22.2 Vaporizadores Anestésicos e Física de Gases Flashcards

(88 cards)

1
Q

Qual a lei do gás ideal?

A

PV = nRT

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2
Q

Quais os pressupostos da lei de gás ideal? (2)

A
  1. As moléculas de gás são pontos em movimento livre no espaço.
  2. As colisões entre moléculas (e com as paredes do recipiente) são perfeitamente elásticas, ou seja:
  • Sem perda de energia
  • Sem atração ou repulsão entre as moléculas

Esses pressupostos são válidos para gases anestésicos diluídos e em condições normais de temperatura e pressão (TAP).

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3
Q

O que é a Lei de Dalton?

A
  • Quando uma mistura de gases ideais está contida em um recipiente, cada gás exerce sua própria pressão — chamada de pressão parcial — como se estivesse sozinho ocupando todo o volume do recipiente. A pressão total da mistura é a soma das pressões parciais de todos os gases

✅ Essa formulação é correta sob as seguintes condições:

  • Os gases se comportam idealmente (o que é uma boa aproximação em condições normais de temperatura e pressão).
  • Não há reações químicas entre os gases (eles são quimicamente inertes entre si).
  • O volume do recipiente é constante.
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4
Q

Como calcular a pressão parcial de um gás (por ex., O₂ ou Sevoflurano) em uma mistura gasosa?

A

Multiplica-se a fração em volume (v/v%) do gás pela pressão total da mistura:

  • Exemplo: O₂ a 50% com pressão total de 760 mmHg →
  • PO₂= 0,50 × 760 = 380mmHg PO₂

    A fração molar (n/ntotal) e v/v% são equivalentes em misturas de gases ideais.
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5
Q

Qual lei é exemplificada na figura abaixo?

A

Lei das pressoes parciais de Dalton

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6
Q

Como a Lei de Dalton das Pressões Parciais se aplica ao ar atmosférico no contexto da anestesia?

A

A Lei de Dalton afirma que a pressão total de uma mistura gasosa é a soma das pressões parciais de cada gás. No ar atmosférico (Ptotal = 760 mmHg), cada gás contribui de acordo com sua fração em volume:

  • O₂ (21%) → ≈ 160 mmHg
  • N₂ (78%) → ≈ 593 mmHg
  • Outros gases (1%) → ≈ 7 mmHg

Essa relação é essencial para calcular a pressão parcial de oxigênio ou anestésicos inalados no circuito respiratório do paciente.

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7
Q

Qual a diferenca de evaporação e ebulição?

A

Evaporação: quando um líquido volátil (como um agente anestésico) é exposto ao ar, algumas moléculas na superfície do líquido possuem energia cinética suficiente para escapar e passar para a fase de vapor.

A evaporação é um processo que ocorre apenas na superfície do líquido — diferente da ebulição, que acontece em todo o volume.

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8
Q

O que é a pressão de vapor saturada?

A

A pressão de vapor saturada (SVP) é a pressão exercida pelo vapor de um líquido em equilíbrio com sua fase líquida, a uma temperatura constante.

Se colocarmos um líquido em um recipiente fechado, as moléculas evaporam até que se estabeleça um equilíbrio: o número de moléculas que evaporam é igual ao número que retorna ao líquido (condensação).

A pressão exercida por essas moléculas no estado gasoso nesse ponto é a pressão de vapor saturada (SVP) — depende da substância e da temperatura.

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9
Q

O recipiente A apresenta O₂ e no B é adicionado Isoflurano, mantendo-se a temperatura em 20°C. O que ocorreu?

A
  • Figura A: recipiente com oxigênio puro a 1 atm (760 mmHg) → toda a pressão vem do oxigênio.
  • Figura B: adiciona-se isoflurano líquido ao recipiente. Ao evaporar, ele desloca parte do oxigênio.

O isoflurano atinge uma SVP de 238 mmHg (a 20 °C).

  • Como a pressão total continua sendo 760 mmHg (ambiente), o restante da pressão (760 − 238 = 522 mmHg) vem do oxigênio.

Portanto:

  • Pressão parcial do O₂ = 522 mmHg → 69% do volume.
  • Pressão parcial do isoflurano = 238 mmHg → 31% do volume.
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10
Q

Este modelo ajuda a entender por que os vaporizadores devem ser calibrados para cada agente volátil: cada um tem sua própria SVP em uma dada temperatura. Alterações nessa pressão afetam diretamente a fração inspirada (Fi) do anestésico.

  • V ou F?
A

Verdadeiro

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11
Q

A pressão de vapor de um agente volátil (como o isoflurano) depende fortemente da temperatura.

O que ocorre com a SVP com as mudanças de temperatura?

A
  • Quanto mais quente, mais moléculas têm energia suficiente para escapar do líquido → maior pressão de vapor.
  • Quanto mais frio, menos moléculas escapam → menor pressão de vapor.

A pressão de vapor saturada (SVP) é a pressão exercida pelo vapor de um líquido em equilíbrio com sua fase líquida, a uma temperatura constante.

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12
Q

Quais as implicacoes das curvas abaixo?

A
  • Desflurano apresenta SVP menor a temperatura ambiente
  • Todos os Anestesicos Inalatorios sao mais voláteis que a agua

Mostra como diferentes anestésicos têm diferentes SVPs conforme a temperatura aumenta. Por exemplo, o desflurano atinge SVP de 760 mmHg (ponto de ebulição ao nível do mar) a cerca de 23–24 °C, enquanto o isoflurano requer mais calor para isso.

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13
Q

Como entender a figura abaixo?

A

Impacto da temperatura na pressao de vapor:

  • Queda de temperatura → menor concentração de anestésico no gás inspirado, pois menos moléculas evaporam.
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14
Q

Qual a forma usual de expressar a concentração de gases anestésicos (

A

Volume percentual (v/v%)

  • Exemplo: se o sevoflurano representa 1,2% do volume total da mistura inalada, isso significa que ele exerce 1,2% da pressão total do sistema (Dalton).
  • Como a pressão total é 760 mmHg ao nível do mar, 1% do volume equivale a 7,6 mmHg de pressão parcial.
  • Assim, 1,2% de sevoflurano ≈ 9 mmHg (1,2 × 760 ÷ 100).
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15
Q

Qual gas nao é tradicionalmente quantificado em v/v%?

A

CO₂

Isso se deve à forte correlação entre a pressão parcial de CO₂ no final da expiração (ETCO₂) e a PaCO₂ arterial — facilitando o raciocínio clínico.

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16
Q

Quais fatores devem ser compensados na entrega dos anestesicos inalatorios? (7)

A
  • Pressao ATM
  • Temperatura
  • Fluxo do gás carregador (O₂, N₂O, ar): (carrier gas flow)
  • Tipo de gás carregador
  • Retrofluxo de pressão (backpressure)
  • Resfriamento por evaporação:
  • Posição do equipamento (nível)
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17
Q

O que é MAC e como ele se relaciona com MAPP na anestesia inalatória?

A
  • MAC (Minimum Alveolar Concentration) é a concentração alveolar de anestésico inalatório (em % v/v) necessária para prevenir movimento em resposta a estímulo cirúrgico em 50% dos pacientes.
  • MAPP (Minimal Alveolar Partial Pressure) é a pressão parcial correspondente ao MAC, expressa em mmHg.

A profundidade anestésica é determinada pela pressão parcial cerebral, não apenas pela concentração em volume.

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18
Q

Embora o vaporizador use volume %, a profundidade anestésica real é determinada pela ___1___ do agente anestésico no encéfalo (que espelha a alveolar).

A
  1. pressão parcial alveolar / encefalica

O MAPP é a pressão parcial correspondente ao MAC, expressa em mmHg.

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19
Q

Por que é mais confiável pensar em pressão parcial do que em volume percentual ao administrar anestésicos voláteis e qual a implicacao disso conforme a altitude?O ponto de ebulição é a temperatura na qual a pressão de vapor do líquido iguala a pressão atmosférica, fazendo com que o líquido entre em ebulição (vaporização rápida e contínua).

A
  • O efeito anestésico é determinado pela pressão parcial alveolar/cerebral do agente, e não pelo volume %.
  • Em locais com menor pressão atmosférica (ex: grandes altitudes), um mesmo volume % resulta em menor pressão parcial (MAPP) → menor profundidade anestésica.
    Por isso, considerar a pressão parcial é mais clinicamente seguro.
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20
Q

Quando um anestésico volátil (líquido) passa para o estado gasoso, ele precisa de energia térmica para vencer as forças de coesão entre suas moléculas. Essa energia é chamada de:

A

Calor latente de vaporização.

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21
Q

Se o líquido estiver em um ambiente isolado (sem fonte externa de calor), ele retira calor de si mesmo para evaporar → isso esfria o líquido remanescente.

Esse resfriamento reduz a ___1___ do agente anestésico → menos moléculas evaporam → menor entrega de anestésico ao paciente.

Qual a implicacao disso no vaporizador?`

A
  1. pressão de vapor
  2. Se o vaporizador não compensar esse resfriamento (por ex., com aquecimento ou controle térmico), haverá queda na concentração administrada do anestésico inalatório.

É o mesmo princípio do suor: a evaporação retira calor da pele → resfria o corpo. Com o anestésico, isso pode resfriar o agente e reduzir sua eficácia.

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22
Q

O ponto de ebulição é a temperatura na qual a ___1___ do líquido iguala a ___2___, fazendo com que o líquido entre em ebulição (vaporização rápida e contínua).

A
  1. pressão de vapor
  2. pressão atmosférica
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23
Q

O que ocorre com o ponto de ebulição conforme variações da Patm?

A

menor pressão → menor ponto de ebulição.

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24
Q

Qual a relacao do ponto de ebulição com a volatilidade do anestesico?

A

Quanto mais volátil o agente, menor seu ponto de ebulição.

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25
Por que o desflurano exige um vaporizador especial com controle de temperatura e pressão, diferente dos usados para outros agentes.
O desflurano tem um ponto de ebulição baixo (22,8 °C) e uma pressão de vapor saturada muito alta, o que o faz ferver em temperaturas normais de sala cirúrgica.
26
🔺 Isoflurano e halotano também poderiam teoricamente entrar em ebulição em **___1___** ou **___2___**, por isso alguns fabricantes indicam limites máximos de operação segura para esses agentes.
1. altitudes elevadas 2. temperaturas ambientais extremas
27
Qual a relacao dos vaporizadores modernos no circuito respiratorio paciente?
**Out-of-Circuit** O anestésico é vaporizado fora do circuito respiratório do paciente, e então introduzido ao sistema por meio de uma linha de gás fresco.
28
Os principais tipos modernos de vaporizadores incluem:
- Variable bypass vaporizer - Dual-circuit vaporizer - Cassette vaporizer - Injection vaporizer
29
Qual o tipo de vaporizador conforme a figura abaixo?
* Vaporizador bypass variavel
30
Por que diluir anestésicos voláteis?
Os anestésicos voláteis têm uma pressão de vapor saturada (SVP) muito alta — ou seja, se fossem liberados diretamente, sua concentração excederia os níveis clínicos seguros. Por isso, é necessário diluí-los.
31
Como funciona a diluição no sistema variable bypass? (2)
- Uma parte passa pelo vaporizador, onde se satura com o anestésico. - A outra parte bypassa (desvia) o vaporizador e não entra em contato com o agente. Ao se recombinarem, essas duas correntes formam uma mistura com concentração final ajustada.
32
Que variável nao é compensada pelo Variable Bypass?
* Pressao Atmosferica
33
Por que o gás que passa pela câmara de vaporização de um vaporizador de bypass variável não atinge saturação completa com o agente anestésico?
Porque o fluxo contínuo de gás fresco que entra na câmara **não permite tempo suficiente para que o anestésico evapore até o equilíbrio**. Assim, a câmara se torna apenas parcialmente saturada com o agente. Apesar disso, os cálculos e calibrações dos vaporizadores assumem saturação completa como uma convenção de projeto.
34
Embora o exemplo da figura (e outros no capítulo) assumem que o gás que passa pela câmara de vaporização fique completamente saturado de anestésico (ou seja, atinja a concentração máxima possível do agente — por exemplo, 21% de sevoflurano), isso não acontece na prática. Por que e quais as implicacoes praticas?
* O fluxo de gás fresco (O₂) que entra na câmara de vaporização está sempre em **movimento contínuo**. Isso não dá **tempo** suficiente para que o sevoflurano evapore até atingir sua concentração de saturação (equilíbrio entre evaporação e condensação). * A câmara de vaporização fica apenas parcialmente saturada de anestésico. Ou seja, a concentração real de anestésico no gás que sai da câmara é menor do que o valor teórico de saturação.
35
Embora o exemplo da figura (e outros no capítulo) assumem que o gás que passa pela câmara de vaporização fique completamente saturado de anestésico (ou seja, atinja a concentração máxima possível do agente — por exemplo, 21% de sevoflurano), isso não acontece na prática. ⚙️ Mas então por que os manuais e cálculos assumem saturação completa?
**Por convenção e para fins de projeto.** Mesmo sabendo que não há saturação total, assume-se esse valor teórico (ex. 21% para sevoflurano a 20 °C) para tornar os cálculos e calibração dos vaporizadores mais simples e padronizados.
36
Como um vaporizador de bypass variável entrega uma concentração precisa de 2% de sevoflurano, a 2000 mL/min de fluxo de gas fresco?
O vaporizador divide o fluxo de gás fresco entre uma **câmara de bypass e uma câmara de vaporização** (split ratio de 12:1 para 2% de sevoflurano). Na câmara de vaporização, 150 mL/min de O₂ absorvem 40 mL/min de sevoflurano evaporado. O total de saída é 2040 mL/min, dos quais 40 mL/min são sevoflurano, resultando em 2% (v/v). *A proporção é controlada pelo dial e compensada por temperatura.* Concentração final: 40/2040 ≈ 2% sevoflurano (v/v%).
37
Para que servem os "wicks" (pavios) e "baffles" da camara vaporizadora?
Aumentar a superficie de contato e a exposição ao anestésico líquido, absorvendo o vapor.
38
A razão entre os fluxos (bypass/câmara de vaporização) é chamada de **___1___** e é especifica para cada gás.
* Splitting ratio Essa razão, combinada com a saturação do gás que sai da câmara de vaporização (a 21% de sevoflurano), resulta em um total de 2% de sevoflurano no fluxo final (40 mL de sevoflurano em 2040 mL de gás total/minuto).
39
Qual o splitting ratio necessario para um total de 2% de sevoflurano no fluxo final, na temperatura de 20°C e 1ATM?
12:1
40
Quais os mecanismos de compensação de temperatura possiveis no vaporizador? (2)
* Elemento de expansao-contracao * Lamina bimetalica
41
Por que é necessario compensar a temperatura no vaporizador?
Corrigir a alteração da pressão de vapor causada pelo resfriamento evaporativo, ajustando automaticamente a divisão de fluxo entre a câmara de vaporização e o bypass, garantindo entrega estável do anestésico mesmo com variações de temperatura. - Quando o anestésico líquido evapora dentro da câmara vaporizadora, ele consome energia térmica (calor). Isso esfria o próprio líquido anestésico. - Se esse resfriamento não for compensado, **o vapor pressure (pressão de vapor) do anestésico cai, e menos anestésico evapora** — ou seja, menos agente é entregue ao paciente, o que pode comprometer a anestesia.
42
Como funciona a compensação de temperatura no vaporizador abaixo?
➤ Se a temperatura cai (resfriamento por evaporação): - O cone (ou a tira bimetálica) se move para restringir o fluxo no bypass. - Isso desvia mais gás para a câmara de vaporização. - Mesmo com a menor pressão de vapor, o aumento do fluxo compensa e mantém a entrega estável de anestésico. ➤ Se a temperatura sobe: - O mecanismo libera mais gás para o bypass e menos para a câmara. - Isso evita a entrega excessiva de anestésico (o que ocorreria com maior evaporação).
43
Como funciona a compensação de temperatura no vaporizador abaixo?
Tira Bimetalica: composta de dois metais com diferentes coeficientes de expansão térmica. Quando a temperatura muda: - Ela encurva-se para um lado ou outro, - Desviando mais ou menos gás para a câmara de vaporização.
44
Por que vaporizadores de bypass variável devem ser feitos com materiais de alta capacidade e condutividade térmica?
Para manter a **estabilidade térmica durante a vaporização**: os materiais armazenam e transferem rapidamente calor do ambiente, compensando o resfriamento causado pela evaporação do anestésico.
45
Um vaporizador do tipo bypass variável deveria manter a concentração do anestésico constante, mesmo que variem fatores como: (5)
- Taxa de fluxo do gás fresco - Temperatura ambiente - Pressão retrógrada (backpressure) do circuito respiratório - Composição do gás carregador - Pressão barométrica
46
Segundo normas internacionais (ISO), o desvio da saída média não pode ultrapassar **___1___** do valor marcado no botão e não pode ultrapassar **___2___** do valor máximo de saída do vaporizador.
1. +30% ou –20% 2. +7,5% ou –5% Exemplo: Se o botão está ajustado para 2%, a saída deve estar entre 1,6% e 2,6%.
47
Como a taxa de fluxo do gás fresco afeta a entrega de anestésico em vaporizadores de bypass variável?
Tanto fluxos baixos (<250 mL/min) quanto altos (ex.: 15 L/min) reduzem a saída em relação ao valor do botão, por menor turbulência, resfriamento evaporativo, mistura incompleta e saturação inadequada do gás carregador.
48
Por que ranto fluxos baixos (<250 mL/min) quanto altos (ex.: 15 L/min) reduzem a saída em relação ao valor do botão do gás carregador em vaporizadores de bypass variável? (1+3)
1. Fluxo baixo: turbulencia 2. Fluxo alto: - Resfriamento rápido pela evaporação → reduz SVP. - Mistura incompleta dos gases. - Tempo insuficiente para saturar o gás carregador com vapor anestésico.
49
Vaporizadores modernos são projetados para manter uma concentração estável do anestésico inalatório mesmo com variações de temperatura. Entretanto, os mecanismos de compensação de temperatura (como tiras bimetálicas) respondem de forma linear, enquanto a pressão de vapor do anestésico varia de forma não linear com a temperatura. Por isso, pode ocorrer uma leve variação na concentração liberada. Quais situacoes podem piorar este efeito? (3)
* Altas temperaturas * Concentracoes elevadas * Altitudes elevadas
50
O que pode acontecer com o vaporizador de bypass variável em temperaturas muito altas, próximas ao ponto de ebulição do agente volátil?
O anestésico pode começar a ferver dentro do vaporizador, gerando vapor incontrolável. - Nesse caso, os mecanismos compensatórios falham e o vaporizador perde a capacidade de controlar a concentração administrada. Esse risco é maior em altitudes elevadas, onde o ponto de ebulição é mais baixo. - Altitudes elevadas aumentam esse risco, já que a pressão atmosférica é menor, o que reduz o ponto de ebulição dos agentes.
51
Qual é o impacto da pressão reversa intermitente (intermittent backpressure) nos vaporizadores de bypass variável?
Ela pode causar aumento inesperado na concentração de anestésico entregue ("pumping effect"). Durante a ventilação com pressão positiva ou uso do botão de flush de O₂, parte da pressão pode retornar (retrogradamente) do circuito do paciente para o vaporizador. Isso comprime os gases dentro das câmaras do vaporizador, especialmente a de vaporização. Quando essa pressão é liberada (por exemplo, durante a expiração), o vapor anestésico pode sair tanto pela saída normal (antegrade) quanto voltar pela entrada (retrograde) para a câmara de bypass. Como a resistência de saída da câmara de bypass é menor, o vapor tende a ir por esse caminho, resultando em maior concentração do que a esperada. Apesar de os vaporizadores modernos serem bem protegidos contra isso, é importante conhecer o mecanismo e seu risco.
52
O que é o efeito de bombeamento ("pumping effect") nos vaporizadores de bypass variável?
É um aumento indesejado na saída de anestésico causado por pressão reversa intermitente (como ventilação com pressão positiva ou flush de O₂).
53
Que situacoes podem agravar o "efeito de bombeamento" nos vaporizadores de bypass variável?
- baixo fluxo de gás, - baixa concentração ajustada - pouco anestésico na câmara.
54
Quais as estratégias utilizadas nos vaporizadores modernos para reduzir o efeito da pressão reversa intermitente, também chamado de pumping effect. (4)
- Câmaras de vaporização menores: limitam o volume de vapor que pode retornar em refluxo. - Tubo espiral/labirinto como entrada da câmara de vaporização: aumenta o comprimento e a resistência ao refluxo. - Sistema de defletores (baffles): ajuda a absorver flutuações de pressão e estabiliza o fluxo. - Válvula unidirecional após o vaporizador: evita que o gás retorne para dentro dele.
55
Qual o **impacto da composição do gás carreador (carrier gas)** — especialmente o uso do óxido nitroso (N₂O) — sobre o funcionamento dos vaporizadores do tipo bypass variável conforme o exemplo da figura abaixo?
Quando o gás carreador é trocado de 100% oxigênio para 100% N₂O, observa-se: 1. Queda abrupta na saída do anestésico halotano. 2. Em seguida, a saída do anestésico sobe lentamente até atingir um novo estado de equilíbrio, mas ainda mais baixo do que o inicial. 🧪 Mecanismo fisicoquímico por trás disso: - O óxido nitroso é mais solúvel no líquido anestésico do que o oxigênio. - Ao entrar no vaporizador, uma parte do N₂O se dissolve no líquido anestésico, reduzindo transitoriamente o volume de vapor liberado. - Isso causa uma queda momentânea no fluxo de anestésico vaporizado. - Depois de um tempo, o anestésico líquido se satura com N₂O e a saída volta a subir, estabilizando-se em um novo patamar (mais baixo que antes, mas estável). A composição do gás carreador afeta o rendimento do vaporizador. Mudanças bruscas — como introdução ou retirada de N₂O — podem causar flutuações transitórias na concentração de anestésico entregue ao paciente.
56
O que explica a redução do novo estado estável de saída de anestésico volátil ao trocar o gás carreador de O₂ para N₂O?
A nova concentração estável (ex: 3,5% de halotano) ocorre porque o N₂O é mais solúvel no anestésico líquido que o O₂. Ao se dissolver no reservatório, ele reduz temporariamente o volume de gás que carrega anestésico. Após o equilíbrio, o novo valor é mais baixo, provavelmente por **diferenças de densidade e viscosidade entre N₂O e O₂**, que alteram a divisão do fluxo entre as câmaras de bypass e vaporização.
57
Apesar de parecer contraintuitivo, a profundidade anestésica com um vaporizador de bypass variável permanece relativamente constante mesmo quando a pressão atmosférica varia, como em altitudes elevadas. Por que isso acontece? (3)
- A pressão de vapor saturado do agente anestésico não depende da pressão barométrica, e sim da temperatura. - Mesmo que a pressão atmosférica total diminua com a altitude, a pressão parcial do anestésico no interior do vaporizador continua constante. - Como a pressão total caiu, essa mesma pressão parcial representa uma fração maior da pressão total, o que significa que a concentração em volume (v/v%) aumenta.
58
Não é necessário ajustar o vaporizador em altitudes elevadas, desde que seja do tipo bypass variável. Quais as consequencias praticas? (2)
- A concentração em volume do anestésico aumenta com a altitude, mas a pressão parcial permanece estável. - Como o efeito anestésico é determinado pela pressão parcial no cérebro, não há impacto clínico significativo.
59
Como a variação da pressão atmosférica (como em grandes altitudes) afeta a saída de anestésico em vaporizadores de bypass variável?
A saída em pressão parcial do anestésico permanece constante, pois a pressão de vapor saturado é independente da pressão barométrica. No entanto, a concentração em volume (v/v%) aumenta com a altitude. Como a anestesia depende da **pressão parcial no cérebro, o impacto clínico é mínimo, e não é necessário ajustar o vaporizador.**
60
O que ocorre com a pressao parcial do anestesico em condições hiperbaricas (pressão atmosférica aumentada)?
- A pressão parcial do anestésico no vaporizador permanece constante. - No entanto, como a pressão ambiente aumenta, o volume percentual (v/v%) do anestésico diminui significativamente. - A pressão parcial de saída sofre apenas uma leve queda. Resultado clínico: anestesia geralmente permanece eficaz, já que o que importa é a pressão parcial.
61
MAC (expresso em v/v%) é definido ao nível do mar, assim como a calibração dos vaporizadores. O que ocorre com a MAC em condições de altitude?
Com o aumento da altitude, a pressão barométrica cai, então: - A fração inspirada (v/v%) precisa aumentar para manter a mesma pressão parcial (e o mesmo efeito anestésico). - A MAPP (Minimum Alveolar Partial Pressure) não muda — porque depende da pressão parcial no cérebro, não do volume percent. *Implicação clínica:* - O operador não precisa ajustar o vaporizador para compensar mudanças de altitude ou pressão — o sistema se autocompensa, pois a pressão de vapor do agente volátil permanece constante. - Isso é válido para vaporizadores de bypass variável, mas não se aplica ao vaporizador Tec 6 do desflurano, que exige controle especial.
62
Quais os recursos de Segurança dos Vaporizadores de Bypass Variável?
- Dispositivos de preenchimento com chave específica por agente (impedem uso do agente errado). - Porta de enchimento localizada no nível máximo seguro (evita sobrecarga de anestésico). - Fixação firme à estação de anestesia (evita queda). - Sistemas de intertravamento impedem o uso simultâneo de mais de um vaporizador.
63
Se um vaporizador for preenchido com o agente errado, qual o efeito de: 1. colocar desflurano no vaporizador de sevoflurano 2. colocar sevoflurano num vaporizador de desflurano
1. Superdosagem (ex.: colocar desflurano no vaporizador de sevoflurano). 2. Subdosagem (ex.: colocar sevoflurano num vaporizador de desflurano). *O erro decorre da diferença entre a pressão de vapor saturado do agente correto e a do agente colocado erroneamente, além da relação de divisão (splitting ratio) incorreta para o agente presente.*
64
Que dispositivo pode ajudar a detectar misfilling (detectando concentrações inesperadas).
Analizador de gases
65
Quais são os riscos associados à inclinação do vaporizador de bypass variável e como preveni-los?
Pode levar anestésico líquido à câmara de bypass → saída anestésica extremamente alta. * Evitar uso após inclinação até completar purga (flush) com alto fluxo. - Seguir instruções do fabricante. - Usar analisador de gases antes do uso clínico. - Alguns vaporizadores têm modo “T” para transporte seguro.
66
O que pode ocorrer se um vaporizador de bypass variável for overfilled (enchido em excesso)?
O líquido anestésico pode entrar na câmara de bypass, gerando uma dose excessiva de vapor. Apesar de mecanismos modernos evitarem esse erro, overfilling ainda pode ocorrer se o vaporizador for inclinado ou estiver na posição "on" durante o enchimento.
67
Qual a pressao de vapor do Desflurano a 20°C?
* 669mmHg
68
Quais são as causas e os riscos dos vazamentos (leaks) em vaporizadores de anestésicos?
Podem ser causados por tampas soltas, válvulas mal fechadas, falha mecânica interna ou montagem inadequada no aparelho. Podem levar à diminuição da concentração do agente inalado e aumentar o risco de consciência intraoperatória.
69
Qual a temperatura de ebulição do Desflurano em 1atm?
* 22.8°C
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O desflurano não pode ser utilizado em vaporizadores de bypass variável por 3 razões principais:
1. Alta taxa de evaporação → Requer fluxo de gás diluente excessivamente alto para atingir concentrações clínicas (ex: 6% ≈ 12 L/min). 2. Resfriamento intenso → Grande volume vaporizado causa queda de temperatura, reduzindo saída do vaporizador. 3. Baixo ponto de ebulição (22,8 °C) → Pode ferver à temperatura ambiente, tornando a entrega do anestésico incontrolável.
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 Como funciona o vaporizador Tec 6 para desflurano e por que ele difere dos vaporizadores de bypass variável?
O Tec 6 é eletricamente aquecido (39 °C) e pressurizado (~1300 mmHg), operando com dois circuitos paralelos: um de gás fresco e outro de vapor de desflurano. * Um transdutor de pressão ajusta eletronicamente o sistema para igualar as pressões dos dois circuitos. * Quando o gás fresco entra no circuito, ele passa por um restritor fixo (R1), o que cria uma pressão de retaguarda (backpressure) proporcional ao fluxo. * A válvula R2 regula a liberação de vapor conforme o ajuste do dial. Isso garante uma concentração constante de desflurano, mesmo com variações no fluxo de gás. *Tec 6 é necessário devido à alta volatilidade e baixa margem de segurança do desflurano.*
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Como ocorre a compensação automatica 🔄 com o fluxo no vaporizador de Desflurano?
- Se o operador aumentar o fluxo de gás fresco, a pressão nesse circuito aumenta. - O sistema aumenta proporcionalmente a pressão no circuito de vapor, o que faz mais desflurano fluir por R2. *Isso mantém constante a concentração final de desflurano entregue ao paciente.*
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Que fatores influenciam o output do vaporizador Tec 6, que entrega desflurano por aquecimento e controle eletrônico? (2)
* Pressao barometrica * Composicao do gas carreador
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Qual a influencia da pressao barométrico no vaporizador Tem-6? (2)
- Em altitudes elevadas (menor pressão atmosférica), o valor absoluto da pressão parcial do desflurano entregue ao paciente cai, reduzindo a profundidade anestésica. - Em ambientes hiperbáricos (maior pressão atmosférica), a pressão parcial aumenta, potencialmente aumentando a profundidade anestésica.  – O Tec 6 mantém concentração em volume (v/v%) constante.  – A pressão parcial de desflurano varia proporcionalmente com a pressão atmosférica.   ⤷ Altitude: menor pressão parcial → menor profundidade anestésica.   ⤷ Ambiente hiperbárico: maior pressão parcial → maior profundidade anestésica.
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Qual a influencia da Composição do gás carregador (ex: N₂O) no vaporizador Tem-6? (2)
 – Gases com menor viscosidade (como N₂O) reduzem a pressão de trabalho.  – Isso leva a **menor liberação de vapor de desflurano no resistor R2.**  – Efeito mais relevante com altas concentrações de N₂O e fluxo baixo.
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O desflurano tem uma pressão de vapor próxima de 1 atm. Se for colocado por engano em um vaporizador de bypass variável, pode causar superdosagem e mistura hipóxica. Para evitar isso, o desflurano vem com um sistema de enchimento específico chamado:
**SAF-T-FILL**, que impede o uso em vaporizadores incorretos e minimiza o vazamento do agente anestésico para a atmosfera.
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O vaporizador do Desflurano desliga automaticamente (fecha uma válvula após o reservatório de vapor) e dispara um alarme se ocorrer qualquer uma das seguintes situações: (4)
1. Nível de desflurano estiver baixo. 2. Vaporizador for inclinado. 3. Houver falha elétrica. 4. Diferença de pressão entre os circuitos for excessiva.
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Como é direcionado o fluxo em vaporizadores de Cassete?
O gás fresco entra no sistema e é dividido por um restritor fixo em dois fluxos: * Um vai para a câmara de bypass. * Outro é desviado para a câmara de vaporização (dentro do cassete), onde passa por um check valve unidirecional.
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O que ocorre quando quando a temperatura ambiente passa de 22,8 °C (ponto de ebulição do desflurano) nos Vaporizadores Cassete? (2)
O desflurano vira gás dentro da câmara e o sistema se adapta: - O check-valve unidirecional se fecha, impedindo entrada de gás fresco no cassete (evita erro por ebulição); - O CPU injeta diretamente o vapor puro de desflurano na quantidade exata para atingir a concentração desejada.
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Quais os mecanismos de segurança e praticidade integrados ao sistema vaporizador tipo cassete Aladin (e Aladin2)? (4)
1. Prevenção de hipóxia: sistema eletrônico garante ≥25% O₂ na saída comum, independentemente do gás carreador ou concentração de anestésico. 2. Válvulas automáticas: ao remover o cassete, impedem perda de gás fresco e entrada de anestésico líquido na linha de gás. 3. Proteção contra sobreenchimento: evita excesso de líquido no cassete. 4. Imunidade à inclinação: pode ser transportado/manuseado em qualquer posição sem afetar desempenho ou segurança.
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Como é feita a regulagem da dose vaporizada nos vaporizadores tipo injeção Maquet?
* Diretamente via a interface eletrônica da estação.
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Qual o principio de funcionamento dos vaporizadores tipo injeção Maquet?
O gás da máquina de anestesia entra pelo drive gas inlet e pressuriza o reservatório de anestésico líquido. Com isso, injeta anestésico líquido em pulsos em uma câmara de vaporização aquecida, onde evapora rapidamente. A quantidade injetada em cada intervalo é controlada por microprocessador com base na concentração desejada e no fluxo de gás fresco. Um sistema de análise de gases avalia continuamente o vapor entregue.
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Como é feito o teste do Maquet Vaporizers (tipo injeção)?
Automatico na rotina diária quanto a funcionamento e vazamentos.
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Sobre o sistema Dräger DIVA Vaporizers (injeção direta), qual o principio de funcionamento e quais as vantagens? (1+3)
* Injeção direta de anestésico volátil no sistema respiratório Vantagens do sistema DIVA: - Regulação precisa da profundidade anestésica. - Evita desperdício de gás fresco. - Permite resposta rápida com baixo consumo..
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Qual o principal uso do vaporizador Oxford Miniature Vaporizer?
Ideais para situações com **recursos limitados**, como em campos de batalha ou locais sem oxigênio comprimido, pois funcionam com **pressão negativa gerada pela respiração do paciente ou bolsa**.
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Quais as limitacoes dos vaporizadores Oxford Miniature Vaporizer? (2)
- Não é específico para um agente; dials diferentes devem ser usados para halotano, isoflurano ou sevoflurano. - A saída do vapor depende fortemente da temperatura ambiente.
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Quais dispositivos representam uma alternativa viável para administrar anestésicos inalatórios fora do centro cirúrgico, especialmente em ambientes como a UTI, onde estações de anestesia completas não estão disponíveis? (2)
* AnaConda * Minus
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Principais indicacoes de anestesicos inalatorios em UTI? (3)
- Broncoespasmo refratário, - estado de mal epiléptico, - alternativa à sedação intravenosa em UTI.