Distúrbios da hemostasia e trombose Flashcards

(76 cards)

1
Q

Nas vasculites ocorre alteração nos níveis das plaquetas?

A

Não

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2
Q

Quem faz parte da hemostasia primária?

A

Plaquetas (VR: 150-450 mil)

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3
Q

O sangramento por distúrbio da hemostasia primária ocorre como?

A

Em pele e mucosas

Sangramento precoce e espontâneo

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4
Q

Como avaliar a hemostasia primária de forma funcional?

A

Tempo de sangramento (TS): 3-7min (avalia a função das plaquetas, se a plaquetometria estiver normal, se estiver reduzida não tem como avaliar a função)

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5
Q

Quem faz parte da hemostasia secundária?

A

Fatores de coagulação (normalmente formados pelo fígado)

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6
Q

Como agem os fatores de coagulação?

A

Vários fatores, amplificando vários outros para formar a rede de fibrina de forma rápida

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7
Q

Como ocorre o sangramento por distúrbio da hemostasia secundária?

A

Sangramentos característicamente mais profundos
Músculos e articulações (podem ocorrer ocasionalmente superficiais também)
Para e volta a sangrar

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8
Q

Como avaliar laboratorialmente as vias de coagulação?

A

Via extrínseca: TAP < 10s; INR < 1,5 (Taxa normatizada internacional para evitar mudanças de kits)

Via intrínseca (“tem 3x mais fatores”, mais lenta): PTTa < 30s; Paciente/controle < 1,5

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9
Q

O que ocorre na fase de reparo tecidual (“3ª fase”)?

A

Plasmina -> leva a fibrinólise
Liberação de produtos de degradação da fibrina
(D-dímero)

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10
Q

Quais as possibilidades de alterações da hemostasia primária?

A

Disfunção plaquetária

Trombocitopenia (mais comum)

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11
Q

Quais as principais causas de trombocitopenia?

A

Aumento da destruição (mais comum)
Diminuição da produção
Sequestro (sequestro esplênico)
Dilucional (hemotransfusões maciças, grandes aportes volêmicos…)

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12
Q

Como são conhecidas as trombocitopenias mais comuns?

A

São conhecidas como Púrpuras (imune x trombótica) - por ser a manifestação clínica mais frequente

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13
Q

O que é a PTI (púrpura trombocitopênica imune)?

A

Anticorpos contra as plaquetas

Os anticorpos opsonizam as plaquetas e os macrófagos destroem elas no baço

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14
Q

Qual a clínica da PTI idiopática? E quais as apresentações principais conforme a faixa etária?

A

Infecção respiratória < 4 semanas
Criança: aguda e autolimitada
Mulher (20-40a): crônica e recorrente

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15
Q

O que é a síndrome de Evans?

A

É uma anemia com plaquetopenia imune

LES pode gerar essa condição

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16
Q

Quais as principais doenças associadas à PTI secundária?

A

Secundária ao HIV, LES, LLC, heparina (principal droga relacionada à plaquetopenia)

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17
Q

Como fazer diagnóstico de PTI?

A

Plaquetopenia e mais nada (equimose, purpura, petéquias….. e mais NADA)
Casos duvidosos: aspirados de medula (hiperplasia dos megacariócitos - medula aumentando a produção)

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18
Q

Qual o tratamento da PTI?

A

Diminuir a resposta imune: corticoide VO (1-2mg/kg/dia - dose imunossupressora)

Imunoglobulina polivalente (IGIV)

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19
Q

Quando é indicado o uso de corticoide e quando é indicado o uso de IGIV na PTI?

A

Corticoide:
Sangramento ativo ou plaquetas <20.000-30.000
*na criança, que costuma ser uma forma aguda e autolimitada: < 10.000

IGIV: sangramento grave (SNC, gastrointestinal…)

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20
Q

Quais as outras alternativas em sangramentos graves na PTI que não melhoram com IGIV?

A
Corticoide IV (pulsoterapia)
Fator 7a
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21
Q

Quais as possibilidades de tratamento para PTI crônica refratária?

A

Rituximabe

Esplenectomia

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22
Q

Tem alguma indicação de uso de transfusão de plaquetas na PTI?

A

Não é conduta de rotina, pois elas vão ser destruídas.

Somente é usado em sangramento MUITO grave, risco de morte iminente, situações extremas

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23
Q

O que é a púrpura trombocitopênica trombótica (PTT)?

A

Deficiência da ADAMTS 13 e formação de fator de von Willebrand (FvWB) gigantes gerando uma microangiopatia trombótica

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24
Q

Qual a clínica da PTT?

A

Quadro muito grave
Mais comum em mulheres
dor abdominal
+
P laquetopenia
E squizócitos (hemólise) - o trombo é um obstáculo na circulação e as hemácias “batem” e se fragmentam
N eurológicas (pode ser RNC, coma, convulsões, cefaleia…)
T emperatura elevada (mediadores inflamatórios)
A núria

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25
Como surge a PTT?
Pode ser congênita congênita, em que a pessoa já nasce sem a ADAMTS 13, mas a maioria é de origem imune com anticorpos que inibem a função da ADAMTS 13
26
Qual o tratamento da PTT?
Plasmaférese (pois ser um quadro muito grave, precisa rapidamente lavar esses anticorpos da circulação) NÃO REPOR PLAQUETAS (pois alimentam o trombo e pioram o paciente)
27
O que é a síndrome hemolítica urêmica (SHU)?
Algumas bactérias, mais comumente a E. coli O157:H7 leva a produção de algumas toxinas como a Shigatoxina, levando a lesão endotelial e dessa lesão endotelial nasce um trombo, geralmente em pequenos vasos levando a microangiopatia trombótica
28
Qual a clínica da SHU?
``` "irmã da PTT" Criança (geralmente) + S angramento (pela plaquetopenia) H emólise Uremia (insuficiência renal) ```
29
Qual o tratamento da SHU?
Não fazer ATB (pois a doença é causada pela toxina, se fizer ATB pode "irritar" a bactéria e gerar mais toxina) Suporte clínico (geralmente evolui sem sequelas)
30
Como ocorre a ativação plaquetária em uma lesão endotelial?
Quando ocorre a lesão endotelial, é exposto um fator tecidual - colágeno. Sangue não pode ver colágeno que as plaquetas são ativadas (foi programada para grudar no colágeno e chamar outras plaquetas) Elas passam por 3 fases: - Adesão (expressa ganchos que vão prender elas e prender no endotélio - glicoproteínas) Glicoproteína Ib expressada na plaqueta a prende no FvWB - Ativação (plaqueta se modifica para ficar "mais charmosa" e atrair mais plaquetas) ADP (via receptor plaquetário P2Y12) Tromboxane A2 - Agregação - "grudam" outras plaquetas Expressam glicoproteína IIb/IIIa (2ª glicoproteína, está na 3ª fase) Se ligam através do fibrinogênio
31
Como é a ação do clopidogrel e do AAS?
Função antiplaquetária AAS: inibidor da COX 2 que inibe o tromboxane A2 e deixa as plaquetas "menos charmosas" e elas se juntam menos Clopidogrel: inibidor do receptor P2Y12 inibindo o ADP
32
Quais as principais doenças hereditárias de disfunção plaquetária?
Deficiências: fator de FvWB, Gp Ib (Bernard-Soulier), Gp IIbIIIa (Glanzmann)
33
Quais as principais doenças adquiridas de disfunção plaquetária?
Uremia | Antiplaquetários
34
Qual é o distúrbio hereditário mais comum da hemostasia?
Doença de von Willebrand
35
O que é a doença de von WB?
Distúrbio hereditário + comum da hemostasia | deficiência no fator de von WB
36
Quais os tipos de doença de vWB?
``` Tipo 1 (80%): deficiência parcial/ exames NORMAIS identificado pela história Tipo 2: qualitativo / TS alargado Tipo 3 (< 5%): redução intensa do fvWB, TS alargado e PTTa alargado ```
37
Por que algum tipo da doença de vWB pode afetar a hemostasia secundária?
Pois ele também atua como estabilizador do fator VIII (ele ajuda o fator VIII agir para não ser rapidamente degradado) Por isso pode ter em alguns casos alargamento do PTTa
38
Como é feito diagnóstico da doença de vWB?
Avaliar a atividade do FvWB Quantitativo (melhor) Ou funcional - mais barato - teste da ristocetina
39
Como é feito o tratamento da doença de vWB?
- Desmopressina (DDAVP) - estimula liberação de fvWB - inicial - Fator 8 - Crioprecipitado (fvWB, fator 8, 13 e fibrinogênio) - pacote básico da coagulação - Plasma fresco congelado (todos os fatores - não é o melhor - tiro de canhão) - anti-fibrinolíticos (ac. tranexâmico)
40
Quais as vias da hemostasia secundária?
Via extrínseca (TAP - tá por fora) - via fisiológica, mais rápica Via intrínseca (KPTT)
41
Como funciona a via extrínseca?
Fator tecidual (7)
42
Como funciona a via intrínseca?
"tem 3x mais fatores" | 8, 9 e 11
43
Quais alterações nos exames ocorrem com alteração da via comum? E quais os fatores envolvidos?
TAP e KPTT Fator X e V (sua metade) Ativam a protrombina (2) e transformam em trombina Ativam o fibrinogênio (1) para formar a fibrina
44
Qual o fator mais consumido na cascata de coagulação?
Todas as vias consomem fibrinogênio, é o melhor para dosar
45
Qual fator prende a rede de fibrina para ela executar sua função?
Fator 13
46
Qual exame consegue avaliar o fator 13?
TAP e KPTT não conseguem avaliar, pois ele é um fator que vem de fora. Tem que dosar o fator 13 - pensar em pacientes com sangramento e TAP e KPTT normais
47
Quais são os fatores vitamina K dependentes?
2, 7, 9, 10
48
A deficiência de vitamina K é primeiro diagnosticada pela deficiência de qual fator?
O fator 7, pois ele é o que acaba primeiro, pois ter a meia vida mais curta. Altera primeiro o TAP, via extrínseca Com o tempo a intrínseca será afetada também quando acabarem os outros fatores
49
Quais as condições mais frequentes associadas a deficiência de vitamina K?
Colestase, má-absorção intestinal (vitaminas lipossolúveis - KADE)
50
Qual o mecanismo de ação dos cumarínicos (warfarin)?
Ele é um antagonista da vitamina K - monitorizável pelo TAP (INR) Efeito terapêutico: INR 2-3 (anticoagulante)
51
Como reverter intoxicação por cumarínicos?
Pode ser realizada vitamina K - se sangramento ativo ou INR > 5*-10 INR levemente aumentados são somente ajustados pelo ajuste do warfarin Mas pacientes com sangramento muito grave a vitamina K demora a agir, então é usada transfusão de complexo pró-trombínico (fatores 2-7-9-10)9 *opção: fator 7a, plasma fresco (não há nenhuma evidência formal de que fornecer todos os fatores teria alguma melhora efetiva)
52
Quais os tipos de hemofilia?
Hemofilia A ( + comum) Hemofilia B Hemofilia C
53
Quais as características da hemofilia A?
Deficiência de fator 8 | Ligada ao X (homem) ou adquirida (LES - por produção de anticorpo anti-fator 8)
54
Qual a clínica da hemofilia A?
3H's Hemorragia Hematoma (musculares, sangramentos articulares) Hemartrose
55
Como diagnosticar a hemofilia A e qual o tratamento?
Aumento do PTTa - deficiência do fator 8 | Tratamento: repor o fator
56
Como age a heparina?
Potencializa a antitrombina 3 (anticoagulante endógeno - potencializa em até 100x)
57
Quais os tipos de heparina?
HNF (não-fracionada) | Heparina de baixo peso molecular (enoxaparina)
58
Quais as características da heparina não fracionada?
Efeito não é tão previsível Monitorizar com o PTTa Antídoto: protamina * é boa para pacientes com risco de sangramento, pois tem antídoto
59
Quais as características da heparina de baixo peso molecular?
EnoXaparina Ligada ao fator Xa Efeito mais previsível - efeito mais específico Monitorização com a atividade do fator Xa (não é rotina) Protamina (ação parcial)
60
Quais os fatores associados a via comum?
10, 5, 2 (fibrinogênio), 1 (fibrina)
61
Quais medicações atuam inibindo o fator Xa (seletivas)?
Fondaparinux, rivaroxaban, apixaban (NOACs)
62
Quais as medicações atuam inibindo a trombina?
Argatroban, dabigatran
63
Em que ocasiões ocorre a CIVD?
Sepse grave, DPP, neoplasia
64
Qual a fisiopatologia da CIVD?
Na coagulação intravascular disseminada um coágulo passa a consumir todos os fatores de coagulação
65
Quais as alterações encontradas laboratorialmente na CIVD?
Hemólise + queda das plaquetas + aumento do TAP, KPTT e queda do fibrinogênio
66
Quais as apresentações da CIVD?
Aguda: hemorragia (pelo consumo dos fatores de coagulação) | Crônica: trombose de repetição pelos microtrombos na periferia
67
Como é feito o tratamento na CIVD?
Suporte | Em casos de trombose: anticoagulação
68
A doença hepática acaba com quais fatores de coagulação?
Acaba com todos os fatores, inclusive da via comum
69
O que é a trombocitopenia induzida por heparina? (HIT)
Heparina + trombose A heparina induz a formação de anticorpos que se ligam às plaquetas e elas podem cair um pouco Plaquetas possuem um fator 4 plaquetário e quando as plaquetas são ativadas podem expressar esse fator 4 plaquetário Assim formam-se anticorpos contra o complexo plaqueta + fator 4 plaquetário (PF4) Opsonizam as plaquetas que são destruídas mas também ficam muito atraentes estimulando a trombose
70
O que é o score 4T na trombocitopenia induzida por heparina?
T empo: 5-10 dias de uso da heparina (pode ocorrer tanto na HNF e HBPM - mas maior risco na HNF) - qualquer dose pode manifestar, tanto a profilática mais terapêutica T rombocitopenia (2 critérios) - não grave > 20.000 - sem outra causa T rombos (até 50% dos casos)
71
Qual o tratamento da trombocitopenia induzida por heparina (HIT)?
Suspender heparina! - Trocar por inibidor de trombina ou inibidor de fator Xa (Não usar warfarin pois demora para agir e em alguns casos raros pode favorecer a trombose)
72
Qual a tríade de Virchow?
Estase Lesão endotelial Hipercoagulabilidade
73
Quais territórios podem ocorrer trombose?
Venoso (mais comum) x arterial
74
O que são trombofilias?
São doenças em que o paciente fica mais predisposto a formar trombos
75
Quais os tipos de trombofilias?
Hereditária: - fator V de Leiden (mais comum - fator V muito resistente, que favorece muito a trombose) - mutação no gene da protrombina - deficiência de proteína C e S (anticoagulantes endógenos) - hiperhomocisteínemia Adquirida: Câncer, gestação, síndrome nefrótica, doenças inflamatórias intestinais - SAF (s. do anticorpo antifosfolipídeo) (LES, TVP, AVE, história obstétrica)
76
Quais anticorpos pesquisar na investigação de SAF?
Anticoagulante lúpico Anticardiolipina Anti-beta-2 glicoproteína I