crise hipertensiva Flashcards

(20 cards)

1
Q

A maioria das pessoas com PA muito elevada (> 180 × 120 mmHg) não tem
evidência de comprometimento de órgão-alvo mediado pela hipertensão
(LOMH) e não requer intervenção imediata e tratamento agressivo.

A
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2
Q

definicao

A

Crise hipertensiva (CH): elevação acentuada da PA em adultos, caracteriza-se por
aumento da PAS > 180 mmHg e/ou da pressão arterial diastólica (PAD) > 120
mmHg, podendo ou não estar associada a LOMH – coração, cérebro, rins e artérias.

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3
Q

Urgência hipertensiva (UH)

A

situação que cursa sem LOMH, não apresenta risco
de morte iminente e permite redução mais lenta dos níveis de PA em período de
24-48 horas.

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4
Q

Emergência hipertensiva (EH):

A

caracterizada por deterioração rápida da função
de órgãos-alvo e risco imediato de morte, requerendo redução rápida e gradual
dos níveis pressóricos em minutos a horas, com monitorização intensiva e uso de
fármacos endovenosos.

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5
Q

Acidente vascular cerebral (AVC) isquêmico e edema agudo de pulmão
(EAP) são as situações mais encontradas nas EH.

A
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6
Q

O ritmo e a magnitude do aumento da PA podem ser tão importantes como o
nível absoluto da PA quanto ao acometimento de órgãos-alvo. Em indivíduos não
hipertensos que desenvolvem glomerulopatias agudas e eclâmpsia, a crise pode
ocorrer mesmo com PAD em torno de 100-110 mmHg.

A
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7
Q

Pseudocrise hipertensiva (PH)

A

situação frequentemente encontrada nos
atendimentos hospitalares e ambulatoriais é a dos indivíduos assintomáticos ou
oligossintomáticos (p. ex., cefaleia leve, ansiedade, tonturas) com elevação
transitória da PA (> 180 e/ou > 120 mmHg), muitas vezes coincidindo com eventos
emocionais ou de dor aguda, mas sem LOMH.

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8
Q

Hipertensão grave ou de difícil controle:

A

não existe
evidência de LOMH aguda ou indicação de rápida redução da PA, situação
semelhante à da PH e à da própria UH.

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9
Q

Hipertensão maligna/acelerada:

A

são termos utilizados de forma intercambiável
para designar um quadro que pode apresentar hipertensão grave, insuficiência
renal, necrose fibrinoide de arteríolas renais, exsudatos hemorrágicos retinianos
com ou sem papiledema e desfecho clínico rapidamente progressivo e fatal.
● A decisão terapêutica do médico deve se basear mais na avaliação clínica e na
presença de LOMH do que nos valores da PA.

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10
Q

situacoes que cursma com lesao de orgao alvo caracterizando emergencia hipertensiva:

A

cerebrovasculares:
AVC isquemico
hemorragia subaracnoide
hemorragia intracerebral
encefalopatia hipertensiva

circulatorias:
disseccao de aorta
edema agudo de pulmao
sindrome coronariana aguda

renais
hipertensao maligna/acelerada

crises adrenergicas graves
uso de drogas ilicitas como cocaina

hipertensao na gestacao:
sindrome HELLP
eclampsia
pre eclampsia

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11
Q

FISIOPATOGENIA

A

decorre de um desequilíbrio entre o débito cardíaco e a
resistência vascular periférica.

Ocorre um aumento súbito e desproporcional no volume intravascular ou na
resistência vascular periférica em resposta ao excesso de produção de
catecolaminas, angiotensina II, vasopressina, aldosterona, tromboxano A2 (TXA2) e
endotelina, ou produção reduzida de vasodilatadores endógenos (óxido nítrico,
bradicinina e prostaciclina).

A capacidade autorregulatória fica comprometida, particularmente no leito
vascular cerebral e renal, resultando em isquemia local, o que desencadeia a
liberação de substâncias vasoativas e inicia um ciclo vicioso de posterior
vasoconstrição, proliferação miointimal e isquemia em órgãos-alvo.

reduções
inapropriadas na pressão de perfusão cerebral podem acarretar piora da
irrigação tecidual e, consequentemente, piora de uma área isquêmica
viável. Por esse motivo, aconselha-se redução inicial da PA média (PAM)
de no máximo 20-25%, por ser próxima dos níveis do limite inferior da
autorregulação.

A fisiopatologia da crise hipertensiva ainda não está bem elucidada. O início
abrupto sugere um mecanismo de gatilho, possivelmente relacionado a
vasoconstritores séricos, sobreposto à hipertensão preexistente.

resumindo:
A elevação abrupta da PA provoca estresse mecânico vascular e lesão do
endotélio. Estes, por sua vez, iniciam ativação inflamatória celular, aumento da
permeabilidade vascular e ativação da cascata de coagulação e deposição de
fibrina, levando à isquemia tecidual.
● Esse processo libera mediadores inflamatórios e substâncias vasoativas e ativa o
SRAA, resultando em vasoconstrição, que perpetua o processo de elevação
pressórica.

Pacientes com EH apresentam uma falha nos mecanismos autorregulatórios:
a resposta ao aumento abrupto da pressão arterial ocorre através da
vasoconstrição arteriolar e arterial, que mantém a pressão de perfusão tecidual
constante e protege os órgãos-alvo desse aumento pressórico. Esses pacientes
apresentam oclusão vascular e microtromboses evidentes, principalmente em
exame de fundo de olho, e necrose fibrinoide em arteríolas.

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12
Q

FATORES ASSOCIADOS AO DESENVOLVIMENTO DA CH

A

hipertensao de longa duracao
hipertensao pre e pos operatoria
doenca renal
AVC
trauma craniano
eclampsia
cocaina
interrupcao subita de betabloqueadores ou de acao central (clonidina)

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13
Q

ACHADOS CLÍNICOS

A

Os pacientes com uma emergência hipertensiva devem ter sua pressão arterial
aferida nos dois braços e eventualmente nos quatro membros, de preferência em
um ambiente calmo e se possível e repetidas vezes, até a estabilização.

ANAMNESE
Deve-se prontamente coletar informações sobre a PA usual do paciente e sobre
situações que possam desencadear o seu aumento (ansiedade, dor, sal,
comorbidades, uso de fármacos anti-hipertensivos – dosagem e adesão) ou que
possam aumentar a PA (anti-inflamatórios, corticoides, simpaticomiméticos,
álcool)., cocaina

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14
Q

EXAME FÍSICO

A

O exame físico deve ser dirigido na busca de LOMH avaliando pulsos em todas as
extremidades, ausculta pulmonar para a evidência de edema pulmonar,
ausculta cardíaca observando a presença de sopros e ritmo de galope, ausculta
abdominal para avaliação de sopros em artérias renais, exame neurológico e
fundoscopia.

Cefaleia e alteração no nível de consciência são frequentes na encefalopatia
hipertensiva,

Em pacientes com cefaleia intensa de início súbito, deve ser considerada a
possibilidade de hemorragia subaracnoidea.

sinais neurológicos focais, principalmente sinais de
lateralização, são incomuns na encefalopatia hipertensiva e mais sugestivos de
AVC.

Pela fundoscopia, a presença de sinais de retinopatia hipertensiva (alterações
arteriolares, exsudatos, hemorragias ou papiledema) pode sugerir encefalopatia
hipertensiva.

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15
Q

EXAMES COMPLEMENTARES

A

Os exames complementares devem ser solicitados de acordo com a suspeita
diagnóstica. No caso de UH, a solicitação de exames complementares não é
geralmente indicada, pois aumentam desnecessariamente os custos e o tempo
de permanência do paciente no hospital, sem alterar a conduta.

São indicados, na suspeita de EH, os seguintes exames:
➢ Hemograma completo;
➢ Ureia e creatinina (avaliação da função renal);
➢ Eletrólitos e exame de sedimento urinário (avaliar proteinúria, leucocitúria
e hematúria);
➢ Marcadores de hemólise: bilirrubina

Outros exames são indicados para condições específicas associadas:
➢ Suspeita de SCA: solicitar marcadores de necrose miocárdica.
➢ IC ou edema agudo de pulmão: solicitar BNP ou nT-pro-BNP.
➢ Dissecção de aorta: considerar realizar dosagem do D-dímero.

● Os exames de imagem devem ser direcionados para a suspeita diagnóstica:
➢ Eletrocardiograma: deve ser solicitado em paciente com dor torácica e
suspeita de edema agudo de pulmão.
➢ Radiografia de tórax: solicitar em paciente com dor torácica e suspeita de
edema agudo de pulmão; o alargamento de mediastino pode ser indicativo
de dissecção aguda de aorta.
➢ TC ou RM de crânio: deve ser solicitada em paciente com sintomas
neurológicos e suspeita de acidente vascular encefálico (AVE); pode ser
normal em AVE isquêmico ou indicar sangue em AVE hemorrágico e
hemorragia subaracnóidea.
➢ Angiotomografia de aorta: é o padrão-ouro para diagnóstico de dissecção
aguda de aorta.

US point of care: faz o diagnóstico de hipertensão intracraniana, pode
visualizar dissecção de aorta e possibilita avaliação da função cardíaca e de
congestão pulmonar.

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16
Q

DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL

A

O principal diagnóstico diferencial das crises hipertensivas são as chamadas
pseudocrises hipertensivas, em que pacientes apresentam achados de níveis
pressóricos elevados associados a queixas de dor torácica atípica, estresse
psicológico agudo e síndrome de pânico,

Pacientes com pseudocrise hipertensiva devem ser tratados com repouso,
analgésicos ou tranquilizantes e não com agentes anti-hipertensivos (risco de
hipotensão).

17
Q

TRATAMENTO URGÊNCIA HIPERTENSIVA (SBC)

A

Essa condição de hipertensão grave assintomática ocorre frequentemente entre
os pacientes hipertensos crônicos com baixa adesão ao tratamento
farmacológico e/ou à dieta hipossódica. É importante, nessa situação, a exclusão
de dano em órgão-alvo agudo ou em evolução, o que indicaria uma EH.

A terapêutica pode ser instituída após um período de observação clínica em
ambiente calmo e de pouca luminosidade,

Essas medidas podem reduzir a PA sem a necessidade do uso de
anti-hipertensivos.
● Se for necessário prescrever a medicação oral, ela deve reduzir gradualmente a
PA em 24-48 horas.

O objetivo em curto prazo é reduzir a PA a < 160 / < 100 mmHg; entretanto,
a PAM não deve ser reduzida em mais de 25-30% nas primeiras horas.

Podem ser usados medicamentos por via oral, como captopril, clonidina,
betabloqueadores e hidralazina.

18
Q

TRATAMENTO EMERGÊNCIAS HIPERTENSIVAS

A

É imprescindível reduzir rapidamente a PA, a fim de impedir a progressão das
LOMH, admitir o paciente em unidade de terapia intensiva (UTI), usar
anti-hipertensivos por via endovenosa (EV) e monitorizá-lo cuidadosamente para
evitar a ocorrência de hipotensão.

● Objetivos: recomenda-se redução gradual da PAS ≤ 25% na primeira hora, 160 ×
100-110 mmHg nas 2-6 horas seguintes e, posteriormente, < 140 × 90 mmHg em
um período de 24-48 horas.

Os principais agentes disponíveis para o tratamento das EH são: nitroprussiato
de sódio (NPS), nitroglicerina, esmolol, metoprolol e hidralazina.

19
Q

captopril 25mg 2x ao dia