Diabetes Flashcards

(2 cards)

1
Q

DM

A

Fechado, Caio! Aqui vai a explicação completa, contínua, didática e aprofundada de absolutamente tudo que está escrito no slide de DIABETES MELLITUS, com base nas diretrizes da ADA, SBD e principais livros de Clínica Médica (Harrison, Cecil, Tratado de Clínica Médica), cobrindo 100% da imagem sem pular nada.

🟨 DIABETES MELLITUS

🧾 História da Lídia (Caso clínico ilustrativo de pré-diabetes)
• A Lídia apresenta pré-diabetes, com risco de progredir para DM2 em até 30% em 3 anos.
• Metformina reduz esse risco em até 30%.
• Mudança de estilo de vida é ainda mais eficaz, reduzindo risco em até 60%.

📌 Após 5 anos, se nada for feito, a tendência é que os hábitos inadequados piorem e o DM se instale.

🧬 Sintomas típicos da hiperglicemia crônica:
• Polidipsia: sede excessiva
• Poliúria: aumento da diurese
• Polifagia: fome excessiva
• Perda de peso: a glicose não entra na célula, então o corpo usa gordura e músculo como fonte de energia.

🔍 Diagnóstico é confirmado com qualquer dos seguintes:
• Glicemia de jejum ≥ 126 mg/dL
• Glicemia 2h após TOTG ≥ 200 mg/dL
• Hemoglobina glicada ≥ 6,5%
• Glicemia casual ≥ 200 mg/dL + sintomas

🔴 Complicações da Diabetes Mellitus

🔹 Aumentam com o tempo e podem ser silenciosas por anos.
🔹 Estima-se que 40% dos pacientes com DM não sabem que têm a doença, por ser muitas vezes assintomática.
🔹 A glicemia cronicamente elevada danifica vasos sanguíneos e nervos, levando a complicações divididas em:

🟣 Microvasculares:
1. Retinopatia diabética:
• Micro-hemorragias, neovascularização, exsudatos.
• Pode levar à cegueira.
• Avaliação: fundo de olho anual.
2. Nefropatia diabética:
• Proteinúria, perda progressiva da função renal.
• Avaliação: relação albumina/creatinina urinária.
3. Neuropatia diabética:
• Dor em queimação, formigamento, perda de sensibilidade, dor lancinante.
• Pode causar pé diabético, úlceras e quedas.
• Avaliação: teste de monofilamento, reflexos, sensibilidade vibratória (diapasão), sensibilidade térmica, sensibilidade tátil.

🟡 Macrovasculares:
• IAM, AVC, doença arterial periférica e disfunção erétil.
• São as maiores causas de mortalidade em DM2.
• Avaliação inclui ECG, perfil lipídico, creatinina, índice tornozelo-braquial (para doença vascular periférica).

🟢 Tratamento

🔹 Foco: melhorar controle glicêmico, evitar complicações e preservar qualidade de vida.

💊 Principais classes:
• Metformina: 1ª linha. Reduz produção hepática de glicose. Pode causar desconforto GI. Não causa hipoglicemia.
• Sulfonilureias: estimulam secreção de insulina → risco de hipoglicemia.
• Tiazolidinedionas (glitazonas): aumentam sensibilidade à insulina. Risco de edema, fraturas, IC.
• Inibidores da DPP4 (gliptinas): seguros, pouco risco de hipoglicemia.
• Análogos do GLP-1: promovem saciedade e perda de peso, bons para DM com obesidade.
• Inibidores de SGLT2 (gliflozinas): aumentam excreção de glicose na urina, reduzem peso, pressão e eventos CV.

📌 Metformina pode ser usada até em estágio 4 de DRC, com cautela.

🎯 Metas de Tratamento
• HbA1c < 7% → é o alvo padrão, mas hoje a meta é individualizada.
• Reduções de 1 ponto percentual na HbA1c já reduzem muito as complicações.
• Quanto mais precoce o controle → menor risco de micro e macrocomplicações.

⚠️ Evitar tratamento agressivo em idosos, pacientes frágeis ou com risco de hipoglicemia grave.
• Se LDL, PA e glicemia estiverem bem controlados → risco cardiovascular é menor.
• Tratamento agressivo em monoterapia tem risco de hipoglicemia se não for monitorado.

🔄 Como fazer o tratamento escalonado:

Objetivo: HbA1c < 7%
1. Metformina + mudança de estilo de vida
2. Se não controlar: terapia dupla (ex: metformina + GLP-1 ou SGLT2)
3. Se persistente: terapia tripla (ex: metformina + GLP-1 + SGLT2 ou insulina)
4. Se necessário: iniciar insulina

🕒 Avaliação do controle ocorre em 3 meses após cada escalada de tratamento.

💉 Insulinização

📌 Indicações:
• HbA1c muito alta (>10%)
• Sintomas clássicos + perda de peso
• Falha da terapia oral máxima

Tipos de insulina:
• Basal: insulina de ação lenta (ex: NPH, detemir, glargina, degludeca)
• Bolus (rápida): lispro, asparte, glulisina
→ controlam pico pós-prandial

💉 Esquemas:
• DM2:
• Início com 0,1 a 0,2 U/kg/dia de basal (ex: glargina ou NPH)
• Ajustar conforme jejum e HbA1c
• Em alguns casos, associar bolus antes das principais refeições
• DM1:
• Necessita de insulina basal + bolus
• Dose total ~0,5 a 1 U/kg/dia
• Melhor esquema é bomba de infusão contínua (em alguns casos)

📍 Local de aplicação:
• Abdome, coxa, braço, nádega
• Alternar locais para evitar lipodistrofias

📉 Para hipoglicemia:
• Ingerir 15 g de carboidrato de ação rápida
• Se inconsciente: usar glucagon ou injetar glicose EV

🔵 Diabetes tipo 1
• Mais comum em crianças e adolescentes, mas pode ocorrer em adultos.
• Doença autoimune, destruição das células beta.
• Apresentação clássica: início súbito, perda de peso, poliúria, polidipsia, cetonúria.
• Pode haver “lua de mel”: período inicial com baixa necessidade de insulina.

🔍 85% dos pacientes com DM1 não têm histórico familiar positivo.
• Pode iniciar com cetoacidose diabética, principalmente em crianças.
• Confirmação: anticorpos anti-GAD, IA2 ou insulina.

Novos tratamentos:
• Transplante de ilhotas pancreáticas (em pesquisa)
• Uso de medicamentos imunomoduladores em ensaios clínicos

Se quiser, posso montar agora 3 questões PUCRS sobre esse slide, com gabarito comentado. É só pedir!

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Q

🟦 Questão 1 – Diagnóstico e fisiopatologia

Paciente de 47 anos comparece ao consultório para check-up. Nega sintomas. Glicemia de jejum: 132 mg/dL. Hemoglobina glicada: 6,6%. Qual a interpretação correta e a explicação fisiopatológica principal do distúrbio?

A) Diagnóstico de pré-diabetes; secreção insulínica aumentada
B) Diagnóstico de diabetes mellitus; resistência insulínica periférica
C) Diagnóstico de diabetes mellitus; deficiência absoluta de insulina
D) Glicemia normal; mecanismo compensatório de hipoglicemia
E) Diagnóstico de intolerância à glicose; efeito pós-prandial tardio

🟦 Questão 2 – Metas de controle e risco de hipoglicemia

Sobre o controle glicêmico no diabetes tipo 2, é correto afirmar:

A) A meta de HbA1c deve ser sempre inferior a 6% para prevenir todas as complicações.
B) A redução da HbA1c pouco impacta o risco cardiovascular.
C) A individualização das metas é recomendada para evitar hipoglicemia em idosos frágeis.
D) A intensificação do tratamento deve ocorrer apenas se houver sintomas clínicos.
E) Valores de HbA1c acima de 8% são aceitáveis para todos os pacientes com mais de 60 anos.

🟦 Questão 3 – Tratamento escalonado e insulinização

Homem de 59 anos com diabetes tipo 2 há 4 anos apresenta HbA1c de 9,1% mesmo com uso regular de metformina e empagliflozina. Nega sintomas. Qual é o próximo passo mais adequado?

A) Iniciar sulfonilureia e manter esquema atual
B) Acrescentar insulina basal de ação lenta
C) Substituir empagliflozina por tiazolidinediona
D) Manter tratamento e repetir HbA1c em 6 meses
E) Indicar insulina NPH em esquema intensivo com bolus

A
  1. Gabarito: B – Diagnóstico de diabetes mellitus; resistência insulínica periférica

🧠 Comentário:
Critérios diagnósticos de diabetes:
• Glicemia de jejum ≥ 126 mg/dL
• Hemoglobina glicada ≥ 6,5%

O paciente tem 132 mg/dL + 6,6% → diagnóstico confirmado.
A fisiopatologia no DM2 se baseia inicialmente em resistência insulínica, especialmente nos músculos e fígado. A deficiência absoluta só aparece tardiamente.

  1. Gabarito: C – Individualização das metas evita hipoglicemia em idosos frágeis

🧠 Comentário:
Hoje a ADA recomenda individualizar metas de HbA1c:
• < 7% para a maioria dos pacientes
• Mais flexível (< 8%) em idosos, pacientes com comorbidades, risco de hipoglicemia

Reduzir HbA1c previne complicações microvasculares, mas tratamento agressivo sem critério pode causar hipoglicemia grave, principalmente com sulfonilureias ou insulina.

  1. Gabarito: B – Acrescentar insulina basal de ação lenta

🧠 Comentário:
HbA1c de 9,1% com esquema otimizado já com metformina + SGLT2 (empagliflozina) indica falha terapêutica dupla.

Próximo passo:
• Iniciar insulina basal (ex: glargina, degludeca), especialmente com HbA1c > 9% mesmo sem sintomas.

Esquema intensivo (com bolus) seria precoce.
Trocar empagliflozina por glitazona piora custo/benefício e perfil de risco (edema, ICC).
Repetir HbA1c sem mudar conduta atrasaria o controle.

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