Crimes Contra A Incolumidade Publica Flashcards
(114 cards)
Pergunta
Resposta
O crime de perigo de inundação é comum, doloso, não exige finalidade específica, não admite forma culposa e pode ser praticado até pelo proprietário da obra que contenha a água
✅ O crime é comum, podendo ser praticado por qualquer pessoa, inclusive pelo proprietário da barragem ou estrutura similar, desde que sua conduta exponha a vida de alguém a perigo. É doloso, não exige finalidade específica e não há previsão de modalidade culposa. A tentativa é admissível segundo parte da doutrina, embora exista controvérsia sobre o tema.
O crime de atentado contra a segurança de serviço de utilidade pública exige que a conduta se restrinja apenas aos serviços de água, luz, força ou calor.
❌ A afirmativa está errada. O artigo 265 do Código Penal tipifica o crime de atentado contra a segurança de serviço de utilidade pública, cuja ação típica é “atentar”, no sentido de cometer ofensa ou importunar. A conduta pode recair não apenas sobre os serviços de água, luz, força ou calor, mas também contra qualquer outro serviço que seja considerado de utilidade pública, admitindo-se interpretação analógica.
O crime de inundação dolosa é punido com reclusão de 3 a 6 anos e multa, não exige elemento subjetivo especial, pode ser praticado por qualquer pessoa e admite tentativa por ser plurissubsistente
✅ Na forma dolosa, o crime de inundação é punido com reclusão de 3 a 6 anos e multa, sem a exigência de elemento subjetivo especial. É crime comum, pois pode ser praticado por qualquer pessoa, e plurissubsistente, razão pela qual admite tentativa. Trata-se de crime comissivo, embora possa configurar-se como omissivo impróprio na presença de um dever jurídico de agir.
O crime de incêndio, previsto no artigo 250 do Código Penal, é classificado como crime próprio e de perigo abstrato
❌ O crime de incêndio é classificado como crime comum, pois não exige nenhuma qualidade específica do sujeito ativo, e é de perigo concreto, já que requer a efetiva exposição da vida, da integridade física ou do patrimônio de outrem a perigo (art. 250, Código Penal).
Segundo entendimento majoritário da doutrina, o artigo 270 do Código Penal foi integralmente revogado no que se refere ao envenenamento de água potável, restando aplicável apenas para substâncias alimentícias ou medicinais.
❌ A afirmativa está errada. Há corrente doutrinária, representada por Luiz Regis Prado e Rogério Sanches Cunha, que defende a revogação parcial (derrogação) do artigo 270 do Código Penal no que se refere ao envenenamento de água potável, em razão do disposto no artigo 54 da Lei 9.605/1998. No entanto, essa posição não é unânime, havendo entendimento de que o envenenamento de água potável, pela sua gravidade e pelo risco direto à saúde pública, ainda justifica a aplicação do artigo 270.
O crime de uso de gás tóxico ou asfixiante é próprio, exige dolo específico e não admite tentativa
❌ Trata-se de crime comum, pois independe de qualidade especial do agente. É doloso, mas não exige dolo específico. Caso o agente atue com intenção de lesionar ou matar, o crime configurado será outro. Por ser plurissubsistente, admite tentativa.
A modalidade qualificada do crime de atentado contra a segurança de outro meio de transporte configura-se como crime doloso, punido com reclusão de dois a cinco anos.
❌ A afirmativa está errada. A modalidade qualificada do crime de atentado contra a segurança de outro meio de transporte, prevista no parágrafo primeiro do artigo 262 do Código Penal, configura-se como figura preterdolosa. O agente atua com dolo na exposição ao perigo, mas o resultado mais grave, denominado desastre, advém por culpa. A pena prevista é de reclusão, de dois a cinco anos.
O crime de uso de gás tóxico ou asfixiante é classificado como de perigo concreto, pois exige que a conduta exponha efetivamente a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem a risco
✅ O crime de uso de gás tóxico ou asfixiante exige o efetivo risco à vida, à integridade física ou ao patrimônio de outrem, razão pela qual deve ser classificado como crime de perigo concreto.
O crime de explosão é classificado como crime de perigo abstrato, podendo ser configurado mesmo sem a demonstração de risco concreto à vida, à integridade física ou ao patrimônio de outrem
❌ O crime de explosão é classificado como crime de perigo concreto, pois exige a demonstração do efetivo risco à vida, à integridade física ou ao patrimônio de outrem, ainda que não ocorra a explosão em si.
Na modalidade equiparada do crime de envenenamento de água potável ou de substância alimentícia ou medicinal, consistente em ter em depósito para fins de distribuição a água ou substância envenenada, o crime é instantâneo.
❌ A afirmativa está errada. Na modalidade equiparada prevista no parágrafo primeiro do artigo 270 do Código Penal, incorre na mesma pena quem entrega a consumo ou tem em depósito, para fins de distribuição, a água ou a substância envenenada. No caso de ter em depósito, o crime é permanente, pois sua consumação se prolonga no tempo enquanto o agente mantiver a substância envenenada armazenada com o objetivo de distribuição.
No crime de epidemia, a modalidade culposa qualificada pelo resultado morte é punida com reclusão de dois a quatro anos.
❌ A afirmativa está errada. O parágrafo segundo do artigo 267 do Código Penal trata da modalidade culposa do crime de epidemia, punindo com detenção de um a dois anos quando cometido por imprudência, negligência ou imperícia. Se houver resultado morte, mantendo-se a culpa, a pena será de detenção, de dois a quatro anos. Portanto, não se aplica pena de reclusão, mas sim de detenção.
O crime de curandeirismo é próprio, exige resultado naturalístico e pode ser praticado apenas por quem prometa cura com resultado efetivo à saúde do paciente.
❌ A afirmativa está errada. O crime de curandeirismo é comum, podendo ser praticado por qualquer pessoa. Trata-se de crime doloso e formal, pois não exige resultado naturalístico para a sua consumação.
O crime de emprego de processo proibido ou de substância não permitida é próprio, de perigo concreto, culposo e unissubsistente, não admitindo a tentativa.
❌ A afirmativa está errada. O crime de emprego de processo proibido ou de substância não permitida, previsto no artigo 274 do Código Penal, é crime comum, de perigo abstrato, doloso (sem previsão de modalidade culposa), plurissubsistente (sua conduta é fracionável) e admite a tentativa.
O crime de exercício ilegal da medicina, arte dentária ou farmacêutica configura-se apenas se houver cobrança de honorários ou contraprestação pecuniária.
❌ A afirmativa está errada. O artigo 282 do Código Penal prevê a punição de quem exerce, sem autorização legal ou excedendo os limites legais, as profissões de médico, dentista ou farmacêutico, ainda que o exercício seja gratuito. A configuração do delito independe de vantagem econômica.
O Código Penal prevê a punição de quem importar, vender, expor à venda, distribuir ou entregar a consumo produtos sem registro sanitário exigível, em desacordo com a fórmula registrada, sem identidade e qualidade admitidas, com redução do valor terapêutico ou de atividade, de procedência ignorada ou adquiridos de estabelecimento sem licença da autoridade sanitária competente.
✅ A afirmativa está correta. O parágrafo 1º-B do artigo 273 do Código Penal amplia o alcance do crime ao punir a prática das condutas de importar, vender, expor à venda, distribuir ou entregar a consumo produtos sem registro sanitário quando exigido, em desacordo com o registro, sem características de identidade e qualidade admitidas, com redução de valor terapêutico ou atividade, de procedência ignorada ou adquiridos de estabelecimento sem licença da autoridade sanitária competente.
O crime de substância destinada à falsificação, previsto no artigo 277 do Código Penal, exige que a falsificação do produto alimentício, terapêutico ou medicinal tenha efetivamente ocorrido para que se configure o delito.
❌ A afirmativa está errada. O crime de substância destinada à falsificação, previsto no artigo 277 do Código Penal, é de tipo misto alternativo e se consuma com a prática das condutas de vender, expor à venda, ter em depósito ou ceder substância destinada à falsificação de produtos alimentícios, terapêuticos ou medicinais, sendo desnecessária a efetiva falsificação do produto.
A epidemia com resultado morte somente será considerada crime hediondo se a morte decorrer de dolo direto do agente.
❌ A afirmativa está errada. O artigo 1º, inciso VII, da Lei nº 8.072/1990 considera como crime hediondo a epidemia com resultado morte, nos termos do parágrafo primeiro do artigo 267 do Código Penal. Essa hipótese configura figura preterdolosa, em que a epidemia é causada dolosamente, mas a morte resulta de culpa. Portanto, a hediondez está caracterizada mesmo na ausência de dolo direto quanto ao resultado morte.
O crime de arremesso de projétil é doloso, de forma livre e comum, exigindo, contudo, a presença de elemento subjetivo especial do tipo, além de admitir tentativa por se tratar de crime plurissubsistente.
❌ A afirmativa está errada. O crime de arremesso de projétil, previsto no artigo 264 do Código Penal, é doloso, mas não exige elemento subjetivo especial do tipo. É crime comum, de forma livre e classificado como de perigo abstrato. A maior parte da doutrina o considera unissubsistente, o que afasta a admissibilidade da tentativa, embora exista entendimento minoritário em sentido contrário, como o de Mirabete.
O entendimento do Superior Tribunal de Justiça é no sentido de admitir a aplicação do princípio da insignificância ao crime de falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais, ainda que em pequena quantidade.
❌ A afirmativa está errada. A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça é firme no sentido de não admitir a aplicação do princípio da insignificância ao crime previsto no artigo 273, §1º e §1º-B, incisos I, V e VI do Código Penal, independentemente da quantidade de medicamentos falsificados apreendidos, dada a gravidade e o potencial risco à saúde pública.
O crime de perigo de desastre ferroviário pode ser praticado por diversas formas, como danificar trilhos, colocar obstáculos na linha, transmitir falso aviso ou praticar qualquer outro ato que possa resultar em desastre
✅ O crime de perigo de desastre ferroviário possui condutas típicas alternativas como destruir, danificar ou desarranjar elementos do sistema ferroviário, colocar obstáculos na linha, transmitir falso aviso sobre o movimento dos veículos, embaraçar comunicações ou praticar qualquer outro ato que possa resultar em desastre, sendo suficiente a prática de uma dessas ações para sua configuração.
Nos crimes de atentado contra o fornecimento de energia elétrica prestado por sociedade de economia mista, a competência para o processo e julgamento é da Justiça Federal.
❌ A afirmativa está errada. O Superior Tribunal de Justiça, no julgamento do Conflito de Competência n. 13182/TO, fixou que compete à Justiça Comum Estadual processar e julgar a ação penal relacionada a atentado contra o fornecimento de energia elétrica ou danos causados a sociedade de economia mista prestadora ou concessionária desses serviços. Aplica-se a Súmula 42 do Superior Tribunal de Justiça, segundo a qual “Compete à Justiça Comum Estadual processar e julgar as causas cíveis em que é parte sociedade de economia mista e os crimes praticados em seu detrimento.”.
O crime de arremesso de projétil configura-se quando o agente arremessa objeto leve contra veículo parado destinado ao transporte particular.
❌ A afirmativa está errada. O artigo 264 do Código Penal tipifica como crime a conduta de arremessar projétil — entendido como objeto sólido, lançado por impulsão e de natureza pesada — contra veículo em movimento, destinado ao transporte público, seja por terra, água ou ar. Assim, exige-se que o veículo esteja em movimento, que seja destinado ao transporte público, e que o objeto arremessado tenha características de projétil, excluindo objetos leves e veículos particulares parados.
O crime de charlatanismo exige resultado naturalístico para que se configure.
❌ A afirmativa está errada. O crime de charlatanismo é formal, consumando-se com a simples conduta de inculcar ou anunciar cura por meio secreto ou infalível, sem a necessidade de resultado naturalístico.