O que é um microdespertar na SAOS e quais suas consequências imediatas?
É um despertar inconsciente que ocorre após uma apneia, frequentemente acompanhado de taquicardia e aumento da pressão arterial devido à resposta autonômica.
43
O que acontece com o tônus da faringe após um microdespertar?
O tônus muscular aumenta, os músculos obstrutivos voltam à posição normal, liberando a via aérea e permitindo a retomada da respiração.
44
Por que o sono do paciente com SAOS é considerado fragmentado?
Porque os microdespertares frequentes, embora inconscientes, interrompem o ciclo do sono e impedem um descanso contínuo e reparador.
45
Qual é a principal consequência clínica da fragmentação do sono na SAOS?
A sonolência excessiva diurna (SED), caracterizada por cansaço, sensação de sono não reparador e tendência a dormir durante o dia.
46
Quais são os dois principais sintomas da SAOS?
Ronco e sonolência excessiva diurna (SED).
47
Quais são os efeitos cardiovasculares da descarga repetida de catecolaminas durante a noite?
As descargas frequentes aumentam o risco de infarto agudo do miocárdio (IAM), acidente vascular cerebral (AVC) e arritmias, além de contribuir para hipertensão arterial crônica.
48
Qual o impacto da SAOS sobre a segurança durante o dia?
A sonolência excessiva causada pela SAOS aumenta significativamente o risco de acidentes, incluindo acidentes automobilísticos.
49
A síndrome do ronco é a mesma coisa que SAOS?
Não. A síndrome do ronco é o ronco isolado sem apneias. No entanto, ambas são doenças evolutivas que podem compartilhar mecanismos fisiopatológicos.
50
Como a SAOS pode se perpetuar e se agravar ao longo do tempo?
Por meio de alterações nos receptores de fluxo da parede da via aérea e no processamento cortical, que reforçam e amplificam os eventos fisiopatológicos.
51
Qual é a prevalência estimada da síndrome da apneia obstrutiva do sono (SAOS) na população geral?
Em alguns estudos, a prevalência da SAOS pode chegar a 30%.
52
Por que a SAOS aumenta o risco de acidentes automobilísticos?
Porque pacientes com SAOS apresentam sonolência excessiva diurna, podendo adormecer ao volante, o que triplica o risco de acidentes em relação à população geral.
53
A sonolência causada pela SAOS é comparável à de outras condições?
Sim. Os efeitos sobre a vigilância e a tendência ao sono são semelhantes aos de pessoas privadas de sono, como profissionais após plantões noturnos.
54
A SAOS está associada a quais tipos de doenças principalmente?
Está associada principalmente a doenças cardiovasculares, como hipertensão arterial, infarto e AVC.
55
Qual a relação entre SAOS e hipertensão arterial?
Cerca de 50% dos pacientes com SAOS têm hipertensão, frequentemente relacionada à ausência do descenso noturno fisiológico da pressão arterial.
56
O que causa o aumento da pressão arterial em pacientes com SAOS?
O aumento da PA está relacionado à elevação do tônus simpático, com níveis elevados de catecolaminas urinárias e plasmáticas e hiperatividade simpática demonstrada por eletroneuromiografia.
57
Qual afirmação sobre a hipertensão na SAOS já caiu em prova?
“O aumento da PA está relacionado ao aumento do tônus simpático, e não à inibição absoluta do tônus parassimpático.”
58
O que significa descenso noturno da pressão arterial e qual sua relação com a SAOS?
O descenso noturno é a queda fisiológica da PA durante o sono. Sua ausência em pacientes que realizam MAPA deve levantar suspeita de SAOS.
59
Qual é a relação entre a SAOS e a hipertensão arterial resistente?
A SAOS está presente em 60% dos pacientes com hipertensão arterial resistente.
60
Como a SAOS influencia o risco de doença coronariana?
A SAOS aumenta o risco de doença coronariana em 60%.
61
Qual o impacto da SAOS sobre o risco de acidente vascular cerebral (AVC)?
A SAOS aumenta o risco de AVC em 30%.
62
Qual é a relação entre a SAOS e a insuficiência cardíaca com cor pulmonale?
A SAOS aumenta o risco de insuficiência cardíaca com cor pulmonale em 140%.
63
Qual é a associação entre a SAOS e arritmias atriais, como fibrilação atrial?
A SAOS quadruplica o risco de arritmias atriais, especialmente fibrilação atrial.
64
A SAOS está relacionada a arritmias ventriculares?
A relação entre SAOS e arritmias ventriculares existe, mas os dados ainda são controversos.
65
Quais outras doenças crônicas estão associadas à SAOS além das cardiovasculares?
Aterosclerose e diabetes melito também estão associadas à SAOS.
66
O que significa o acrônimo PROLATIM em relação à síndrome da apneia obstrutiva do sono (SAOS)?
PROLATIM é um mnemônico que resume os principais fatores de risco para SAOS: P – Pescoço, R – Retrognatia, O – Obesidade, L – Língua, A – Acromegalia, T – Tonsila, I – Idade, M – Masculino.
67
O que representa o “P” de PROLATIM na SAOS?
P refere-se à circunferência do pescoço. Valores maiores que 43 cm em homens e 40 cm em mulheres aumentam o risco de SAOS.
68
O que representa o “R” de PROLATIM na SAOS?
R refere-se à retrognatia, ou seja, à posição mais posterior do mento (mandíbula recuada), o que pode estreitar a via aérea superior.
69
O que representa o “O” de PROLATIM na SAOS e qual é seu impacto?
O refere-se à obesidade. A cada aumento de 10% no peso corporal, o risco de SAOS aumenta seis vezes.
70
O que representa o “L” de PROLATIM na SAOS?
L corresponde à presença de macroglossia (língua aumentada), que contribui para a obstrução da via aérea superior.
71
O que representa o “A” de PROLATIM na SAOS?
A refere-se à acromegalia, uma condição que causa aumento de partes moles e pode favorecer a obstrução da faringe.
72
O que representa o “T” de PROLATIM na SAOS?
T está relacionado ao estreitamento peritonsilar lateral, que pode estreitar ainda mais a via aérea.
73
O que representa o “I” de PROLATIM na SAOS?
I indica idade: a SAOS é mais prevalente a partir da sexta ou sétima décadas de vida.
74
O que representa o “M” de PROLATIM na SAOS?
M representa o sexo masculino. A SAOS é três vezes mais prevalente em homens.
75
Qual é o principal fator de risco isolado para a síndrome da apneia obstrutiva do sono (SAOS)?
A obesidade é o principal fator de risco isolado para SAOS.
76
Qual alteração hematológica pode estar presente em pacientes com SAOS?
Pacientes com SAOS podem desenvolver eritrocitose secundária devido à hipoxemia crônica noturna.
77
Quando se deve suspeitar de síndrome da apneia obstrutiva do sono (SAOS)?
Sempre que o paciente apresenta ronco associado à sonolência excessiva diurna.
78
Qual escala clínica é usada para avaliar a sonolência diurna em pacientes com suspeita de SAOS?
A Escala de Sonolência de Epworth.
79
Como funciona a Escala de Epworth?
O paciente deve indicar a chance de cochilar em 8 situações cotidianas, com pontuação de 0 (nenhuma chance) a 3 (grande chance) para cada uma.
80
Qual é a pontuação máxima na Escala de Epworth e o que ela representa?
A pontuação máxima é 24. Acima de 10 pontos, considera-se que há sonolência diurna excessiva e deve-se investigar SAOS.
81
Quais são as 8 situações avaliadas na Escala de Epworth?
1. Sentado e lendo 2. Assistindo televisão 3. Sentado em lugar público sem atividade (ex: sala de espera, cinema) 4. Passageiro de carro/ônibus por 1h sem parar 5. Deitado à tarde para descansar 6. Sentado conversando com alguém 7. Sentado calmamente após refeição sem álcool 8. No carro, parado por alguns minutos no trânsito intenso
82
A partir de que pontuação na Escala de Epworth se deve investigar a possibilidade de SAOS?
A partir de 11 pontos ou mais.
83
O que caracteriza a qualidade do sono em pacientes com SAOS?
Embora possam dormir muitas horas, pacientes com SAOS têm sono de má qualidade, fragmentado por microdespertares, resultando em cansaço ao acordar.
84
Quais são os principais sintomas noturnos da síndrome da apneia obstrutiva do sono (SAOS)?
• Ronco • Despertar ofegante • Sensação de sufocamento • Noctúria • Refluxo gastroesofágico • Insônia de manutenção
85
Quais são os principais sintomas diurnos da síndrome da apneia obstrutiva do sono (SAOS)?
• Sonolência excessiva diurna • Distúrbios neuropsiquiátricos (memória, concentração, humor) • Cefaleia matinal • Edema de membros inferiores • Sinais de insuficiência cardíaca
86
Qual é o principal sintoma diurno relatado por pacientes com SAOS?
A sonolência excessiva diurna é a queixa diurna mais comum.
87
Qual é o principal sintoma noturno da SAOS?
O ronco é o sintoma noturno mais comum.
88
Qual é a explicação fisiológica da noctúria na SAOS?
A apneia causa vácuo torácico, que distende os átrios do coração. Isso estimula a liberação de peptídeo natriurético atrial, levando à produção de urina pelos rins (natriurese).
89
Qual sintoma matinal é altamente característico da SAOS?
A cefaleia frontal ao despertar (cefaleia matinal) é um sinal marcante.
90
Como o álcool e sedativos influenciam os sintomas da SAOS?
Agravam o ronco e a obstrução, por relaxarem a musculatura faríngea.
91
Quais alterações neuropsiquiátricas podem estar presentes na SAOS?
Problemas de memória, concentração, humor, além de irritabilidade e depressão.
92
Quais complicações cardíacas podem surgir nos casos mais avançados de SAOS?
Insuficiência cardíaca com cor pulmonale, hipertensão arterial e arritmias.
93
Quais pistas no exame físico podem reforçar a suspeita de SAOS?
Características fenotípicas como obesidade, aumento da circunferência cervical, macroglossia, tonsilas volumosas, úvula grande, palato estreito ou elevado e retrognatia.
94
Qual é a relação entre obesidade e SAOS?
A obesidade favorece o estreitamento da orofaringe e está fortemente associada ao aumento da prevalência de SAOS moderada a grave.
95
Qual é a prevalência de SAOS moderada a grave segundo o IMC?
• IMC 20–25: 11% • IMC 25–30: 21% • IMC > 30: 63%
96
Qual circunferência cervical sugere fortemente SAOS?
Circunferência cervical > 43 cm em homens e > 40 cm em mulheres é altamente sugestiva de SAOS.
97
O que deve ser avaliado na cavidade oral durante o exame físico de um paciente com suspeita de SAOS?
Língua, tonsilas, úvula, palato, oclusão dentária, buscando fatores que reduzam o espaço da via aérea.
98
Quais alterações anatômicas orais favorecem a SAOS?
Macroglossia, tonsilas e úvula volumosas, palato estreito ou elevado e overjet (dentes superiores à frente dos inferiores).
99
O que é a classificação de Mallampati e qual sua importância na SAOS?
É uma classificação usada para prever dificuldade de intubação. Classes III e IV estão associadas a maior risco de SAOS.
100
Quais estruturas são visíveis em cada classe de Mallampati?
• Classe I: úvula inteira, palato mole e duro, pilar amigdaliano • Classe II: sem pilar e ponta da úvula • Classe III: apenas palato mole e base da úvula • Classe IV: apenas palato duro
101
Quais classes de Mallampati aumentam o risco de SAOS?
Classes III e IV estão associadas a risco aumentado de SAOS.
102
Qual fator clínico tem maior valor preditivo positivo para SAOS, segundo a literatura?
Circunferência do pescoço > 40,3 cm, com valor preditivo positivo de 90%.
103
Qual o valor preditivo positivo do ronco isolado para SAOS?
O ronco isolado tem valor preditivo positivo de 59%.
104
Qual o valor preditivo positivo do IMC > 30 kg/m² para SAOS?
O valor preditivo positivo é de 61%.
105
Qual o valor preditivo positivo da noctúria na suspeita de SAOS?
52%.
106
Acima de qual idade o risco de SAOS aumenta significativamente?
Acima de 49 anos, com valor preditivo positivo de 62%.
107
Qual o valor preditivo positivo do sexo masculino para SAOS?
65%.
108
Quando ronco e sonolência diurna estão presentes juntos, qual o valor preditivo positivo para SAOS?
A associação dos dois eleva o valor preditivo positivo para 70%.
109
Que características faciais podem ser observadas em pacientes com SAOS?
Retrognatia, tamanho reduzido dos ossos da face e alterações nasais (menos relevantes).
110
Qual é o papel da avaliação clínica no diagnóstico da SAOS?
A avaliação clínica, incluindo sinais fenotípicos, histórico e exame físico detalhado, fornece subsídios valiosos para a suspeita diagnóstica de SAOS antes da polissonografia.
111
O que é o questionário STOP-BANG e para que ele é utilizado?
É um instrumento de triagem clínica para avaliar o risco de síndrome da apneia obstrutiva do sono (SAOS) em pacientes ambulatoriais.
112
O que significa a sigla STOP-BANG no contexto da SAOS?
• Snoring (ronco) • Tired (cansaço/SED) • Observed apneas • Pressure (hipertensão/uso de anti-HAS) • BMI > 35 kg/m² • Age > 50 anos • Neck circumference > 40 cm • Gênero masculino
113
Qual a sensibilidade e valor preditivo negativo (VPN) do STOP-BANG com 2 ou mais itens positivos?
Sensibilidade de 74,3% e VPN de 76% para SAOS moderada.
114
Qual a sensibilidade e valor preditivo negativo (VPN) do STOP-BANG com 3 ou mais itens positivos?
Sensibilidade de 92,9% e VPN de 90,2% para SAOS moderada.
115
Como deve ser interpretado um “S” positivo no STOP-BANG?
O paciente ronca de forma audível, mesmo com a porta fechada.
116
O que caracteriza um “T” positivo no STOP-BANG?
Queixas de cansaço, fadiga ou sonolência excessiva diurna (SED).
117
Quando o item “O” (Observed) do STOP-BANG é considerado positivo?
Quando há relato de observação de apneias ou interrupções da respiração durante o sono.
118
Quando o item “P” (Pressure) do STOP-BANG é considerado positivo?
Quando o paciente usa medicação anti-hipertensiva (anti-HAS).
119
Qual o critério do item “BMI” no STOP-BANG?
IMC maior que 35 kg/m².
120
Qual o critério do item “Age” no STOP-BANG?
Idade superior a 50 anos.
121
Qual o critério do item “Neck circumference” no STOP-BANG?
Diâmetro cervical maior que 40 cm.
122
Qual é o gênero que representa maior risco segundo o STOP-BANG?
Sexo masculino.
123
Quais são os principais achados no exame físico que sugerem síndrome da apneia obstrutiva do sono (SAOS)?
• IMC > 30 kg/m² • Circunferência cervical > 40 cm • Retrognatia • Hipertrofia de tonsilas • Classificação de Mallampati III ou IV
124
O que caracteriza um paciente com retrognatia e como isso se relaciona com a SAOS?
Retrognatia é o posicionamento posterior do queixo (mento), o que reduz o espaço da via aérea superior e aumenta o risco de obstrução durante o sono.
125
Por que a hipertrofia de tonsilas contribui para a SAOS?
Porque reduz o espaço na orofaringe, facilitando o colapso da via aérea superior durante o sono.
126
O que representa a classificação de Mallampati III e IV no contexto da SAOS?
Representa maior obstrução visual na orofaringe, com aumento do risco de apneia obstrutiva.
127
Qual valor de circunferência cervical é considerado sugestivo de SAOS?
Valores maiores que 40 cm são altamente sugestivos de SAOS, especialmente em homens.
128
Qual é o próximo passo após identificar alterações sugestivas no exame físico de um paciente com suspeita de SAOS?
Solicitar exames complementares, especialmente a polissonografia, para confirmação diagnóstica.
129
Qual é o exame padrão-ouro para diagnóstico da SAOS?
A polissonografia noturna de noite inteira.
130
Onde pode ser realizada a polissonografia?
Em laboratório do sono, hospital, clínicas ou na casa do paciente.
131
Quais parâmetros são avaliados durante a polissonografia?
• Eletroencefalograma (EEG) • Eletro-oculograma (EOG) • Eletromiograma (EMG) • Eletrocardiograma (ECG) • Oximetria de pulso • Cinta abdominal • Sensor de fluxo nasal • Sensor de movimento de membros inferiores • Microfone para roncos e sonilóquios
132
Quais eventos respiratórios são contabilizados na polissonografia?
• Apneia • Hipopneia • RERA (despertar relacionado ao esforço respiratório)
133
Como é definida a apneia na polissonografia?
Redução de ≥ 90% do fluxo aéreo basal por pelo menos 10 segundos.
134
Como é definida a hipopneia na polissonografia?
Redução de 30% a 90% do fluxo basal por ≥ 10 segundos, com queda de saturação ≥ 3% ou microdespertar.
135
O que significa RERA na polissonografia?
Evento de esforço respiratório com despertar, mas que não preenche critérios de apneia nem hipopneia.
136
Qual o papel da cinta abdominal na polissonografia?
Detectar movimentos respiratórios para diferenciar eventos obstrutivos (com esforço) dos centrais (sem esforço).
137
O que caracteriza uma apneia mista na polissonografia?
Evento respiratório com características de apneia central e obstrutiva combinadas.
138
Quais alterações cardíacas podem ser observadas durante a polissonografia?
Extrassístoles, fibrilação atrial, arritmias supraventriculares e ventriculares.
139
Quais padrões o EEG mostra nas diferentes fases do sono na polissonografia?
• Vigília: ondas rápidas e dessincronizadas • Sono não REM: ondas lentas e sincronizadas • Sono REM: ondas rápidas e dessincronizadas
140
O que o EOG mostra nas diferentes fases do sono?
• Vigília: movimentos oculares normais • Sono não REM: movimentos oculares lentos • Sono REM: movimentos oculares rápidos
141
Qual é o padrão do EMG nas diferentes fases do sono?
• Vigília: tônus muscular normal • Sono não REM: tônus diminuído • Sono REM: atonia muscular
142
O que é o índice de apneia-hipopneia (IAH) e como é calculado?
IAH = Número de eventos respiratórios / Tempo total de sono (em horas). ## Footnote Exemplo: 72 eventos em 6 horas = IAH 12/h.
143
Qual é o valor normal de IAH em adultos e crianças?
• Adultos: IAH normal é de 0–4/h • Crianças: IAH deve ser sempre 0/h
144
Como é feita a classificação da gravidade da SAOS com base no IAH?
• SAOS leve: IAH 5–14/h • SAOS moderada: IAH 15–29/h • SAOS grave: IAH ≥ 30/h
145
Para que serve o índice de apneia-hipopneia (IAH) além do diagnóstico da SAOS?
Serve para classificar a gravidade da SAOS, o que influencia diretamente a conduta terapêutica.
146
Quais critérios diagnósticos da ICSD-3 são usados para diagnóstico da SAOS em adultos?
(A + B) ou C, onde: A. Pelo menos um dos seguintes: • Sonolência diurna, sono não reparador, fadiga ou insônia • Despertar com engasgo/sufocamento • Ronco habitual e pausas respiratórias • Doenças associadas como hipertensão, disfunção cognitiva, AVC, diabetes tipo 2
147
O que dizem os critérios B e C da ICSD-3 para diagnóstico de SAOS?
B. Polissonografia ou exame domiciliar com ≥ 5 eventos respiratórios obstrutivos (apneia, hipopneia ou RERA)/h + sintomas C. Polissonografia ou exame domiciliar com ≥ 15 eventos/h, mesmo sem sintomas
148
O que avalia o sensor de movimento de membros inferiores na polissonografia?
A presença de síndrome dos movimentos periódicos dos membros inferiores.
149
Como a posição corporal influencia os eventos respiratórios na SAOS?
Eventos são mais comuns na posição supina, devido ao efeito da gravidade sobre a orofaringe.
150
Qual a utilidade do microfone na polissonografia?
Detectar roncos e sonilóquios (fala durante o sono), auxiliando na diferenciação entre ronco isolado e SAOS.
151
Qual a principal função do exame de polissonografia no diagnóstico da SAOS?
Contabilizar os eventos respiratórios (apneia, hipopneia e RERA) e relacioná-los ao tempo total de sono, fornecendo o índice de apneia-hipopneia (IAH).
152
Como a polissonografia detecta apneia central?
Pela ausência de movimentos respiratórios na cinta abdominal durante o evento, indicando falha no comando encefálico.
153
Como a polissonografia diferencia apneia obstrutiva de central?
• Obstrutiva: esforço respiratório presente (movimento na cinta abdominal) • Central: ausência de esforço (sem movimento)
154
Quais eventos são classificados como apneia mista?
Aqueles que apresentam características de apneia central e obstrutiva no mesmo episódio.
155
Qual a utilidade do eletrocardiograma (ECG) durante a polissonografia?
Identificar alterações cardíacas associadas, como extrassístoles, fibrilação atrial e outras arritmias durante os eventos respiratórios.
156
O que são sonilóquios e como são detectados?
Sonilóquios são falas durante o sono e são captadas pelo microfone usado na polissonografia.
157
Um paciente com 6 horas de sono e 72 eventos respiratórios na polissonografia terá qual valor de IAH?
IAH = 72 ÷ 6 = 12 eventos por hora → Classificado como SAOS leve.
158
Qual deve ser a conduta diagnóstica quando um paciente apresenta IAH ≥ 15/h, mas não relata sintomas?
O diagnóstico de SAOS ainda pode ser feito, pois ≥ 15 eventos/hora já é critério isolado para SAOS segundo a ICSD-3 (Critério C).
159
Qual a importância de conhecer a gravidade da SAOS (leve, moderada, grave)?
A classificação orienta a conduta terapêutica, a indicação de dispositivos como CPAP, e o risco de comorbidades associadas.
160
Qual é o objetivo principal do tratamento da SAOS?
Restaurar a passagem de ar pela via aérea superior, melhorar os sintomas diurnos e noturnos e prevenir complicações, especialmente cardiovasculares.
161
O tratamento da SAOS deve ser baseado em qual abordagem?
Abordagem multimodal, combinando medidas comportamentais, farmacológicas, dispositivos e/ou cirurgia.
162
Quais são as estratégias recomendadas para redução de peso em pacientes com SAOS?
Dieta, atividade física, medicamentos e cirurgia bariátrica (quando indicada).
163
Quais medicamentos podem ser usados no tratamento da sonolência excessiva diurna na SAOS?
• Antidepressivos ISRS: fluoxetina, venlafaxina • Psicoestimulantes: modafinil, metilfenidato, anfetaminas
164
Quais medidas não farmacológicas ajudam a tratar a sonolência diurna na SAOS?
Higiene do sono e melhora da qualidade do sono noturno.
165
O que é terapia posicional e para quem ela é indicada na SAOS?
Técnica indicada para SAOS leve em decúbito dorsal, como prender uma bolinha de tênis no dorso do pijama para evitar a posição supina.
166
O que é o AIO (aparelho intraoral) e para quem ele é indicado?
Dispositivo que mantém a via aérea pérvia, indicado para SAOS leve ou síndrome do ronco isolado.
167
Qual é o dispositivo mais eficaz para SAOS moderada a grave?
O CPAP (pressão positiva contínua nas vias aéreas) ou BIPAP (pressão positiva com dois níveis).
168
Quando está indicado o tratamento cirúrgico na SAOS e qual a principal técnica?
Casos refratários ou com alterações anatômicas. A principal técnica é a uvulopalatofaringoplastia.
169
O uso de benzodiazepínicos está indicado em pacientes com SAOS?
Não. É contraindicado, pois agrava o relaxamento muscular e pode piorar as apneias.
170
Como deve ser tratado o paciente com síndrome do ronco isolado (IAH < 5/h)?
Mudança no estilo de vida e perda de peso. O uso de AIO também pode ser considerado.
171
Quais são as opções terapêuticas para pacientes com SAOS leve?
• Mudanças de estilo de vida • Aparelhos odontológicos (AIO) • CPAP, se indicado
172
Qual é o tratamento padrão-ouro para pacientes com SAOS moderada a grave?
O uso de aparelhos de pressão positiva na via aérea, como o CPAP.
173
Como funciona o CPAP no tratamento da SAOS?
O CPAP emite uma pressão contínua de ar pelas vias aéreas superiores, evitando o colapso da orofaringe e mantendo a via aérea aberta durante o sono.
174
O que significa a sigla CPAP?
Continuous Positive Airway Pressure – pressão positiva contínua nas vias aéreas.
175
Como o CPAP melhora os sintomas da SAOS?
Evita o colapso da via aérea, prevenindo apneias, microdespertares e descargas simpáticas, o que melhora a qualidade do sono e reduz a sonolência diurna.
176
O que é o conceito de “stent pneumático” relacionado ao CPAP?
O CPAP funciona como um stent pneumático, mantendo a via aérea aberta por meio de fluxo contínuo de ar.
177
O que é a polissonografia com titulação de CPAP?
Exame em que o paciente dorme usando o CPAP desde o início, com ajustes progressivos na pressão até eliminar os eventos respiratórios.
178
Quando o uso de BIPAP é preferível ao CPAP?
Em casos em que a pressão necessária para manter a via aérea aberta é muito alta, o CPAP pode provocar apneia central.
179
O que significa a sigla BIPAP?
Bilevel Positive Airway Pressure – pressão positiva em dois níveis, com diferentes pressões para inspiração e expiração.
180
Qual benefício imediato é observado no paciente após o uso adequado do CPAP?
Sensação de sono reparador, melhora da sonolência diurna e redução das manifestações clínicas.
181
Qual é o primeiro passo na abordagem de um paciente com história de ronco e SED?
Realizar anamnese e exame físico, seguido de avaliação do IMC e polissonografia.
182
Qual é a conduta indicada para pacientes com IMC > 25 kg/m² e história de SAOS?
Iniciar tratamento da obesidade, independentemente do grau da apneia.
183
Qual é a conduta para pacientes com IAH entre 0–4/h (ronco isolado)?
Medidas conservadoras e controle de fatores de risco. Pode-se usar AIO. Não é SAOS.
184
Como se conduz o tratamento da SAOS leve (IAH 5–14/h) sem comorbidades?
Pode-se usar aparelho intraoral (AIO) e terapia posicional.
185
Como se conduz o tratamento da SAOS leve (IAH 5–14/h) com comorbidades?
Tratar como SAOS moderada/grave, com CPAP ou BIPAP, além de outras medidas.
186
Qual a conduta quando o IAH é maior que 14/h?
Iniciar tratamento com CPAP ou BIPAP, independentemente da presença de sintomas.
187
Como tratar a sonolência excessiva diurna (SED) persistente, independentemente do IAH?
Fluoxetina, venlafaxina, psicoestimulantes (ex: modafinil), e higiene do sono.
188
Qual a relação entre tratamento da obesidade e melhora da SAOS?
A perda de peso melhora significativamente o quadro de SAOS, inclusive podendo reverter casos leves.
189
Quando o tratamento cirúrgico é considerado para pacientes com SAOS?
Quando há obstruções anatômicas evidentes, como hipertrofia de tonsilas, ou em pacientes que não toleram o uso de CPAP/BIPAP.
190
Qual cirurgia é frequentemente indicada em crianças com SAOS associada à hipertrofia de tonsilas?
Adenotonsilectomia, que pode melhorar sintomas como ronco e até enurese noturna em crianças acima de 5 anos.
191
O que é a uvulopalatofaringoplastia (UPPP) e qual seu objetivo?
Cirurgia que remove parte do palato mole para ampliar a via aérea, indicada em adultos com SAOS.
192
Por que a UPPP pode ter eficácia limitada no tratamento da SAOS?
Porque não trata obstruções causadas pela língua, levando a recorrência dos sintomas em muitos pacientes.
193
Qual é o impacto esperado da UPPP no índice de apneia-hipopneia (IAH)?
Redução de cerca de 50% no IAH, com meta de queda para menos de 20 eventos/h.
194
Qual é a taxa de sucesso da uvulopalatofaringoplastia (UPPP)?
Varia entre 30% e 80%, dependendo do perfil anatômico do paciente.
195
Qual é o único tratamento considerado definitivo para a SAOS?
Traqueostomia, pois desvia completamente a via aérea obstruída.
196
O CPAP é o tratamento padrão-ouro para SAOS, mas é considerado o mais definitivo?
Não. O CPAP é o padrão-ouro, mas a traqueostomia é considerada o tratamento mais definitivo.
197
Qual a prevalência estimada de SAOS em pacientes candidatos à cirurgia bariátrica?
Cerca de 94% dos pacientes com indicação de cirurgia bariátrica têm SAOS.
198
Qual o percentual de pacientes com SAOS que são efetivamente tratados?
Apenas cerca de 20% dos portadores da doença recebem tratamento.
199
Qual é o impacto da SAOS no prognóstico de pacientes submetidos à cirurgia sob anestesia geral?
A SAOS aumenta o risco de complicações cirúrgicas em 2 a 3 vezes.
200
O que recomendam as Sociedades Americanas de Anestesia e Medicina do Sono sobre investigação de SAOS no pré-operatório?
Indicam investigação de SAOS antes da cirurgia em pacientes com obesidade mórbida, mas com evidência considerada fraca.
201
Existe evidência para iniciar CPAP antes de cirurgias em pacientes com suspeita de SAOS?
Não há evidência forte que recomende iniciar CPAP antes da cirurgia em pacientes sem diagnóstico confirmado.
202
O que recomenda a Associação Americana de Cirurgia Bariátrica e Metabólica sobre o CPAP pré-operatório?
Que o tratamento com CPAP seja iniciado várias semanas antes da cirurgia em pacientes com SAOS confirmada.
203
Pacientes com SAOS compensada têm melhor evolução cirúrgica?
Sim. Pacientes com SAOS bem tratados apresentam melhor desfecho cirúrgico.