Processo Civil Flashcards
(324 cards)
Quais são as dimensões do Devido Processo Legal?
Formal ou Procedimental: Exige o respeito a um conjunto de GARANTIAS PROCESSUAIS mínimas; todos devem ter o direito de processar e ser processado de acordo com garantias processuais pré-determinadas.
Material ou Substancial: uma forma de controle de CONTEÚDO das decisões, se ela é proporcional e razoável.
O devido processo legal se aplica às relações jurídicas privadas (Eficácia horizontal).
O que é o princípio da demanda?
Em regra, o processo começa por iniciativa da parte (dispositivo); o juiz não pode instaurar o processo de ofício, sem requerimento das partes.
Sua continuidade ocorre por impulso oficial, intervenção continuada do representante do Poder Judiciário (inquisitivo).
Diferencie o direito de ação do direito de petição.
O direito de ação é mais amplo, garantindo a todas as pessoas, físicas e jurídicas, de direito público e de direito privado, inclusive aos entes despersonalizados (condomínio, espólio, massa falida) a prerrogativa não apenas de solicitar a eliminação do conflito de interesses, como também de obter resposta jurisdicional em espaço de tempo razoável.
O direito de petição é restrito ao direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder, conforme art 5º da CF.
Há casos em que o juiz pode iniciar, de ofício, o processo ou etapa dele?
Sim, todos previstos em lei.
- execução trabalhista, se o trabalhador não tiver advogado;
- decretação de falência de empresa sob o regime de recuperação judicial;
- dar início ao cumprimento de sentença nas obrigações de fazer, de não fazer e de entregar coisa; (na de pagar não);
- na determinação da alienação judicial de bens;
- instauração do IRDR (Incidente de Resolução de Demandas Repetitivas) pelo próprio juiz ou relator.
NÃO MAIS se admite a instauração de inventário ex officio caso os legitimados não o façam no prazo legal.
Em que situações é necessário o prévio exaurimento das vias administrativas para o exercício do direito de ação?
- Necessidade de esgotamento das vias de solução da Justiça Desportiva;
- Não cabimento de mandado de segurança enquanto pendente de julgamento de recurso administrativo com efeito suspensivo, independentemente de caução;
- O habeas data só é cabível se houver recusa de informações por parte da autoridade administrativa;
- Diante de ato administrativo que ofenda súmula vinculante, a parte só poderá se valer da reclamação constitucional após o esgotamento das vias administrativas de solução do conflito;
- Ação judicial para pedir a concessão de benefício previdenciário somente deve ser intentada se, previamente, formulado e indeferido requerimento extrajudicial para a concessão do benefício.
O acordo obtido via mediação/conciliação é titulo executivo?
Sim, constitui título executivo extrajudicial.
A prevenção e a resolução de conflitos que envolvam equilíbrio econômico-financeiro de contratos celebrados pela administração com particulares podem ser resolvidos pela autocomposição?
Sim
A sentença arbitral contra a Fazenda Pública está sujeita à remessa necessária?
Não.
Os métodos de solução consensual de conflitos devem ser estimulados também nas instâncias recursais?
Sim
É cabível conciliação ou mediação no processo de execução, no cumprimento de sentença ou na liquidação de sentença?
Sim, momento em que será admissível a apresentação de plano de cumprimento da prestação.
Quais instrumentos as partes têm para fazer valer a razoável duração do processo, em relação aos atos do juiz?
- Representação por excesso de prazo, com a possível perda da competência do juízo em razão da demora (art. 235 cpc);
- Mandado de segurança contra a omissão judicial, caracterizada pela não prolação da decisão por tempo não razoável, cujo pedido será a cominação de ordem para que se profira a decisão;
O juiz que não velar pela duração razoável do processo pode ser responsabilizado?
Sim,
→ Se a demora injusta causar prejuízo, é cabível ação de responsabilidade civil do prejudicado contra o Estado, com possibilidade de ação regressiva contra o juiz;
→ Não promoção do juiz que, injustificadamente, retiver autos em seu poder além do prazo legal, não podendo devolvê-los ao cartório sem o devido despacho ou decisão
“O proferimento da sentença além do prazo estabelecido privará o juiz da inclusão em lista de merecimento para promoção, durante 2 (dois) anos, e acarretará a perda, para efeito de promoção por antiguidade, de tantos dias quantos forem os do retardamento, salvo motivo justo, declinado nos autos e comprovado perante o órgão disciplinar competente” - Lei da Ação Popular.
O que quer dizer o princípio da primazia da decisão do mérito?
A solução de mérito tem prioridade sobre a solução que não é de mérito. Todas as vezes em que for possível ao juiz suprir um vício processual, ele o fará, priorizando o julgamento de mérito da demanda.
A atividade jurisdicional se esgota com o reconhecimento do direito?
Não, se esgota com o reconhecimento (declaração) dos direitos + com a sua concretização (tutela executiva) - atividade satisfativa.
Quais são os atos atentatórios à dignidade da justiça?
- O NÃO COMPARECIMENTO INJUSTIFICADO do autor ou do réu à audiência de conciliação;
I - frauda a execução;
II - dificulta ou embaraça a realização da penhora;
III - resiste injustificadamente às ordens judiciais;. - SUSCITAÇÃO INFUNDADA DE VÍCIO com o objetivo de ensejar a desistência do arrematante.
- o oferecimento de EMBARGOS MANIFESTAMENTE PROTELATÓRIOS.
O dano processual é pressuposto para a aplicação da multa por litigância de má-fé?
Não, é desnecessária a comprovação de prejuízo para que haja condenação ao pagamento de indenização por litigância de má-fé. Trata-se de sanção processual, aplicável inclusive de ofício..
O que caracteriza o litigante de má-fé?
Aquele que:
I- deduzir pretensão ou defesa contra texto expresso de lei ou fato incontroverso;
II - alterar a verdade dos fatos;
III - usar do processo para conseguir objetivo ilegal;
IV - opuser resistência injustificada ao andamento do processo;
V - proceder de modo temerário em qualquer incidente ou ato do processo;
VI - provocar incidente manifestamente infundado;
VII - interpuser recurso com intuito manifestamente protelatório.
Convencendo-se, pelas circunstâncias, de que autor e réu se serviram do processo para praticar ato simulado ou conseguir fim vedado por lei, o juiz proferirá decisão que impeça os objetivos das partes, aplicando, de ofício, as penalidades da LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ.
O enquadramento de um beneficiário da justiça gratuita em litigante de má-fé acarreta, por si só, a revogação do benefício?
Não, porque a revogação do benefício da assistência judiciária gratuita pressupõe prova da inexistência ou do desaparecimento do estado de miserabilidade econômica, não estando atrelada à forma de atuação da parte no processo.
O que é a nulidade de algibeira ou de bolso? E ela é legal?
Ocorre quando a parte se vale da “estratégia” de não alegar a nulidade logo depois de ela ter ocorrido, mas apenas em um momento posterior, se as suas outras teses não conseguirem ter êxito. A parte fica com um trunfo, com uma “carta na manga”, escondida, para ser utilizada mais a frente, como um último artifício.
É rechaçada pelo STF por violar a boa-fé.
O que é o princípio da cooperação?
Todos os sujeitos do processo devem cooperar entre si para que se obtenha, em tempo razoável, decisão de mérito justa e efetiva.
Qual é o modelo de processo adotado pelo CPC? Inquisitivo, Dispositivo (adversarial) ou Cooperativo?
O cooperativo, onde a condução do processo é sem protagonistas. Impera o equilíbrio, a lealdade e o diálogo entre as partes e o juiz.
Busca-se uma condução cooperativa do processo, sem destaques para qualquer dos sujeitos processuais.
No entanto, não há paridade no momento da decisão; as partes não decidem com o juiz; trata-se de função que lhe é exclusiva.
Quais os tratamentos processuais diferenciados para a Fazenda Pública?
- prazo em dobro para se manifestar no processo;
- isenção de adiantamento no recolhimento do preparo e demais custas judiciais;
- dispensa da caução prévia para a propositura da ação rescisória;
- possibilidade de ser condenado a pagar honorários em valor inferior a 10% sobre o valor da condenação;
- intimação pessoal dos procuradores e advogados da União;
- reexame necessário;
- pedido de suspensão de segurança;
- proibição de tutela de urgência em alguns casos;
- proibição de concessão de tutela de urgência ‘inaudita altera parte’ em mandado de segurança coletivo e ação civil pública em virtude da necessidade e de oitiva prévia da pessoa jurídica de direito público em 72 horas.
Em relação à legalidade, o que o juiz deve observar?
Não apenas a lei, mas também o respeito aos precedentes judiciais, respeito à interpretação institucionalmente vinculante dada pelo STF e pelo STJ que têm o dever de dar unidade ao direito.
Em que situações o juiz poderá proferir decisão contra uma das partes sem que ela seja previamente ouvida?
I - Na tutela provisória de urgência;
II - Nas hipóteses de tutela da evidência previstas no art. 311, incisos II e III;
III - à decisão prevista no art. 701, na ação monitória, quando evidente o direito do autor