Penal - Princípios Flashcards

(96 cards)

1
Q

Qual o conceito do princípio da fragmentariedade do Direito Penal?

A

O Direito Penal não deve atuar em toda e qualquer situação, mas apenas para proteger os valores mais importantes e imprescindíveis ao convívio social, reservando a tutela mais efetiva para situações de maior gravidade[cite: 6, 9, 10].

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2
Q

Qual a relação do princípio da fragmentariedade com a legalidade estrita e a intervenção mínima?

A

Ele está intimamente relacionado a esses princípios, indicando que a atuação do Direito Penal deve ser seletiva e restrita aos casos de maior relevância[cite: 5, 19].

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3
Q

Todo ilícito penal é também um ilícito em outros ramos do direito? E a recíproca?

A

Sim, todo ilícito penal será um ilícito em outros ramos do direito (ex: civil ou administrativo). No entanto, nem todo ilícito civil ou administrativo é um ilícito penal (a recíproca não é verdadeira)[cite: 18, 23].

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4
Q

O que é o princípio da anterioridade da lei penal?

A

Não há crime sem lei anterior que o defina, e a lei penal só produz efeitos a partir de sua entrada em vigor (vigência)[cite: 28, 31, 393].

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5
Q

O que é a “vacatio legis” da lei penal?

A

É o intervalo de tempo entre a publicação da lei e sua entrada em vigor. Durante a vacatio legis, a lei penal não produz efeitos e não pode ser aplicada aos fatos praticados nesse período[cite: 32, 35, 64].

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6
Q

Qual o prazo geral da “vacatio legis” no Brasil, se a lei não dispuser de forma contrária?

A

O prazo geral é de 45 dias, segundo o artigo 1º da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro[cite: 36, 73].

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7
Q

Uma conduta praticada durante a “vacatio legis” de uma nova lei incriminadora pode ser punida por essa nova lei?

A

Não, pois a lei não entrou efetivamente em vigor e não pode retroagir para prejudicar o réu[cite: 52, 104, 133, 161].

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8
Q

O que é o princípio da irretroatividade da lei penal?

A

A lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu[cite: 70].

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9
Q

O que é uma “novatio legis in pejus” ou “lex gravior”?

A

É uma lei penal nova, mais severa (ou mais grave), que prejudica o réu[cite: 71, 178].

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10
Q

Uma “novatio legis in pejus” (lei penal mais grave) retroage para ser aplicada a fatos anteriores à sua vigência?

A

Não, a lei penal mais grave jamais retroage, aplicando-se apenas para o futuro[cite: 70, 143, 260].

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11
Q

O que é uma “novatio legis in mellius” ou “lex mitior”?

A

É uma lei nova, mais favorável ou benéfica ao réu[cite: 72, 144].

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12
Q

Uma “novatio legis in mellius” (lei penal mais favorável) retroage para ser aplicada a fatos anteriores à sua vigência?

A

Sim, a lei nova mais favorável sempre retroagirá em benefício do réu[cite: 72, 144].

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13
Q

O que é “abolitio criminis”?

A

É a supressão (revogação) da figura criminosa do ordenamento jurídico por uma lei nova, ou seja, uma conduta que antes era crime deixa de ser[cite: 95, 201].

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14
Q

Quais os efeitos de uma “abolitio criminis” para alguém que já foi condenado pela conduta que deixou de ser crime?

A

A punibilidade é extinta, cessando o cumprimento da pena e apagando os efeitos penais da condenação (como reincidência e maus antecedentes)[cite: 102, 103, 219, 222].

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15
Q

Quais são outras situações em que uma lei nova pode ser considerada mais favorável ao réu?

A

Quando diminui as penas (mínima ou máxima), introduz uma causa de diminuição de pena, introduz uma atenuante, ou modifica percentuais de progressão de regime na execução penal de forma mais benéfica[cite: 112, 236, 241, 246, 251, 252, 255].

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16
Q

Quem é o competente para aplicar a lei nova mais favorável quando já há condenação transitada em julgado?

A

Compete ao Juízo das Execuções Penais[cite: 125, 268, 356, 357].

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17
Q

Em quais casos a irretroatividade da lei penal é excepcionada (ou seja, a lei não retroage nem se for mais benéfica)?

A

Nas leis temporárias e nas leis excepcionais[cite: 130, 283].

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18
Q

O que são leis temporárias e leis excepcionais?

A

Leis temporárias são criadas para serem aplicadas por um período de tempo certo (ex: Lei Geral da Copa). Leis excepcionais são criadas para uma situação de anormalidade e por período incerto, mas cessam seus efeitos quando a situação de anormalidade passa (ex: leis da pandemia)[cite: 131, 134, 284, 291, 294].

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19
Q

Uma lei excepcional ou temporária, mesmo revogada, pode ser aplicada a fatos ocorridos durante sua vigência?

A

Sim, elas têm “ultratividade” no tempo, ou seja, incidem aos fatos praticados durante o seu período de vigência, mesmo após sua revogação[cite: 153, 332, 341].

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20
Q

O que diz a Súmula 711 do STF?

A

A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao crime permanente se a sua vigência é anterior à cessação da continuidade ou da permanência[cite: 166, 361].

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21
Q

O que é crime permanente?

A

São crimes cuja consumação se prolonga ou se protrai no tempo (ex: tráfico de drogas na modalidade “ter em depósito”)[cite: 167, 364].

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22
Q

O que é o princípio da adequação social?

A

Condutas socialmente adequadas não podem se revestir de tipicidade e, por isso, não podem constituir delito, mesmo que formalmente estejam previstas em um tipo penal[cite: 212, 465].

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23
Q

Quem foi o idealizador do princípio da adequação social e da teoria finalista da ação penal?

A

Hans Welzel[cite: 206, 207, 452, 454, 462].

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24
Q

O princípio da adequação social é amplamente admitido no Brasil?

A

Não, o Brasil não admite que o costume revogue norma penal. A norma penal é criada e revogada por lei em sentido estrito[cite: 222, 225, 492, 495, 582, 592].

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25
Qual a relevância da Súmula 502 do STJ para o princípio da adequação social?
Ela estabelece que a conduta de expor à venda CDs e DVDs piratas (formalmente típica) é crime previsto no art. 184, §2º, do CP, refutando o argumento da adequação social (ainda que socialmente aceita, não descaracteriza o crime)[cite: 248, 547, 554, 555].
26
A prática do jogo do bicho é considerada contravenção penal no Brasil, mesmo sendo uma prática socialmente comum?
Sim, o jogo do bicho é uma contravenção penal, e o costume não abole crimes ou contravenções no Brasil[cite: 259, 571, 572, 575].
27
O que é "criminalização primária" ou "abstrata"?
É a definição legal dos crimes e das penas em abstrato, feita pelo legislador[cite: 343, 175, 221].
28
O que é "criminalização secundária" ou "concreta"?
É a aplicação e execução da pena pelo sistema de justiça criminal a um indivíduo que praticou um delito[cite: 360, 224].
29
Quais são as modalidades de pena admitidas no Direito brasileiro?
Penas privativas de liberdade (reclusão, detenção ou prisão simples), penas restritivas de direito e pena de multa[cite: 346, 182, 185, 186, 188].
30
O que são medidas de segurança no Direito Penal?
São espécies de sanção penal destinadas a indivíduos inimputáveis (por doença mental, etc.), cujo objetivo é principalmente o tratamento, além de punir[cite: 353, 204, 208].
31
Quais são os tipos de medidas de segurança?
Internação em hospital psiquiátrico (considerada exceção hoje em dia) e tratamento ambulatorial[cite: 354, 210, 211, 212].
32
Como são definidos os princípios do Direito Penal?
São garantias do cidadão perante o poder punitivo do Estado, albergados pela Constituição (especialmente no art. 5º) e que orientam o legislador a promover um direito penal da culpabilidade, mínimo e garantista[cite: 369, 242, 246, 248].
33
Qual o princípio mais importante do Direito Penal e seus sinônimos?
Princípio da estrita legalidade, também chamado de legalidade estrita ou princípio da reserva legal[cite: 379, 265].
34
Onde está o assento constitucional do princípio da estrita legalidade?
No artigo 5º, inciso XXXIX, da Constituição Federal[cite: 380, 268].
35
Qual artigo do Código Penal reproduz o princípio da reserva legal?
O artigo 1º do Código Penal[cite: 385, 282].
36
Qual o tipo de ato normativo que pode criar crimes e estabelecer penas no Brasil?
Apenas lei em sentido estrito (lei ordinária e lei complementar). Medidas provisórias, portarias ou atos administrativos não podem[cite: 388, 294, 299, 312, 314, 315].
37
De quem é a competência para legislar sobre Direito Penal no Brasil?
Compete privativamente à União legislar sobre direito penal[cite: 398, 320].
38
O Brasil possui códigos penais estaduais ou municipais?
Não, o Direito Penal brasileiro é único e com vigência em todo o país, do Oiapoque ao Chuí[cite: 399, 408, 321, 332, 336, 337].
39
As contravenções penais e as medidas de segurança são abrangidas pelo princípio da legalidade?
Sim, pois são espécies de sanção penal[cite: 411, 341, 372, 378].
40
O que são contravenções penais?
São infrações penais de menor potencial ofensivo, com um grau de ofensa a bens jurídicos menor do que os crimes, e que possuem penas muito mais brandas[cite: 415, 347, 349, 350, 358].
41
Quais as características que uma lei penal deve apresentar?
Deve ser certa, escrita, estrita e prévia[cite: 444, 411].
42
A Constituição Federal prevê crimes ou combina penas diretamente?
Não. No entanto, ela estabelece "mandados constitucionais de criminalização"[cite: 455, 430, 433].
43
O que são "mandados constitucionais de criminalização"?
São diretrizes ou orientações que a Constituição envia ao legislador ordinário, indicando a necessidade de criminalizar determinadas condutas consideradas muito importantes para a sociedade brasileira[cite: 458, 436, 442, 443].
44
Cite exemplos de mandados constitucionais de criminalização.
Crimes de racismo (art. 5º, XLII), discriminação atentatória de direitos e garantias fundamentais (art. 5º, XLI), prática de tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, terrorismo e crimes hediondos (art. 5º, XLIII), ações de grupos armados (art. 5º, XLIV), e abuso, violência e exploração sexual de crianças e adolescentes (art. 227, §4º)[cite: 461, 465, 466, 471, 474, 506, 509, 510].
45
Quais crimes são considerados "equiparados a hediondos" pela Constituição Federal (os 3 T's)?
Tráfico ilícito de entorpecentes, Tortura e Terrorismo[cite: 485, 505, 511, 513, 522].
46
Qual a diferença prática entre crimes hediondos (Lei 8.072/90) e crimes equiparados a hediondos (Constituição)?
Os crimes equiparados a hediondos têm essa característica atribuída pela Constituição, não podendo o legislador ordinário (por lei) retirá-la. Já os crimes listados na Lei 8.072/90 podem ser incluídos ou excluídos por lei ordinária[cite: 489, 492, 514, 516, 517, 524, 528, 538].
47
Qual o principal instrumento de proteção individual no Direito Penal?
O princípio da reserva legal[cite: 384, 279].
48
O que é o princípio da insignificância ou bagatela?
É um princípio criado pela doutrina, sem previsão em lei, mas amplamente admitido pela jurisprudência, que afasta a tipicidade material de condutas que causam lesão insignificante ao bem jurídico[cite: 517, 519, 521, 549, 592].
49
O princípio da insignificância é uma causa de exclusão de qual elemento do crime?
É uma causa supra legal de exclusão da tipicidade material da conduta[cite: 549, 92, 97, 98].
50
Quais são os requisitos para o reconhecimento do princípio da insignificância, segundo o STF (mnemônico "M.A.R.I." ou "Prol")?
Mínima ofensividade da conduta, Ausência de periculosidade social da ação, Reduzidíssimo grau de reprovabilidade do comportamento, e Inexpressividade da lesão jurídica provocada[cite: 555, 109, 110, 111, 112].
51
Qual o valor de referência para a aplicação do princípio da insignificância em furtos, segundo a jurisprudência?
Valores que não ultrapassem 10% do salário mínimo vigente à data dos fatos (atualmente, cerca de R$ 140)[cite: 566, 567, 142, 145].
52
A aplicação do princípio da insignificância é feita de forma generalizada?
Não, a aplicação é "caso a caso" (casuística), analisando as peculiaridades do caso concreto, incluindo as condições do agente e da vítima[cite: 559, 120, 121, 570, 596].
53
Em quais casos a jurisprudência de regra afasta a aplicação do princípio da insignificância?
Para reincidentes, portadores de maus antecedentes, indivíduos que fazem do crime seu meio de vida, crimes hediondos e equiparados, crimes com violência ou grave ameaça à pessoa, crimes contra a fé pública e crimes contra a administração pública, e crime de contrabando[cite: 597, 607, 619, 622, 633, 634, 638, 640, 662, 672, 679].
54
Qual o valor de referência para a aplicação do princípio da insignificância em crimes tributários federais e descaminho?
O débito tributário verificado não pode ultrapassar o limite de vinte mil reais[cite: 699, 440, 441, 455].
55
O que é furto famélico?
É o furto praticado por alguém que está passando fome, para saciar a própria fome[cite: 686, 688].
56
O furto famélico é enquadrado como insignificância ou como excludente de ilicitude?
É enquadrado como excludente de ilicitude, consistente em estado de necessidade[cite: 690, 691, 692, 421, 425].
57
Qual o papel do Poder Legislativo na criação de normas incriminadoras?
É função exclusiva do Poder Legislativo a elaboração de normas incriminadoras por meio de lei em sentido estrito (lei ordinária e lei complementar). [cite: 387, 391, 396]
58
Como o Direito Penal atua em relação aos bens jurídicos?
O Direito Penal atua de forma seletiva, protegendo apenas um fragmento dos bens jurídicos que são tutelados pelo ordenamento. [cite: 10]
59
Quando o Direito Penal deve ser acionado, de acordo com o princípio da "ultima ratio"?
O Direito Penal somente deve ser acionado em última instância, quando a atuação de outros ramos do direito é insuficiente para apaziguar o convívio social. [cite: 340]
60
Quais são as características da lei penal que demonstram o respeito à segurança jurídica e ao sistema democrático?
A lei penal deve ser certa, escrita, estrita e prévia, garantindo que o cidadão saiba o que é proibido antes de agir. [cite: 444, 445]
61
Um juiz pode criar um crime ou estabelecer uma pena?
Não, um juiz não pode criar um crime nem estabelecer uma pena, pois isso é competência exclusiva do Poder Legislativo. [cite: 432, 433, 434]
62
O que significa que o Direito Penal não admite interpretação extensiva em desfavor do réu?
Significa que o juiz não pode ampliar o alcance de uma norma penal para punir uma conduta que não está expressa em lei, em respeito ao princípio da legalidade. [cite: 436, 437, 438]
63
Quais são os crimes considerados "delitos anões" ou "delitos liliputes" pela doutrina?
São as contravenções penais, que possuem menor grau de ofensa a bens jurídicos e penas mais brandas que os crimes. [cite: 412, 413, 415, 418]
64
Qual a importância do artigo 5º da Constituição Federal para os princípios do Direito Penal?
O artigo 5º da Constituição Federal albergam (contemplam) os princípios do Direito Penal, que são garantias fundamentais do cidadão. [cite: 369]
65
Por que o princípio da insignificância é uma causa supra legal?
Porque não possui previsão expressa em lei, sendo uma construção da doutrina penal e amplamente admitido pela jurisprudência. [cite: 518, 519, 549]
66
Como o princípio da insignificância afasta a tipicidade formal?
Ele não afasta a tipicidade formal (a conduta se encaixa no tipo legal), mas sim a tipicidade material (a lesão ao bem jurídico é insignificante). [cite: 549, 550, 551]
67
Qual a importância do valor do objeto material para a aplicação da insignificância?
É um parâmetro importante, mas não o único
68
Por que a reincidência e os maus antecedentes afastam a aplicação da insignificância?
Porque a jurisprudência entende que pessoas com histórico criminal ou que fazem do crime seu meio de vida não podem ser beneficiadas, mesmo em casos de pequeno valor. [cite: 597, 607]
69
Por que não se aplica o princípio da insignificância a crimes com violência ou grave ameaça à pessoa?
Porque esses crimes, além do patrimônio, ofendem a integridade física e psicológica da vítima, sendo crimes pluriofensivos. [cite: 628, 629, 630, 631]
70
Por que não se aplica a insignificância aos crimes contra a administração pública?
Porque, além do patrimônio, esses crimes tutelam a moralidade administrativa, que não é quantificável financeiramente, e o comportamento do servidor público deve ser condizente com os princípios que regem a administração. [cite: 640, 641, 654]
71
Qual a súmula do STJ que veda a aplicação da insignificância nos crimes contra a administração pública?
Súmula 599 do STJ. [cite: 638, 657]
72
Qual a regra geral de aplicação da insignificância em crimes tributários federais e no descaminho?
Aplica-se o princípio da insignificância quando o débito tributário não ultrapassar o limite de vinte mil reais. [cite: 695, 699, 705]
73
Por que o crime de contrabando não admite a aplicação do princípio da insignificância?
Porque o contrabando, além da questão tributária, envolve a natureza proibida da mercadoria e questões sanitárias ou de saúde pública, não sendo puramente patrimonial. [cite: 674, 675, 678, 679]
74
Qual a distinção entre descaminho e contrabando para fins de aplicação da insignificância?
O descaminho (crime tributário) pode admitir a insignificância se o valor for baixo, enquanto o contrabando (mercadoria proibida ou com questões sanitárias) não admite. [cite: 680, 681]
75
O que é "periculosidade social da ação" nos requisitos da insignificância?
É a ausência de um risco significativo ou de perigo para a sociedade decorrente da conduta, um dos requisitos para a aplicação do princípio. [cite: 552]
76
O que é "reprovabilidade do comportamento" nos requisitos da insignificância?
É o grau reduzido de reprovabilidade social ou moral da conduta, um dos requisitos para a aplicação do princípio. [cite: 552]
77
Qual a importância do Princípio da Estrita Legalidade para a proteção individual?
É o mais importante instrumento de proteção individual, garantindo que ninguém será punido sem uma lei prévia e clara que defina o crime e a pena[cite: 384].
78
O que são "normas incriminadoras" e quem tem a função de elaborá-las?
São as leis que definem crimes e combinam penas, cuja elaboração é função exclusiva do Poder Legislativo por meio de lei em sentido estrito[cite: 387].
79
Por que o Direito Penal é considerado a "última ratio"?
Porque ele deve ser acionado somente em última instância, quando os outros ramos do direito (administrativo, civil, etc.) não forem suficientes para resolver o conflito social[cite: 340].
80
Como a Constituição Federal influencia a criação de leis penais?
A Constituição Federal não prevê crimes diretamente, mas manda recados (mandados constitucionais de criminalização) para que o legislador ordinário crie leis sobre temas de grande relevância social[cite: 455, 458].
81
Qual a relevância da Lei nº 8.072/90 (Lei de Crimes Hediondos) para o Direito Penal brasileiro?
É uma lei importantíssima que lista crimes considerados os mais graves, sujeitos a um regime mais rigoroso (inafiançáveis, insuscetíveis de graça ou anistia, etc.)[cite: 478, 480].
82
Por que a Súmula 711 do STF é relevante para crimes permanentes?
Porque ela estabelece que a lei penal mais grave se aplica ao crime permanente se a sua vigência é anterior à cessação da permanência, mesmo que o crime tenha começado antes da lei mais grave[cite: 166].
83
Como o princípio da anterioridade da lei penal afeta a punição de uma conduta?
Exige que a lei que define um crime e combina a pena seja anterior ao fato praticado, garantindo a segurança jurídica[cite: 28].
84
O que acontece se uma lei penal é publicada, mas o crime é praticado durante a "vacatio legis"?
A conduta não poderá ser punida pela nova lei, pois ela ainda não entrou em vigor e não pode retroagir para prejudicar o réu[cite: 32, 52].
85
O que é "novatio legis in pejus" e por que ela não retroage?
É uma lei penal nova e mais severa que prejudica o réu
86
O que é "novatio legis in mellius" e por que ela sempre retroage?
É uma lei penal nova e mais favorável ao réu
87
Onde estão os requisitos para o reconhecimento da insignificância pelo STF?
São os requisitos da "Mínima ofensividade da conduta, Ausência de periculosidade social da ação, Reduzidíssimo grau de reprovabilidade do comportamento, Inexpressividade da lesão jurídica provocada"[cite: 555].
88
Por que o valor do objeto material não é o único critério para aplicar a insignificância?
Porque as condições do agente e da vítima também devem ser analisadas, como no exemplo do furto de um botijão de gás de uma família em necessidade[cite: 570, 596].
89
A reincidência impede a aplicação do princípio da insignificância?
Geralmente sim, a jurisprudência afasta a aplicação da insignificância aos reincidentes e aos portadores de maus antecedentes, por considerar que fazem do crime um meio de vida[cite: 597, 607].
90
Por que crimes com violência ou grave ameaça não admitem insignificância?
Porque, além do patrimônio, tutelam a integridade física e psicológica da vítima, sendo crimes pluriofensivos, e a violência ou ameaça não pode ser considerada insignificante[cite: 631, 632].
91
Qual o entendimento do STJ sobre a aplicação da insignificância em crimes contra a administração pública?
A Súmula 599 do STJ estabelece que não é admitida a aplicação do princípio da insignificância nesses crimes, pois se tutela a moralidade administrativa, não apenas o valor patrimonial[cite: 638, 639].
92
Qual o parâmetro de valor para a insignificância em crimes tributários federais e descaminho?
O valor de vinte mil reais, que é o limite para a deflagração da execução fiscal[cite: 699, 703].
93
Como o furto famélico é tratado no Direito Penal brasileiro?
Não é tratado como insignificância, mas sim como uma excludente de ilicitude, consistente em estado de necessidade[cite: 690, 691].
94
Por que o crime de contrabando não admite a aplicação da insignificância?
Porque, além da questão tributária, envolve a importação de mercadoria proibida ou que necessita de fiscalização sanitária, afetando a saúde pública[cite: 678, 679].
95
O que são "delitos anões" ou "liliputes"?
São termos usados na doutrina para se referir às contravenções penais, que são infrações de menor gravidade e com penas mais brandas que os crimes[cite: 412, 414].
96
A competência para legislar sobre Direito Penal é exclusiva ou concorrente no Brasil?
É privativa da União, o que significa que apenas a União pode criar leis penais, resultando em um direito penal único em todo o país[cite: 398, 407].