Osteoporose Flashcards
(4 cards)
Osteoporose – Conceitos Fundamentais
Perfeito, Caio! Vamos para a explicação completa, didática e aprofundada do slide sobre osteoporose, abordando a epidemiologia, definição, critérios diagnósticos e pontos de atenção, conforme diretrizes da OMS, SBEM, ESCEO, e UpToDate.
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Osteoporose – Conceitos Fundamentais
Epidemiologia e importância clínica
• Cerca de 50% da população com mais de 50 anos apresenta perda de massa óssea.
• 50% têm osteopenia.
• Pelo menos 10% têm osteoporose.
• O grande risco não está na densidade óssea em si, mas sim na fratura por fragilidade.
• Aos 60 anos, o risco de fratura é de cerca de 1 a 2% ao ano.
• Com osteopenia, esse risco sobe para 2–5%.
• Com osteoporose, pode chegar a 15% ao ano.
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Definição
Osteoporose é caracterizada por:
• Baixa massa óssea +
• Alteração da microarquitetura do osso, o que leva a:
• Fragilidade óssea aumentada
• Maior risco de fraturas com traumas mínimos
Essa definição idealmente viria de biópsia óssea, mas como é um exame invasivo e desnecessário para diagnóstico, utiliza-se a definição operacional da OMS, baseada na densitometria óssea (DMO).
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Critérios diagnósticos de osteoporose
Segundo a OMS, temos três formas principais de diagnosticar:
1. Fratura por fragilidade (baixo impacto):
• Exemplo: fratura ao cair da própria altura.
• Mesmo com DMO normal, isso já é diagnóstico de osteoporose clínica.
2. T-score menor ou igual a –2,5:
• Usado em mulheres pós-menopausa e homens acima de 50 anos.
• O T-score compara a DMO do paciente com a de um adulto jovem saudável.
3. Z-score menor que –2,0:
• Usado em pré-menopáusicas e homens abaixo de 50 anos.
• O Z-score compara a DMO do paciente com indivíduos da mesma idade e sexo.
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Cuidado essencial:
Se a pessoa sofre fratura por fragilidade, mesmo com densidade mineral óssea considerada normal ou osteopenia, o diagnóstico ainda é de osteoporose. A fratura prevalece sobre o T-score.
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Se quiser, posso continuar com os próximos slides ou montar um resumo das condutas clínicas na osteoporose, incluindo prevenção, tratamento e seguimento. Deseja isso?
Rastreamento da Osteoporose – Quando e como fazer
Perfeito, Caio! Aqui está a explicação completa, aprofundada e sem tabelas do slide sobre rastreamento da osteoporose, com base nas diretrizes da SBEM, USPSTF, OMS, e UpToDate:
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Rastreamento da Osteoporose – Quando e como fazer
Mulheres pós-menopausa ≥ 65 anos
• Rastreio sempre indicado, mesmo sem fatores de risco adicionais.
• A prevalência de osteoporose nessa população é de cerca de 25%.
• É consenso internacional que o diagnóstico muda o desfecho:
• Permite prevenir fraturas com tratamento precoce.
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Mulheres < 65 anos
• O rastreio é individualizado, baseado em risco clínico.
• Para isso, usa-se a ferramenta FRAX:
• Calcula a probabilidade de fratura osteoporótica maior em 10 anos.
• Dois principais cortes:
• Se o risco de fratura osteoporótica maior ≥ 20%, ou
• Se o risco de fratura de quadril ≥ 3%
→ Rastreio está indicado!
Obs: O quadril é considerado a fratura mais grave (maior impacto funcional e mortalidade).
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Homens > 70 anos
• Ainda é discutível se o rastreio universal em homens muda desfechos clínicos.
• Pode-se aplicar os mesmos critérios do FRAX se houver fatores de risco.
• A prevalência de osteoporose em homens idosos é em torno de 5%.
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Como rastrear?
• Existem diversos métodos:
• DXA (densitometria por absorciometria de dupla energia)
• Tomografia computadorizada (TC)
• Ressonância magnética (RM)
• Ultrassonografia óssea (uso limitado)
• Marcadores séricos de reabsorção óssea
A mais validada e usada na prática clínica é a DXA.
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Regiões avaliadas pela DXA (mais confiáveis e validadas):
• Coluna lombar (L1 a L4)
• Colo do fêmur
Pode-se fazer DXA em outros locais (ex: rádio distal, trocânter), mas essas duas regiões têm os pontos de corte estabelecidos pela OMS e são os parâmetros usados para diagnóstico e seguimento.
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Se quiser, posso agora seguir para o tratamento da osteoporose ou montar um resumo integrativo de todo o conteúdo já revisado. Deseja seguir por onde?
Perfeito, Caio! Vamos para a explicação completa e extremamente didática do slide final sobre interpretação e seguimento da densitometria óssea (DXA), conforme as diretrizes da OMS, ISCD, SBEM e UpToDate.
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Interpretação da DXA – Critérios para diagnóstico
População em que se usa o T-score:
• Mulheres pós-menopausa
• Homens acima de 50 anos
Valores de T-score e significados:
• T > –1,0: normal
• T entre –1,0 e –2,5: osteopenia (baixa massa óssea)
• T ≤ –2,5: osteoporose
Tem que decorar! Esses são os critérios diagnósticos oficiais da OMS.
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E o Z-score? (pré-menopausa, jovens e homens < 50 anos)
• Z-score só compara com pessoas da mesma idade e sexo.
• Se Z-score < –2,0, diz-se que há baixa densidade para a idade, mas isso não define osteoporose!
• Serve para levantar suspeita de doenças secundárias à perda óssea, como:
• Hipogonadismo
• Hiperparatireoidismo
• Uso crônico de corticoide
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Frequência de repetição da densitometria (DXA)
Por que não repetir todo ano?
• Se a DMO estiver normal, leva em média 17 anos para que se altere o suficiente a ponto de mudar conduta.
• Por isso, não faz sentido repetir anualmente sem indicação.
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Sugestão prática de quando repetir:
• Osteopenia moderada (T entre –1,5 e –2,0):
→ Repetir a cada 5 anos
• Osteopenia avançada (T entre –2,0 e –2,5):
→ Repetir anualmente
Essa periodicidade é recomendada pois o risco de progressão para osteoporose ou fratura é maior conforme a perda se aproxima de –2,5.
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Se quiser, Caio, posso agora montar uma revisão geral com os pontos-chave da osteoporose, tudo em tópicos rápidos pra usar como guia antes da prova. Quer isso?
PROFILAXIA – Prevenção da osteoporose
Excelente, Caio! Vamos agora para a explicação completa e aprofundada sobre profilaxia e diagnóstico da osteoporose, fechando o ciclo do conteúdo com base nas diretrizes da SBEM, NOF, ESCEO, e UpToDate.
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PROFILAXIA – Prevenção da osteoporose
Repor cálcio e vitamina D?
• Não há recomendação para suplementar cálcio e vitamina D em pessoas saudáveis com níveis normais desses nutrientes, apenas para evitar osteoporose.
• A suplementação só deve ser feita se houver:
• Deficiência laboratorial documentada
• Diagnóstico de osteoporose ou risco aumentado
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Melhor estratégia preventiva:
• Atuar nos fatores de risco modificáveis, especialmente:
• Tabagismo
• Etilismo
• Sedentarismo
• Baixa massa muscular (sarcopenia)
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Principais fatores de risco (FR):
• Idade avançada
• Fratura prévia (principal preditor de nova fratura!)
• Uso prolongado de corticoides (efeito catabólico no osso)
• Baixo peso corporal e baixa massa muscular
• Histórico familiar de fratura de quadril
• Estilo de vida (tabaco, álcool, sedentarismo)
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DIAGNÓSTICO DA OSTEOPOROSE
Características clínicas:
• A osteoporose é assintomática até que ocorra fratura.
• Por isso, muitas vezes é chamada de “doença silenciosa”.
• Fraturas vertebrais são muito comuns e 2 em cada 3 são assintomáticas.
• Podem ser inferidas pela redução da estatura, mas raramente se investiga ativamente por isso.
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Quando pensar em causas secundárias?
• Em homens com osteoporose, a investigação adicional é obrigatória, pois:
• Osteoporose é menos comum neles.
• A chance de alguma causa secundária (ex: hipogonadismo, mieloma múltiplo, doença renal) é maior.
Nesses casos, faz-se avaliação clínica detalhada, laboratoriais e até exames de imagem.
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Se quiser, posso agora montar um super resumo final com os pontos-chave de tudo que vimos sobre osteoporose — diagnóstico, rastreio, tratamento, seguimento e profilaxia — tudo em tópicos rápidos para revisão antes da prova. Quer que eu organize isso para ti agora?
Tratamento da Osteoporose
Perfeito, Caio! Aqui está a explicação completa, aprofundada e extremamente didática sobre o tratamento da osteoporose, incluindo a lógica por trás das condutas, indicações medicamentosas e condutas de seguimento, com base nas diretrizes da SBEM, ESCEO, NOF (National Osteoporosis Foundation) e UpToDate.
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Tratamento da Osteoporose
Objetivo do tratamento
• O foco não é apenas aumentar a densidade mineral óssea (DMO), mas principalmente:
• Reduzir o risco de fratura.
• Evitar consequências funcionais e mortalidade associadas a fraturas (principalmente quadril e coluna).
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Medidas gerais e de base
• Correção de fatores de risco: parar tabagismo, reduzir etilismo, prevenir quedas.
• Ingesta de cálcio e vitamina D:
• Cálcio: 1.000–1.200 mg/dia
• Vitamina D: 800 UI/dia
• Pode ser por dieta e exposição solar, mas em muitos casos é necessário suplementar.
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Quem tratar?
• Todos os pacientes com diagnóstico de osteoporose.
• Em casos de osteopenia, o tratamento é discutível, podendo ser indicado se houver fratura prévia ou alto risco pelo FRAX.
O FRAX (Fracture Risk Assessment Tool) é uma ferramenta desenvolvida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para estimar o risco de fratura osteoporótica em 10 anos em adultos. Ele combina fatores clínicos de risco com ou sem a densidade mineral óssea (DMO) do colo do fêmur, quando disponível.
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Objetivo do FRAX
Avaliar o risco de fratura por osteoporose para:
• Decidir se o paciente se beneficia de tratamento farmacológico.
• Avaliar pacientes com risco intermediário (ex: T-score entre –1,0 e –2,5).
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Fraturas consideradas
• Fratura de quadril
• Fraturas osteoporóticas maiores: coluna vertebral clínica, quadril, úmero proximal e rádio distal.
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Principais variáveis incluídas no FRAX
1. Idade
2. Sexo
3. Peso e altura (para calcular IMC)
4. Fratura prévia
5. Histórico familiar de fratura de quadril
6. Tabagismo atual
7. Uso de corticosteroides (≥ 3 meses)
8. Artrite reumatoide
9. Osteoporose secundária (ex: DM tipo 1, osteogênese imperfeita, má absorção, doença hepática crônica)
10. Consumo excessivo de álcool (≥ 3 doses por dia)
11. Densidade mineral óssea do colo do fêmur (opcional)
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Interpretação dos resultados
• O FRAX fornece duas estimativas:
• Risco de fratura osteoporótica maior em 10 anos (%)
• Risco de fratura de quadril em 10 anos (%)
A partir desses valores, sociedades médicas como o NOF (National Osteoporosis Foundation) recomendam tratamento se:
• Risco de fratura osteoporótica maior ≥ 20%
• OU risco de fratura de quadril ≥ 3%
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Limitações do FRAX
• Não inclui quedas como fator de risco direto
• Não considera a DMO de outros locais além do colo do fêmur
• Não considera dose cumulativa de corticoide
• Pode subestimar ou superestimar riscos em populações específicas
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Principais medicamentos
BISFOSFONATOS – Primeira escolha
• Ex: Alendronato, risedronato, ibandronato, zoledronato.
• Mecanismo: Inibem a reabsorção óssea, reduzindo o catabolismo ósseo pelos osteoclastos.
• Via oral: Tomar em jejum, com água, e ficar em pé por 30 minutos para evitar esofagite.
• Efeitos colaterais: intolerância GI, dor óssea.
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DENOSUMABE
• Anticorpo monoclonal, subcutâneo a cada 6 meses.
• Bloqueia RANK-L, inibindo ativação de osteoclastos.
• Muito eficaz, mas caro. Cuidado com o “efeito rebote” ao interromper.
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RALOXIFENO
• Modulador seletivo dos receptores de estrogênio.
• Mais usado em mulheres com risco de câncer de mama ou já com histórico.
• Não tem tanto efeito sobre fratura de quadril.
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ROMOSOZUMABE
• Anticorpo que inibe a esclerostina: diminui reabsorção e estimula formação óssea.
• Caríssimo, reservado para casos refratários ou alto risco.
• Usado por até 1 ano, depois retorna-se ao alendronato.
• Mesmo que DMO melhore, a classificação clínica de osteoporose permanece.
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E depois? Seguimento e dúvidas comuns
Repetir a DXA?
• Ainda é controverso.
• Se você não mudaria o tratamento com base na nova DXA, então talvez não precise repetir tão cedo.
• Diretrizes sugerem repetir a cada 2–3 anos, mas isso depende do caso.
Dose dos medicamentos muda?
• Não muda, independentemente da DMO.
• A dose é padrão, mesmo se a osteoporose piorar.
“Curar” a osteoporose?
• Mesmo que a DMO normalize com Romosozumabe, a paciente continua sendo considerada com osteoporose.
• O diagnóstico é para sempre, para fins de prevenção e cuidado.
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Pausar bisfosfonato (“holiday”) – sim ou não?
• Estudos mostram que o uso prolongado pode levar a fraturas atípicas (ex: fêmur subtrocantérico).
• Por isso, há a proposta de fazer “holiday”:
• Após 5 anos de uso oral ou 3 anos de uso IV, interromper por 1–2 anos e reavaliar.
• Mas ainda é tema em discussão. Fraturas atípicas são raras e nem todos concordam com essa conduta.
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Se quiser, posso montar agora um resumo geral de tudo que já vimos sobre osteoporose ou seguir com o próximo tema da aula. O que prefere?