2º Simulado Enem 2024 e Física 18 C Flashcards
(47 cards)
Qual a diferença entre a literatura simbolista (A) e a realista (B) no texto de João Pacheco, que enfatiza objetividade e realidade?
A literatura simbolista foca na subjetividade, sentimentos e simbolismo, explorando o mundo interior. A literatura realista conforme o texto, prioriza a objetividade, observando cientificamente a realidade, a natureza e os conflitos sociais, rejeitando concepções subjetivas.
D
A tirinha de Caco Galhardo mostra um personagem refletindo sobre “questionamentos” da pandemia, mas o outro responde com uma preocupação trivial: “como usar máscara sem embaçar os óculos?!”. O humor surge do contraste (D) entre a expectativa de uma reflexão profunda e a banalidade da resposta, quebrando a expectativa inicial.
Qual a escola de cada um?
- Maquiavel (Nicolau Maquiavel)
- Antonio Vieira
- Gregório de Matos
- Cláudio Manuel da Costa
- Tomás Antônio Gonzaga
- Gonçalves Dias
- Castro Alves
- Álvares de Azevedo
- Cruz e Sousa
- Alphonsus de Guimaraens
- Aluísio Azevedo
- Machado de Assis
- Augusto dos Anjos
- Cecília Meireles
- João Cabral de Melo Neto
- Carlos Drummond de Andrade
- Rubem Braga
- Luis Fernando Veríssimo
Maquiavel (Nicolau Maquiavel): Filósofo renascentista italiano do século XVI, Nicolau Maquiavel é conhecido por seu realismo político em O Príncipe e Discursos sobre a Primeira Década de Tito Lívio. Suas obras analisam o poder e a governança, priorizando estratégias práticas e influência duradoura no pensamento político.
Antonio Vieira: Padre jesuíta do século XVII, mestre do Barroco, Antonio Vieira destacou-se por sermões como Sermão da Sexagésima e Sermão de Santo Antônio aos Peixes. Sua retórica moralizante defendia a fé cristã e a justiça social, criticando desigualdades com eloquência.
Gregório de Matos: Poeta barroco do século XVII, conhecido como “Boca do Inferno”, Gregório de Matos criticou a sociedade colonial baiana em Poemas Satíricos e expressou devoção em Poemas Líricos. Sua obra combina sátira mordaz, lirismo e religiosidade.
Cláudio Manuel da Costa: Poeta árcade do século XVIII, ligado à Inconfidência Mineira, Cláudio Manuel da Costa escreveu Vila Rica e Obras Poéticas. Suas poesias pastoris refletem ideais de liberdade e estética neoclássica, com influência arcádica.
Tomás Antônio Gonzaga: Também árcade e inconfidente no século XVIII, Tomás Antônio Gonzaga é autor de Marília de Dirceu e Cartas Chilenas. Sua poesia lírica exalta o amor e a natureza, enquanto sua obra épica defende ideais de liberdade.
Gonçalves Dias: Poeta romântico da primeira geração no século XIX, Gonçalves Dias simboliza o indianismo e o nacionalismo em Canção do Exílio e I-Juca-Pirama. Suas obras celebram a pátria e a natureza brasileira com fervor patriótico.
Castro Alves: Romântico da terceira geração no século XIX, Castro Alves, o “poeta dos escravos”, denunciou a escravidão em O Navio Negreiro e Espumas Flutuantes. Sua poesia abolicionista combina dramatismo e engajamento social.
Álvares de Azevedo: Poeta romântico da segunda geração no século XIX, Álvares de Azevedo explorou melancolia, morte e amor idealizado em Lira dos Vinte Anos e Noite na Taverna. Sua obra confessional reflete a sensibilidade juvenil.
Cruz e Sousa: Principal nome do Simbolismo brasileiro no século XIX, Cruz e Sousa, o “Cisne Negro”, escreveu Broquéis e Faróis. Sua poesia simbolista, marcada por musicalidade e misticismo, aborda espiritualidade e questões raciais.
Alphonsus de Guimaraens: Poeta simbolista do século XIX, Alphonsus de Guimaraens produziu Setenário das Dores de Nossa Senhora e Dona Mística. Sua obra destaca-se pelo lirismo místico, amor etéreo e forte religiosidade.
Aluísio Azevedo: Líder do Naturalismo no Brasil no século XIX, Aluísio Azevedo expôs desigualdades sociais e determinismo em O Mulato e O Cortiço. Seus romances analisam o impacto do meio e das condições sociais com rigor científico.
Machado de Assis: Mestre do Realismo no século XIX, Machado de Assis escreveu Dom Casmurro e Memórias Póstumas de Brás Cubas. Seu estilo irônico e analítico disseca a psicologia humana e a sociedade brasileira com genialidade.
Augusto dos Anjos: Poeta pré-modernista do início do século XX, Augusto dos Anjos misturou cientificismo e existencialismo em Eu e Outras Poesias e Poemas Esquecidos. Seus versos combativos abordam morte e decadência com intensidade.
Cecília Meireles: Poetisa modernista do século XX, Cecília Meireles criou Romanceiro da Inconfidência e Viagem. Sua poesia lírica, sensível e engajada, explora temas históricos e humanos com delicadeza e profundidade.
João Cabral de Melo Neto: Poeta modernista do século XX, João Cabral de Melo Neto é conhecido por Morte e Vida Severina e O Rio. Sua poesia objetiva e anti-lírica foca em questões sociais, especialmente a realidade nordestina.
Carlos Drummond de Andrade: Um dos maiores poetas modernistas do século XX, Carlos Drummond de Andrade escreveu A Rosa do Povo e Sentimento do Mundo. Sua obra, irônica e reflexiva, aborda política, sociedade e a condição humana.
Rubem Braga: Cronista moderno do século XX, Rubem Braga capturou o cotidiano com lirismo em Ai de Ti, Copacabana e A Borboleta Amarela. Considerado o maior cronista brasileiro, suas crônicas são sensíveis e poéticas.
Luis Fernando Veríssimo: Cronista contemporâneo, atuante entre os séculos XX e XXI, Luis Fernando Veríssimo escreveu O Analista de Bagé e Comédias da Vida Privada. Suas crônicas humorísticas oferecem crítica social com leveza e inteligência.
Carpe Diem e Fugere urbem.
os dois são do arcadismo; aproveitar o dia e fugir da cidade
Qual é a função da linguagem predominante em um texto que utiliza verbos no imperativo para convencer o leitor a comprar um produto?
Referencial: Informa de forma objetiva (ex.: notícias, livros didáticos).
Emotiva: Expressa sentimentos e opiniões do emissor (ex.: “Eu sinto…”).
Conativa (apelativa): Convence o receptor, comum em propagandas (ex.: “Compre agora!”).
Fática: Testa o canal de comunicação, mantendo contato (ex.: “Oi, tudo bem?”).
Poética: Foca na estética da mensagem, com recursos como rimas e metáforas (ex.: poesias).
Metalinguística: Usa o código para explicar o próprio código (ex.: poema sobre poesia).
Um texto pode ter mais de uma função, mas uma predomina, e o ENEM geralmente pergunta qual é a principal.
Resposta à pergunta criada: A função predominante é a conativa (apelativa), pois o uso de verbos no imperativo para convencer o leitor a comprar algo é típico dessa função, comum em propagandas.
Inefável
Significa algo que não pode ser expresso ou descrito em palavras, geralmente por ser muito intenso, sublime ou profundo. É usado para falar de experiências ou sentimentos que vão além da capacidade da linguagem, como uma emoção muito forte ou uma beleza indescritível.
Qual é o foco central do trecho de Mauss sobre o trabalho de Durkheim na consolidação da Sociologia como ciência?
Mauss destaca o esforço de Durkheim para estabelecer a Sociologia como uma disciplina científica autônoma, rompendo com abordagens subjetivas como moral, política, filosofia e literatura. Durkheim desenvolveu métodos próprios, como a análise comparativa e estatística, para estudar fatos sociais de forma objetiva, consolidando a Sociologia como ciência independente, sem adotar diretamente métodos das Ciências Naturais ou tratar sentimentos como verdades científicas. Sua análise da religião também se focava em estudá-la como fato social, não em uni-la ao pensamento sociológico.
Como Émile Durkheim compreende o processo de transição para a modernidade?
Émile Durkheim compreende o processo de transição para a modernidade observando a origem e as transformações nos diferentes tipos de solidariedade. Ele identifica a solidariedade mecânica, típica de sociedades tradicionais unidas por semelhanças e crenças comuns, e a solidariedade orgânica, característica das sociedades modernas, marcadas pela interdependência decorrente da divisão do trabalho.
Exemplo prático: Em uma vila rural do século XIX, os moradores compartilhavam a mesma religião e tradições, refletindo a solidariedade mecânica. Com a industrialização, trabalhadores em uma fábrica urbana dependiam uns dos outros (como operários e engenheiros), exemplificando a solidariedade orgânica, onde a especialização cria interdependência.
Augusto Comte buscava elementos causais não sociais, como fatores metafísicos ou sobrenaturais fora da observação dos fenômenos reais, para explicar o surgimento do mundo contemporâneo?
Não, Augusto Comte não buscava elementos causais não sociais, como fatores metafísicos ou sobrenaturais, nem explicações fora da observação dos fenômenos reais. Como criador do positivismo, ele enfatizava que o estudo da sociedade deveria se basear exclusivamente na observação empírica e em métodos científicos. Sua lei dos três estádios (teológico, metafísico e positivo) explica o desenvolvimento histórico por meio de causas sociais observáveis, rejeitando especulações não verificáveis. Portanto, a afirmação é incorreta.
Exemplo de elementos causais não sociais fora da observação: Se Comte adotasse uma abordagem não positivista, ele poderia atribuir o surgimento do mundo contemporâneo a causas como intervenção divina ou forças cósmicas intangíveis, como um “plano celestial” determinando o progresso humano, sem base em dados observáveis.
Exemplo prático positivista: Em vez disso, Comte analisaria a Revolução Industrial observando como a transição do estágio teológico (dominado por crenças religiosas) para o estágio positivo (baseado na ciência) incentivou avanços tecnológicos, como o desenvolvimento da máquina a vapor, impulsionado por descobertas científicas e mudanças sociais concretas, sem recorrer a causas metafísicas ou sobrenaturais.
Como Max Weber explica a transição para a modernidade por meio dos tipos de ação social?
Max Weber interpreta a transição para a modernidade através dos seus quatro tipos ideais de ação social: tradicional (guiada por costumes), afetiva (movida por emoções), racional orientada por valores (baseada em crenças ou ideais) e racional orientada por fins (focada em cálculos para alcançar objetivos). Ele destaca que, na modernidade, predomina a ação racional orientada por fins, marcada por escolhas conscientes e calculadas. Esse processo de racionalização impulsiona o surgimento do capitalismo, da burocracia e do avanço científico, moldando uma sociedade mais planejada e eficiente.
Exemplo prático: Um empresário do século XIX que planeja abrir uma fábrica têxtil, analisando custos, lucros e a melhor localização para maximizar resultados, ilustra a ação racional orientada por fins. Diferentemente de uma ação tradicional, como herdar o ofício familiar sem questionar, ele toma decisões baseadas em cálculos estratégicos e metas econômicas.
Na Sociologia, o fato social (Durkheim) e o tipo ideal (Weber) são fundamentais. O fato social caracteriza-se por coerção, exterioridade e generalidade, enquanto o tipo ideal é uma construção analítica. Explique a diferença entre esses conceitos, com exemplos, e esclareça como o tipo ideal, ao criar uma figura conceitual, ajuda a interpretar ações individuais, destacando sua importância sociológica.
O fato social, segundo Durkheim, são padrões de comportamento, pensamento ou sentimento externos ao indivíduo, coercitivos e gerais na sociedade. Por exemplo, a norma de usar cinto de segurança é imposta por lei e pressão social, como multas.
O tipo ideal, de Weber, é um modelo teórico que reúne traços essenciais de um fenômeno para interpretar a realidade, incluindo ações individuais. Ele cria uma figura conceitual, mas não julga se alguém “se encaixa” nela; serve para comparar e entender motivações. Por exemplo, o tipo ideal de “protestantismo capitalista” destaca trabalho árduo e poupança. Ao analisar um trabalhador que acumula economias, o sociólogo usa esse modelo para verificar se sua ação reflete valores religiosos ou outras motivações, como necessidade econômica, sem concluir sua individualidade.
O fato social é concreto, regulando comportamentos; o tipo ideal é abstrato, analisando significados. Durkheim foca na coerção coletiva; Weber, nas intenções individuais.
Na Sociologia, fatos sociais mostram como normas moldam a sociedade. Tipos ideais interpretam escolhas individuais, como comportamentos econômicos, comparando-as com modelos teóricos, enriquecendo a análise social.
Contagem de palavras: ~140 (mantendo ~70% das ~150 palavras da resposta anterior).
Exemplo Claro
Imagine o tipo ideal de “estudante modelo”, com características como dedicação, organização e busca por notas altas. Ao estudar um aluno que passa horas revisando conteúdos, o sociólogo usa esse tipo ideal para interpretar suas ações: será que ele estuda por ambição acadêmica, pressão familiar ou medo de reprovação? O tipo ideal não determina se o aluno “é” ou “não é” o estudante modelo, mas ajuda a entender por que ele age assim, comparando sua realidade com o modelo teórico.
Qual é o fundamento das transformações sociais na visão de Karl Marx?
Para Karl Marx, o fundamento das transformações sociais está na divisão do trabalho, desenvolvida com o intuito de garantir a ampliação da acumulação de capital. Ele vê o capitalismo como um sistema baseado na exploração da força de trabalho, onde a divisão do trabalho aumenta a produtividade, mas também a alienação, impulsionando mudanças como a industrialização e a urbanização.
Exemplo prático: Nas fábricas inglesas do século XIX, trabalhadores realizavam tarefas repetitivas (como operar uma máquina específica), aumentando a produção de tecidos para os capitalistas. Essa divisão do trabalho gerava lucro, mas alienava os operários, que não controlavam o produto final, como previa Marx.
Como Georg Simmel abordava a análise dos grupos humanos no contexto das transformações sociais?
Georg Simmel valorizava a análise qualitativa dos grupos humanos, considerando as interações sociais e os diversos sentimentos envolvidos no processo de organização social. Ele examinava os efeitos da modernidade, como a vida urbana, nas relações humanas, explorando conceitos como sociabilidade e a influência do dinheiro nas interações.
Exemplo prático: Em uma metrópole como Berlim no início do século XX, Simmel observaria a indiferença entre estranhos no transporte público, um sentimento típico da vida urbana. Essa interação fria, mediada pelo dinheiro (como pagar a passagem), reflete a mudança nas relações sociais em comparação com a proximidade de uma vila rural.
Quais características definem o fato social como objeto de estudo da Sociologia, segundo Durkheim?
Para Durkheim, o fato social é exterior (independente do indivíduo), coercitivo (impõe-se), geral (comum na sociedade) e objetivo (analisável cientificamente). A violência, como fato social, reflete essas características ao surgir de estruturas sociais e normas.
Qual é o objeto de estudo da sociologia segundo Émile Durkheim, e como ele propõe que esses objetos sejam analisados?
Émile Durkheim define os fatos sociais como o objeto central da sociologia, propondo que sejam analisados objetiva e empiricamente, como “coisas”, com base em sua realidade concreta. Ele critica abordagens normativas, que prescrevem como a sociedade deveria ser (ex.: propor que todas as sociedades devem adotar igualdade absoluta sem observar sua viabilidade prática), e idealistas, que se baseiam em ideias abstratas desconectadas da realidade (ex.: imaginar uma sociedade utópica sem conflitos, ignorando evidências de tensões sociais). Em As Regras do Método Sociológico, Durkheim defende uma abordagem científica, livre de preconceitos e juízos de valor, para estudar a sociedade como ela é, com base em dados observáveis, como taxas de criminalidade ou padrões de solidariedade social.
Qual é a essência do método de Karl Marx, segundo o materialismo histórico e dialético, e como a frase do Manifesto Comunista sobre a história das lutas de classe se relaciona com essa abordagem?
Karl Marx, por meio do materialismo histórico e dialético, busca compreender as transformações sociais a partir das contradições materiais, especialmente nas relações de produção e nas lutas de classe. A frase do Manifesto Comunista, “a história de todas as sociedades, até os dias de hoje, tem sido a história de lutas de classe”, sintetiza sua visão de que conflitos entre classes (ex.: senhores feudais x servos, burguesia x proletariado) impulsionam as mudanças históricas. Contudo, o método de Marx não se restringe a formular leis gerais e invariáveis, como sugere a citação inicial, mas analisa processos históricos concretos e mutáveis (ex.: a transição do feudalismo ao capitalismo). Sua abordagem dialética enfatiza a dinâmica das contradições, não regras fixas aplicáveis universalmente. Portanto, a interpretação de que Marx buscava apenas “leis invariáveis” é incorreta, pois simplifica a complexidade de seu método, que combina análise histórica específica com a identificação de padrões gerais, como as tensões entre classes sociais.
O que é o tipo ideal em Max Weber, e como ele é usado para estudar culturas?
Max Weber criou o conceito de tipo ideal para analisar fenômenos sociais de forma clara e focada. É como um modelo simplificado que destaca traços principais de algo, como a “burocracia” (organização com regras e hierarquia) ou o “capitalismo” (busca por lucro e eficiência). Ele não tenta capturar tudo sobre uma cultura, mas seleciona o que é mais importante para entender e comparar com a realidade. Por exemplo, ao estudar o capitalismo, Weber usou o tipo ideal para destacar como a ética protestante influenciou sua origem, sem descrever cada detalhe das sociedades. A ideia de que Weber queria entender culturas “em sua totalidade” está errada, pois seu método é analítico, evitando visões vagas ou senso comum.
Por exemplo, Weber usou o tipo ideal para estudar como a ética protestante influenciou o capitalismo, focando em traços específicos, não em tudo. Embora seja uma peça-chave para organizar e simplificar a análise, a sociologia de Weber também depende de outros conceitos, como a compreensão interpretativa (Verstehen) e a análise da racionalização. O tipo ideal é mais um instrumento preciso do que o núcleo que move toda a sua teoria.
Marx, Durkheim e Weber romperam com o princípio indutivo na construção da sociologia como ciência da sociedade?
A afirmação de que Marx, Durkheim e Weber romperam com o princípio indutivo — que parte de observações específicas para generalizações — não está correta. Durkheim usava indução, analisando dados concretos, como taxas de suicídio, para criar teorias gerais sobre fatos sociais (ex.: em O Suicídio). Marx combinava indução, ao estudar eventos históricos como a Revolução Industrial, com dedução no materialismo histórico para explicar lutas de classe. Weber também aplicava indução, interpretando ações sociais (ex.: a ética protestante no capitalismo) com base em evidências, junto com sua abordagem interpretativa (Verstehen). Os três integravam a indução em seus métodos, combinando-a com outras ferramentas, e não a rejeitaram. Assim, a sociologia como ciência foi construída com o uso do princípio indutivo, não com sua ruptura.
Marx, Durkheim e Weber consideram que a aparência da vida social reflete diretamente sua essência, ou seja, que o que observamos na superfície corresponde exatamente à realidade social em seus fundamentos?
A afirmação de que Marx, Durkheim e Weber viam a aparência da vida social como idêntica à sua essência é incorreta. Eles acreditavam que a superfície da sociedade esconde suas causas mais profundas, exigindo análise para revelá-las:
Marx: As aparências, como a ideia de igualdade no capitalismo, escondem a essência, que é a exploração. Por exemplo, o salário parece justo, mas o trabalhador produz mais valor do que recebe, beneficiando o patrão.
Durkheim: Ele distinguia o que as pessoas percebem (aparência) das forças sociais que realmente moldam a sociedade (essência). Por exemplo, alguém pode pensar que casar é só uma escolha pessoal (aparência), mas Durkheim mostrava que o casamento é influenciado por normas sociais e pressões coletivas, como expectativas familiares ou culturais, que são a essência por trás do comportamento.
Weber: Ele destacava que as ações têm motivos internos não visíveis. Por exemplo, uma pessoa pode trabalhar arduamente por crenças religiosas (como protestantes valorizando o esforço), mas só vendo o trabalho (aparência) não se entende a motivação real (essência).
Alternativa A:
“Poder é o exercício da capacidade de influenciar a tomada de decisões e se organiza em um núcleo uniforme.”
-
Análise:
Weber define poder como a probabilidade de um ator impor sua vontade, apesar da resistência, em uma relação social. Influenciar decisões é parte disso, mas a ideia de “núcleo uniforme” não corresponde à visão de Weber. O poder é relacional, variado (econômico, político) e não centralizado. - Conclusão: Incorreta, pois “núcleo uniforme” não reflete o conceito weberiano.
Alternativa B:
“Poder é a capacidade de autodeterminação de um agente na livre escolha de suas preferências e interesses.”
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Análise:
Weber não define poder como “autodeterminação” ou “livre escolha”. Poder é impor a vontade sobre outros, mesmo com resistência, em uma interação social. Autodeterminação remete a liberdade individual, não ao conceito relacional de poder. - Conclusão: Incorreta, pois não corresponde à definição de Weber.
Alternativa C:
“Estado é o núcleo organizador dos interesses comuns dos agentes pertencentes aos grupos dominantes.”
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Análise:
Weber define Estado como a comunidade que monopoliza a violência física legítima em um território. Não é apenas um organizador de interesses dos grupos dominantes, mas uma instituição que busca legitimidade e estabilidade para a comunidade. - Conclusão: Incorreta, pois simplifica a definição de Estado.
Alternativa D:
“Dominação é a probabilidade de que um mandante encontre obediência dos dominados.”
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Análise:
Weber define dominação como a probabilidade de um comando encontrar obediência em um grupo, geralmente por legitimidade (tradicional, carismática, racional-legal). A alternativa está próxima, mas omite o “comando específico”, tornando-se genérica. - Conclusão: Parcialmente correta, mas a mais alinhada.
Alternativa E:
“Dominação é a probabilidade de um mandante impor sua vontade a outro, mesmo com resistência dos dominados.”
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Análise:
Essa alternativa confunde dominação com poder. Dominação implica obediência estruturada, sustentada por legitimidade, não resistência ativa. “Impor a vontade com resistência” alinha-se mais ao poder bruto. - Conclusão: Incorreta, pois mistura conceitos.
Conclusão Final:
A Alternativa D é a mais correta, pois reflete a definição de dominação de Weber como a probabilidade de obediência a um comando. Apesar de genérica, é a que melhor se alinha. As demais contêm imprecisões sobre poder, Estado e dominação.
Vou reformular a análise das alternativas de forma mais clara e concisa, mantendo o foco na sociologia de Max Weber e ajustando a associação da teoria positivista para Auguste Comte, como você apontou.
O texto destaca a abordagem de Max Weber (1864-1920), que priorizava a análise dos fenômenos sociais a partir das ações individuais e seus significados, propondo uma sociologia mais rigorosa e realista, baseada em conceitos e na pesquisa histórico-sociológica para entender os processos sociais modernos.
Análise das alternativas:
- A) Teoria evolucionista social: Explica o desenvolvimento das sociedades como uma evolução de formas simples para complexas (ex.: Herbert Spencer). Weber não seguia essa linha, pois rejeitava visões lineares de progresso social.
- B) Teoria do materialismo histórico: Desenvolvida por Karl Marx, foca na luta de classes e nas condições materiais como motor da história. Weber discordava, dando mais peso a ideias, valores e ações individuais.
- C) Teoria interpretativa ou compreensiva: É a abordagem de Weber. Ele criou a sociologia compreensiva, que busca entender (verstehen) as ações sociais a partir das motivações e significados que os indivíduos atribuem a elas.
- D) Teoria funcionalista: Associada a Émile Durkheim, analisa como as instituições sociais promovem estabilidade e coesão. Weber não adotava essa perspectiva, focando mais em ações individuais e processos históricos.
- E) Teoria positivista: Ligada a Auguste Comte, busca explicar os fenômenos sociais por leis gerais, usando métodos das ciências naturais. Weber criticava o positivismo, preferindo uma abordagem interpretativa e histórica.
Resposta correta: C) da teoria interpretativa ou compreensiva. É a que melhor representa a sociologia de Weber, conforme o texto.
A questão pede para identificar os principais autores articuladores da Sociologia em sua fase inicial de desenvolvimento. Vamos analisar cada alternativa e fornecer um breve contexto sobre os autores mencionados, focando no período inicial da Sociologia, que geralmente é associado ao século XIX.
Análise das alternativas:
A) Marx e Foucault
- Karl Marx (1818-1883): Marx é um dos pensadores mais influentes da Sociologia, embora não seja um sociólogo no sentido estrito. Ele desenvolveu a teoria do materialismo histórico, analisando as sociedades por meio da luta de classes e das relações de produção. Suas ideias sobre capitalismo e desigualdade social foram fundamentais para o surgimento da Sociologia, especialmente na análise crítica das estruturas sociais.
- Michel Foucault (1926-1984): Foucault é um filósofo e teórico do século XX, conhecido por suas análises sobre poder, conhecimento e instituições sociais (como prisões e hospitais). Ele pertence a uma fase muito posterior da Sociologia e não esteve envolvido em sua fundação no século XIX.
Conclusão: Essa alternativa está incorreta, pois Foucault não pertence à fase inicial da Sociologia.
B) Comte e Durkheim
- Auguste Comte (1798-1857): Comte é considerado o “pai da Sociologia”. Ele cunhou o termo “Sociologia” e desenvolveu o positivismo, propondo que a sociedade deveria ser estudada com métodos científicos, como nas ciências naturais. Sua obra, como o “Curso de Filosofia Positiva”, foi fundamental para estabelecer a Sociologia como disciplina.
- Émile Durkheim (1858-1917): Durkheim é um dos fundadores da Sociologia moderna. Ele consolidou a disciplina como ciência, com obras como “Da Divisão do Trabalho Social” e “O Suicídio”. Durkheim enfatizou os fatos sociais como objetos de estudo e defendeu a análise objetiva das sociedades, influenciado pelo positivismo de Comte.
Conclusão: Essa alternativa está correta, pois ambos os autores foram centrais na fundação e consolidação inicial da Sociologia no século XIX.
C) Aristóteles e Comte
- Aristóteles (384-322 a.C.): Aristóteles, filósofo grego, contribuiu para diversas áreas do conhecimento, como política e ética. Ele analisou a sociedade em obras como “Política”, mas viveu séculos antes da Sociologia surgir como disciplina. Suas ideias influenciaram o pensamento ocidental, mas ele não é um articulador da Sociologia.
- Auguste Comte: Como mencionado, Comte é um dos fundadores da Sociologia, essencial para sua fase inicial.
Conclusão: Essa alternativa está incorreta, pois Aristóteles não pertence ao período de fundação da Sociologia.
D) Descartes e Marx
- René Descartes (1596-1650): Descartes foi um filósofo e matemático francês, conhecido pelo método cartesiano e pelo racionalismo (“Penso, logo existo”). Ele influenciou o pensamento científico, mas não trabalhou com Sociologia, que ainda não existia em sua época.
- Karl Marx: Como já explicado, Marx foi fundamental para o desenvolvimento da Sociologia, com sua análise crítica das estruturas sociais e econômicas.
Conclusão: Essa alternativa está incorreta, pois Descartes não tem relação com a fundação da Sociologia.
E) Durkheim e Chartier
- Émile Durkheim: Como já mencionado, Durkheim é um dos pilares da Sociologia inicial, com contribuições fundamentais para a consolidação da disciplina.
- Roger Chartier (1945-): Chartier é um historiador francês contemporâneo, conhecido por seus estudos em história cultural e práticas de leitura. Ele pertence a uma fase muito posterior e não está ligado à fundação da Sociologia.
Conclusão: Essa alternativa está incorreta, pois Chartier não pertence à fase inicial da Sociologia.
Resposta correta: B) Comte e Durkheim
Ambos foram fundamentais na fase inicial da Sociologia: Comte ao criá-la como disciplina e Durkheim ao consolidá-la como ciência empírica no final do século XIX.
A
A frase da questão é mal formulada: a primeira parte (“todo fato social analisado, definido e interpretado sociologicamente”) sugere que todo fato já foi estudado, o que é falso, e cria tautologia na alternativa C (Fato Social), pois implica que um fato social só é fato social se analisado, o que é redundante. A segunda parte (“todo fato que pode ser objeto da ciência”) fala de potencial de estudo, o que é mais correto. Dado isso, “fenômeno social” é o termo mais adequado, pois descreve os fatos que podem ser estudados pela Sociologia, sem tautologia ou a implicação errada de que todos já foram analisados. Para Durkheim, fato social é análise de estudo, não é fato social somente após ter sido estudado.
Max Weber define ação social como uma conduta humana com sentido subjetivo, orientada para outros indivíduos ou para a sociedade. Ele a divide em quatro tipos: tradicional (baseada em costumes), afetiva (guiada por emoções), racional com relação a valores (orientada por crenças) e racional com relação a fins (focada em objetivos).
Para evitar confusão, comparemos com outros conceitos de Weber. Tipos ideais são modelos teóricos abstratos (ex.: burocracia) usados para analisar fenômenos sociais, servindo como padrões de comparação, e não como descrição da realidade. Formas de dominação descrevem o poder legítimo: tradicional (ex.: monarquia), carismática (ex.: líder revolucionário) e racional-legal (ex.: burocracia moderna). A dominação foca na obediência e no poder, enquanto a ação social se centra na motivação individual do comportamento.
Análise das alternativas:
-
A) A ordem social obriga o indivíduo a maneira como ele deve agir em sociedade.
Essa ideia remete a Durkheim (fatos sociais coercitivos). Weber, porém, enfatiza a liberdade do indivíduo na ação social, guiada por motivações subjetivas, não por obrigação. A obediência não é o foco da ação social, que se baseia no sentido que o indivíduo dá à sua conduta. Errada. -
B) A motivação do indivíduo não interfere em sua ação social.
Contradiz Weber. A ação social é definida pela motivação e pelo sentido subjetivo (ex.: na ação racional com relação a fins, a motivação é alcançar um objetivo). Se a motivação não interferisse, o comportamento não seria uma ação social, segundo Weber. Errada. -
C) Os valores sociais de um indivíduo não influenciam em sua ação social.
Errado. Weber destaca que valores influenciam a ação social, como na ação racional com relação a valores (ex.: agir por princípios éticos). Negar essa influência vai contra a definição de ação social, que pode ser orientada por crenças e valores do indivíduo. Errada. -
D) Ação social e relação social têm o mesmo sentido e significado.
Weber diferencia os conceitos. Ação social é o comportamento individual com sentido (ex.: doar por caridade). Relação social é a interação mutuamente orientada (ex.: um contrato). Embora relacionados, não são o mesmo, pois a ação social foca na motivação individual, e a relação social, na interação. Errada. -
E) Ação social é a conduta humana dotada de sentido, o indivíduo a produz, por meio de valores sociais e da sua motivação.
Correto. Reflete a teoria de Weber: ação social é uma conduta com sentido subjetivo, produzida pelo indivíduo e orientada por motivações, que podem incluir valores (ex.: ação racional com relação a valores) ou outros fatores (ex.: ação racional com relação a fins).
Resposta correta: E) Ação social é a conduta humana dotada de sentido, o indivíduo a produz, por meio de valores sociais e da sua motivação.
Essa opção captura o conceito de ação social de Weber, distinguindo-o de outros conceitos como tipos ideais e formas de dominação, já apresentados na introdução.