Emergencias Onco Flashcards

(4 cards)

1
Q

Performance Status (PS)

A

Perfeito, Caio! Vamos agora para uma explicação completa, aprofundada e sem pular nenhuma palavra do slide sobre emergências oncológicas, com foco no carcinoma de pequenas células de pulmão e na síndrome da veia cava superior (SVCS). A base são os principais tratados de clínica e oncologia (Harrison’s, UpToDate, INCA, SBOC).

Performance Status (PS)

Performance Status é uma escala funcional que avalia quanto a doença oncológica impacta a capacidade do paciente em realizar atividades da vida diária. É fundamental para decidir tratamento, prognóstico e elegibilidade para quimioterapia ou cuidados paliativos.

Escalas:
• Karnofsky (KPS): vai de 100 (funcionalidade total) até 0 (morte).
• ECOG (Eastern Cooperative Oncology Group): vai de 0 (completamente ativo) até 5 (morte).

PS alto (KPS ≥ 70 ou ECOG 0–1) → paciente elegível para tratamento.
PS baixo → maior morbimortalidade, cuidado paliativo pode ser mais adequado.

Caso Clínico 1: Câncer de Pulmão – Carcinoma de Pequenas Células

Quadro clínico:
• Homem, 56 anos
• Dor torácica e tosse persistente há 1 mês
• Perda de 10 kg em 3 meses
• 2 episódios de hemoptise (raias de sangue no escarro)
• Tabagista, previamente hígido, sem uso de medicamentos
• PS = 0 (funcionalidade preservada)

Exame físico:
• Linfadenomegalia supraclavicular endurecida à direita
• Ausculta pulmonar: murmúrio diminuído em ápice pulmonar direito

Exames complementares:
• Raio-X de tórax: opacidade no lobo superior direito e alargamento do mediastino
• Fibrobroncoscopia: lesão obstrutiva na via aérea direita → coletadas amostras
• Biópsia: carcinoma de pequenas células de pulmão (CPCP)

Carcinoma de Pequenas Células de Pulmão (CPCP)

Características:
• Tumor agressivo, fortemente associado ao tabagismo
• Raro em não fumantes
• Alta capacidade de metástase precoce, especialmente para sistema nervoso central
• Prognóstico ruim
• Responde bem à quimioterapia inicialmente, mas células adquirem resistência muito rápida, o que leva à recaída e morte.

Classificação:
• Doença limitada (restrita ao campo de radioterapia): incurável, mas com sobrevida mediana de 20 meses
• Doença extensa (metastática): maioria dos casos, sobrevida mediana é de 12 meses
• Metástases mais comuns: SNC, fígado, ossos, adrenal

Tratamento:
• Quimioterapia sistêmica (ex: cisplatina + etoposídeo) → alta resposta inicial
• Radioterapia profilática craniana pode ser indicada para prevenir metástases no SNC
• O principal desafio é a rápida resistência tumoral ao tratamento

Síndrome da Veia Cava Superior (SVCS)

Situação do caso:

O mesmo paciente volta à emergência com:
• Tosse intensa e dispneia, que piora ao deitar
• Edema de face e pescoço
• Turgência jugular
• Circulação colateral no tórax
• Hiperemia facial

Fisiopatologia:
• Obstrução do fluxo venoso no território da veia cava superior
• Pode ser causada por:
• Compressão extrínseca (ex: massa tumoral mediastinal)
• Invasão direta
• Trombose tumoral ou por cateter

Diagnóstico:
• Clínico, auxiliado por imagem (Rx, tomografia de tórax)
• Raio-X geralmente mostra alargamento mediastinal
• Em tumores de pulmão (como neste caso), o mediastino pode conter massa compressiva

Tratamento:
• Depende da causa:
• Quimioterapia ou radioterapia urgente se tumor for sensível
• Anticoagulação se trombose
• Corticoides podem ser usados para reduzir edema inflamatório

Se quiser, posso montar um resumo geral das principais emergências oncológicas para completar o tema, como hipercalcemia maligna, síndrome de lise tumoral e compressão medular. Deseja isso agora?

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Q

CASO CLÍNICO 2 – Câncer de mama triplo negativo

A

Perfeito, Caio! Vamos agora com a explicação aprofundada e completa do slide sobre o caso clínico 2 (câncer de mama triplo negativo) e a emergência oncológica neutropenia febril. Tudo baseado nos consensos do Instituto Nacional de Câncer (INCA), SBOC, UpToDate e principais guidelines de oncologia.

CASO CLÍNICO 2 – Câncer de mama triplo negativo

Resumo clínico:
• Mulher de 67 anos, agricultora.
• Diagnóstico de carcinoma ductal invasor da mama direita.
• Subtipo triplo negativo.
• Comorbidades: hipertensão e diabetes mellitus.
• Forte histórico familiar: mãe e irmão com câncer de mama.
• Exame físico: conglomerado linfonodal axilar à direita.

Triplo negativo – o que significa?
• É um subtipo de câncer de mama que não expressa receptores de estrogênio, progesterona, nem HER2.
• Por isso, não responde a terapia hormonal (ex: tamoxifeno) nem a anti-HER2 (trastuzumabe).
• Tem forte associação com síndromes genéticas hereditárias, especialmente mutação BRCA1 e BRCA2.
• Aparece mais em mulheres jovens, tem comportamento muito agressivo e alta taxa de recidiva.

Estadiamento
• Serve para investigar se há metástases (pulmão, fígado, osso, cérebro…).
• O melhor exame para estadiar câncer de mama é o PET-CT, pois detecta células que hipercaptam glicose.
• Importante: o encéfalo já consome muita glicose naturalmente, por isso PET não é bom para ver SNC.
• No caso, a paciente tem doença localmente avançada: não há metástases em exames, mas há massa grande com linfonodos fixos.
• Alto risco de recidiva por provável presença de micrometástases (não visíveis nos exames de imagem).

Tratamento
• Objetivo: eliminar células visíveis e invisíveis (micrometástases).
• Estratégia: quimioterapia neoadjuvante (feita antes da cirurgia para reduzir o volume tumoral).
• Usa-se a chamada quimioterapia vermelha, devido à cor do fármaco (doxorrubicina, por exemplo).
• Depois da quimio: cirurgia e possível radioterapia adjuvante.

NEUTROPENIA FEBRIL – Emergência oncológica

Contexto:
• 10 dias após o início da quimioterapia, a paciente apresenta:
• Febre de 38,5 ºC
• Hipotensão, taquicardia
• Saturação de oxigênio de 78%
• Necessidade de intubação
• Derrame pleural e consolidações pulmonares

Fisiopatologia:
• A quimioterapia citotóxica atinge células de alta taxa de renovação, como:
• Células sanguíneas (neutrófilos, plaquetas)
• Mucosa intestinal e bucal
• Isso provoca neutropenia grave, que aumenta o risco de infecções graves por bactérias.
• A queda dos leucócitos costuma ocorrer entre o 7º e 14º dia do ciclo quimioterápico.

Diagnóstico
• Neutropenia febril é definida por:
• Contagem de neutrófilos abaixo de 1.000/mm³
• E febre ≥ 38,3 ºC isolada, ou temperatura ≥ 37,8 ºC por mais de 1 hora

Clínica
• Paciente com quimioterapia e febre deve ser considerado séptico até que se prove o contrário.
• Infecções graves por bactérias são comuns porque o paciente não tem defesa neutrofílica.
• Lesões cutâneas atípicas, abscessos ou foco pulmonar no RX são sinais de gravidade.

Classificação de risco – MASCC
• Escore que ajuda a decidir se o paciente pode ser tratado ambulatorialmente ou se precisa de internação imediata.

Tratamento
• Antibióticos de amplo espectro o mais rápido possível (idealmente na primeira hora).
• Após o episódio, utilizar fatores estimuladores de colônias nos próximos ciclos de quimio (ex: filgrastim):
• Estimulam a medula óssea a repor as células da série branca.
• Sempre pensar em possíveis focos ocultos de infecção, como cateteres venosos, mucosite, pele.

Se quiser, posso agora fazer um resumo das principais emergências oncológicas para tua revisão geral. Quer que eu te mande isso agora?

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Q

CASO CLÍNICO 3 – Câncer de próstata com metástase óssea

A

Perfeito, Caio! Vamos fechar esse bloco com a explicação completa e aprofundada do slide sobre os casos clínicos 3 e 4, além da compressão medular e da síndrome da lise tumoral, dois dos temas mais clássicos e importantes das emergências oncológicas.

Na medicina, PSA significa Antígeno Prostático Específico (Prostate-Specific Antigen). É uma glicoproteína produzida pelas células epiteliais da próstata, tanto benignas quanto malignas, e é usada como marcador tumoral principalmente para o câncer de próstata.

  1. Função fisiológica do PSA
    • O PSA é secretado no sêmen e tem como função principal liquefazer o fluido seminal, facilitando a motilidade dos espermatozoides.
  2. PSA no sangue
    • Em condições normais, apenas pequenas quantidades de PSA circulam no sangue.
    • Quando há danos às células prostáticas (como em inflamação, hiperplasia ou câncer), os níveis de PSA aumentam.
  3. Usos clínicos do PSA
    • Triagem (screening) do câncer de próstata (controverso; ver abaixo).
    • Diagnóstico complementar junto com toque retal, biópsia e exames de imagem.
    • Monitoramento da resposta ao tratamento do câncer de próstata.
    • Detecção de recidiva após prostatectomia ou radioterapia.
  4. Valores de referência
    • Varia de acordo com a idade e o laboratório, mas geralmente:
    • < 4 ng/mL é considerado normal.
    • 4–10 ng/mL é uma “zona cinzenta” (pode ser benigno ou maligno).
    • > 10 ng/mL aumenta significativamente a chance de câncer.

Obs: níveis elevados também podem ocorrer em:
• Hiperplasia prostática benigna (HPB)
• Prostatite
• Trauma prostático (exame de toque, ejaculação recente, biópsia)

CASO CLÍNICO 3 – Câncer de próstata com metástase óssea

Quadro clínico:
• Homem, 72 anos, consulta de rotina com urologista.
• Ao toque retal: nódulo endurecido → PSA = 36.
• Diagnóstico: adenocarcinoma de próstata.
• Tratamento inicial: radioterapia (RTX) + bloqueio hormonal.

Informações importantes:
• Câncer de próstata é o mais comum em homens.
• Tumor altamente dependente de testosterona, que atua ativando os receptores androgênicos nas células tumorais.

Bloqueio hormonal
• Também chamado de castração química ou cirúrgica.
• Suprime a produção ou ação da testosterona.
• Meta: reduzir testosterona para < 50 ng/dL, causando regressão do tumor.
• Pode ser feito com:
• Análogos/antagonistas de GnRH (ex: leuprolida)
• Orquiectomia bilateral

Evolução do caso
• Após 2 anos, o paciente retorna com:
• Dor lombar e PSA = 48.
• Forte suspeita de recidiva com metástases ósseas, que ocorrem em até 90% dos casos.
• Exame indicado: cintilografia óssea.

Compressão medular – Emergência oncológica

Fisiopatologia:
• Tumores ou colapso de vértebras invadem o canal medular.
• Compressão direta → dor + sintomas neurológicos (ex: perda de força, parestesias, retenção urinária).

Diagnóstico e conduta:
• Urgência neurológica absoluta: deve ser tratada em até 24–48h para evitar dano neurológico irreversível (paraplegia, incontinência).
• Ressonância magnética é o exame de escolha.
• Quando a medula aparece “branca” e não há LCR (que aparece escuro), é sinal de compressão.

Clínica depende do dermátomo acometido (ex: T12 → perda motora nas pernas).

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Q

CASO CLÍNICO 4 – Linfoma não Hodgkin

A

CASO CLÍNICO 4 – Linfoma não Hodgkin

Quadro clínico:
• Homem, 28 anos, com:
• Emagrecimento
• Sudorese noturna
• Dor no tórax
• Linfadenomegalias difusas
• PET-CT: captação aumentada em todas as cadeias.
• Biópsia cervical → linfoma não Hodgkin.

Tratamento:
• O linfoma é muito responsivo à quimioterapia, especialmente os de alto grau (agressivos).
• Pode evoluir com remissão completa se tratado corretamente.

Síndrome da Lise Tumoral – Emergência metabólica

Fisiopatologia:
• Ocorre em tumores muito responsivos à quimio e com grande massa tumoral (ex: leucemias, linfomas agressivos).
• Após início da quimio, há quebra celular maciça → liberação no sangue de:
• Potássio (hipercalemia)
• Fosfato
• Ácido úrico
• LDH
• Nucleotídeos

→ Isso leva a distúrbios hidroeletrolíticos graves, arritmias, insuficiência renal aguda (LRA), acidose metabólica.

Clínica:
• Náuseas, vômitos, cãibras, letargia, palpitações
• ECG pode mostrar fibrilação atrial ou alterações por hipercalemia

Fatores de risco:
• Doença volumosa
• Leucemia ou linfoma
• Disfunção renal pré-existente

Diagnóstico:
• Feito com base em:
• Pelo menos 2 alterações laboratoriais (hiperuricemia, hipercalemia, hipocalcemia, hiperfosfatemia)
• E/ou clínica associada (arritmias, LRA)

Profilaxia e tratamento:
• Hidratação vigorosa
• Alopurinol para reduzir ácido úrico (pode-se usar rasburicase nos casos graves)
• Monitoramento rigoroso das funções renal e eletrolítica

Se quiser, posso montar agora uma revisão geral das emergências oncológicas com os principais tópicos que mais caem em prova. Deseja isso?

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