Síndromes febris Flashcards
(15 cards)
Alterações no hemograma na dengue e Chikungunya
Dengue: hemoconcentração + plaquetopenia + leucopenia com linfocitose relativa
Chikungunya: linfopenia
Prova do laço: como fazer e intepretar
-Calcular a média das PAs (PAS + PAD / 2)
-Reinsuflar o manguito e manter na pressão média por 3 min (crianças) ou 5 min (adultos)
-Desenhar um quadrado de 2,5 cm de lado
Positiva: ≥ 10 petéquias (crianças) | ≥ 20 petéquias (adultos)
Sinais de alarme da dengue
“ALARMES”
A: aumento progressivo do hematócrito → > 46% (homens) | >42% (mulheres) | > 38% (crianças)
L: líquidos (derrame pleural, derrame pericárdico, ascite) | lipotimia (sensação de desmaio ou hipotensão postural) | letargia (ou irritabilidade em crianças)
A: abdome (dor intensa e contínua)
R: “raauuuuuuulll” (vômitos persistentes)
ME: megalia → fígado > 2 cm do rebordo costal direito
S: sangramento mucoso espontâneo (gengivorragia, epistaxe, hematúria leve, metrorragia leve). Sangramento de pele não é!
Conduta para usuários de AAS e rivaroxabana na dengue
AAS: plaquetas ≥ 50.000 = manter | 30-50.000 = manter + internar para observação | suspender se < 30.000
Rivaroxabana: manter se plaquetas ≥ 50.000 | < 50.000 = internação e substituição por HNF EV após 24h da última dose da rivaroxabana, já que tem antídoto (protamina)
Conduta e indicações para cada grupo na dengue
A: 60 ml/kg/dia VO (⅓ SRO + ⅔ líquidos)
Crianças:
-< 10 kg: 130 ml/kg/dia
-10-20 kg: 100 ml/kg/dia
-> 20 kg: 80 ml/kg/dia
B: fatores de risco → < 2 anos ou > 65 anos | sangramentos de PELE ou prova do laço positiva | gestantes | comorbidades | risco social. Leito de observação + hemograma em até 2h → alterado = grupo C
C: sinais de alarme (“ALARMES”) → 20 ml/kg IV em 2h (até 3x) em enfermaria
-Sem melhora: D
-Melhora: soro de manutenção → 25 ml/kg IV em 6h (1ª fase) + 25 ml/kg em 8h (⅓ SF + ⅔ SG) - 2ª fase
D: sinais de gravidade (choque, ites, sangramento grave) → 20 ml/kg em 20 minutos (até 3x) em UTI
-Sem melhora: expansão volêmica com albumina (coloide) → noradrenalina | avaliar sangramento (plasma, plaquetas)
Fases da Chikungunya e tratamento
Aguda (< 14 dias): febre articular. Tratamento: repouso + gelo + fisioterapia + analgésicos +- opioides
Subaguda (14 dias a 3 meses): AINEs ou prednisona
Crônica (> 3 meses): hidroxicloroquina 6 mg/kg/dia VO por 6 semanas | alternativas: metotrexato ou sulfassalazina
Febre do Oropouche: clínica e complicações
Síndrome febril inespecífica (cefaleia, dor retro-orbitária, mialgia, artralgia, vômitos) + viagem à região Amazônica nos últimos 14 dias + exames negativos para dengue, Zika e Chikungunya. Pode ocorrer recidiva após 1-2 semanas
Complicações:
-Sangramentos: petéquias, gengivorragia
-Meningoencefalite (mais grave)
-Complicações fetais: microcefalia e óbito fetal (risco de transmissão vertical) - acredita-se que também há risco de transmissão sexual
Febre amarela: formas clínicas e tratamento
Forma leve (maioria): síndrome febril pura + sinal de Faget (febre sem taquicardia) + ecoturismo recente
Forma grave (letalidade de 20-50%): lesão hepatorrenal = icterícia + hematêmese + oligúria | aumento de transaminases (TGO > TGP) e de BD. “Morde o fígado e lambe o rim” → caráter viscerotrópico
Tratamento: suporte
Leptospirose: formas clínicas, diagnóstico e tratamento
Forma anictérica (90%): precoce
-1ª fase (bacteremia): síndrome febril + sufusão conjuntival + mialgia de panturrilhas
-2ª fase (imunológica): meningite asséptica + uveíte anterior (o patógeno pode ser encontrado na urina)
Forma íctero-hemorrágica ou síndrome de Weil (10%): icterícia rubínica (alaranjada) + síndrome pulmão-rim (hemorragia alveolar) + IRA com hipocalemia (NTA)
Diagnóstico:
-Exames inespecíficos: leucocitose neutrofílica (desvio à esquerda), plaquetopenia, aumento de CPK, aumento de BD, GGT e FA
-Específicos: PCR < 6 dias | IgM ou teste de microaglutinação ≥ 7 dias
Tratamento:
-Precoce: doxiciclina VO | amoxicilina VO por 5-7 dias
-Tardia/grave: penicilina G cristalina IV por ≥ 7 dias (1ª opção), idealmente nos primeiros 4 dias | ceftriaxone IV por ≥ 7 dias
-Hemorragia alveolar grave: ventilação mecânica com estratégia de ventilação protetora (baixa complacência pulmonar)
Malária: clínica, diagnóstico e tratamento
Febre em crises + anemia hemolítica (aumento de BI)
Diagnóstico: parasitológico = exame da gota espessa (corada pelo método de Walker) | imunológico (teste rápido)
Tratamento:
-P. malariae (mais raro): cloroquina (formas ativas)
-P. vivax (mais comum): cloroquina (formas ativas) + primaquina (hipnozoítas)
-Gestante: não pode primaquina → cloroquina durante toda a gestação
-P. falciparum (mais grave): artemeter + lumefantrina
-Formas graves (qualquer espécie): artesunato + clindamicina - “tratamento imediato com artesunato”
Leishmaniose visceral: clínica, diagnóstico e tratamento
Febre arrastada + hepatoesplenomegalia + perda de peso importante + pancitopenia (baixa imunidade celular) | inversão da relação albumina/globulina + hipergamaglobulinemia policlonal (imunidade humoral aumentada)
Reação de Montenegro negativa (sem resposta imune) | após o tratamento = positiva
Diagnóstico:
Parasitológico (amastigotas intracelulares)
-Aspirado de MO (preferencial)
-Punção esplênica (maior sensibilidade, maior risco)
Sorologia: imunofluorescência indireta ≥ 1:80 | teste para rK39 (ELISA)
Tratamento:
Antimonial pentavalente (glucantime) IM/IV por 20-40 dias - aumenta o intervalo QT
Anfotericina B lipossomal (G’s e I’s)
-G’s: graves | gestantes
-I’s: imunossupressão | idade < 1 ou > 50 anos | insuficiências (cardíaca, hepática, renal) | intolerância
Febre maculosa: clínica, complicações, diagnóstico e tratamento
Síndrome febril inespecífica + exantema maculopapular de início distal a partir do 2-6º dia de sintomas (evolução centrípeta e pode tornar-se petequial)
Complicações (> 5 dias): encefalite, edema pulmonar, miocardite e IRA
Diagnóstico: imunofluorescência indireta → 2 amostras com intervalo de 14-21 dias → aumento de IgG em ≥ 4x (padrão-ouro)
-Achados inespecíficos: desvio à esquerda (não necessariamente com leucocitose) | anemia e plaquetopenia | aumento de CPK e LDH | hiponatremia e hipoalbuminemia
Tratamento: doxiciclina VO ou IV na suspeita, por 7-14 dias, até 3 dias após o término da febre | gestante não pode doxiciclina → cloranfenicol (divergente)
Febre do Nilo Ocidental: clínica, diagnóstico e tratamento
Síndrome febril + erupção maculopapular não pruriginosa que evolui com descamação local + manifestações neurológicas
Doença neuroinvasiva: encefalite, meningite, paralisia flácida ou padrão misto, síndrome extrapiramidal (quadro neurológico heterogêneo) + leucocitose com linfopenia e anemia | líquor com pleocitose linfocítica, aumento de proteínas e glicose normal | TC de crânio normal
Diagnóstico: IgM no plasma (> 5º dia) ou líquor (> 8º dia)
Tratamento: suporte
Hantavirose: fases clínicas, laboratório, diagnóstico e tratamento
Síndrome cardiopulmonar:
1-Sintomas inespecíficos (1-6 dias): febre > 38ºC, mialgia, cefaleia e manifestações do TGI → tosse seca (sinal de alerta de evolução para a 2ª fase)
2-Fase cardiopulmonar: edema pulmonar não cardiogênico → dispneia e hipoxemia | RX: congestão pulmonar e derrame pleural | depressão miocárdica pela hipervolemia → choque
3-Fase diurética: aumento da diurese por eliminação do líquido no espaço extravascular
4-Fase de convalescença
Laboratório: Ht elevado + trombocitopenia + leucocitose com desvio à esquerda + linfócitos atípicos + aumento de LDH e AST/ALT
Diagnóstico: IgM (ELISA)
Tratamento: suporte
Ebola: período de incubação, clínica, laboratório, diagnóstico e tratamento
“EBOLA”
-Enterorragia
-Batman
-Origem africana
-Leucocitose com desvio
-Anticorpo monoclonal
Período de incubação: 2-21 dias
Clínica:
-Síndrome febril inicial (7 dias)
-Rash cutâneo não pruriginoso + manifestações do TGI
-Hemorragias: enterorragia, gengivorragia, petéquias, equimoses (CIVD) → letalidade de 50-90%
Laboratório: plaquetopenia + leucopenia → leucocitose com desvio (fase de maior inflamação)
Diagnóstico: PCR viral no sangue ou fluidos corporais
Tratamento: suporte | anticorpos monoclonais: ansuvimabe ou inmazebe