tuberculose Flashcards

(42 cards)

1
Q

AGENTE ETIOLÓGICO

A

A TB pode ser causada por qualquer uma das sete espécies que integram o
complexo Mycobacterium tuberculosis: M. tuberculosis, M. bovis, M. africanum etc

Em saúde pública, a espécie mais importante é a M. tuberculosis,
conhecida também como bacilo de Koch (BK).

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2
Q

caracteristicas do Bacilo de Koch (M. tuberculosis):

A

É um bacilo álcool-ácido resistente (BAAR),
aeróbio, com parede celular rica em lipídios
(ácidos micólicos e arabinogalactano), o que lhe
confere baixa permeabilidade, reduz a
efetividade da maioria dos antibióticos e
facilita sua sobrevida nos macrófagos.

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3
Q

EPIDEMIOLOGIA

A

Populações de risco: pessoas vivendo com HIV, em situação de rua, privadas de liberdade (PPL), a população indígena
e pessoas que vivem em aglomerados e em situação de pobreza.

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4
Q

TRANSMISSÃO

A

A transmissão se faz por via respiratória, pela inalação de aerossóis produzidos
pela tosse, fala ou espirro de um doente com tuberculose ativa pulmonar ou
laríngea.

Outras vias de transmissão (pele e placenta) são raras e desprovidas de
importância epidemiológica. Os bacilos que se depositam em roupas, lençóis,
copos e outros objetos dificilmente se dispersam em aerossóis e, por isso, não têm
papel na transmissão da doença.

Os pacientes com exame bacteriológico de escarro positivo sustentam a cadeia de
transmissão da doença.

Aqueles com baciloscopia de escarro negativa, mesmo com TRM-TB ou cultura
positivos no escarro, têm infectividade menor.

O risco de transmissão da TB perdura enquanto o paciente eliminar bacilos no
escarro. Com o início do tratamento, a transmissão tende a diminuir
gradativamente e, em geral, após 15 dias, ela encontra-se muito reduzida.

O bacilo é sensível à luz solar, e a circulação de ar possibilita a dispersão de
partículas infectantes. Com isso, ambientes ventilados e com luz natural direta
diminuem o risco de transmissão.

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5
Q

O maior risco de adoecimento para a TB descrito é a infecção pelo HIV.
a idade menor que dois anos ou maior que 60 anos e a
presença de determinadas condições clínicas (doenças e/ou tratamentos
imunossupressores).

A
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6
Q

TB primária:

A

aquela que ocorre logo após a infecção, é comum em crianças e
nos pacientes com condições imunossupressoras. Habitualmente, é uma forma
grave, porém com baixo poder de transmissibilidade.

Os bacilos podem permanecer como latentes (infecção
latente pelo M. tuberculosis – ILTB) por muitos anos até que ocorra a reativação,
produzindo a chamada TB pós-primária (ou secundária).

A infecção prévia pelo M. tuberculosis não evita o adoecimento, ou seja, o
adoecimento não confere imunidade e recidivas podem ocorrer.

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7
Q

FISIOPATOLOGIA DA TUBERCULOSE PULMONAR (ROBBINS)

A

O resultado da infecção em um indivíduo imunocompetente que anteriormente
não foi exposto depende do desenvolvimento da imunidade
antimicobacteriana mediada por células T.

As etapas na infecção são as seguintes:

1) Entrada nos macrófagos: M. tuberculosis entra nos macrófagos por
fagocitose

2) Replicação nos macrófagos: M. tuberculosis inibe a maturação do
fagossomo e bloqueia a formação do fagolisossomo, possibilitando a
replicação descontrolada da bactéria dentro da vesícula

3) Imunidade inata: múltiplos PAMPs produzidos por M. tuberculosis são
reconhecidos por receptores da imunidade inata. Essas interações iniciam e
aumentam as respostas imunes inata e adaptativa a M. tuberculosis.

4)Resposta das células Th1: 3 semanas após a infecção ocorre uma resposta
das células Th1 que ativa os macrófagos, permitindo que eles se tornem
bactericidas.

5) Ativação dos macrófagos mediada pelas células Th1 e morte das
bactérias: as células Th1 tanto nos linfonodos quanto nos pulmões
produzem IFN-γ. O IFN-γ é o mediador fundamental que ativa os
macrófagos

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8
Q

DIAGNÓSTICO CLÍNICO
TB PULMONAR

A

Classicamente, as principais formas de apresentação são a forma primária, a
pós-primária (ou secundária) e a miliar.

Sintomas clássicos: tosse persistente seca ou produtiva, febre vespertina,
sudorese noturna e emagrecimento.

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9
Q

TB pulmonar primária:

A

normalmente ocorre em seguida ao primeiro contato
do indivíduo com o bacilo e, por isso, é mais comum em crianças.

Nem sempre a tosse está presente, e o exame físico pode ser inexpressivo.

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10
Q

TB pulmonar pós-primária (secundária):

A

pode ocorrer em qualquer idade, mas é
mais comum no adolescente e no adulto jovem.
➢ Tem como característica principal a tosse seca ou produtiva.

A febre vespertina, sem calafrios, não costuma ultrapassar os 38,5oC. A
sudorese noturna e a anorexia são comuns.

O exame físico geralmente mostra fácies de doença crônica e
emagrecimento, embora indivíduos com bom estado geral e sem perda do
apetite também possam ter TB pulmonar.

➢ A ausculta pulmonar pode apresentar diminuição do murmúrio vesicular,
sopro anfórico ou mesmo ser normal.

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11
Q

TB miliar:

A

refere-se a um aspecto radiológico pulmonar específico, que pode
ocorrer tanto na forma primária quanto na forma secundária da TB. É uma
forma grave da doença, que é mais comum em pacientes imunocomprometidos.

O exame físico pode mostrar
hepatomegalia (35% dos casos), alterações do
sistema nervoso central (30%) e alterações cutâneas
do tipo eritemato-máculo-pápulo-vesiculosas

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12
Q

TUBERCULOSE EXTRAPULMONAR

A

As apresentações extrapulmonares da TB têm seus sinais e sintomas
dependentes dos órgãos ou sistemas acometidos. Sua ocorrência aumenta em
pacientes coinfectados pelo HIV, especialmente entre aqueles com
imunocomprometimento grave.

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13
Q

TB pleural:

A

forma mais comum de TB extrapulmonar em pessoas não infectadas
pelo HIV. Ocorre mais em jovens e cursa com dor torácica do tipo pleurítica.

A tríade astenia, emagrecimento e anorexia ocorre em 70% dos pacientes, e febre com tosse seca, em 60%. Eventualmente, simula pneumonia bacteriana aguda.

Nos pacientes com maior tempo de evolução dos sintomas pode ocorrer dispneia.

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14
Q

Líquido pleural:

A

tem características de exsudato, predomínio de linfócitos
e baixo rendimento tanto da pesquisa de BAAR quanto da cultura. Níveis
elevados de adenosina deaminase (ADA) no líquido pleural têm sido aceitos
como critério diagnóstico de TB.

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15
Q

Empiema pleural tuberculoso:

A

consequência da ruptura de uma cavidade
tuberculosa para o espaço pleural e, por isso, além de líquido no espaço pleural,
muitas vezes ocorre também pneumotórax secundário à fístula broncopleural.

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16
Q

TB ganglionar periférica:

A

forma mais frequente de TB extrapulmonar em pessoas
vivendo com HIV e em crianças

Cursa
com aumento subagudo, indolor e assimétrico das cadeias ganglionares
cervicais anterior e posterior, além da supraclavicular.

Ao exame físico, os gânglios podem apresentar-se endurecidos ou
amolecidos, aderentes entre si e aos planos profundos,

O diagnóstico é obtido por meio de aspirado por agulha e/ou ressecção
ganglionar, para realização de exames bacteriológicos e histopatológicos.

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17
Q

TB meningoencefálica:

A

a meningite basal exsudativa é a apresentação clínica
mais comum e é mais frequente em crianças abaixo dos seis anos de idade.

➢ Forma subaguda: cursa com cefaleia holocraniana, irritabilidade, alterações
de comportamento, sonolência, anorexia, vômitos e dor abdominal
associados à febre, fotofobia e rigidez de nuca por tempo superior a duas
semanas.

Forma crônica: o paciente evolui várias semanas com cefaleia, até que o
acometimento de pares cranianos faz o médico suspeitar de meningite
crônica.

18
Q

TB pericárdica:

A

tem apresentação clínica subaguda e geralmente não se associa à
TB pulmonar, embora possa ocorrer simultaneamente com a TB pleural. Os
principais sintomas são dor torácica, tosse seca e dispneia.

Pode haver febre,
emagrecimento, astenia, tontura, edema de membros inferiores, dor no
hipocôndrio direito e aumento do volume abdominal (ascite).

19
Q

TB óssea:

A

é mais comum em crianças ou em pessoas entre a 4a e a 5a década de
vida. Atinge mais a coluna vertebral e as articulações coxofemoral e do joelho,
embora possa ocorrer em outros locais. Ela afeta mais comumente a coluna
torácica baixa e a lombar e seu quadro clínico apresenta-se com a tríade dor
lombar, dor à palpação local e sudorese noturna.

20
Q

DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
FORMA PULMONAR

A

cancer de pulmao
linfoma

micobacteria.abscessus

aspergiloma
criptococose

klebsiella

influenza

Silicose: a história ocupacional é um importante subsídio para o diagnóstico.
Diferentemente da TB, a necrose do granuloma é do tipo liquefação,
apresentando, radiologicamente, nódulos de múltiplos tamanhos, bilaterais e
simétricos.

Vasculites pulmonares: os quadros clínico e radiológico podem eventualmente
ser semelhantes

21
Q

EXAME MICROSCÓPICO DIRETO - BACILOSCOPIA DIRETA

A

A pesquisa do bacilo álcool-ácido resistente – BAAR, pelo método de
Ziehl-Nielsen, é a técnica mais utilizada em nosso meio.

A baciloscopia do escarro, desde que executada corretamente em todas as suas
fases, permite detectar de 60% a 80% dos casos

Indicações:
No sintomático respiratório, durante estratégia de busca ativa;
➢ Em caso de suspeita clínica e/ou radiológica de TB pulmonar,
independentemente do tempo de tosse;
➢ Para acompanhamento e controle de cura em casos pulmonares com
confirmação laboratorial.

● A baciloscopia de escarro deve ser realizada em duas amostras: uma por ocasião
do primeiro contato com a pessoa que tosse e outra, independentemente do
resultado da primeira, no dia seguinte, com a coleta do material sendo feita
preferencialmente ao despertar.

A baciloscopia de outros materiais biológicos também está indicada na suspeição
clínica de TB extrapulmonar.

● Baciloscopia positiva e quadro clínico compatível com TB fecham o diagnóstico e autorizam o início de tratamento da TB.

Diagnóstico de certeza bacteriológica só é obtido com a cultura (que é o padrão
ouro) e/ou testes moleculares.

22
Q

TESTE RÁPIDO MOLECULAR PARA TUBERCULOSE (TRM-TB)

A

O TRM-TB está indicado, prioritariamente, para o diagnóstico de tuberculose
pulmonar e laríngea em adultos e adolescentes.

O TRM-TB é um teste de amplificação de ácidos nucleicos utilizado para detecção
de DNA dos bacilos do complexo M. tuberculosis e triagem de cepas
resistentes à rifampicina pela técnica de reação em cadeia da polimerase (PCR).

O teste apresenta o resultado em aproximadamente duas horas em ambiente
laboratorial, sendo necessária somente uma amostra de escarro.

A sensibilidade do TRM-TB em amostras de escarro de adultos é de cerca de 90%
sendo superior à da baciloscopia.

O teste também detecta a resistência à
rifampicina, com uma sensibilidade de 95%.

Indicações: Diagnóstico de casos novos de TB pulmonar e laríngea em adultos e
adolescentes;
Diagnóstico de TB extrapulmonar nos materiais biológicos já validados;
➢ Triagem de resistência à rifampicina nos casos de retratamento;

Não se recomenda dar ênfase à confirmação diagnóstica de TB pulmonar na
infância, que geralmente é abacilífera (negativa). (negativa). Além disso, crianças pequenas
são incapazes de expectorar

Como também pode detectar bacilos mortos ou inviáveis, o TRM-TB não deve
ser utilizado para diagnóstico nos casos de retratamento Nesses casos, o diagnóstico da TB deve ser feito com
baciloscopia de escarro e cultura para micobactérias,

23
Q

Amostras recomendadas para realização do TRM-TB:

A

➢ Escarro;
➢ Escarro induzido;
➢ Lavado broncoalveolar;
➢ Lavado gástrico;
➢ Líquor;
➢ Gânglios linfáticos e outros
tecidos.

24
Q

CULTURA PARA MICOBACTÉRIA, IDENTIFICAÇÃO E TESTE DE SENSIBILIDADE

A

A cultura é um método de elevada especificidade e sensibilidade no
diagnóstico da TB.
● O resultado da cultura confirma o diagnóstico de micobacteriose, sendo
necessária a identificação de espécie para caracterizar se é um caso de TB ou
outra micobactéria.

25
COLETA, ARMAZENAMENTO E TRANSPORTE DE AMOSTRAS DE ESCARRO
Qualidade e quantidade da amostra: uma boa amostra de escarro é a que provém da árvore brônquica, obtida após esforço de tosse, O volume ideal é de 5 ml a 10 ml. Momento da coleta e número de amostras: o diagnóstico deve ser feito a partir de uma ou duas amostras de escarro. Quando na realização de duas amostras: ➢ 1a amostra: deve ser coletada no momento da consulta, para aproveitar a presença do doente. ➢ 2a amostra: recomenda-se a coleta da segunda amostra no dia seguinte, ao despertar. Esta geralmente é de melhor qualidade, porque provém das secreções acumuladas na árvore brônquica durante a noite.
26
Coleta de escarro induzido:
a técnica do escarro induzido, utilizando nebulizador ultrassônico e solução salina hipertônica (5 ml de NaCl 3% a 5%), pode ser usada em pacientes com forte suspeita de TB pulmonar que não conseguem coletar uma amostra adequada de material proveniente da árvore brônquica.
27
RADIOGRAFIA DE TÓRAX
Dentre os métodos de imagem, a radiografia do tórax é o de escolha na avaliação inicial e no acompanhamento da TB pulmonar. Nela podem ser observados vários padrões radiológicos sugestivos de atividade de doença, como cavidades, nódulos, consolidações, massas, processo intersticial (miliar), derrame pleural e alargamento de mediastino. ● A radiografia de tórax deve ser solicitada para todo paciente com suspeita clínica de TB pulmonar. Juntamente com as radiografias de tórax, sempre devem ser realizados exames laboratoriais (baciloscopias, cultura e/ou teste rápido molecular) na tentativa de buscar o diagnóstico bacteriológico. Objetivos do exame radiológico com diagnóstico bacteriológico: excluir outra doença pulmonar associada, avaliar a extensão do acometimento e sua evolução radiológica durante o tratamento.
28
TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA DE TÓRAX
A tomografia computadorizada (TC) do tórax é mais sensível para demonstrar alterações anatômicas dos órgãos ou tecidos comprometidos e é indicada na suspeita de TB pulmonar quando a radiografia inicial é normal, e na diferenciação com outras doenças torácicas, especialmente em pacientes imunossuprimidos.
29
ACHADOS DA TUBERCULOSE PULMONAR EM EXAMES DE IMAGEM
TB primária: processo inflamatório granulomatoso, que pode se manifestar radiologicamente como opacidade parenquimatosa (nódulo ou consolidação), denominada foco primário ou nódulo de Ghon. Em adultos, a forma primária acomete mais os lobos superiores. A partir desse foco inicial, pode ocorrer a progressão para necrose caseosa, As apresentações radiológicas dessa fase são as cavidades, consolidações, nódulos, massas ou opacidades retículo-nodulares. TB miliar: caracterizada por opacidades retículo-micronodulares difusas de distribuição randômica decorrentes da disseminação hematogênica do Mycobacterium tuberculosis pelo parênquima pulmonar.
30
DIAGNÓSTICO HISTOPATOLÓGICO
A avaliação histológica de fragmento de tecido obtido por biópsia é um método empregado na investigação das formas pulmonares que se apresentam radiologicamente como doença difusa e nas formas extrapulmonares. ● Assim, a identificação histológica de granuloma com necrose de caseificação é compatível com o diagnóstico de TB. A identificação de um granuloma sem necrose de caseificação deve ser interpretada com cuidado e à luz dos achados clínicos, visto que outras doenças granulomatosas, como sarcoidose e silicose, podem ter essa apresentação histológica.
31
DIAGNÓSTICO DE HIV NAS PESSOAS COM TUBERCULOSE
Todo paciente com diagnóstico de tuberculose deve ser testado para HIV. O diagnóstico precoce de infecção pelo HIV em pessoas com tuberculose tem importante impacto no curso clínico das duas doenças. O teste diagnóstico para HIV, preferencialmente o rápido, Os TR’s são imunoensaios simples, de fácil execução, com resultado obtido em até 30 minutos. O diagnóstico só pode ser estabelecido após a realização de dois TR Teste anti-HIV positivo: o paciente deve ser encaminhado para o Serviço de Atenção Especializada (SAE) ou Unidades Dispensadoras de Medicamentos para PVHIV mais próximos de sua residência, a fim de dar continuidade ao tratamento da TB e iniciar tratamento para HIV.
32
DIAGNÓSTICO DE TB EM PESSOAS VIVENDO COM HIV
Em pessoas vivendo com HIV, a apresentação clínica da TB é influenciada pelo grau de imunossupressão.
33
Adultos e adolescentes infectados pelo HIV devem ser questionados em todas as visitas aos serviços de saúde sobre a presença dos sintomas abaixo: ➢ Tosse independentemente da duração; e/ou ➢ Febre; e/ou ➢ Perda de peso; e/ou ➢ Sudorese noturna. Apesar da baixa sensibilidade, recomenda-se, na presença de quaisquer desses sintomas, a realização de investigação diagnóstica de tuberculose e/ou outras doenças oportunistas.
34
DIAGNÓSTICO DA INFECÇÃO LATENTE PELO M. TUBERCULOSIS
Quando uma pessoa saudável é exposta ao bacilo da TB, tem 30% de chance de infectar-se, dependendo do grau de exposição, da infectividade do caso índice e de fatores imunológicos individuais. As pessoas infectadas, em geral, permanecem saudáveis por muitos anos, com imunidade parcial ao bacilo. Essa condição é conhecida como infecção latente pelo M. tuberculosis (ILTB). A OMS estima que 1⁄4 da população mundial tenha ILTB. Esses indivíduos não apresentam nenhum sintoma e não transmitem a doença, mas são reconhecidos por testes que detectam a imunidade contra o bacilo. Cerca de 5% das pessoas não conseguem impedir a multiplicação dos bacilos e adoecem na sequência da primoinfecção.
35
DIAGNÓSTICO PELA PROVA TUBERCULÍNICA
A prova tuberculínica (PT) é utilizada para diagnóstico de ILTB e pode também auxiliar o diagnóstico de tuberculose ativa em crianças. Consiste na inoculação intradérmica de um derivado protéico purificado do M. tuberculosis para medir a resposta imune celular a esses antígenos. Indicações: ➢ Identificar casos ILTB em adultos e crianças; e ➢ Auxiliar no diagnóstico de TB ativa em crianças.
36
Tuberculina:
no Brasil, a tuberculina utilizada é o PPD-RT 23, aplicada por via intradérmica, no terço médio da face anterior do antebraço esquerdo,
37
Leitura da prova tuberculínica:
Interpretação: ➢ Enduração ≥ 5 mm: infectado pelo bacilo da tuberculose ➢ Enduração < 5mm: considera-se como não reator.
38
Quando tratar (quando PT >= 5 mm):
➢ Crianças; ➢ PVHIV; ➢ Contatos adultos e adolescentes (≥ 10 anos); ➢ Antes de iniciar o uso de inibidores do TNF-α; ➢ Pré-transplante que fará uso de terapia imunossupressora; ➢ Uso de corticosteroides.
39
Os medicamentos antiTB interferem no sistema enzimático do bacilo ou bloqueiam a síntese de algum metabólito essencial para o seu crescimento. Os fármacos só atuam quando há atividade metabólica (bacilos latentes não são atingidos pelos medicamentos, mas são destruídos pelo sistema imunológico).
40
Esses bacilos de crescimento lento ou intermitente são denominados latentes ou persistentes, responsáveis pelas recidivas da doença. ➢ Por conta da existência dessas populações bacilares, o tratamento da TB deve ser feito por tempo prolongado.
41
O esquema terapêutico antiTB, para ser mais efetivo, deve atender a três objetivos:
1)Ter atividade bactericida precoce: capacidade de matar a maior quantidade de bacilos, o mais rapidamente possível, sendo medida pela velocidade com que são mortos. 2) Prevenir a emergência de bacilos resistentes 3) Ter atividade esterilizante: capacidade de eliminar todos os bacilos presentes no indivíduo, seja nas cavidades pulmonares, no interior das lesões caseosas fechadas ou no interior dos macrófagos
42