diarreia aguda Flashcards
(19 cards)
Diarreia aguda:
definida por aumento do número de evacuações ou diminuição
da consistência de fezes, sendo necessário um mínimo de três evacuações
diárias com um tempo menor que 14 dias segundo a definição da OMS ou um
claro aumento em relação ao número usual de evacuações de um determinado
paciente.
Diarreia persistente:
duração entre 2 a 4 semanas;
Diarreia crônica:
períodos maiores que 4 a 8 semanas;
Disenteria:
é uma condição caracterizada por inflamação do intestino grosso,
resultando em diarreia com presença de muco e sangue nas fezes.
Hematoquezia:
presença de sangue vivo nas fezes. É diferente da melena, que é
a presença de sangue digerido nas fezes, com aspecto escuro e alcatroado.
Tenesmo:
sensação de necessidade persistente e dolorosa de evacuar, mesmo
quando não há fezes presentes no reto. É uma sensação de esforço ou pressão na
região retal, acompanhada por contrações involuntárias dos músculos do ânus.
EPIDEMIOLOGIA
Em 90% dos casos a diarreia aguda apresenta uma causa infecciosa e a ingestão
de água e alimentos contaminados com microrganismos patogênicos é a
principal fonte de transmissão da doença.
● Mais de 80% dos casos são autolimitados, porém as diarreias agudas infecciosas
ainda representam uma das cinco principais causas de mortalidade mundial.
Em cerca de 90% dos casos, a etiologia é infecciosa. Entre as causas não
infecciosas, destacam-se o uso de medicações com substâncias osmóticas e
síndromes de má absorção (raramente causam diarreia aguda).
ETIOLOGIA E FISIOPATOLOGIA
Diarreias associadas a toxinas: ocorrem por aumento da secreção da mucosa
intestinal, estimulada pelos produtos bacterianos. A diarreia nesses casos
costuma ser precoce, podendo ocorrer poucos minutos após a ingestão. Assim, a
instalação abrupta de quadro diarreico, de minutos até 6 horas após a ingesta
suspeita, sugere toxinas pré-formadas como causa mais provável, sendo S. aureus
e Bacillus cereus as etiologias mais comuns.
Causas virais: após a instituição da vacinação para o rotavírus, os norovírus
passaram a ser a principal causa de diarreia, podendo cursar com quadro
hiperagudo de vômitos, com diarreia aparecendo horas depois, o que ajuda a
diferenciar das diarreias mediadas por toxinas.
➢ As diarreias que ocorrem entre 8 e 16 horas após a ingestão alimentar
sugerem quadros virais ou por Clostridium perfringens
CLASSIFICAÇÃO DA DIARREIA
DE ACORDO COM AS CARACTERÍSTICAS
Diarreia inflamatória
Diarreia não inflamatória
DE ACORDO COM A LOCALIZAÇÃO
Alta
Baixa
DE ACORDO COM O MECANISMO ETIOPATOGÊNICO
Diarreia osmótica
Diarreia secretora
Diarreia funcional
Diarreia inflamatória
Diarreia inflamatória:
caracterizada por evacuações frequentes, usualmente de
menor volume, com presença de produtos patógenos nas fezes, como muco, pus ou sangue. Febre é frequente,
dor abdominal intensa e tenesmo.
EAF (elementos anormais nas fezes) positivo para hemácias, leucócitos
fecais e lactoferrina.
As causas mais frequentes são bactérias enteroinvasivas.
Diarreia não inflamatória:
fezes em grande volume e aquosas, usualmente sem
produtos patógenos; pode ter febre baixa.
EAF (elementos anormais nas fezes) normal.
➢ Causada principalmente por infecções virais.
Alta:
proveniente do intestino delgado; os episódios diarreicos são mais
volumosos. Causa síndrome disabsortiva associada com esteatorreia. Cursa com
diarreia não inflamatória.
Baixa:
evacuações em pouca quantidade, frequentes, associadas a tenesmo e
urgência fecal. Associada principalmente a colites, quase sempre inflamatórias.
Diarreia osmótica:
ocorre devido à presença de substâncias não absorvíveis no
intestino, o que leva a um aumento da pressão osmótica no lúmen intestinal.
Isso resulta em um fluxo de água para o intestino, causando fezes líquidas e
frequentes. A diarreia osmótica cessa completamente com o estado de jejum,
logo, não há diarreia noturna, ao contrário das diarreias secretórias.
Causas: deficiência de lactase (intolerância à lactose), má absorção de
nutrientes, lesão da borda em escova dos enterócitos, etc.
Diarreia secretora:
ocorre devido ao aumento da secreção de fluidos no
intestino. Nesse caso, há uma alteração na função das células intestinais
responsáveis pela absorção de água e eletrólitos, resultando em um desequilíbrio
entre a absorção e a secreção de líquidos.
Causas: bactérias produtoras de toxinas (cólera), doença de Crohn, laxantes
estimulantes, etc.
Diarreia funcional:
causada pela hipermotilidade intestinal. Os principais
exemplos são a síndrome do intestino irritável (pseudodiarreia) e a diarreia
diabética (neuropatia autonômica).
Diarreia inflamatória:
decorrente da liberação de citocinas e mediadores
inflamatórios por lesão direta da mucosa intestinal (enterite, colite ou
enterocolite), o que estimula a secreção intestinal e o aumento da motilidade.
O marco deste tipo de diarreia é a presença de sangue, pus e muco nas fezes,
podendo ser chamada de disenteria.