Digestiva e hepatobiliar; Doenças do esófago; B (MD, D, GD) Flashcards
(19 cards)
O que é o esófago de Barrett e como é definido histologicamente?
O esófago de Barrett, traduzido pela presença de metaplasia intestinal a nível da mucosa esofágica, é uma complicação da doença do refluxo gastroesofágico. A definição baseia-se na presença de epitélio colunar com células caliciformes próximas à junção gastroesofágica (metaplasia intestinal).
Esófago de Barrett
Como se classifica o esófago de Barrett em função do seu comprimento?
A diferenciação do esófago de Barrett de segmento longo e curto é dada pela extensão circunferencial igual ou superior a 3 cm, que define o risco de progressão para adenocarcinoma do esófago e consequentemente o tipo de vigilância necessária.
Esófago de Barrett
Qual o risco associado ao comprimento do esófago de Barrett?
O risco de carcinogénese associado ao esófago de Barrett correlaciona-se fortemente com o seu comprimento circunferencial, sendo distinguido entre segmento longo e curto pelo cut-off de 3 cm.
Esófago de Barrett
Qual a abordagem recomendada para um esófago de Barrett de segmento curto sem displasia?
A abordagem expectante é a mais correta, pelo baixo risco de transformação maligna. Os doentes têm indicação para terapêutica com IBP e para alteração de estilos de vida (por exemplo, perda de peso).
Esófago de Barrett
Quando está indicada a esofagectomia em doentes com esófago de Barrett?
A esofagectomia está indicada no tratamento de adenocarcinomas do esófago, podendo ser combinada com quimioterapia neoadjuvante e/ou radioterapia em doentes com invasão da submucosa. Como é um procedimento cirúrgico complexo, só deve ser realizado se não houver opção terapêutica alternativa.
Esófago de Barrett
Qual a utilidade da fundoplicatura de Nissen no contexto de esófago de Barrett?
A fundoplicatura de Nissen é usada para o tratamento a longo prazo de alguns doentes com DRGE persistente, mas não previne a transformação maligna em doentes que já apresentem esófago de Barrett com alterações displásicas. Não é a opção mais adequada para este doente.
Esófago de Barrett
A erradicação do Helicobacter pylori está indicada na gestão da DRGE com esófago de Barrett?
A terapêutica combinada com omeprazol, amoxicilina, claritromicina e metronidazol é usada para erradicar Helicobacter pylori, mas não tem benefício comprovado no tratamento da DRGE e não está recomendada neste caso.
Esófago de Barrett
Qual é o papel dos IBP na gestão do esófago de Barrett?
A monoterapia com inibidores da bomba de protões desempenha um papel importante na terapêutica de manutenção das complicações da DRGE como o esófago de Barrett, reduzindo o risco de transformação maligna e expansão da metaplasia intestinal.
Esófago de Barrett
Qual o regime de vigilância recomendado consoante o comprimento do esófago de Barrett?
Esófago Barrett ≥3 cm e <10 cm → Follow-up de 3 em 3 anos.
Esófago Barrett ≥1 cm e <3 cm → Follow-up de 5 em 5 anos.
Nota: “3 episódios nos primeiros 3 anos” pode ajudar a recordar o intervalo para segmentos ≥3 cm.
Esófago de Barrett
Quais são as manifestações clínicas típicas da esofagite induzida por fármacos?
A esofagite induzida por fármacos é uma patologia que tipicamente se caracteriza por odinofagia, disfagia e toracalgia do tipo queimadura retro-esternal.
Esofagite Induzida por Fármacos
Em que grupo populacional é mais frequente a esofagite induzida por fármacos?
É mais frequente em indivíduos que tomam determinados fármacos, como os bifosfonatos, tetraciclinas, cloreto de potássio ou AINEs, particularmente se se tratar de um indivíduo mais idoso e/ou dependente.
Esofagite Induzida por Fármacos
Quais as alterações endoscópicas mais comuns na esofagite induzida por fármacos?
As alterações endoscópicas mais comuns são a presença de úlceras circulares localizadas nas zonas de estreitamento do esôfago, tipicamente no seu terço médio.
Nota: “Fármacos, Feridas (úlceras), Faixa Média (terço médio do esôfago)”
Esofagite Induzida por Fármacos
Que características endoscópicas ajudam a diferenciar Esofagite Induzida por Fármacos da Esofagite por CMV?
A esofagite por CMV caracteriza-se pela presença de úlceras lineares no terço superior do esôfago, enquanto a esofagite induzida por fármacos apresenta úlceras circulares no terço médio.
→ Neste caso, a lesão localiza-se no terço médio do esôfago.
Esofagite Induzida por Fármacos
Que fármacos estão mais associados ao risco de esofagite induzida por medicamentos?
Bifosfonatos (ex: alendronato), tetraciclinas, doxiciclina, clindamicina, AINEs, cloreto de potássio.
Esofagite Induzida por Fármacos
Que fatores aumentam o risco de esofagite induzida por fármacos em idosos?
Diminuição habitual na produção de saliva, toma dos fármacos em posição de decúbito ou com pouca ingestão de água.
Esofagite Induzida por Fármacos
Excluir Angina Estável no doente com Dor Torácica em detrimento de Esofagite Induzida por Fármacos?
A dor torácica da angina estável piora com esforço e melhora com repouso, e é em facada ou aperto. Nesta situação, a dor associada a sintomas esofágicos (disfagia, odinofagia), torna improvável uma causa cardíaca.
Esofagite Induzida por Fármacos
Excluir Esofagite Infecciosa (como a candidíase) no doente com Dor Torácica em detrimento de Esofagite Induzida por Fármacos?
A esofagite infecciosa é mais comum em imunocomprometidos. Uma doente sem linfopenia ou neutropenia, nem se observam placas esbranquiçadas na mucosa oral ou esofágica, que são típicas da candidíase.
Nota: “Candida → placas brancas + imunossupressão”
Esofagite Induzida por Fármacos
Quais os achados endoscópicos típicos da esofagite por CMV e como se distinguem da esofagite por fármacos?
A esofagite por CMV caracteriza-se por úlceras lineares no terço superior do esôfago. Já a esofagite induzida por fármacos apresenta úlceras circulares no terço médio.
→ Neste caso, as lesões situam-se no terço médio do esôfago.
Esofagite Induzida por Fármacos
Porque é improvável o diagnóstico de esofagite eosinofílica numa doente idosa com disfagia e odinofagia?
A esofagite eosinofílica é mais comum em indivíduos jovens com antecedentes de atopia. Caracteriza-se por impactação alimentar e anéis concêntricos (“traquealização”), que não foram observados neste caso.
Nota: “Jovem, alérgico, anéis = Esofagite eosinofílica”
Esofagite Induzida por Fármacos