HPV Flashcards

(132 cards)

1
Q

Qual é a estrutura do HPV?

A

Vírus pequeno, não envelopado, cápside icosaédrica composta pelas proteínas L1 e L2 que envolvem genoma de DNA fita dupla circular.

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2
Q

Quais são as proteínas estruturais do HPV e suas funções?

A

L1 (principal, forma a cápside e é usada na vacina) e L2 (secundária, auxilia na infectividade).

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3
Q

O que é uma partícula semelhante ao vírus (VLP) usada na vacina do HPV?

A

É uma cápside formada por L1 recombinante, sem DNA viral, que induz resposta imune protetora.

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4
Q

Como o HPV penetra nas células do epitélio?

A

Por microlesões epiteliais; o vírus liga‑se a heparan‑sulfato (HSPGs) na superfície, é endocitado e alcança as células basais.

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5
Q

Qual é a célula-alvo primária do HPV?

A

Células basais (células‑tronco) do epitélio escamoso, onde o vírus estabelece infecção latente.

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6
Q

Por que o ciclo do HPV depende da diferenciação epitelial?

A

Porque a expressão dos genes virais ocorre em etapas conforme a célula infectada progride na diferenciação.

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7
Q

Quais genes virais são expressos nas camadas superficiais do epitélio?

A

L1, L2 e E4 – para montagem da cápside e empacotamento do genoma viral.

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8
Q

Como os novos vírus são liberados para infectar outras células?

A

São liberados junto com a descamação das células epiteliais superficiais que contêm vírus maduros.

Essa estratégia de liberação passiva do HPV — junto com a descamação fisiológica das células epiteliais superficiais — é crucial para evitar a ativação do sistema imune. Ao não causar lise celular ou inflamação, o HPV mantém-se “invisível”, favorecendo infecção persistente e silenciosa. Essa evasão imunológica é um dos pilares que permite a progressão do HPV para lesões precursoras e, eventualmente, câncer.

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9
Q

Qual a função dos genes E6 e E7 do HPV de alto risco?

A

Inativam p53 e pRb, respectivamente, promovendo proliferação celular e risco de transformação maligna.

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10
Q

Qual a relação entre a persistência do HPV e câncer?

A

A infecção persistente por tipos oncogênicos pode levar à inativação de genes supressores de tumor e indução da carcinogênese.

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11
Q

O que ocorre com a maioria das infecções por HPV, mesmo as causadas por genótipos carcinogênicos?

A

Elas se resolvem espontaneamente em até 12 meses, sem causar lesões permanentes.

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12
Q

O que indica uma infecção por HPV que persiste por mais de 12 meses?

A

Maior risco de progressão para lesões pré-cancerosas ou câncer, embora nem toda infecção persistente progrida.

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13
Q

Quanto tempo após o início da vida sexual, em média, surgem lesões cervicais pré-cancerosas detectadas citologicamente?

A

Aproximadamente 10 anos após a idade média da primeira relação sexual.

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14
Q

O HPV pode entrar em latência? Qual a relevância disso?

A

Sim. Pode permanecer inativo e, em alguns casos, ser reativado, especialmente em imunossuprimidos, mulheres mais velhas ou com história de displasia cervical.

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15
Q

Todos os HPV entram em latência e têm risco de reativação cancerígena?

A

Não se sabe se todos os tipos entram em latência nem se toda reativação representa risco oncológico.

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16
Q

Quais HPV são associados a verrugas cutâneas?

A

HPV 1, 2, 3, 4, 7 e 10 – associados a verrugas plantares, comuns, planas e ‘butcher’s warts’.

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17
Q

Quais HPV são responsáveis pelas verrugas genitais (condiloma acuminado)?

A

HPV 6 e 11 – são tipos de baixo risco, não oncogênicos.

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18
Q

Quais HPV são considerados de alto risco oncogênico?

A

Cerca de 15 tipos, sendo o HPV 16 o mais comum e o de maior risco para progressão a câncer.

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19
Q

Quais locais podem ser infectados por HPV oncogênico além do colo uterino?

A

Vagina, vulva, ânus, pênis, orofaringe (HPV 16), e mucosa respiratória (em crianças com tipos 6 e 11).

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20
Q

Por que a infecção por HPV pode ocorrer mesmo após histerectomia?

A

Porque o vírus pode infectar a mucosa vaginal, mesmo na ausência da zona de transformação cervical.

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21
Q

Quais são os dois principais tipos de HPV de alto risco mais associados ao câncer de colo do útero?

A

HPV 16 e 18.

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22
Q

Qual subtipo de HPV está mais associado ao carcinoma escamoso invasor do colo uterino?

A

HPV 16.

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23
Q

Qual subtipo de HPV está mais associado ao adenocarcinoma endocervical?

A

HPV 18.

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24
Q

Cite quatro outros subtipos de HPV de alto risco, além do 16 e 18.

A

HPV 31, 33, 35 e 45.

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25
Quais são os subtipos de HPV considerados de baixo risco, frequentemente associados a verrugas genitais?
HPV 6 e 11.
26
Por que o HPV 16 é considerado mais oncogênico que os demais?
Porque é o **mais frequente** e possui **alta afinidade por genes supressores de tumor** como **p53 e pRb**, aumentando o risco de transformação maligna.
27
O que diferencia HPV de baixo risco dos de alto risco em termos de integração genômica?
**HPVs de alto risco** tendem a se **integrar ao DNA** da célula hospedeira, enquanto os de ** baixo risco** geralmente permanecem **episomais**.
28
O que significa um HPV ser “oncogênico”?
Significa que ele tem capacidade de causar alterações genéticas na célula hospedeira que favorecem o desenvolvimento de câncer.
29
A infecção por HPV oncogênico é suficiente para causar câncer?
Não. É necessária a persistência da infecção associada a outros fatores cofatores (como imunossupressão, tabagismo, coinfecções).
30
Qual é a importância de classificar os subtipos de HPV em termos de risco?
Essa classificação orienta estratégias de **rastreamento**, **vacinação** e **manejo clínico** das lesões cervicais e outras neoplasias associadas ao HPV.
31
Qual é o exame de rastreamento mais utilizado para detectar lesões precursoras do câncer do colo uterino?
Citologia oncótica (Papanicolau).
32
O que significa NIC I na citologia oncótica?
Neoplasia intraepitelial cervical de grau 1, correspondente à lesão intraepitelial escamosa de baixo grau (LIEBG ou LSIL).
33
O que significam NIC II e III?
Neoplasias intraepiteliais de alto grau, correspondentes a HSIL (lesão intraepitelial escamosa de alto grau).
34
Qual a conduta frente a um resultado de NIC I em paciente imunocompetente com ≥25 anos?
Repetir a citologia em 6 meses.
35
Quando está indicado fazer colposcopia após citologia alterada?
Quando há HSIL, ASC-H, ou persistência de LSIL. ## Footnote Atypical Squamous Cells – cannot exclude HSIL (Células escamosas atípicas – não se pode excluir lesão intraepitelial escamosa de alto grau)
36
Qual é o objetivo principal da citologia oncótica no rastreamento do HPV?
Identificar alterações celulares precursoras do câncer cervical antes da invasão.
37
O que diferencia lesão de baixo grau (LSIL) de lesão de alto grau (HSIL) na citologia?
A LSIL envolve alterações epiteliais leves (geralmente limitadas ao terço inferior), enquanto a HSIL indica alterações mais profundas e risco aumentado de progressão para câncer.
38
Por que a presença de HPV pode não indicar doença ativa?
Porque a maioria das infecções por HPV é transitória e regredirá espontaneamente em até 12 meses, especialmente em mulheres jovens.
39
Qual a conduta frente a NIC I em mulher imunocompetente ≥25 anos?
Repetir citologia em 6 meses.
40
Qual a conduta frente a NIC I persistente após 2 exames consecutivos alterados?
Encaminhar para colposcopia.
41
Qual a conduta em paciente com NIC II ou III na citologia?
Encaminhar para colposcopia com biópsia dirigida.
42
Qual a conduta em caso de colposcopia insatisfatória ou lesão de alto grau em zona de transformação não totalmente visível?
Conização diagnóstica.
43
Qual a conduta frente a citologia com ASC-US (atipias de células escamosas de significado indeterminado)?
Repetir citologia em 6 meses (se ≥25 anos) ou realizar teste de DNA-HPV.
44
Em gestantes com citologia alterada (ex: HSIL), qual o manejo inicial?
Colposcopia. Biópsia apenas se houver suspeita de invasão.
45
Quando está indicada a conização em lesões intraepiteliais?
Em casos de HSIL com colposcopia insatisfatória ou suspeita de invasão. ## Footnote ⚠️ Suspeita de invasão * Vasos atípicos * Ulceração profunda * Irregularidade de contorno * Sangramento ao toque
46
O que fazer se a colposcopia mostrar lesão de aspecto suspeito de invasão?
Realizar biópsia dirigida imediatamente.
47
Qual a conduta em paciente jovem (<25 anos) com NIC I?
Aguardar, pois há alta taxa de regressão espontânea – repetir citologia em 12 meses.
48
Quando a lesão deve ser tratada imediatamente, sem necessidade de repetir exames?
Em casos de NIC III confirmada por biópsia ou lesão invasiva. ## Footnote ⚠️ Suspeita de invasão * Vasos atípicos * Ulceração profunda * Irregularidade de contorno * Sangramento ao toque
49
Quais são os quatro subtipos de HPV incluídos na vacina quadrivalente disponível no SUS?
HPV 6, 11, 16 e 18.
50
A partir de qual idade meninas e meninos devem iniciar a vacinação contra HPV segundo o PNI (2024)?
A partir de 9 anos de idade, para ambos os sexos.
51
Qual é o esquema de doses da vacina contra HPV para meninas e meninos de 9 a 14 anos no SUS?
Duas doses, com intervalo de 6 meses (0 e 6 meses).
52
Qual é a principal contraindicação da vacina contra HPV?
Gravidez.
53
A vacina contra HPV pode ser aplicada em pessoas que já iniciaram a vida sexual?
Sim, embora a eficácia preventiva seja maior em quem ainda não teve exposição ao vírus.
54
A vacina contra HPV pode ser aplicada em pacientes imunossuprimidos?
Sim, é recomendada para pacientes imunossuprimidos (PVHIV, transplantados, oncológicos) de 9 a 45 anos, com três doses (0, 2 e 6 meses), segundo diretrizes do SUS.
55
A vacinação contra HPV está associada à cura de infecções já existentes?
Não. A vacina é profilática, não terapêutica.
56
Por que a vacinação em meninos também é importante?
Reduz a transmissão viral e previne câncer de pênis, ânus e orofaringe.
57
Qual o tipo de vacina usada contra HPV (estrutura)?
É uma **vacina de partículas semelhantes** ao vírus (VLP), produzidas com a **proteína L1** recombinante, **sem DNA viral**.
58
Qual é o principal objetivo da vacinação contra HPV em saúde pública?
Reduzir a incidência de cânceres associados ao HPV e verrugas genitais, por meio da imunização antes da exposição sexual.
59
Qual é o principal tipo histológico de câncer cervical associado ao HPV?
Carcinoma de células escamosas.
60
Qual tipo de HPV está mais associado ao adenocarcinoma endocervical?
HPV 18.
61
Qual é o principal fator de risco para progressão da infecção por HPV para câncer?
Persistência da infecção por subtipos oncogênicos (especialmente HPV 16 e 18).
62
A infecção pelo HPV é suficiente para causar câncer cervical?
Não. A progressão depende da persistência viral e da inativação de genes supressores como p53 e pRb.
63
Quais locais, além do colo do útero, podem desenvolver cânceres associados ao HPV?
Vagina, vulva, pênis, ânus e orofaringe.
64
Qual subtipo de HPV está fortemente associado ao câncer de orofaringe?
HPV 16.
65
O que caracteriza a zona de transformação cervical e por que ela é relevante na infecção por HPV?
É a região entre o epitélio colunar e o escamoso, local mais vulnerável à infecção oncogênica.
66
O câncer cervical pode surgir mesmo após histerectomia? Por quê?
Sim, porque o HPV também pode infectar a mucosa vaginal, especialmente se ainda houver coto vaginal.
67
Quais exames são utilizados para estadiamento do câncer cervical?
Estadiamento clínico: toque vaginal e retal, exame especular, biópsia, colposcopia; exames complementares (ex: cistoscopia, retossigmoidoscopia) quando indicados.
68
Qual o papel da colposcopia no contexto de estadiamento de lesões HPV-induzidas?
Permite a visualização direta da lesão, aplicação de ácido acético e biópsia de áreas suspeitas para diagnóstico e estadiamento.
69
Qual solução é utilizada durante a colposcopia para realce das lesões HPV-induzidas?
Ácido acético a 3–5%.
70
Qual o achado colposcópico clássico após aplicação de ácido acético em área infectada por HPV?
Epitélio acetobranco (pálido, esbranquiçado), indicando possível lesão intraepitelial.
71
Para que serve a colposcopia no contexto da infecção por HPV?
Para localizar e classificar lesões cervicais, orientar biópsias e decidir condutas terapêuticas.
72
Qual solução é usada para o tratamento das verrugas genitais e deve ser diferenciada do ácido acético?
Ácido tricloroacético (ATA) – usado no tratamento, não na colposcopia.
73
Qual a principal indicação da biópsia durante a colposcopia?
Presença de lesões sugestivas de neoplasia (epitélio acetobranco, mosaico, pontilhado, vasos atípicos).
74
O que fazer em caso de colposcopia insatisfatória em paciente com HSIL?
Indicar conização diagnóstica, pois não é possível avaliar a zona de transformação. A biópsia dirigida não é viável nesse cenário, e a conização permite avaliar histologicamente toda a área de risco e excluir invasão.
75
Quais são os métodos físicos possíveis para tratar condilomas acuminados?
Crioterapia, eletrocauterização, ácido tricloroacético, excisão cirúrgica.
76
Quais são os métodos imunomoduladores ou tópicos para tratar verrugas genitais?
Imiquimode, podofilotoxina, sinecatequinas (usados principalmente em consultório).
77
Em gestantes com verrugas genitais, qual o tratamento preferencial?
Ácido tricloroacético (seguro na gravidez).
78
É necessário tratar todas as verrugas genitais?
Não. Lesões assintomáticas, pequenas e sem risco de malignização podem ser apenas acompanhadas, especialmente em pacientes imunocompetentes.
79
Qual evento molecular está associado ao início da transformação maligna em infecções persistentes por HPV de alto risco?
Integração do DNA viral ao genoma da célula hospedeira, levando à superexpressão de E6 e E7.
80
O que ocorre quando o gene E2 do HPV é interrompido pela integração genômica?
Perda do controle sobre E6 e E7, favorecendo a oncogênese.
81
Como a proteína E6 do HPV interfere na apoptose celular?
Promove degradação da p53, impedindo a parada do ciclo e a ativação de genes pró-apoptóticos.
82
Como a proteína E7 do HPV favorece a entrada descontrolada no ciclo celular?
Liga-se à proteína pRb, liberando E2F, que ativa genes necessários à fase S do ciclo celular.
83
Em qual fase do ciclo celular a ação da E7 é especialmente relevante?
Transição da fase G1 para S.
84
Quais são as duas principais proteínas celulares inativadas pelos oncogenes virais do HPV?
p53 (via E6) e pRb (via E7).
85
Em infecções por HPV de baixo risco (ex: 6 e 11), o genoma viral tende a permanecer em qual forma?
Forma episomal (não integrado ao DNA da célula hospedeira).
86
Qual proteína reguladora normalmente bloqueia o fator de transcrição E2F?
pRb (proteína do retinoblastoma).
87
A imortalização celular causada pelo HPV depende de quais alterações moleculares?
Supressão da apoptose (via E6) e perda de controle do ciclo celular (via E7).
88
Qual o papel dos fatores E2F no ciclo celular, e como o HPV interfere nisso?
E2F ativa genes da fase S; E7 do HPV libera E2F ao inativar pRb.
89
Em uma biópsia classificada como CIN 2, qual o papel da coloração imunohistoquímica para p16?
Se p16 for positivo, a lesão deve ser considerada de alto grau (CIN 3); se negativo, é classificada como baixo grau (CIN 1).
90
Qual a principal utilidade da coloração p16 em casos de metaplasia escamosa imatura?
Evitar o diagnóstico falso-positivo de HSIL, pois metaplasia imatura pode mimetizar lesões de alto grau.
91
Quando o teste duplo p16/Ki-67 é indicado na citologia?
Quando há achados citológicos intermediários ou discordantes, para definir a necessidade de colposcopia.
92
Qual a vantagem do teste p16/Ki-67 em relação à citologia convencional?
Maior sensibilidade e especificidade não inferior na detecção de lesões intraepiteliais de alto grau.
93
A coloração positiva para p16 em biópsia de vulva ou ânus tem o mesmo significado que no colo uterino?
Sim. p16 positivo em biópsias anogenitais também indica lesão de alto grau associada ao HPV.
94
O teste p16/Ki-67 é considerado método de triagem primária para HPV?
Não. Ele é um teste auxiliar, utilizado junto com citologia ou HPV-DNA para definir condutas.
95
O teste p16/Ki-67 é aprovado para uso clínico nos EUA?
Sim, é aprovado pela FDA para rastreamento de lesões cervicais.
96
O que significa a coexpressão de p16 e Ki-67 na mesma célula?
Uma célula com proliferação ativa (Ki-67) e alteração de checkpoint (p16) → indicativa de lesão HPV-induzida de alto grau.
97
O teste de p16 sozinho é suficiente para decisão clínica em todas as biópsias de CIN 2?
Não. Ele ajuda na classificação, mas deve ser interpretado no contexto histológico completo.
98
Qual é a lógica fisiopatológica por trás da associação entre E7 → pRb → p16?
A perda de função de pRb desinibe E2F e ativa vias compensatórias, entre elas, a hiperexpressão de p16, como tentativa celular de conter a progressão.
99
O que é disceratose e qual sua importância diagnóstica na citologia?
Queratinização anormal de células escamosas, indicativa de maturação epitelial desorganizada; pode estar presente em LSIL ou HSIL.
100
101
Qual é a região mais vulnerável à infecção pelo HPV no colo uterino e por quê?
A** junção escamocolunar (JEC)**, localizada na zona de **transformação do colo uterino**, é a região mais vulnerável à infecção pelo HPV. Isso ocorre porque ali há intensa proliferação celular, presença de **células metaplásicas imaturas e maior suscetibilidade à integração do DNA viral**, fatores que favorecem a infecção persistente e a transformação neoplásica.
102
Quais são os desfechos possíveis da colposcopia em gestantes com citologia alterada e como conduzi-los?
* Normal/satisfatória sem invasão → repetir colposcopia trimestral. * Suspeita de invasão → fazer biópsia imediata. * Insatisfatória → avaliar necessidade de biópsia ou seguimento intensivo. * NIC II/III confirmado → acompanhar até o parto; tratar no puerpério.
103
O que significa ASC-US no exame citopatológico?
**Células escamosas atípicas de significado indeterminado**; alterações discretas que *não permitem diagnóstico* conclusivo de lesão.
104
Qual a conduta diante de ASC-US em mulher com menos de 30 anos?
Repetir o exame em ** 12 meses**. Se normal, retornar à rotina após 2 exames anuais normais.
105
Qual a conduta diante de ASC-US em mulher com 30 anos ou mais?
Repetir o exame em 6 meses. Se persistir alteração, encaminhar para colposcopia.
106
O que significa ASC-H?
Células escamosas atípicas sem poder excluir lesão de alto grau (HSIL); exige colposcopia imediata.
107
Qual a conduta diante de ASC-H, independentemente da idade?
Encaminhar para colposcopia imediata.
108
O que significa LSIL?
Lesão intraepitelial escamosa de baixo grau, compatível com NIC I.
109
Qual a conduta frente a LSIL em mulher de 25 a 29 anos?
Repetir a citologia em 6 meses.
110
Qual a conduta frente a LSIL em mulher com 30 anos ou mais?
Encaminhar para colposcopia imediata.
111
O que significa HSIL?
Lesão intraepitelial escamosa de alto grau (NIC II ou III); risco alto de progressão.
112
Qual a conduta diante de HSIL em qualquer idade?
Colposcopia imediata + biópsia se indicado.
113
O que significa AGC no laudo de Papanicolau?
Células glandulares atípicas; pode indicar lesão endocervical ou endometrial.
114
Qual a conduta diante de AGC ou AIS?
Encaminhar para colposcopia com avaliação endocervical; investigar endométrio se necessário.
115
Em que idade começa o rastreamento com Papanicolau no Brasil?
Aos 25 anos, se já tiver iniciado atividade sexual.
116
Quando o rastreamento com Papanicolau pode ser encerrado?
Aos 64 anos, se houver dois exames negativos nos últimos 5 anos.
117
Qual o intervalo recomendado entre exames citopatológicos no SUS?
A cada 3 anos, após 2 exames anuais normais consecutivos.
118
A vacina contra HPV pode substituir o Papanicolau?
❌ Não. Mesmo vacinadas, as mulheres devem seguir o rastreio regular.
119
Para quem a vacina quadrivalente contra HPV é indicada no SUS?
Meninas e meninos de 9 a 14 anos; imunossuprimidos até 45 anos.
120
Quais são os tipos de HPV cobertos pela vacina quadrivalente?
Tipos 6, 11, 16 e 18 — previne verrugas genitais e cânceres anogenitais e orofaríngeos.
121
Qual o esquema de doses da vacina HPV no calendário regular?
2 doses (0 e 6 meses) para imunocompetentes de 9 a 14 anos.
122
Quem recebe 3 doses da vacina contra HPV no SUS?
Pessoas imunossuprimidas (HIV, transplantadas, oncológicas) de 9 a 45 anos.
123
Quais tipos de HPV de alto risco oncogênico são mais comuns?
HPV 16 e 18, responsáveis por cerca de 70 % dos cânceres cervicais; outros de alto risco incluem 31, 33, 45, 52 e 58.
124
Quais tipos de HPV de baixo risco estão associados às verrugas genitais?
HPV 6 e 11, causam aproximadamente 90 % dos condilomas acuminados.
125
Como a persistência do HPV leva à carcinogênese cervical?
Integração do DNA de HPV de alto risco no genoma da célula hospedeira → expressão de E6 (degrada p53) e E7 (inativa pRb) → instabilidade genômica → progressão de NIC I para NIC III e carcinoma invasor.
126
O que significa LSIL no laudo citopatológico?
Low‑grade Squamous Intraepithelial Lesion: lesão intraepitelial escamosa de baixo grau, correspondente à NIC I.
127
Qual a conduta recomendada pelo MS para LSIL em mulheres com 30 anos ou mais?
Encaminhar para colposcopia imediata.
128
Qual o esquema de doses da vacina HPV no SUS para imunocompetentes?
Duas doses (0 e 6 meses) para meninos e meninas de 9 a 14 anos.
129
A vacinação contra HPV substitui o exame de Papanicolau?
Não. O rastreio citopatológico permanece necessário porque a vacina não cobre todos os tipos oncogênicos e não trata infecções pré‑existentes.
130
Quais são as oncoproteínas do HPV de alto risco e seus alvos?
E6 liga‑se a p53 promovendo sua degradação; E7 liga‑se a pRb liberando E2F e estimulando proliferação celular.
131
Qual é o método de prevenção secundária do câncer de colo do útero no Brasil?
Citologia cervical (exame de Papanicolau) a cada 3 anos após dois exames anuais negativos, em mulheres de 25 a 64 anos.
132
Quais lesões citológicas caracterizam HSIL?
Lesão intraepitelial escamosa de alto grau, correspondente a NIC II ou III, com discariose acentuada, alto rácio núcleo‑citoplasma e perda da maturação em mais de dois terços do epitélio.