HPB & CaP Flashcards

1
Q

O que é a próstata? Funções?

A

1) Órgão fibromuscular e glandular, inferior a bexiga, de baixo peso (20g), com tamanho de cerca de 4 cm de largura, 3 cm de altura e 2 cm de espessura, situada no espaço extraperitoneal.
2) Funções:
a) Colabora com a reprodução humana.
b) Armazenar e secretar um líquido prostático -> levemente alcalino, faz parte do sêmen, constituindo 10-30% de seu volume.
c) Não tem função sexual, pode haver relação sexual sem a próstata.
d) Auxílio do controle urinário, mantendo a continência urinária junto com a bexiga.

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2
Q

Cite as zonas da próstata.

A
  • Zona de transição.
  • Zona central.
  • Zona anterior.
  • Zona periférica.
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3
Q

Em qual zona da próstata se desenvolve:

  • HPB?
  • Câncer?
A
  • HPB: zona de transição.
  • Câncer: zona periférica.
  • Dica: Homem Tem Câncer de Próstata = “HTCP” =
  • H iperplasia na zona de T ransição.
  • C âncer na zona P eriférica.
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4
Q

“Em uma mesma próstata pode haver hiperplasia e câncer. Porém, ter hiperplasia não significa que terá câncer.”. Correto?

A

Sim.

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5
Q

HPB é comum? Qual o problema disso?

A

90% dos homens terão HPB, não é uma doença, mas causa sintomas do trato urinário inferior gerando a síndrome do trato urinário inferior (STUI/STUB).

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6
Q

HPB: microscopia na zona de transição? Característica da próstata em cada uma?

A
  • HPB Estromal: próstatas pequenas, mas muito sintomáticas (crescem medial = obstrui mais a uretra). Estroma = colágeno + músculo liso.
  • HPB Glandular: cresce lateralmente = próstatas grandes, mas menos sintomáticas.
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7
Q

HPB: fatores de risco?

A

Idade (> 40 anos), raça negra, obesidade e SD metabólica, história familiar (principalmente em parente de 1º grau).

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8
Q

HPB: paciente cirrótico tem menos chance pq?

A

Pois altera o metabolismo de andrógenos.

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9
Q

HPB: achados clínicos - sintomas obstrutivos?

A

Hesitação (demora para iniciar o jato urinário), diminuição da força do jato, sensação de esvaziamento incompleto, esforço miccional, gotejamento pós-miccional. -> são os mais frequentes.

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10
Q

HPB: achados clínicos - sintomas irritativos?

A

Urgência miccional, polaciúria, nictúria.

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11
Q

Porque ocorrem os sintomas obstrutivos na HPB?

A

Devido ao aumento do tônus da musculatura lisa, reduzindo a luz da uretra e abertura do canal vesical, dificultando a passagem da urina.

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12
Q

Porque ocorrem os sintomas irritativos na HPB?

A

Pois o músculo detrusor fica hipertrofiado, reduzindo a capacidade de armazenar a urina, gerando esses sintomas. Além de fazer com que o m. detrusor tenha contrações não inibidas (necessitando urinar).

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13
Q

HPB: sinais clínicos ao EF?

A
  • Toque retal: próstata aumentada (> 30g) ou normal. Devemos fazer biópsia se nódulos. Importante fazer para diferenciar de câncer de próstata.
  • Globus vesical palpável (bexigoma): HPB mais grave em que não está esvaziando bem a bexiga.
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14
Q

HPB: complicações?

A
  • Retenção urinária aguda: para de urinar e chega com dor, bexigoma.
  • Infecção urinária/prostatite.
  • Litíase vesical.
  • Insuficiência renal.
  • Hidronefrose.
  • Hematúria.

*Geralmente são com essas complicações que o paciente com o HPB chega no PS.

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15
Q

HPB: devemos solicitar quais exames lab? Achados?

A

1- Sumário de urina (EAS): pode ter piúria (infecção) e hematúria.
2- Função renal: ver se não tem insuficiência renal (nefropatia obstrutiva) complicando a HPB.
3- PSA: pode estar elevado (≥ 4 ng/ml), mas não tanto quanto no câncer. Devemos fazer biópsia qnd alterado.

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16
Q

HPB: qnd solicitar USG/TC de trato urinário alto e pq?

A

Detecta complicações e diagnósticos diferenciais:

  • Insuficiência renal.
  • Paciente com hematúria: vê se não é neoplasia renal ou outra coisa.
  • Infecção urinária.
  • Histórico de litíase.
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17
Q

HPB: USG de próstata abdominal - pra que solicitamos?

A

É a via geralmente escolhida, ajuda na biópsia sob suspeita de câncer de próstata. *Mas indicaremos a biópsia só se o PSA estiver alterado ou se houver alteração no toque retal.

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18
Q

HPB: USG de próstata abdominal - avalia o que?

A

Morfologia do trato urinário, o volume da próstata e o resíduo pós-miccional, MAS não identifica nódulos.

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19
Q

HPB: USG de próstata transretal - qnd solicitar?

A

É mais preciso, mas não é tão usado pelo desconforto que é causado a paciente. Usamos quando tem disparidade entre exame físico e USG abdominal, dúvida diagnóstica.

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20
Q

HPB: pra que é usado uretrocistografia?

A

Para diagnóstico diferencial com estenose de uretra.

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21
Q

HPB: Indicações de estudo urodinâmico?

A

Sintomas + próstata pequena, extremos de idade (pode ter bexiga neurogênica) e doenças neurológicas associadas (> incidência de bexiga neurogênica).

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22
Q

HPB: Tratamento em paciente com sintomas leves (IPSS de 0-7)?

A

Espera vigilante.

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23
Q

HPB: Tratamento em paciente com IPSS de 8 a 19?

A

1) Alfa-bloqueadores: 1ª escolha.
2) Inibidores da alfa-redutase: usa em terapia combinada com alfa-bloqueador.
3) Antimuscarínicos.

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24
Q

HPB: Alfa-bloqueadores: atuação?

A

Diminuem o tônus da musculatura lisa (relaxamento) do músculo detrusor, uretra e mesênquima prostático.

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25
HPB: Alfa-bloqueadores: drogas?
- Doxazosina: menos seletivo e mais efeitos colaterais. | - Tansulosina.
26
Efeitos colaterais da doxazosina?
Hipotensão ortostática, tontura, cansaço, ejaculação retrógrada, cefaleia.
27
HPB: inibidores da alfa-redutase: drogas?
Finasterida e dutasterida. | *Usamos em associação com alfa-bloqueador. Ex.: Combodart (dutasterida + tansulosina).
28
HPB: inibidores da alfa-redutase: atuação?
Bloqueiam a conversão de testosterona em di-hidrotestosterona (que é feita pela enzima alfa-redutase) que é responsável por modular proliferação de células prostática. - Reduzem o tamanho da glândula em até 20% e o PSA sérico em 50%.
29
HPB: inibidores da alfa-redutase: efeito ocorre em quanto tempo?
Necessitam de 6 meses para fazer efeito, por isso não são 1ª linha de tratamento.
30
HPB: inibidores da alfa-redutase: efeitos colaterais?
Disfunção erétil, libido diminuída, ginecomastia e distúrbios de ejaculação.
31
HPB: antimuscarínicos: é usado para manejo de que?
Tratamento de 1ª linha para manejo dos sintomas de armazenamento.
32
HPB: Tratamento em paciente com IPSS > 20?
Abordagem farmacológica + terapia cirurgica.
33
HPB: Indicações para terapia cirúrgica?
Falha da terapia medicamentosa, intolerância medicamentosa ou complicações (retenção urinária, cálculos vesicais associados, insuficiência renal, dilatação do trato urinário alto).
34
HPB: cite as modalidades cirúrgicas.
1. RTU (ressecção transuretral) de próstata: monopolar x bipolar. 2. Incisão transuretral de próstata. 3. Prostatectomia simples (subtotal): cirurgia aberta. 4. Outras: a. Vaporização transuretral de próstata (VTUP). b. Enucleação prostática com laser de hólmio (HoLEP).
35
HPB: qual a modalidade cirúrgica de escolha geralmente (próstata de até 80g)?
RTU.
36
HPB: qual a modalidade cirúrgica de escolha para próstata pequena (< 30g), mas com sintomas refratários ao tratamento medicamentoso?
Incisão transuretral de próstata é indicada.
37
HPB: prostatectomia simples (subtotal) é indicada pra quem?
Indicada para próstatas volumosas (> 80g), onde tratamento endoscópico não será o melhor e o risco de intoxicação hídrica é maior.
38
HPB: principal complicação da RTU?
Síndrome de ressecção transuretral ou intoxicação hídrica.
39
RTU complicada com Síndrome de ressecção transuretral ou intoxicação hídrica: o que ocorre? tratamento?
A solução hipotônica (p/ irrigar o aparelho) quando usada por muito tempo (> 90 minutos de cirurgia) em uma região que está sangrando pode gerar absorção dessa solução resultando em: - Hipervolemia e hiponatremia: que geram náusea, vômitos, confusão, hipertensão e bradicardia. * Tratamento: diurético e reposição de sódio.
40
HPB: pra que é usado urofluxometria livre?
Para ter um parâmetro objetivo do grau de obstrução infravesical do paciente (pois o subjetivo – paciente falando como está o jato – pode não ser fidedigno).
41
O que é feixe vásculo-nervoso da próstata? Qual sua importância?
Estrutura composta por veia, artéria e nervo que passam paralelo a próstata, junto à cápsula prostática e vaso em direção ao pênis, sendo responsáveis pela ereção. Logo, ao manter esse feixe durante a prostatectomia, preservamos a vida sexual do paciente e parte da continência urinaria. Caso contrário, paciente terá disfunção erétil.
42
Qual é o câncer mais frequente em homens e o 2º em mortalidade?
Câncer de próstata.
43
Câncer de próstata: evolução é rápida ou lenta? Pico de incidência?
É de evolução lenta, faz parte do envelhecimento natural, é uma doença de idosos. - Pico de incidência: 60-70 anos.
44
Câncer de próstata: fatores de risco?
- Idade avançada. - História familiar (se parentes de 1º tem = 2,2x mais chance, e 2º grau). - Raça negra. - Fatores nutricionais e dietético: ainda em estudo! - Fatores hormonais: A DHT é o androgênio mais potente no estímulo da próstata. CaP é hormônio-dependente. * Obs.: HPB não é fator de risco (estava em questão, consenso de 2016).
45
Câncer de próstata: fatores nutricionais: - Predisponentes? - Proteção?
a) Fatores predisponentes: gordura animal, dieta calórica, carne vermelha. b) Fatores de proteção: fitoestrógenos, vitamina A e carotenoides, vitamina D, chá verde.
46
Câncer de próstata: manifestações clínicas?
- 80% são assintomáticos ao diagnóstico. | - Sintomas surgem quando há doença localmente avançada ou metastática.
47
Câncer de próstata: como e feito o diagnóstico?
- Toque retal + PSA = se qualquer um estiver alterado -> solicitar biópsia. - Biópsia: confirma diagnóstico.
48
Qual a recomendação para o rastreio de câncer de próstata (sociedade brasileira de urologia?
- A partir dos 50 anos para população em geral. - A partir dos 45 anos para aqueles com história familiar positiva ou da raça negra. * Após 75 anos, deverá ser realizado apenas àqueles com expectativa de vida acima de 10 anos. - Realizar através PSA + toque retal anual (permitem diagnóstico precoce).
49
Câncer de próstata: o que é avaliado no toque retal?
- Tamanho da próstata, nodulações, consistência, presença ou não de sulcos centrais. E a partir disso nos guia a solicitar ou não mais exames. - Diagnostica tumores na próstata e tumores intestinais.
50
O que é o PSA?
É um marcador da próstata, e não de câncer de próstata, mas é um alerta, pode ser câncer ou outra doença (como HPB).
51
PSA: qual é seu limite superior?
4,0 ng/ml.
52
PSA: valor normal do PSA ajustado à idade?
- 40-49 anos: 0 a 2,5 ng/ml. - 50-59 anos: 3,5 ng/ml. - 60-69 anos: 4,5 ng/ml. - 70-79 anos: 6,5 ng/ml.
53
PSA: densidade do PSA - como é calculado? Qual valor indica biópsia?
- Volume plasmático PSA/Volume prostático do US transretal. - Valores entre 0,1 e 0,18 ng/ml/cm³ - devem indicar biópsia de próstata. * Prof usa o valor de 0,12 -> 1) > 0,12 = CaP; 2) < 0,12 = HPB.
54
PSA: qual velocidade de aumento do PSA está associada ao CaP?
Velocidades maiores do que 0,75 ng/ml/ano.
55
PSA: proporção entre PSAL e PSA total é usada pra que? Qual o valor de corte?
É usada para aumentar a especificidade na detecção do CaP: valor de corte é 25%.
56
PSA é útil para que?
Detecção de tumor prostático e no seguimento do seu tratamento.
57
PSA sempre estará elevado em paciente com CaP?
Não. Pode estar normal em paciente com CaP, e pode estar elevado em paciente sem CaP.
58
PSA elevado pode indicar o que, além de CaP?
Prostatite, HPB, após relações sexuais, massagem prostática, USG transretal, após toque retal, após biópsia prostática.
59
Biópsia de próstata: é importante para que? Como é feito?
- Para confirmar diagnóstico de CaP. - Paciente sedado, usa sonda com agulha que irá retirar fragmento de cada zona da próstata e envia para AP, onde será avaliado pelo Escore de Gleason.
60
Biópsia de próstata: Escore de Gleason - como funciona?
1) Vai de 1 a 5: - 1 = células tumorais mais diferenciadas (parecem com a célula normal). - 5 = célula indiferenciada. 2) Dai soma o tipo de célula mais encontrada com a menos encontrada. Ex.: 4 + 3 = Gleason 7. Escore Gleason (2-10): - Até 6 = bem diferenciado. - 7 e 8 = moderadamente diferenciado. - 9 e 10 = indiferenciado.
61
Qual exame de imagem vem se destacando para auxiliar diagnóstico de CaP?
Ressonância magnética.
62
Tratamento de CaP: estágio I e II - cite?
- Conduta expectante. | - Conduta terapêutica.
63
Conduta expectante no CaP estágio I e II: como é feita? Indicações?
- Vigilância ativa (active surveillance). Apenas acompanhamos. - Seguimento com: PSA e toque retal de 6/6 meses, considerar biópsia a cada avaliação. Se progressão da doença, considerar tratar. - Indicações: expectativa de vida < 10 anos, PSA baixo e Gleason baixo (2+3, 3+3, 3+3).
64
Conduta terapêutica no CaP estágio I e II: modalidades?
1) Prostatectomia radical: é a retirada de toda a próstata com as vesículas seminais. 2) Radioterapia: externa ou braquiterapia. É preferida em pacientes de alto risco cirúrgico, mas com indicação de prostatectomia.
65
Quais as vias para realizar prostatectomia radical? Há diferença de cura entre elas?
- Retropúbica (aberta): incisão infraumbilical ou de Pfannenstiel - Videolaparoscópica. - Robótica. - Perineal: desuso. * Não há diferença de cura, de manutenção da continência urinaria, de função sexual e de margem cirúrgica entre as 3 primeiras técnicas.
66
Tratamento no CaP estágio III?
- Doença localmente avançada (atinge cápsula). | - Indicado prostatectomia radical ou radioterapia ou terapia hormonal.
67
Tratamento no CaP estágio IV?
- Doença avançada (metástase). - Indicado: castração química ou cirúrgica (com orquiectomia). Remove o efeito trófico da testosterona sobre as células tumorais disseminadas.
68
Seguimento pós-prostatectomia radical? Qnd pensar em recidiva?
- PSA: esperado níveis indetectáveis em 4 semanas após prostatectomia. - Se níveis se mantém ou em elevação: indica recidiva bioquímica (local ou metástase).