Civil Flashcards
(319 cards)
Em que se diferem as normas cogentes e normas dispositivas?
As cogentes (ou de ordem pública) são aquelas que atendem mais diretamente ao interesse geral, merecendo aplicação obrigatória, eis que são dotadas de imperatividade absoluta. As partes não podem, mediante convenção, ilidir a incidência de uma norma cogente. Podem ser imperativas, quando ordenam certo comportamento, ou proibitivas, quando vedam um comportamento.
Já as normas dispositivas (também chamadas supletivas, interpretativas ou de ordem privada) são aquelas que interessam somente aos particulares, podendo ser afastadas por disposição de vontade.
Tais normas funcionam no silêncio dos contratantes, suprindo a manifestação de vontade porventura faltante. (ex: escolha do regime de bens de um casamento).
Em que se diferem as duas formas de analogia?
Analogia legal (legis): o aplicador do Direito busca uma norma que se aplica a casos semelhantes; Analogia jurídica (juris): (não encontrando um texto semelhante para aplicar ao caso em exame, o juiz tenta extrair do pensamento dominante em um conjunto de normas uma conclusão particular para o caso.
Diferencie analogia de interpretação extensiva.
A primeira implica o recurso a outra norma do sistema jurídico, em razão da inexistência de norma adequada à solução do caso concreto. NORMA DIVERSA
A segunda consiste na extensão do âmbito de aplicação da mesma norma a situações não expressamente previstas, mas compreendidas pelo seu espírito, mediante uma interpretação menos literal. MESMA NORMA
Diferencie princípios gerais de direito dos princípios fundamentais do sistema jurídico.
Os princípios fundamentais são as normas jurídicas com conteúdo valorativo (axiológico) aberto, a ser preenchido no caso concreto, possuindo nítida força vinculante, normativa. Eles são normas jurídicas e obrigam, vinculam. Têm força normativa e influenciam o sistema jurídico como um todo.
Os princípios gerais de direito são meros mecanismos de preenchimento de lacunas, sem qualquer conteúdo valorativo e com características universais.
Os princípios gerias quando ausente um princípio fundamental.
Como integração de normas no âmbito do Direito Tributário muda em relação ao CC?
O CTN estabelece de forma sucessiva os critérios de solução:
I - a analogia;
II - os princípios gerais de direito tributário;
III - os princípios gerais de direito público;
IV - a equidade.
Em que se difere a equidade legal da judicial?
A legal é aquela cuja aplicação está prevista no próprio texto legal, enquanto a judicial é uma ordem ao juiz para que aplique as disposições legais a respeito da equidade para a situação posta em juízo, quando a lei determina que o magistrado deve decidir por equidade o caso concreto.
O juiz pode usar sempre a equidade?
Não, o juiz só decidirá por equidade nos casos previstos em lei. A equidade não constitui meio supletivo de lacuna da lei, sendo mero recurso auxiliar da aplicação desta.
As bancas de concurso NÃO têm considerado a equidade como uma fonte do direito.
O que o juiz fará caso a lei seja omissa? Poderá apelar para o non liquet?
Não, deverá decidir o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito; rol esse TAXATIVO e preferencial de integração da norma.
Diferencie promulgação de publicação da lei.
A promulgação é a declaração oficial de que a lei existe, é autêntica e está pronta para ser executada, enquanto a publicação constitui o meio em que se transmite a lei promulgada aos seus destinatários. É ato de comunicação oficial. É condição para a lei entrar em vigor e tornar-se eficaz. A lei somente começa a vigorar depois de publicada no Diário Oficial.
O que é vigência?
Aptidão da norma para produzir os efeitos para os quais foi concebida.
Diferencie validade formal da material da lei.
A validade formal da norma jurídica concerne à elaboração pelo órgão competente e com respeito aos procedimentos legais.
Já a sua validade material, também chamada de validade constitucional, está correlacionada à necessidade de conformação (adequação) da norma com o ordenamento jurídico, em especial com o Texto Constitucional.
A vigência da lei coincide necessariamente com a data de sua publicação no Diário Oficial?
Não. Inclusive a regra geral é que, salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país quarenta e cinco dias depois de oficialmente publicada..
A obrigatoriedade da lei brasileira, quando admitida, se inicia nos Estados estrangeiros quanto tempo depois de sua publicação oficial?
3 meses
Quais as espécies de revogação (gênero)?
A ab-rogação (supressão total da norma legal anterior por lei nova) e derrogação (quando a nova lei torna sem efeito apenas parte do texto legal anterior).
A revogação das leis pode ser tácita, no Brasil?
Não, a lei exige que seja expressa ao declarar quais artigos/leis serão revogados.
O que é repristinação das leis?
É um fenômeno no qual haveria revalidação da lei revogada pela perda de vigor da lei revogadora. Consiste na recuperação de vigência de uma lei que já fora revogada.
A repristinação de leis pode ocorrer no ordenamento jurídico brasileiro?
Em regra, tem-se a proibição da repristinação, significando que a revogação da lei revogadora não restaura os efeitos da lei revogada;
Exceção: a possibilidade de efeitos repristinatórios quando houver expressa disposição nesse sentido.
Nos casos de declaração de inconstitucionalidade, via controle concentrado, da lei revogadora afirmada a inconstitucionalidade da lei revogadora, serão restabelecidos, naturalmente, os efeitos da lei revogada, em face da perda de eficácia daquela.
Há casos em que se permite a alegação de erro de direito no Direito Civil?
Sim, dois: Casamento putativo e Erro como vício de vontade no negócio jurídico .
A lei pode retroagir no direito brasileiro? Se sim, quando?
A regra é a irretroatividade das leis, de modo que as leis novas não alcançam os fatos pretéritos, mas, excepcionalmente, pode retroagir, se presentes dois requisitos:
- expressa disposição neste sentido: é preciso que a lei diga que produzirá efeitos retroativos.
- que a retroação não prejudique o ato jurídico perfeito, a coisa julgada e o direito adquirido.
Os efeitos futuros de fatos pretéritos são reconhecidos como hipótese de retroatividade?
De acordo com a teoria subjetiva, sim, que é a adotada pelo STF, não sendo possível a aplicação da lei nova.
Se estivermos diante de um contrato de trato sucessivo e execução diferida (contrato de locação comercial, por exemplo), se surgir uma lei nova que determine, de forma cogente, sua aplicação imediata, os contratantes podem invocar direito adquirido ou ato jurídico perfeito com o objetivo de manter o teor das cláusulas na forma como originalmente foram previstas no contrato?
Não, nas situações de natureza contratual, a lei nova pode incidir imediatamente sobre as cláusulas presentes no contrato, desde que as normas legais sejam de natureza cogente, ou seja, aquelas cujo conteúdo foge do domínio da vontade dos contratantes
O que é a ultratividade da lei?
Acontece quando uma lei, já revogada, produz efeitos mesmo após a sua revogação.
A ultratividade da lei existe no direito civil?
Sim, no Direito Civil é bem mais rara a hipótese de ultratividade, mas ocorre , por exemplo, na sucessão (ex.: princípio da saisine e alíquota do ITCMD – o imposto de transmissão “causa mortis” é devido pela alíquota vigente ao tempo da abertura da sucessão).
Inúmeros são os exemplos de ultratividade vindos do Direito Penal, como é o caso da norma penal mais benéfica.
Em se tratando de indivíduo de nacionalidade estrangeira domiciliado no Brasil, as regras sobre o começo e o fim da sua personalidade, seu nome, sua capacidade civil e seus direitos de família são aquelas da legislação vigente no seu país de origem?
Não, são as vigentes no país em que é domiciliado.