Ação Penal Flashcards

(60 cards)

1
Q

Pergunta

A

Resposta

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2
Q

Para o Superior Tribunal de Justiça, o ajuizamento da queixa-crime perante juízo absolutamente incompetente não interrompe o prazo decadencial, sendo necessária a distribuição correta para evitar a extinção da punibilidade.

A

❌ A afirmação está errada. De acordo com o entendimento do Superior Tribunal de Justiça, mesmo que a queixa-crime seja ajuizada perante juízo absolutamente incompetente, tal ajuizamento é suficiente para interromper o prazo decadencial. O que importa é a iniciativa do titular da ação dentro do prazo legal. (STJ, AgRg no REsp 1560769/SP, Rel. Min. Sebastião Reis Junior, DJe 25/02/2016)

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3
Q

É cabível a ação penal privada subsidiária da pública sempre que o Ministério Público deixar de apresentar denúncia, inclusive quando promover diligências investigatórias ou requerer o arquivamento da investigação.

A

❌ A afirmação está errada. A ação penal privada subsidiária da pública somente é cabível nos casos de inércia do Ministério Público. Se o órgão ministerial requerer diligências ou promover o arquivamento da investigação, não se configura omissão, mas manifestação fundamentada de que não é o caso de oferecer denúncia, o que impede a atuação subsidiária do ofendido.

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4
Q

A ação penal pública incondicionada também se aplica às contravenções penais, sendo possível ao juiz promovê-la de ofício, nos termos do artigo 17 do Decreto-Lei nº 3.688/1941.

A

❌ A afirmação está errada. Embora o artigo 17 do Decreto-Lei nº 3.688/1941 estabeleça que a ação penal nas contravenções é pública e que a autoridade deve proceder de ofício, essa parte final do dispositivo não foi recepcionada pela Constituição da República de 1988, que adotou o modelo de processo penal acusatório. Assim, o juiz não pode promover a ação penal de ofício, sendo necessária a atuação do Ministério Público por meio da denúncia, que é a peça inicial da ação penal pública.

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5
Q

No crime de contrair casamento mediante erro essencial ou ocultação de impedimento, previsto no artigo 236 do Código Penal, admite-se queixa-crime oferecida por sucessores do ofendido em caso de sua morte ou ausência judicialmente decretada.

A

❌ A afirmação está errada. O crime previsto no artigo 236 do Código Penal, referente a contrair casamento induzindo em erro essencial ou ocultando impedimento, configura hipótese de ação penal privada personalíssima. A queixa deve ser oferecida exclusivamente pelo contraente enganado, não se admitindo substituição em caso de morte ou ausência. Nessas hipóteses, ocorre a extinção da punibilidade.

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6
Q

A ação penal pública condicionada, embora tenha titularidade do Ministério Público, depende de condição específica de procedibilidade, que pode ser a requisição do Ministro da Justiça ou a representação do ofendido.

A

✅ A afirmação está correta. A ação penal pública condicionada, como todas as ações penais públicas, tem como titular o Ministério Público, conforme o artigo 129, inciso I, da Constituição da República. Sua principal característica distintiva em relação à ação penal pública incondicionada é a exigência de condição específica de procedibilidade, indispensável ao recebimento da denúncia pelo juiz, sendo esta condição representada pela requisição do Ministro da Justiça ou pela representação do ofendido.

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7
Q

Nos termos do artigo 100 do Código Penal, a regra geral é que os crimes sejam processados por ação penal pública incondicionada, exigindo-se previsão legal expressa apenas para a adoção da ação penal pública condicionada ou da ação penal privada.

A

✅ A afirmação está correta. O caput do artigo 100 do Código Penal estabelece que a ação penal é pública, salvo quando a lei expressamente a declara privativa do ofendido. Assim, a ação penal pública incondicionada é a regra, enquanto a ação penal pública condicionada ou a ação penal privada só são admitidas mediante expressa previsão legal.

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8
Q

Na ação penal privada subsidiária da pública, o Ministério Público apenas pode intervir nos atos do processo, sem poderes para aditar a queixa, repudiá-la, oferecer denúncia substitutiva ou retomar a ação em caso de negligência do querelante.

A

❌ A afirmação está errada. O Ministério Público possui amplos poderes na ação penal privada subsidiária da pública, nos termos do artigo 29 do Código de Processo Penal. Pode repudiar a queixa e oferecer denúncia substitutiva

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9
Q

A apresentação da queixa-crime dentro do prazo legal perante juízo territorialmente incompetente não impede o reconhecimento da decadência, pois a contagem do prazo depende do recebimento válido da inicial pelo juízo competente.

A

❌ A afirmação está errada. Segundo entendimento do Supremo Tribunal Federal, ainda que a queixa-crime seja oferecida perante juízo territorialmente incompetente, se isso ocorrer dentro do prazo legal, não se configura decadência. O que importa é a data do oferecimento da queixa em juízo, e não seu recebimento. A nulidade por incompetência relativa atinge apenas atos decisórios, não prejudicando o oferecimento tempestivo da queixa. (STF, RHC 63665/RS, Rel. Min. Djaci Falcão, DJ 01/04/1986)

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10
Q

Há consenso doutrinário quanto à legitimidade do companheiro para oferecer representação criminal no caso de morte da vítima, com fundamento no reconhecimento da união estável como entidade familiar pelo artigo 226, §3º, da Constituição.

A

❌ A afirmação está errada. Não há consenso doutrinário sobre a legitimidade do companheiro para oferecer representação no caso de morte da vítima. De um lado, invoca-se o artigo 226, §3º, da Constituição, que reconhece a união estável como entidade familiar, para defender essa possibilidade. De outro, argumenta-se que a ampliação do rol de legitimados, sem previsão legal expressa, violaria o princípio da legalidade e representaria analogia in malam partem, ao expandir o poder de punir do Estado.

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11
Q

A justa causa para o oferecimento da denúncia exige a demonstração de que houve infração penal, sendo prescindível a existência de indícios suficientes de autoria.

A

❌ A afirmação está errada. A justa causa para a ação penal exige, segundo o entendimento do Supremo Tribunal Federal, a presença de elementos probatórios mínimos que demonstrem tanto a materialidade do fato delituoso quanto a existência de indícios suficientes de autoria. Trata-se de um requisito indispensável para legitimar a persecução penal, sob pena de configurar injusta coação processual. (STF, Inquérito 1.978-0, Rel. Min. Celso de Mello, DJ 17/08/2007

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12
Q

O prazo para oferecimento da queixa-crime é de seis meses, contados da data em que o crime foi praticado, independentemente de o ofendido ter conhecimento de quem é o autor.

A

❌ A afirmação está errada. O prazo para oferecimento da queixa-crime é de seis meses, mas seu termo inicial é o dia em que o ofendido passa a saber quem é o autor do crime, incluindo autores, coautores e partícipes. O não exercício desse direito dentro do prazo legal acarreta a decadência, que é causa extintiva da punibilidade, conforme disposto no artigo 103 do Código Penal.

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13
Q

A representação oferecida contra um dos partícipes de crime cuja ação penal pública é condicionada não se estende aos demais agentes, sendo necessária nova representação individualizada para cada coautor ou partícipe.

A

❌ A afirmação está errada. A representação possui eficácia objetiva, de modo que, uma vez oferecida contra um dos partícipes ou coautores do crime, permite a propositura da ação penal contra todos os envolvidos. Esse entendimento, reconhecido pela jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, está interligado ao princípio da indivisibilidade que rege a ação penal pública, autorizando o aditamento da denúncia para inclusão de outros agentes não mencionados inicialmente. (STJ, AgRg no REsp 1558569/PR, DJe 01/12/2016)

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14
Q

No caso de vítima casada menor de 18 anos, é possível nomear curador especial para que promova a ação penal privada personalíssima em seu nome, iniciando-se o prazo decadencial a partir do fato criminoso.

A

❌ A afirmação está errada. Na ação penal privada personalíssima, não se admite a substituição da titularidade, razão pela qual não é possível a nomeação de curador especial. Ainda que o casamento emancipe a vítima para os atos da vida civil, essa emancipação não tem efeitos no processo penal. A doutrina entende que, nessa hipótese, o prazo decadencial só se inicia com a maioridade do ofendido.

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15
Q

A renúncia ao direito de queixa é sempre expressa e depende de declaração formal do ofendido, não se admitindo sua forma tácita.

A

❌ A afirmação está errada. A renúncia ao direito de queixa pode ser expressa ou tácita, nos termos do artigo 104 do Código Penal. Considera-se renúncia tácita a prática de ato incompatível com a vontade de exercer o direito de queixa. Ademais, segundo o artigo 49 do Código de Processo Penal, a renúncia em relação a um dos autores do crime estende-se a todos, extinguindo a punibilidade de todos os envolvidos.

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16
Q

A renúncia ao direito de queixa, como causa extintiva da punibilidade, pode ser aplicada a qualquer espécie de ação penal, inclusive à ação penal pública.

A

❌ A afirmação está errada. A renúncia ao direito de queixa é causa extintiva da punibilidade exclusivamente aplicável às ações penais de iniciativa privada exclusiva ou personalíssima. Trata-se de ato unilateral do ofendido ou de seu representante legal, mediante o qual se abdica do direito de promover a ação penal, o que impede a imposição de sanção penal e extingue o ius puniendi. A renúncia está prevista no artigo 104 do Código Penal.

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17
Q

A retratação da representação é possível mesmo após o oferecimento da denúncia, desde que antes do recebimento pelo juiz.

A

❌ A afirmação está errada. A retratação da representação é admitida apenas até o oferecimento da denúncia. Após esse momento, a representação torna-se irretratável, nos termos do artigo 102 do Código Penal, que dispõe expressamente que a representação será irretratável depois de oferecida a denúncia.

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18
Q

No caso de vítima menor de 18 anos de idade, admite-se a dupla titularidade para oferecimento de representação, com prazos decadenciais distintos: um para o representante legal e outro para o próprio ofendido, a partir da maioridade.

A

✅ A afirmação está correta. O Supremo Tribunal Federal reconhece a dupla titularidade no oferecimento de representação nos casos envolvendo vítimas menores de 18 anos. O prazo decadencial para o representante legal inicia-se com o conhecimento dos autores do fato, enquanto para o ofendido começa a partir da maioridade. Tal entendimento encontra respaldo na Súmula nº 594 do Supremo Tribunal Federal. (STF, HC 115341, Rel. Min. Dias Toffoli, julgamento em 14/10/2014)

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19
Q

Nos crimes cometidos por estrangeiro contra brasileiro no exterior, a aplicação da lei penal brasileira independe de requisição do Ministro da Justiça, bastando a entrada do agente em território nacional e o cumprimento dos demais requisitos do artigo 7º, §2º, do Código Penal.

A

❌ A afirmação está errada. A aplicação da lei penal brasileira ao crime cometido por estrangeiro contra brasileiro fora do país exige, além do preenchimento das condições do §2º do artigo 7º do Código Penal, a observância de requisitos adicionais previstos no §3º: que não tenha sido pedida ou tenha sido negada a extradição e que haja requisição do Ministro da Justiça.

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20
Q

Apresentada a representação, o Ministério Público está obrigado a oferecer a denúncia, independentemente da existência de justa causa para a ação penal.

A

❌ A afirmação está errada. A apresentação da representação pelo ofendido não vincula automaticamente o Ministério Público ao oferecimento da denúncia. O membro do Ministério Público deve avaliar se há justa causa — isto é, materialidade e indícios suficientes de autoria — para formar sua opinio delicti. Caso entenda pela inexistência de elementos para a instauração da ação penal, poderá requerer o arquivamento, hipótese em que o juiz poderá concordar ou adotar as providências previstas no artigo 28 do Código de Processo Penal. (STJ, RMS 11673/RJ, Rel. Min. Felix Fischer, DJ 20/08/2001)

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21
Q

A ação penal privada subsidiária da pública é um direito assegurado à vítima nos casos em que o Ministério Público deixa de oferecer denúncia no prazo legal, sendo aplicável aos crimes de ação penal pública.

A

✅ A afirmação está correta. A ação penal privada subsidiária da pública é um direito fundamental previsto no artigo 5º, inciso LIX, da Constituição da República, e regulado no artigo 100, § 3º, do Código Penal. É cabível quando, nos crimes de ação penal pública, o Ministério Público não apresenta denúncia dentro do prazo legal, autorizando o ofendido a propor a ação penal em seu lugar.

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22
Q

Na ação penal privada, o direito de punir pertence exclusivamente ao particular, que também detém o jus puniendi.

A

❌ A afirmação está errada. Mesmo nos casos de ação penal privada, o direito de punir (jus puniendi) permanece com o Estado. O que se delega ao particular é o direito de ação (jus persequendi), podendo este propor a ação penal em hipóteses legalmente previstas, seja de forma originária (exclusiva e personalíssima), seja de forma subsidiária, em razão da inércia do Ministério Público.

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23
Q

A ação penal privada propriamente dita, cujo fundamento é o escândalo do processo (streptus judicii), é cabível apenas nas hipóteses expressamente previstas em lei, e não por mera vontade do ofendido.

A

✅ A afirmação está correta. A ação penal privada propriamente dita ou exclusiva fundamenta-se no streptus judicii — o escândalo do processo que pode expor fatos íntimos da vítima —, sendo admitida somente nos casos expressamente previstos em lei, e não por simples decisão subjetiva do ofendido.

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24
Q

No caso de morte da vítima ou de sua decretação judicial de ausência, o direito de representação é transmitido ao cônjuge, ascendente, descendente ou irmão do ofendido, conforme dispõe o artigo 24, §1º, do Código de Processo Penal.

A

✅ A afirmação está correta. De acordo com o artigo 24, §1º, do Código de Processo Penal, nos casos em que a vítima venha a falecer ou seja declarada ausente por decisão judicial, o direito de representação transfere-se ao cônjuge, ascendente, descendente ou irmão do ofendido.

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25
A teoria geral do processo deve ser obrigatoriamente adotada como base no Direito Processual Penal, sendo incompatível a construção de condições específicas para esse ramo.
❌ A afirmação está errada. Embora muitos doutrinadores aceitem a teoria geral do processo como ponto de partida, com as devidas adaptações ao Direito Processual Penal, há autores como Aury Lopes Júnior que defendem a construção de condições específicas para esse ramo, sem influências consideradas indesejáveis e incompatíveis sob o ponto de vista científico. Ademais, no processo penal é exigida a chamada justa causa, o que revela uma especificidade própria dessa disciplina.
26
A requisição do Ministro da Justiça obriga o Ministério Público a oferecer a denúncia, ainda que não estejam presentes os elementos mínimos de justa causa para a ação penal.
❌ A afirmação está errada. A requisição do Ministro da Justiça é ato de natureza política e administrativa, emitido com base em juízo de conveniência, sem obrigatoriedade. Seu oferecimento não vincula o Ministério Público ao ajuizamento da ação penal, pois o promotor ou procurador pode entender pela ausência de justa causa, pela necessidade de novas diligências ou mesmo pelo arquivamento, conforme sua opinio delicti.
27
A ação penal é o direito de exigir do Estado a aplicação do Direito Penal a um caso concreto, sendo imprescindível a observância do devido processo penal para imposição da sanção.
✅ A ação penal é a faculdade de exigir do Estado a intervenção penal, com a aplicação do Direito Penal a um caso concreto, sendo a observância do devido processo penal condição necessária e inafastável (conditio sine qua non) para a imposição da sanção penal.
28
É pacífico o entendimento de que o Ministério Público pode aditar a queixa-crime, promovendo a inclusão de novos réus, mesmo contra a vontade do querelante, para assegurar o princípio da indivisibilidade.
❌ A afirmação está errada. Há divergência doutrinária sobre a possibilidade de o Ministério Público aditar a queixa-crime para inclusão de agentes não constantes do polo passivo. Predomina o entendimento de que tal aditamento não é possível, pois a titularidade da ação penal privada é do ofendido. O Ministério Público, como fiscal da lei, pode apenas provocar o querelante para que este inclua os coautores ou partícipes. Em posição minoritária, autores como Tourinho Filho admitem o aditamento para observância do princípio da indivisibilidade.
29
A retratação da requisição do Ministro da Justiça é amplamente aceita pela doutrina majoritária, podendo ocorrer a qualquer tempo, inclusive após o oferecimento da denúncia.
❌ A afirmação está errada. Para a doutrina majoritária, não é admitida a retratação da requisição do Ministro da Justiça, pois não há previsão legal que a autorize. Contudo, há entendimento minoritário, como o do professor Guilherme Nucci, que admite a retratação antes do oferecimento da denúncia, por analogia em favor do acusado.
30
Dentro do gênero ação penal pública, presume-se que todo crime seja de ação penal pública incondicionada, salvo se houver disposição legal expressa exigindo representação do ofendido ou requisição do Ministro da Justiça.
✅ A afirmação está correta. A regra geral é que o crime seja de ação penal pública. Dentro desse gênero, presume-se que a ação penal seja incondicionada, salvo quando houver previsão legal exigindo representação ou requisição do Ministro da Justiça como condição para o exercício da ação penal.
31
Os crimes contra a honra cometidos contra o Presidente da República ou contra chefe de governo estrangeiro são processados por meio de ação penal pública incondicionada, sendo irrelevante a requisição do Ministro da Justiça.
❌ A afirmação está errada. Nos termos do artigo 141, inciso I, combinado com o parágrafo único do artigo 145, ambos do Código Penal, os crimes contra a honra praticados contra o Presidente da República ou chefe de governo estrangeiro são processados por meio de ação penal pública condicionada à requisição do Ministro da Justiça.
32
São princípios da ação penal pública incondicionada a oficialidade, a obrigatoriedade, a intranscendência e, segundo parte da doutrina, também a indivisibilidade.
✅ A afirmação está correta. A ação penal pública incondicionada é regida pelos princípios da oficialidade, segundo o qual a ação é promovida por órgão oficial, no caso, o Ministério Público
33
Na ação penal privada personalíssima, a morte da vítima transfere a titularidade da ação penal ao cônjuge, ascendente, descendente ou irmão, nos mesmos moldes da ação penal privada exclusiva.
❌ A afirmação está errada. Na ação penal privada personalíssima, a titularidade da ação é exclusiva da vítima, sem possibilidade de substituição por sucessores. Caso ocorra sua morte ou seja decretada sua ausência, não há transferência de titularidade, e a consequência é a extinção da punibilidade do agente, caracterizando-se como causa extintiva específica. Aplica-se, no mais, o regramento da ação penal privada exclusiva, desde que não contrarie essa peculiaridade.
34
A promoção da ação penal pública é função institucional do Ministério Público, com iniciativa privativa, sendo admitida a ação penal privada subsidiária da pública caso não seja proposta no prazo legal.
✅ A afirmação está correta. A iniciativa da ação penal pública é privativa do Ministério Público, conforme prevê o artigo 129, inciso I, da Constituição da República. Caso o órgão ministerial não ofereça a denúncia no prazo legal, admite-se a propositura da ação penal privada subsidiária da pública.
35
Na ação penal privada exclusiva, prevista no artigo 100 do Código Penal, a titularidade da ação pertence ao Ministério Público, cabendo ao ofendido apenas o papel de assistente.
❌ A afirmação está errada. Na ação penal privada exclusiva, prevista na parte final do caput e nos §§ 2º e 4º do artigo 100 do Código Penal, a titularidade da ação pertence ao ofendido ou a quem legalmente o represente. Nessa hipótese, a ação é promovida mediante queixa-crime, e não por denúncia do Ministério Público, que não atua como parte, mas pode ser comunicado dos atos.
36
É admissível a retratação da retratação da representação, desde que dentro do prazo decadencial de seis meses, entendimento este acolhido pela jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça.
✅ A afirmação está correta. Embora parte da doutrina sustente que não é possível a retratação da retratação, por considerar que o ofendido já manifestou sua vontade de não prosseguir com a persecução penal, a posição majoritária da doutrina e a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça admitem a retratação da retratação, desde que feita dentro do prazo decadencial de seis meses. (STJ, AgRg no AREsp 561.919/RJ, relator Ministro Rogerio Schietti Cruz, julgado em 30/3/2017, DJe 7/4/2017)
37
Nos crimes complexos, se qualquer dos delitos que os compõem exigir ação penal pública, todo o crime complexo será processado mediante ação penal pública.
✅ A afirmação está correta. Nos termos do artigo 101 do Código Penal, quando a lei considera como elemento ou circunstância do tipo legal fatos que, por si sós, constituem crimes, cabe ação penal pública para o crime complexo se, em relação a qualquer desses crimes, a persecução penal depender da iniciativa do Ministério Público. Isso assegura a atuação pública mesmo que os demais crimes fossem, isoladamente, de ação penal privada.
38
Nos crimes de menor potencial ofensivo, a homologação judicial do acordo de composição dos danos civis impede o oferecimento posterior de representação, pois implica renúncia a esse direito.
✅ A afirmação está correta. Em se tratando de crime de menor potencial ofensivo e de ação penal pública condicionada à representação, a celebração de acordo entre o autor do fato e a vítima, com homologação judicial, acarreta renúncia ao direito de representação, conforme dispõe o parágrafo único do artigo 74 da Lei nº 9.099/1995.
39
Nos crimes contra a propriedade imaterial, o prazo para oferecimento da queixa é de seis meses, contados da ciência da autoria, independentemente da situação do réu ou da homologação do laudo pericial.
❌ A afirmação está errada. Nos termos dos artigos 529 e 530 do Código de Processo Penal, o prazo para oferecimento da queixa nos crimes contra a propriedade imaterial é reduzido. Quando fundamentada em laudo pericial, a queixa deve ser oferecida em até 30 dias após a homologação do laudo. Caso o querelado esteja preso, o prazo é de apenas 8 dias. Portanto, não se aplica o prazo geral de seis meses previsto para outras ações penais privadas.
40
A ação penal pública é promovida exclusivamente pelo Ministério Público, cuja peça inicial, a denúncia, deve conter a narração do fato criminoso, a identificação do acusado, a classificação do delito e, se houver, o rol de testemunhas.
✅ A afirmação está correta. A ação penal pública é promovida com exclusividade pelo Ministério Público, sendo a denúncia sua peça inicial. Nela, o promotor de justiça ou o procurador da república deve narrar o fato criminoso, identificar o acusado, classificar o delito e indicar, se houver, o rol das testemunhas.
41
A requisição do Ministro da Justiça deve ser apresentada em prazo determinado por lei, sob pena de decadência do direito de ação penal pública condicionada.
❌ A afirmação está errada. A lei é omissa quanto ao prazo para oferecimento da requisição do Ministro da Justiça. Por isso, entende-se que essa requisição pode ser apresentada até o momento em que ocorra a extinção da punibilidade, o que pode se dar, em certos casos, apenas com a prescrição da pretensão punitiva propriamente dita.
42
A requisição do Ministro da Justiça possui natureza de exigência, vinculando o Ministério Público ao oferecimento da denúncia.
❌ A afirmação está errada. A requisição, embora assim denominada, não possui natureza de exigência, mas sim de autorização. Trata-se de condição específica de procedibilidade da ação penal pública, permitindo que o Ministério Público atue, mas sem vinculá-lo ao oferecimento da denúncia, o qual dependerá da presença de justa causa e da formação da opinio delicti.
43
Na ação penal privada subsidiária da pública, caso o ofendido não ofereça a queixa no prazo de 6 meses, ocorrerá a decadência e estará extinta a punibilidade do agente.
❌ A afirmação está errada. Embora o prazo para o oferecimento da ação penal privada subsidiária da pública seja de 6 meses, sua inobservância não acarreta a decadência, pois o Ministério Público mantém sua legitimidade para oferecer a denúncia. Isso decorre do princípio da obrigatoriedade da ação penal pública, que permite a atuação ministerial mesmo após o prazo legal, especialmente se ainda não tiver havido oferecimento da queixa pelo ofendido.
44
A representação da vítima, inclusive nos crimes sexuais, deve atender a formalidades específicas para ser válida, sendo imprescindível que contenha termos jurídicos técnicos e a expressa menção ao interesse em autorizar a persecução penal.
❌ A afirmação está errada. Segundo entendimento consolidado tanto no Superior Tribunal de Justiça quanto no Supremo Tribunal Federal, a representação prescinde de formalidade, bastando a demonstração do interesse da vítima ou de seu representante legal em autorizar a persecução penal. Nos crimes sexuais, é suficiente a inequívoca intenção de ver o ofensor submetido à persecução penal, sem necessidade de expressa menção a termos técnicos ou jurídicos. (STJ, EDcl no HC 324595/SC, DJe 25/03/2019
45
A ação penal pública pode ser classificada como incondicionada ou condicionada, sendo esta última dependente de manifestação de vontade externa, a exemplo da representação do ofendido ou de requisição do Ministro da Justiça, conforme o caso.
✅ A afirmação está correta. A ação penal pública se divide em incondicionada e condicionada, sendo que esta exige, conforme o caso, a representação do ofendido (ou de seus sucessores) ou a requisição do Ministro da Justiça, como formas de manifestação de vontade necessárias para a instauração da persecução penal.
46
A representação, que pode ser feita pelo ofendido ou por procurador com poderes especiais, deve necessariamente ser escrita e mencionar expressamente o termo “representação”, sob pena de invalidade.
❌ A afirmação está errada. Embora a representação deva possuir forma escrita — ou, se oral, ser reduzida a termo —, a lei não exige forma específica, tampouco a menção expressa ao termo “representação”. Basta que fique demonstrado o interesse do ofendido em ver o agente processado criminalmente. Além disso, a representação pode ser apresentada tanto pelo ofendido quanto por procurador com poderes especiais.
47
A ação penal privada exclusiva está submetida aos princípios da obrigatoriedade, da indisponibilidade, da divisibilidade e da transcendência, devendo ser proposta e mantida contra todos os envolvidos, mesmo sem indícios mínimos de autoria.
❌ A afirmação está errada. A ação penal privada exclusiva está submetida aos princípios da oportunidade ou conveniência (o ofendido pode escolher propor ou não a ação), da disponibilidade (é possível desistir da ação já proposta), da indivisibilidade (a queixa deve ser oferecida contra todos os autores, coautores e partícipes conhecidos), e da intranscendência (só pode ser dirigida contra quem tenha efetivamente participado do fato, não podendo abranger terceiros sem indícios mínimos de autoria).
48
A requisição do Ministro da Justiça, quando dirigida a apenas um dos agentes do delito, restringe o oferecimento da denúncia exclusivamente àquele indivíduo, vedando a atuação do Ministério Público em relação aos demais envolvidos.
❌ A afirmação está errada. A requisição do Ministro da Justiça possui eficácia objetiva, o que permite que, uma vez apresentada em relação a um dos agentes, o Ministério Público possa oferecer denúncia contra todos os demais envolvidos no delito, ainda que não mencionados nominalmente na requisição.
49
Na ação penal pública condicionada à representação, a manifestação favorável do ofendido é requisito indispensável para a propositura da ação penal, podendo ser dirigida à autoridade policial, ao Ministério Público ou ao Poder Judiciário, conforme previsto no artigo 100, §1º, do Código Penal.
✅ A afirmação está correta. A ação penal pública condicionada à representação depende da manifestação do ofendido favorável à propositura da ação penal. Essa manifestação, denominada representação, pode ser dirigida à autoridade policial, ao Ministério Público ou ao Poder Judiciário, conforme estabelece o §1º do artigo 100 do Código Penal.
50
A pena e a medida de segurança podem ser aplicadas diretamente pelo juiz, ainda que não tenha havido o exercício da ação penal em juízo.
❌ As penas e as medidas de segurança dependem do exercício da ação penal (ius persequendi) em juízo para que possam ser aplicadas pelo juiz e posteriormente executadas, exigindo-se, assim, a observância do devido processo legal.
51
Em caso de abandono da ação penal privada subsidiária da pública pelo ofendido, o juiz deve determinar o arquivamento do processo por falta de interesse de agir.
❌ A afirmação está errada. Se o ofendido abandonar a ação penal privada subsidiária da pública, o Ministério Público deve retomar o polo ativo do processo, prosseguindo como parte principal. É o que estabelece o artigo 29 do Código de Processo Penal, que também prevê a atuação do Ministério Público como fiscal da lei enquanto o querelante mantiver a titularidade da ação.
52
Em caso de morte do ofendido, apenas o ascendente possui legitimidade para oferecer queixa ou prosseguir na ação penal privada, sendo excluídos o cônjuge, o descendente e o irmão, mesmo quando se trate de companheira em união estável homoafetiva reconhecida.
❌ A afirmação está errada. Nos termos do artigo 31 do Código de Processo Penal, o direito de oferecer queixa ou prosseguir na ação penal privada, em caso de morte do ofendido, é transferido ao cônjuge, ascendente, descendente ou irmão, sendo essa ordem resumida pelo mnemônico "CADI". A companheira em união estável homoafetiva reconhecida possui o mesmo status do cônjuge, conforme entendimento do Superior Tribunal de Justiça. (STJ, APn 912-RJ, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 07/08/2019)
53
O exercício da ação penal privada subsidiária da pública é obrigatório, devendo o ofendido sempre ajuizá-la quando o Ministério Público não oferecer denúncia no prazo legal.
❌ A afirmação está errada. O exercício da ação penal privada subsidiária da pública é facultativo, pois se trata de um direito do ofendido ou de seus representantes legais. Sendo uma ação penal privada, inicia-se por meio de queixa-crime, com o ofendido no polo ativo (querelante) e o acusado no polo passivo (querelado).
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O direito de ação é público, abstrato, subjetivo e autônomo, sendo exercido perante o Estado-Juiz independentemente do resultado do processo e sem se confundir com o direito material.
✅ O direito de ação possui as seguintes características: é público, pois a atividade jurisdicional é exercida pelo Estado e regulada pelo Direito Público
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Nos casos em que a vítima seja menor de 18 anos de idade, somente os pais ou o representante legal formalmente nomeado possuem legitimidade para oferecer representação para fins de persecução penal.
❌ A afirmação está errada. O Superior Tribunal de Justiça admite a legitimidade de qualquer pessoa que, de alguma forma, seja responsável pelo menor para oferecer a representação que autoriza a persecução penal. O prazo decadencial se inicia a partir do momento em que o respectivo representante toma conhecimento dos fatos. (STJ, AgRg no REsp 1110889/SC, DJe 15/02/2013)
56
Nos crimes de ação penal pública, caso o Ministério Público não ofereça a denúncia no prazo legal, admite-se a propositura de ação penal privada, conforme previsto no artigo 5º, inciso LIX, da Constituição da República.
✅ A afirmação está correta. A Constituição da República, em seu artigo 5º, inciso LIX, admite expressamente a possibilidade de propositura de ação penal privada nos crimes de ação pública, se o Ministério Público não promover a ação penal no prazo legal.
57
Na ação penal privada, a petição inicial é chamada de denúncia, e o autor da ação é denominado denunciante.
❌ A afirmação está errada. Na ação penal privada, a petição inicial é denominada queixa-crime. O autor da ação penal, que pode ser o ofendido ou outro legitimado legalmente, é chamado de querelante, enquanto o réu é denominado querelado.
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Nos casos de ofensas praticadas por diferentes pessoas na internet, por meio de comentários autônomos, aplica-se o princípio da indivisibilidade da ação penal privada, exigindo-se a propositura da queixa-crime contra todos os ofensores sob pena de renúncia tácita.
❌ A afirmação está errada. De acordo com o entendimento do Superior Tribunal de Justiça, quando várias pessoas denigrem a imagem da vítima por meio de comentários distintos na internet, não se configura coautoria ou participação, mas sim delitos autônomos. Nessa hipótese, não há obrigação de o querelante oferecer queixa contra todos os ofensores, não se aplicando o princípio da indivisibilidade previsto no artigo 48 do Código de Processo Penal, nem se caracterizando renúncia tácita. (STJ, Apn 613/SP, Rel. Min. Og Fernandes, DJe 28/10/2015)
59
Nos crimes em que a ação penal pública é condicionada à requisição do Ministro da Justiça, a persecução penal somente pode ser iniciada com a manifestação formal desse agente, exigida como condição de procedibilidade.
✅ A afirmação está correta. A ação penal pública condicionada à requisição do Ministro da Justiça depende, como condição específica de procedibilidade, da manifestação formal desse agente. Tal exigência está prevista no parágrafo primeiro do artigo 100 do Código Penal e aplica-se a crimes submetidos a juízo de conveniência política.
60
A ausência de justa causa para o exercício da ação penal autoriza o juiz a rejeitar a denúncia ou queixa.
✅ A afirmação está correta. Nos termos do artigo 395 do Código de Processo Penal, a denúncia ou queixa será rejeitada quando faltar justa causa para o exercício da ação penal, sendo esta uma das hipóteses expressamente previstas no inciso III do referido dispositivo legal.