Medicina do estilo de vida - mudança de comportamento (terminado) Flashcards

(52 cards)

1
Q

Estimativas de carga de doença atribuível a fatores de risco comportamentais (% de DALY) - principal

A

Tabaco

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2
Q

Estimativas de carga de doença atribuível a fatores de risco comportamentais (% de DALY) - 4 principais, por ordem decrescente de importância

A

1º tabaco

2º álcool

3º riscos alimentares

4º sedentarismo

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3
Q

O profissional de saúde que procure promover a mudança comportamental deve compreender que: (3)

A
  • existem diferentes tipos de MOTIVAÇÃO
  • nem todos os utentes apresentam o mesmo grau de PRONTIDÃO para a mudança
  • é desejável que estes comportamentos se perpetuem a longo prazo
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4
Q

A MOTIVAÇÃO autónoma (regulada internamente): (3)

A
  • promove sensações de prazer e satisfação durante a prática
  • adesão aos comportamentos necessários mais prolongada
  • maior bem-estar psicológico
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5
Q

O profissional de saúde pode recorrer a dois indicadores de PRONTIDÃO: (2)

A
  • importância que o utente atribui à ação
  • confiança que o utente sente nos seus recursos para mudar
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6
Q

Motivação - teoria de autodeterminação: compreensão…

A

compreensão da sustentação dos comportamentos a longo-prazo e princípios-guia para a prática

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7
Q

Motivação - teoria de autodeterminação: maior ênfase…

A

maior ênfase na capacidade de autorregulação do utente, tendo por base a motivação

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8
Q

Motivação - teoria de autodeterminação: definição de motivação

A

energia psicológica para a ação → deve ser o mais autónoma possível, e não controlada por pressões quer externas, quer internas

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9
Q

Motivação - teoria de autodeterminação: 2 comportamentos que têm menor probabilidade de serem mantidos ao longo do tempo

A

comportamentos que são realizados por obediência (pressão externa), ou para evitar sentimentos de culpa ou
desconforto (pressão interna) → menor probabilidade de ser mantidos ao longo do tempo

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10
Q

Motivação - teoria de autodeterminação: comportamento estável e que possa ser mantido a longo prazo

A

valorização consciente da ação, por parte do indivíduo → que faça parte da forma como o indivíduo se reconhece a si próprio → que seja realizada pelo prazer do desafio do comportamento

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11
Q

Motivação controlada VS motivação autónoma

A

Motivação controlada:
- “só vou andar porque o meu médico me assustou com a ideia de poder vir a acabar numa mesa de operações”
- “inscrevi-me no ginásio porque me sinto mal comigo e tenho de perder peso para aumentar a minha autoestima e sentir-me apreciado”

Motivação autónoma
- “faço as minhas caminhadas regularmente porque me fazem sentir bem, ágil, e ajudam-me a dormir e respirar melhor; isso é importante para mim”
- “eu costumo caminhar porque sou uma pessoa fisicamente ativa; não me vejo a usar o elevador ou a passar muito tempo sentado”
- “adoro dançar, não só me divirto muito, como posso explorar as minhas capacidades e limites aprendendo novos passos e ritmos”

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12
Q

Motivação controlada

A
  • “só vou andar porque o meu médico me assustou com a ideia de poder vir a acabar numa mesa de operações”
  • “inscrevi-me no ginásio porque me sinto mal comigo e tenho de perder peso para aumentar a minha autoestima e sentir-me apreciado”
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13
Q

Motivação autónoma

A
  • “faço as minhas caminhadas regularmente porque me fazem sentir bem, ágil, e ajudam-me a dormir e respirar melhor; isso é importante para mim”
  • “eu costumo caminhar porque sou uma pessoa fisicamente ativa; não me vejo a usar o elevador ou a passar muito tempo sentado”
  • “adoro dançar, não só me divirto muito, como posso explorar as minhas capacidades e limites aprendendo novos passos e ritmos”
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14
Q

Prontidão - 2 indicadores de prontidão

A

Importância: passar a fazer atividade física é algo que é valorizado pelo utente?

Confiança: o utente sente confiança na sua capacidade para realizar atividade física?

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15
Q

Indicadores de prontidão - importância: exemplo

A

passar a fazer atividade física é algo que é valorizado pelo utente?

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16
Q

Indicadores de prontidão - confiança: exemplo

A

o utente sente confiança na sua capacidade para realizar atividade física?

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17
Q

Indicadores de prontidão - importância: como perguntar?

A

De 0 a 10, sendo 0 nada e 10 muitíssimo, quão importante é para si passar a fazer atividade física (dar exemplos específicos da atividade a adotar?)

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18
Q

Indicadores de prontidão - confiança: como perguntar?

A

De 0 a 10, sendo 0 nada e 10 muitíssimo, quão confiante se sente de que conseguirá fazer atividade física (dar exemplos específicos da atividade a adotar?)

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19
Q

Indicadores de prontidão - como explorar a resposta?

A

Estratégia: identificar expectativas positivas, valorização do comportamento e/ou autoeficácia
- “poderia ter sido mais baixo… disse que o seu nível de confiança/ importância se situa num 7; porquê um 7 e não um 5 ou 4?”

Estratégia: identificar barreiras, desvalorização e/ou falta de confiança
- “poderia ter sido mais alto… disse que o seu nível de confiança/ importância se situa num 3; porquê um 3 e não um 6 ou 7?”

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20
Q

Indicadores de prontidão - como aumentar a prontidão e promover a estruturação de planos de ação?

A

Estratégia: promover soluções geradas pelo próprio
- “o que acha que seria necessário para que o 3 passasse a ser um 6 ou um 7?”

Estratégia: construir menus de soluções
- “passar um 3 para um 6 pode implicar vários caminhos; quais identificaria?”

Estratégia: encorajar a escolha e oferecer suporte
- “qual dos caminhos que indicou gostaria de tentar primeiro? em que sente que posso ajudar? o que gostaria de saber?”

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21
Q

Em vez de apontar soluções, incentivar o utente…

A

A ultrapassar a resistência face à mudança:
o ajudar o utente a verbalizar a resistência
o explorar a ambivalência (prós e contras)
o valorizar ambos os lados do balanço decisional

22
Q

Construir bases para uma…

A

MOTIVAÇÃO interna de mudança, explorando valores e fundamentos pessoalmente relevantes para aquela ação, numa atmosfera de aceitação e de confiança nos recursos e qualidades que a
pessoa possui

23
Q

Quando é que se deve avançar com o delinear conjunto de planos de ação concretos?

A

Apenas quando as questões relativas à IMPORTÂNCIA e CONFIANÇA estão asseguradas se deve avançar com o delinear conjunto de planos de ação concretos

o erro frequente: desvalorizar sinais de resistência e assumir um estado de prontidão para a mudança superior aquele que o utente tem → inicia-se muito cedo a implementação dos objetivos

24
Q

O papel do profissional de saúde passa sobretudo por:

A

o facilitar o desenvolvimento de capacidades e competências de autorregulação no utente

o promover mudanças informadas e consentidas, desencadeadas internamente, consideradas e refletidas

25
O profissional de saúde é um facilitador do processo de decisão:
o promove o autoconhecimento dos padrões comportamentais típicos e das suas limitações e dificuldades o ajuda a avaliar os prós e contras de cada decisão o abandona um papel mais diretivo e passa a assumir um papel mais consultivo o promove sistematicamente a exploração da motivação e a resolução de ambivalências, sem recorrer ao uso excessivo da persuasão
26
Entrevista motivacional - competências comunicacionais (4)
* Fazer perguntas abertas * Afirmar * Refletir * Resumir
27
Entrevista motivacional - competências comunicacionais: fazer perguntas abertas
* permitem a reflexão e elaboração, por parte do utente, fortalecendo a relação de colaboração * Exemplo: “Fale-me de como tem sido a sua prática de atividade física” vs “Tem feito atividade física?” → pergunta fechada que evoca um sim/não sem grande possibilidade de exploração/reflexão
28
Entrevista motivacional - competências comunicacionais: afirmar
* reforço dos recursos do utente que facilitam o processo de mudança comportamental * implica a expressão de valorização pelas ações do utente durante o processo, promovendo a autoeficácia do mesmo * Exemplo: “Foi realmente uma semana muito positiva em que investiu na prática de atividade física” vs “Excelente trabalho na manutenção dos registos desta semana”
29
Entrevista motivacional - competências comunicacionais: refletir
* permite ao profissional de saúde verificar que compreendeu o quadro de referência do utente * esta reflexão não é interpretativa, assume o efeito de um espelho, devolvendo a imagem que é dada * ao refletir demonstra interesse, que ouviu realmente o que foi dito e reforça a empatia e confiança * Exemplo: “Foi uma semana complicada para si” (no final de uma interação em que o utente expõe que teve dificuldades em manter-se fisicamente ativo pois teve de trabalhar muito e fazer horas extra)
30
Entrevista motivacional - competências comunicacionais: resumir
* devolução das verbalizações do utente com o objetivo de realizar um ponto de situação * permite que o mesmo possa completar ou corrigir, caso seja necessário * permite confirmar a compreensão do quadro de referência do utente, sendo útil como encerramento * Exemplo: “Está então a atravessar um período de maior cansaço e desmotivação e sente que não tem energia para sair de casa e ir caminhar ou andar de bicicleta como costumava fazer”
31
3 grupos de fases de mudança
Intenção - pré-contemplação - contemplação - preparação Ação - preparação - ação Manutenção - ação - manutenção
32
Alvos de intervenção preferenciais nas fases de mudança: intenção (pré-contemplação, contemplação e preparação)
Conhecimento da doença, risco de saúde, suscetibilidade, benefícios, atitudes, controlo pessoal, normal social Quantidade da motivação +-
33
Alvos de intervenção preferenciais nas fases de mudança: ação (preparação/ ação)
Planeamento, autoeficácia, confiança, prós e contras (balanço decisional), apoio social, competências práticas, barreiras... Experimentar, variar, testar-se, conhecer-se
34
Alvos de intervenção preferenciais nas fases de mudança: manutenção (ação/ manutenção)
Autonomia, significado, valores, autoimagem, autorregulação, motivação intrínseca, objetivos de vida... Qualidade da motivação
35
3 fases inativas da mudança
Pré-contemplação Contemplação Preparação
36
2 fases ativas da mudança
Ação Manutenção
37
Fases inativas da mudança - pré-contemplação
Não está a pensar iniciar a mudança de comportamento
38
Fases inativas da mudança - contemplação
Pretende iniciar a mudança de comportamento dentro de 6 meses
39
Fases inativas da mudança - preparação
Pretende iniciar a mudança de comportamento nos próximos 30 dias
40
Fases ativas da mudança - ação
Está a praticar a mudança de comportamento há menos de 6 meses
41
Fases ativas da mudança - manutenção
Está a praticar a mudança de comportamento há mais de 6 meses
42
Lidar a ambivalência (2)
Avaliar a prontidão para a mudança e Técnicas comunicacionais que ajudam a aumentar a motivação
43
Avaliar a prontidão para a mudança
Para ajudar a resolver a ambivalência, deve avaliar-se a prontidão para a mudança, nas suas duas componentes: a importância e a confiança (autoeficácia) Com esse intuito, use uma escala de 0 a 10 Se a importância atribuída for baixa, trabalhe essa perceção. Pode usar a técnica das questões sobre o resultado obtido na escala de importância: - "Por que deu um valor baixo à importância que tem para si deixar de fumar?" - "Em que circunstâncias daria um valor mais elevado?" Em alternativa, pode utilizar a técnica do balanço decisional entre os prós e os contras de continuar vs. deixar de fumar. Imprima a folha existente no SClínico e peça à pessoa para a preencher. Discuta o resultado. Esta técnica tem maior utilidade nas fases iniciais de construção da prontidão para a mudança, quando a importância atribuída ainda é baixa. Se o resultado obtido na escala de confiança (autoeficácia) for baixo, pergunte: - "Por que deu este valor?" - "O que sente que lhe falta para atribuir um valor mais elevado?" - "O que gostaria de fazer para se sentir mais capaz de deixar de fumar?" Ao verbalizar as respostas, a pessoa aumenta a perceção sobre os recursos internos para mudar e de que forma estes podem ser utilizados ou aumentados. Reforce a confiança. Mostre-se otimista e positivo
44
Técnicas comunicacionais que ajudam a aumentar a motivação
Peça permissão para falar sobre o assunto. Expresse empatia. Evite tentar "endireitar a vida" da pessoa. Não prescreva soluções. Promova a autonomia: é a pessoa que tem de encontrar as suas próprias respostas. - Coloque perguntas abertas: - "Fale-me dos seus hábitos tabágicos." - "Quando decide fumar, em que circunstâncias o faz?" Coloque questões que encorajem a pessoa a verbalizar a intenção de deixar de fumar (sinais de mudança). - Reforce ou valide: Faça afirmações positivas e de apreço genuíno sobre os pontos fortes e as capacidades da pessoa. As dificuldades podem ser valorizadas como uma força pessoal. Exemplo: - "Deve ter uma força interior muito forte para ter conseguido reduzir o número de cigarros." Evidencie as discrepâncias entre a situação atual e o desejo de mudar. - Escute de modo reflexivo: Reflita e devolva aquilo que a pessoa está a contar ou a sentir, com o objetivo de aumentar o autoconhecimento. Nesse sentido, ouça ativamente e deixe que a pessoa se exprima. - Faça resumos: Ajudam a assegurar que o profissional está a compreender a informação que está a ser dada. Também devem evidenciar aquilo que foi percebido de forma menos explícita (ex.: sentimentos)
45
Lidar com a resistência à mudança (5)
Relevância Riscos Recompensas Resistências Repetição
46
Lidar com a resistência à mudança - relevância
Encorajar a pessoa a indicar em que medida deixar de fumar é importante para ela, tentando ser o mais específico possível: - Em que medida deixar de fumar é importante para si? - Quais os motivos que o(a) levam a pensar em deixar de fumar? - Por que razões seria importante para si deixar de fumar agora? A informação a fornecer pelo profissional de saúde será mais motivacional se for relevante para a pessoa, tendo em conta as respostas a estas questões
47
Lidar com a resistência à mudança - riscos
Questionar sobre os aspetos "menos bons" do consumo: - O que sabe sobre os riscos de fumar? - Pessoalmente, quais desses riscos o(a) preocupam mais? - O que não lhe agrada quando fuma? Valorizar e aprofundar os riscos imediatos e a longo prazo identificados pela pessoa
48
Lidar com a resistência à mudança - recompensas
Pedir à pessoa que identifique os benefícios que deixar de fumar lhe poderá trazer: - Se parar de fumar, que benefícios sente que poderá ter? Os principais ganhos podem ser: sentir-se melhor, poupar dinheiro, reduzir os sintomas de doença, ter mais energia, ter um bebé mais saudável, evitar doenças no futuro, não expor outras pessoas ao fumo, etc.
49
Lidar com a resistência à mudança - resistências
Pedir à pessoa que identifique os obstáculos à decisão de deixar de fumar: - O que o(a) impede de deixar de fumar? - Que dificuldades sente que vai enfrentar se parar de fumar? As principais barreiras podem ser: gostar de fumar, não conseguir lidar com os sintomas de privação, medo de falhar, receio de ganhar peso, sentir-se "em baixo". - Há alguma coisa que o(a) possa ajudar a tomar a decisão? - Existe alguma coisa que o(a) impeça de tomar a decisão? Se não se obtiver uma decisão de mudança, ou se a decisão for a de continuar a fumar, mostrar compreensão e perguntar: - Podemos voltar a falar deste assunto? Quando decidir deixar de fumar, estou disponível para o(a) ajudar Disponibilizar materiais de informação
50
Lidar com a resistência à mudança - repetição
Em cada novo encontro, explorar a ambivalência e criar nova oportunidade para a pessoa parar de fumar
51
10 estratégia para a mudança comportamental
1. Explorar a ambivalência face à mudança, no sentido de a ultrapassar e ajudar o utente a assumir um compromisso com a mudança; 2. Aceder às significações que são dadas à condição clínica e aos comportamentos a ela associados: que formas de agir, sentir e pensar; 3. Identificar alvos de ação (Hierarquizar) 4. Explorar insucessos e sucessos passados (personalizar) 5. Operacionalizar objetivos específicos 6. Definir planos de ação 7. Ser flexível 8. Antecipar problemas 9. Identificar possíveis fontes de suporte/ facilitação 10. Reforçar os progressos
52