Culpabilidade Flashcards
(78 cards)
Pergunta
Resposta
Se o subordinado agir além da ordem recebida, não será responsável por seu excesso, caso ilícito.
❌ Errado. Se o subordinado agir além da ordem recebida, será responsável por seu excesso, caso ilícito, pois a excludente de culpabilidade só acoberta a conduta dentro dos limites da ordem do superior hierárquico.
A dependência de drogas e a embriaguez patológica podem ser consideradas causas de inimputabilidade, desde que afetem a capacidade do agente de entender o caráter ilícito de sua conduta ou de se comportar conforme esse entendimento.
✅ Correto. A dependência de drogas, quando atinge um nível que compromete tanto a capacidade volitiva quanto cognitiva do agente, pode ser considerada uma doença mental, sendo aferida por perícia médica. A embriaguez patológica também pode afastar a imputabilidade, desde que retire a capacidade do agente de compreender o caráter ilícito de sua conduta ou de se determinar conforme esse entendimento.
A emoção e a paixão excluem a imputabilidade penal do sujeito.
❌ Errado. O Código Penal é claro ao afirmar que a emoção e a paixão não tornam o sujeito inimputável, conforme o artigo 28, inciso I. Portanto, mesmo que o agente esteja sob efeito de emoção ou paixão, ele mantém sua responsabilidade penal. A emoção é um estado passageiro e súbito, como a ira, enquanto a paixão é um estado mais duradouro, mas nenhuma das duas exclui a imputabilidade penal.
A exigibilidade de conduta diversa é afastada quando o agente age sob a ordem de seu superior hierárquico, independentemente de a ordem ser manifestamente ilegal.
❌ Errado. A exigibilidade de conduta diversa é afastada quando o agente age sob uma ordem de seu superior hierárquico, desde que a ordem não seja manifestamente ilegal e que a relação hierárquica envolva vínculo com a Administração Pública.
A teoria extremada sui generis da culpabilidade, assim como a teoria normativa pura e a teoria limitada, considera como elementos da culpabilidade apenas o dolo e a culpa
❌ Errado. A teoria extremada sui generis da culpabilidade, assim como a normativa pura e a limitada, considera como elementos da culpabilidade a imputabilidade, a exigibilidade de conduta diversa e a potencial consciência da ilicitude, e não o dolo e a culpa, que pertencem ao fato típico.
É correto afirmar que, no caso das Testemunhas de Jeová, o pai pode recusar o procedimento de transfusão de sangue do filho com base em sua crença religiosa, mas isso pode ser considerado uma exculpante dependendo da situação.
✅ Certo. Em situações envolvendo Testemunhas de Jeová, entende-se que o pai não pode dispor da vida do filho, recusando-se a permitir a transfusão de sangue devido à crença religiosa. No entanto, alguns doutrinadores admitem que a recusa do médico em realizar o procedimento, quando ele avisa previamente e possibilita que outro profissional o faça, pode ser considerada uma exculpante, ou seja, uma causa de exclusão da culpabilidade.
A potencial consciência da ilicitude se refere à capacidade do agente de compreender que sua conduta é reprovável e viola a norma jurídica. Ela exige que o agente entenda que sua conduta é proibida pela lei.
✅ Correto. A potencial consciência da ilicitude exige que o agente tenha a capacidade de compreender que sua ação ou omissão viola a norma jurídica, sendo reprovável pela sociedade.
A inimputabilidade pode ser afastada por causas como doença mental, desenvolvimento mental incompleto, desenvolvimento mental retardado e embriaguez completa decorrente de caso fortuito ou força maior.
✅ Correto. A inimputabilidade é excluída quando o agente sofre dessas condições, o que impede a sua responsabilização criminal.
A imputabilidade consiste na capacidade de responsabilidade penal por um fato típico e ilícito, sendo considerada por parte da doutrina como espécie da capacidade penal, que é mais ampla
✅ Correto. A imputabilidade representa a capacidade de culpabilidade, ou seja, a aptidão para ser responsabilizado penalmente por uma conduta típica e ilícita. Parte da doutrina entende que a capacidade penal é gênero mais amplo, abrangendo também outras faculdades, como a de oferecer representação ou queixa-crime.
A embriaguez completa, decorrente de caso fortuito ou força maior, afasta a imputabilidade do agente.
✅ Certo. A embriaguez completa causada por caso fortuito ou força maior impede a capacidade do agente de entender e de querer, afastando sua imputabilidade.
A imputabilidade se refere à capacidade de compreender o caráter ilícito da conduta e de se determinar conforme esse entendimento. Caso o agente não consiga compreender a ilicitude ou não consiga evitar a prática do ato, ele não é imputável.
✅ Correto. A imputabilidade está relacionada à capacidade do sujeito de entender que sua conduta é ilícita e de agir de acordo com essa compreensão. Se ele não tiver essa capacidade, não poderá ser responsabilizado criminalmente.
A teoria normativa pura da culpabilidade, influenciada pela teoria finalista da conduta, entende que a culpabilidade ainda possui conteúdo psicológico, mantendo o dolo e a culpa como seus elementos?
❌ Errado. A teoria normativa pura da culpabilidade, influenciada pela teoria finalista de Hans Welzel, retira o conteúdo psicológico da culpabilidade, pois o dolo e a culpa passam a integrar o fato típico. Assim, a culpabilidade torna-se um juízo puramente normativo, baseado exclusivamente na reprovabilidade da conduta do agente.
A emoção pode ser utilizada como causa de diminuição de pena nos casos de homicídio doloso e lesões corporais dolosas.
Segundo a teoria da coculpabilidade, o Estado não pode ser responsabilizado pelos atos praticados por indivíduos marginalizados, ainda que suas condições de vida tenham limitado sua liberdade de escolha
❌ Errado. A teoria da coculpabilidade, desenvolvida por Eugenio Raúl Zaffaroni, sustenta que o Estado deve compartilhar a responsabilidade pelos atos de indivíduos marginalizados, pois suas condições de vida limitam sua liberdade de escolha, tornando a sociedade corresponsável pelas condutas que lhes são imputadas.
O agente que possui perturbação de saúde mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado e não é inteiramente incapaz de entender a ilicitude do fato ou se determinar de acordo com esse entendimento é considerado semi-imputável, com redução de pena de um a dois terços.
✅ Correto. O Código Penal prevê que, em casos de semi-imputabilidade, a pena pode ser reduzida de um a dois terços, com base no grau de perturbação ou incompletude do desenvolvimento mental do agente, conforme estabelecido no parágrafo único do artigo 26.
O critério biopsicológico, que combina os critérios biológico e psicológico, exige que o agente tenha capacidade de entender e se autodeterminar, além de não possuir doença mental no momento do crime. Os requisitos para determinar a imputabilidade incluem o critério causal, consequencial e cronológico.
✅ Correto. O critério biopsicológico envolve três requisitos: causal (ausência de doença mental), consequencial (capacidade de entender e se autodeterminar) e cronológico (verificação da imputabilidade no momento do crime).
A coação irresistível e a obediência hierárquica podem excluir a culpabilidade do agente, sendo punível apenas o autor da coação ou da ordem.
✅ Certo. O artigo 22 do Código Penal prevê que, quando o fato é cometido sob coação irresistível ou obediência a ordem de superior hierárquico não manifestamente ilegal, a culpabilidade do agente é excluída, e apenas o coator ou o superior hierárquico responsável pela ordem será punido.
A paixão pode se transformar em doença mental, e nesse caso pode excluir a imputabilidade do agente.
A culpabilidade do agente, prevista no artigo 59 do Código Penal, é irrelevante para a fixação da pena-base, sendo considerada apenas na terceira fase da dosimetria da pena.
❌ A culpabilidade é expressamente prevista no artigo 59 do Código Penal como uma das circunstâncias judiciais a serem analisadas na primeira fase da dosimetria da pena, sendo considerada para a fixação da pena-base, além de influenciar o regime inicial de cumprimento da pena e a possibilidade de substituição por outras espécies de sanção.
Segundo a teoria psicológico-normativa da culpabilidade, é possível imputar dolo a um agente mesmo que ele não tivesse consciência da ilicitude da sua conduta?
❌ Errado. De acordo com a teoria psicológico-normativa da culpabilidade, o dolo é normativo (dolus malus) e exige, como conteúdo, a atual consciência da ilicitude. Assim, só é possível imputar uma conduta a título de dolo se o agente, no momento da ação, tinha ciência de que seu comportamento era antijurídico. Caso contrário, faltaria o elemento subjetivo necessário à caracterização do dolo.
A teoria da actio libera in causa permite considerar o agente imputável, mesmo que embriagado no momento da conduta, desde que a decisão de ingerir a substância tenha sido feita com consciência e imputabilidade.
✅ Correto. A teoria da actio libera in causa, tratada por juristas como Samuel von Pufendorf, sustenta que a análise da imputabilidade deve ser feita com base na consciência do agente no ato antecedente, ou seja, na decisão de ingerir a substância. Se o agente ingeriu a substância com conhecimento do risco que isso poderia causar, sua ação é considerada livre na causa, e, portanto, imputável. O momento da conduta, quando o agente está embriagado, é o momento do crime, mas a responsabilidade é atribuída com base no ato anterior, de ingestão consciente, em que ele tinha a capacidade de entender a ilicitude do fato e de se comportar conforme essa compreensão.
A exigibilidade de conduta diversa exige que o agente tenha a possibilidade de agir de acordo com o que o ordenamento jurídico prescreve no momento da prática do crime.
✅ Correto. A exigibilidade de conduta diversa exige que o agente tenha a possibilidade de agir de maneira diferente no momento da prática do crime, ou seja, se o agente não podia agir de maneira diferente, sua conduta não é reprovável, e sua culpabilidade é afastada.
De acordo com a teoria limitada da culpabilidade, o sujeito que, por falsa percepção da realidade, acredita estar em estado de necessidade comete erro de proibição indireto, e sua conduta deve ser tratada como descriminante putativa por erro de proibição
❌ Errado. A teoria limitada da culpabilidade distingue as descriminantes putativas conforme a espécie de erro. Quando o erro decorre de uma falsa percepção da realidade — como no caso do sujeito que acredita estar em estado de necessidade por imaginar que há escassez absoluta de alimentos — trata-se de erro de tipo permissivo. Nessa hipótese, se o erro for inevitável, exclui-se o dolo e a tipicidade